El Beso Del Final escrita por Ms Holloway


Capítulo 5
A fronteira




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Capítulo 5

 

A fronteira

 

 

                 O som da música barulhenta e o cheiro da fumaça de cigarro dentro do bar causou desconforto à Letty. Ela não se lembrava de já ter se sentido assim antes em um ambiente como aquele. Era comum para ela freqüentar bares com Dom após as corridas. Talvez estivesse se sentindo desconfortável porque Dom não estava ali ao seu lado.

                 Não que não fosse uma mulher independente, acostumada a cuidar de si mesma em qualquer lugar, mas a saudade que sentia de Dominic era tanta que qualquer lugar a que fosse sem ele parecia vazio, desprovido de qualquer atrativo. Letty ainda não acreditava que ele a tivesse deixado.

                Diogo Muñoz era um cara legal, com um papo divertido, mas Letty definitivamente não estava interessada. Tudo o que queria naquele momento era voltar para casa. Já tinha conseguido o que queria, se infiltrar na equipe de pilotos de Braga. Mas ela não podia simplesmente ir embora da festa ou seu novo companheiro de corridas poderia desconfiar de alguma coisa.

               Eles passaram em meio à multidão, empurrando as pessoas pelo caminho para chegar ao balcão de bebidas. 

- O que você quer beber, chica?- Diogo perguntou.

- Eu quero uma corona.- Letty respondeu com o melhor sorriso que conseguiu para disfarçar a náusea que a fumaça que exalava do cigarro de um homem que fumava ao lado dela estava lhe causando.

- Duas coronas.- Diogo pediu ao bartender.

               Ele pegou as duas garrafinhas de cerveja das mãos do bartender e entregou uma à Letty, dizendo:

- Vamos brindar ao Braga e a toda grana que iremos ganhar trabalhando para ele.

               Letty juntou sua garrafa à dele fazendo o brinde antes de tomar uma generosa golada de cerveja. Mas logo Letty percebeu que tomar cerveja não tinha sido uma boa idéia porque ela sentiu de imediato em seu estômago fragilizado o efeito indesejado da bebida e segurou-se para não vomitar em cima do balcão do bar.

- Você está bem?- indagou Diogo notando o desconforto dela.

              Letty respirou fundo e respondeu:

- Eu estou bem, mas preciso ir agora.- ela colocou a cerveja sobre o balcão.

- Mas já?- questionou ele, desapontado.

- Pois é, cara, eu tenho outro compromisso.

- Namorado ou marido?- perguntou Diogo.

- Ainda estou tentando me decidir.- respondeu ela, tentando parecer bem humorada. Aparentemente funcionou porque Diogo sorriu.

- Tá certo. Foi um prazer, Letty. Creio que nos veremos em breve, né?

- Com certeza. Quando o dever nos chamar.- disse ela, sorrindo uma última vez e se afastando.

               Ela apressou-se em sair dali, seu estômago estava se revirando do avesso e ela saiu empurrando as pessoas que dançavam, se agarravam e beijavam na pista de dança do bar para poder chegar até o banheiro feminino. Ao chegar lá, mal teve tempo de tirar a escuta que Bryan pusera em sua jaqueta, para que ele não a ouvisse vomitar. Então ela se abaixou e despejou todo o conteúdo de seu estômago no vaso sanitário.

               Uma mocinha oriental, de cabelos tingidos, usando um espalhafatoso traje laranja e botas brancas que entrou logo depois de Letty no banheiro, olhou com preocupação para ela ao vê-la vomitar.

- Hey, amiga, você está bem?

               Letty assentiu e tentou se levantar, mas de repente suas pernas estavam muito fracas. A garota ajudou-a chegar até a pia e ela pôde lavar a boca e o rosto, ficando quieta em seguida para que aquela sensação ruim causada pela náusea passasse.

                A mocinha pegou uma folha de papel toalha e umedeceu entregando à Letty:

- Toma, coloca isso na testa, ajuda a melhorar.

- Obrigada.- disse Letty aceitando a ajuda da estranha.

- O meu nome é Suki.- disse ela, simpática.

- Letty.

