Notas Suicidas escrita por Pu_din


Capítulo 17
Anotação n°16


Notas iniciais do capítulo

Uhul, esse é grande. E é a partir daqui que a fic fica BOOOOOOOOOA MEEEEEERMO q - espero que gostem :D



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O domingo foi mais drástico que o sábado, porque agora chovia. Acordei com o telefone tocando no meu ouvido, mas não o atendi. Enquanto aquele objeto gritava na minha mente, eu encarava com raiva o perverso relógio que marcava uma hora da tarde. Ouve uma maravilhosa pausa naquele barulho, que me fez cochilar mais alguns segundos, porém novamente começou a tocar de um modo enlouquecedor, e com raiva levantei-me da cama e atendi com um berro, alucinado.
- Gerard! Que horror! Eu não sou surda – Hayley berrava do outro lado.
- Que esterco, menina – brinquei. - O que você quer?
Ela riu.
- Eu estou tão feliz que... Que nem sei como começar!
- Pare de amolar. Fala logo.
Houve um segundo de suspense na voz da outra, e logo estava ela a gritar animada em meu ouvido.
- O Seb, Gerard! Ele me convidou pra “dar uma volta por aí”! Ele me convidou pra sair!
Juro que dava para senti-la vibrar do outro lado da linha. Vibrava tanto que o telefone caiu, e fez um barulho que quase estourou meus tímpanos, sem brincadeira.
- Hayley! Hayley! Senta um pouco.Tá respirando?
- Acho que não! – ela ria que nem uma hiena, e me fazia rir junto.
- Quando vocês vão? – perguntei, bocejando.
- Hoje à noite! Ah, Gerard, vai ser tão mágico... – suspirava.
- Leva um dinheiro. Vai que ele é malandro e não paga o lanche e...
- Ele não é nada disso, Gee.
Ela sabia que isso me irritava terrivelmente, e logo riu.
- E sua mãe? O que disse sobre isso? – perguntei ao ajeitar-me no sofá, e cuspi os cabelos.
- Ela ama a família de Sebastien. Acha que é um “moço muito distinto” e tudo. Ficou até feliz por mim...
- Que bom – sorri.
- Depois você vem aqui? Aproveita e conhece o Seb.
- Não estou a fim de ver vocês namorarem, Hayley...
- Vem só pra dar um ‘oi’. Por favor, Gerard... Eu contei sobre você a ele. Disse que era um grande irmão pra mim. Por favor, ele quer te conhecer.
Eu odiava quando ela me pedia algo. Não conseguia negar nada a minha irmã.
- Sete horas eu apareço aí. Só vou cumprimentar e vou embora, ouviu?
- Claro – senti que sorria. - Até!
- Tchau.
Desliguei o telefone, soltando um bocejo colossal.

***

Cheguei à casa de Hayley as sete em ponto.
- Entra logo, Gerard! – a outra sorria.
- Estou apresentável? – perguntei de um modo idiota.
- Sim... – sorriu e tirou um pontinho branco da minha camiseta. – E eu? Estou?
- Está linda – afirmei com a cabeça para lhe dar ânimo, e ela sorriu nervosa.
E Hayley estava linda mesmo. Eu adorava quando ela colocava seu casaco vermelho, carregado de pêlos na gola. Ele combinava com seu cabelo, que estava preso em um rabo de cavalo balançante, mostrando toda a ansiedade que parecia percorrer a espinha.
Sentei-me no sofá esperando que ela fizesse o mesmo, só que estava muito ansiosa para sentar-se.
- Será que ele vem?? E... E se ele não vier?
- Vem sim, Hay.
- Mas ele demora tanto...
Eu ri, olhando-a se roer.
- Ele vem sim.
Puxei-a pela manga do casaco e obriguei-a a respirar. Ela pousou de modo delicado ao meu lado no sofá, e apertou meus músculos do braço de forma doentia.
Só foi eu sorrir para lhe dar conforto que ela avistou o rapaz pela janela. Deu um pulo.
- Ele está chegando... – sorriu e foi abrir a porta, sem esperar que o outro tocasse a campainha - Sebastien! Entra!
Me virei para contemplar de perto todo aquele “colosso” que Hayley havia me descrito, mas o que vi foi o rapaz mais nerd que encontrei na vida, com olhos extremamente verdes e o cabelo castanho todo arrumado, colocando a moita negra que eu possuía no alto da cabeça em posição vergonhosa.
- Gerard, esse é o Sebastien. Seb, esse é o Gerard – apresentou-nos com um rubor evidente.
- O famoso Gerard – sorriu com sua típica piadinha de nerd. Ri, mas não da anedota, ri do cretino, mesmo.
- Tudo bem? – perguntei por educação.
- Sim, sim – sorriu. Ele até parecia simpático, mas não me convencia. Poderia ser um tarado, quem sabe.
Olhei em volta para deixar aquela casa o mais rápido possível. Não queria atrapalhar o namorico dos dois. Se alguém fosse atrapalhar, esse alguém seria a mãe de Hayley, e não eu. Peguei um caderno jogado de Hay por perto, e fui me desculpando:
- É esse o trabalho, não é, Hayley? Então tá. Já vou indo – sorri. – Tchau, Sebastien. Bom passeio.
- Tchau – Seb sorriu.
- Tchau, Hayley – aproximei-me dela para dar-lhe um beijo de despedida, mas, além disso, fui sussurrar em seu ouvido:
- Se esse idiota te fizer alguma coisa, qualquer coisa, é só me contar que eu dou um soco nele, ouviu?
Afastamos os rostos, e ela sorriu de modo enlouquecedor. Pelo menos para Sebastien, que babava ao