- Eu vi você correndo lá fora. Foi incrível!

                Letty deu um meio sorriso.

- Eu também corro, mas não aqui, só quando estou na Flórida onde eu moro. Mas mesmo que me metesse a correr aqui, não me arriscaria a ingressar na equipe do Braga.

- Por que?- indagou Letty, de repente muito interessada no que aquela garota tinha dizer.

- Ah porque dizem por aí que rola umas paradas sinistras com os pilotos dele.

- Que tipo de paradas sinistras?- Letty quis saber.

- Uns caras aí que ele pegou pra trabalhar pra ele não foram mais vistos. Galera anda dizendo que o Braga deu cabo deles!

- Mesmo?- retrucou Letty jogando a toalhinha de papel no lixo. A cor voltou ao seu rosto e ela já começava a se sentir melhor.

- Olha, não tô querendo estragar teu lance não, valeu? Mas eu acho que você devia tomar cuidado!

- Obrigada por me avisar e obrigada pela ajuda também!

- De nada.

               Ela caminhou para a saída do banheiro imaginando que aquelas informações poderiam ser úteis para Bryan. No final das contas seu mal estar tinha servido para alguma coisa. Porém, antes que ela saísse do banheiro, Suki indagou:

- Está mesmo se sentindo bem?

               Letty ergueu uma sobrancelha e perguntou de volta:

- Por quê?

- Bom, porque você ainda me parece um pouco pálida...

- Já me sinto melhor. Acho que foi a cerveja que não me caiu bem.

- Pode ser.- retrucou Suki. – Mas eu tinha uma amiga que costumava vir assistir às corridas todas as noites e se sentia em casa com o cheiro da fumaça de cigarro e bebia a noite inteira, mas um dia ela começou a ficar pálida assim como você está agora, não suportava mais nem o cheiro da cerveja e depois vomitava.

- E ela descobriu qual era o problema? Talvez andasse nervosa por algum motivo.- disse Letty.

- Ah, ela descobriu sim e não era por causa de nervosismo.- respondeu Suki. - Era nenê, valeu? Ela tava grávida, por isso ficava enjoada o tempo todo.

              Mesmo depois de deixar o bar e entrar em seu carro, Letty ainda ficou pensando no que Suki lhe contara. Antes de ouvir aquilo, gravidez era uma opção que ela nem sequer considerara para ser o motivo de seu mal estar contínuo.

- Não, isso é impossível!- disse consigo mesma.

              Já fazia seis semanas que Dom tinha partido e a última vez em que estiveram juntos na cama tinha sido justamente nessa noite. Ela sempre tomara todas as precauções para evitar uma gravidez. Com a vida que levavam, especialmente nos últimos cinco anos, seria impossível tomar conta de um bebê. Não poderia simplesmente colocar um bebê dentro de um carro a mais de cem quilômetros por hora. Mas mesmo com todas as precauções, acidentes aconteciam. Seria possível que tivesse acontecido agora? Justo agora que Dom tinha lhe deixado e ela estava envolvida na investigação de Bryan para livrar a cara dele?

- Oh, merda!- ela bradou irritada e nervosa. – Não pode ser! Não pode ser! O que eu vou fazer?

           Seu telefone celular vibrou dentro da jaqueta e Letty suspirou. Deveria ser Bryan querendo saber porque ela tirara a escuta. Com dedos trêmulos, Letty pegou seu aparelho celular e leu o nome do policial no visor. Não podia desistir. Não agora que estava tão perto de desvendar o esquema do cartel de Braga e conseguir anistia para Dominic.

- Hey!- foi tudo o que conseguiu dizer ao ouvir a voz desesperada de Bryan do outro lado da linha.

- Aconteceu alguma coisa? Por que tirou a escuta?

- Não aconteceu nada.- respondeu ela. – Tirei a escuta porque a corrida já tinha acabado e se eu continuasse andando grampeada pelo território do Braga, provavelmente não estaria tendo essa conversa com você agora.

- Tá certo.- disse ele. – Fico feliz que tenha conseguido se infiltrar. Não se preocupe que estaremos te dando cobertura o tempo todo quando ele a chamar para sua primeira missão.

- Eu consegui uma informação importante depois de ter tirado a escuta.- acrescentou ela.

- Sou todo ouvidos.

- Uma garota no banheiro feminino do bar me mandou tomar cuidado com o Braga. Disse que os pilotos costumam sumir depois de cumprir missões para ele.

- Faz sentido.- disse Bryan. – Dois agentes do FBI que se infiltraram antes de você foram encontrados mortos.

           Letty ficou enraivecida com aquela revelação.

- E quando pretendia me contar isso, O’Conner?

- Nós não sabemos se eles foram mortos durante a missão ou porque foram descobertos entende? Estamos com essa lacuna nas mãos. Não te contei por causa disso. Olha, talvez seja melhor você esquecer tudo, é muito arriscado pra você...

- Porra, Bryan!- ela exclamou. – Depois que consigo me infiltrar você vem me dizer isso? Ora, dane-se! Eu vou ficar nisso até o fim!

- Eu só quero que tome cuidado.

          Ela deu uma risadinha.

- Está se borrando de medo do Dom, não é?

          Bryan deu um suspiro incomodado do outro lado da linha.

- È claro que não. Te cuida, Letty! Eu manterei contato.

        Letty desligou o celular e deu partida no carro. Não adiantava ficar pensando sobre sua possível gravidez. Como dissera à Bryan, agora que estava nisso iria até o fim.

xxxxxxxxxxxxxx

 

      O dia ainda não tinha amanhecido, mas Mia não conseguiu mais dormir. Tivera um sonho perturbador sobre Dom. O irmão era preso pela polícia, julgado e encarcerado em Longpoc. Mia não podia imaginar sofrimento pior para ele.

    Esfregando os olhos, ela se sentou na cama e se deixou envolver pelo ambiente familiar de seu quarto tentando esquecer o horrível pesadelo que tivera. Sentiu vontade de telefonar para Dom, mas sabia que ele não gostaria disso, ainda mais com Letty por perto. Quando seu coração finalmente se acalmou, Mia levantou-se para começar o dia. Era sábado. Não precisaria ir trabalhar no escritório de contabilidade onde trabalhava como recepcionista desde que Dom partira com Letty.

    Enrolada em seu robe cafona com estampas de flores amarelas, que ela adorava tanto porque pertencera à sua mãe, Mia deixou o quarto e seguiu para a cozinha. Um café bem forte ajudaria a afastar o mal estar do pesadelo que tivera.

    No entanto, ao passar pela porta do banheiro no corredor, ela ouviu Letty tossindo e vomitando. Ficou preocupada e bateu na porta.

- Letty? Você está bem?

- Yeah!- ela respondeu, mas então vomitou de novo.

- Não, você não está bem.- disse Mia. – Me deixe ajudá-la.

- Não precisa! Eu vou ficar bem! Só preciso daquele chá de camomila que só você sabe fazer. Poderia preparar um pra mim?

- È claro.- respondeu Mia indo para a cozinha.

     Cerca de dez minutos depois, Letty apareceu, vestindo uma das camisas velhas de Dom que de tão comprida parecia um vestido que lhe chegava aos joelhos. Estava pálida como um fantasma e com olheiras profundas ao redor dos olhos.

     Mia empurrou o chá para ela e Letty bebeu aos pouquinhos. Em seguida ela pegou um pote com bolachas e estendeu para a cunhada.

- Tome! Ouvi dizer que bolachas sem manteiga ajudam a acalmar o estômago.

    Letty agradeceu e mordiscou uma bolacha junto com o chá.

- Há quanto tempo está enjoando?- Mia perguntou com ar de seriedade.

- Só senti isso hoje.- Letty mentiu.

   Mia puxou uma cadeira de frente para ela e a encarou:

- Foi mesmo? E quanto há ontem e anteontem? Estou com medo de que o tempero da minha comida tenha te causado uma infecção intestinal.

   Letty tomou o último gole do chá e abaixou a cabeça para não encarar Mia.

- Não precisa se preocupar. Isso vai passar!

   Ela já ia se levantando da mesa quando Mia a segurou forte no braço. Às vezes ela se esquecia que Mia podia ser tão persuasiva quanto seu irmão.

- Letty, você está grávida?- ela perguntou sem rodeios.

- Droga, Mia! Não me faz pergunta difícil!- Letty bradou virando de costas para ela.

- Oh, Letty, eu preciso saber!- os olhos de Mia agora estavam rasos d’água. – Você está esperando um filho do Dom?

- Eu não sei.- Letty respondeu por fim num fio de voz.

- Precisa fazer um exame. Eu posso ir à farmácia com você!

- Não quero fazer exame nenhum!

- Letty, não seja tão teimosa! Não dessa vez! Não somos mais crianças, se está esperando um filho do meu irmão...

- E então o quê?- retrucou Letty com raiva. – Se estou esperando um filho do seu irmão você fará o quê? Vai correndo telefonar para ele? Não seria melhor que me dissesse onde ele está antes?

- Eu não posso!

- Não pode ou não quer?- Letty gritou. – Se estou grávida ou não, isso não fará diferença para o Dom já que ele me deixou. Terei que assumir essa responsabilidade sozinha, Mia.

- Não, eu posso ajudar você. Esse bebê vai ser o meu sobrinho!

          Letty balançou a cabeça negativamente e disse:

- Vamos parar de falar de um bebê que nem sabemos se existe!

         Ela caminhou para a saída da cozinha em direção ao seu quarto. Precisava espairecer.

- Aonde você vai, Letty?- Mia perguntou quando a viu vestida em seu jeans e camiseta alguns minutos depois.

- Dar uma volta.- respondeu ela sem mais explicações.

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       Letty dirigiu por algumas horas sem destino até que acabou parando em frente a uma farmácia. Mia tinha razão, por mais irritante que sua adorada cunhada fosse ás vezes. Ela precisava fazer um teste de gravidez e descobrir o que estava arriscando naquela missão de limpar o nome de Dom.

      Estacionou o carro à porta da farmácia e desceu carregando o GPS que Gisele tinha lhe entregue na noite passada. Precisava estar atenta caso fosse contatada. Dentro da farmácia, ela pegou o primeiro teste de gravidez que viu no balcão de vendas, pagou e rumou para o banheiro feminino mais próximo. Uma loja de conveniências ao lado da farmácia.

      Leu as instruções na bula do exame e fez o teste. Esperou impaciente por dez minutos até que teve sua temida resposta. O exame era claro, duas linhas cor de rosa. Estava grávida!

     Passando as mãos pelos cabelos e desalinhando a própria franja, Letty teve ímpeto de gritar. Mas não havia nada a ser feito. Poderia repetir o exame, mas sua intuição lhe dizia que ia ter o mesmo resultado, não importava quantas vezes o teste fosse refeito.

- O que eu vou fazer?- ela murmurou e de repente, o GPS que carregava consigo deu sinal de vida.

     Letty o tirou depressa do bolso da jaqueta preta.

“Especificando coordenadas...”- dizia o aparelho enquanto uma janela de upload se iniciava em 0 e ia até 100%.

    Se queria uma resposta para o que deveria fazer, Letty tinha acabado de recebê-la. Precisava terminar aquela missão, entregar as provas para Bryan e então poderia pensar no bebê que carregava no ventre. Com o perdão da polícia, Dom poderia voltar para ela. Como ele reagiria quando soubesse que seria pai?

    Letty obrigou-se a deixar aqueles pensamentos de lado. Tinha trabalho a fazer e quanto antes o terminasse, melhor. Telefonou para Bryan e o informou que tinha acabado de ser contatada.

- Coloque a escuta!- ele pediu. – Por favor, Letty, não vá à lugar nenhum com essas pessoas sem essa escuta.

- Está certo.- Letty assentiu e foi pegar seu carro.

     Algum tempo depois, ela se encontrava em um imenso galpão de materiais de construção do outro lado da cidade. Foi feita uma vistoria em todos os pilotos que se encontravam lá e Letty não teve escolha senão pisotear o aparelho de escuta. Bryan a mataria por isso, mas se o grampo fosse descoberto, os capangas de Braga a matariam, literalmente. Enquanto um dos homens de Braga fazia a vistoria, os carros foram carregados com malas pretas de conteúdo desconhecido.

     Após a vistoria, Campos ordenou que os pilotos entrassem no container de um caminhão de carga. Letty achou aquilo muito estranho, mas não questionou. A viagem foi longa e ela já estava começando a se preocupar quando o caminhão finalmente parou. Os pilotos desceram em seus carros.

    Gisele, a mulher que havia sido simpática com ela durante a corrida apareceu e os instruiu a acompanhar sem hesitar o caminho que seria feito por Fênix.

- Para onde estamos indo?- ela ousou perguntar.

- Saberá quando chegarmos, princesa.- respondeu ele sorrindo de modo lascivo para ela e mostrando seu horrível dente de ouro.

     Letty não devolveu o sorriso e voltou para o seu carro. Sabia que estavam na fronteira entre o México e os Estados Unidos. Aquilo estava ficando cada vez mais estranho.

- Não devem se desviar da rota do Fênix de jeito nenhum!- Gisele voltou a repetir. – Boa sorte, pilotos!

     Fênix saiu à frente, dirigindo em alta velocidade, mas tão silencioso quanto um escorpião atravessando o deserto. Letty vinha no penúltimo carro, logo atrás dela vinha Muñoz que lhe sorrira de modo simpático desde que eles se encontraram no galpão.

    Os carros correram em fila indiana sem um único desvio até um túnel encravado nas rochas do deserto. Letty sentiu o estômago voltar a incomodá-la quando foi obrigada a dirigir dentro daquele túnel claustrofóbico, se desviando dos entulhos que havia na passagem.

   Eles conseguiram chegar do outro lado sem serem notados pela vigilância da fronteira. Letty estacionou seu carro ao lado dos outros e abaixou a cabeça, contendo a vontade de vomitar. Quando se sentiu mais controlada, ela desceu do carro. Muñoz veio ao encontro dela.

- Hey! Tá tudo bem?

   Letty assentiu e viu as malas serem retiradas dos porta-malas dos carros, inclusive do seu próprio.

- E agora?- indagou um dos pilotos com forte sotaque hispânico.

- Quando seremos pagos?- perguntou outro. – E por que estamos aqui?

- Calem a boca e não atrapalhem!- respondeu Fênix com rispidez.

- Donde está mi dinero? (Onde está meu dinheiro?)- gritou o primeiro piloto, fazendo Fênix perder a paciência.

     De imediato ele sacou sua potente pistola e atirou no homem que o havia desafiado. Letty deu um passo para trás e Diogo arregalou os olhos. Dois capangas de Braga foram para cima deles e Letty acertou um dos homens com um soco.

- Mas que diabos está acontecendo aqui?- ela gritou para Diogo que batia no outro homem.

    O caos se instaurou no local. Diogo tentou correr para seu carro em meio aos tiros. Os pilotos estavam sendo fuzilados um a um. Letty entrou em seu carro e ainda tentou socorrê-lo.

- Vamos Diogo!

    Mas já era tarde demais. Uma bala perdida o acertou em cheio em cabeça. Letty deu a volta no carro e disparou na direção dos túneis. Fênix a perseguiu implacavelmente para fora dos túneis e pela cidade.

     Letty já estava indo há mais de cento e cinqüenta por hora e a pista estava molhada. Em dado momento, o carro derrapou e capotou sucessivas vezes, mas ela não desmaiou, nem mesmo quando o carro finalmente parou de cabeça para baixo.

     Respirando com dificuldade e se arrastando, ela conseguiu sair de dentro do carro. Ouviu os passos de Fênix vindo. Se não saísse dali, não teria a menor chance. Juntando forças do fundo de seu ser, Letty engatinhou para fora do carro e se esgueirou para o mato alto de um terreno baldio além da pista. Ainda pôde ouvir a voz de Fênix gritando antes de seu carro explodir.

- Cadê você, vadia? Não pense que acabou porque eu vou encontrá-la até no inferno se for preciso.

 

Continua...


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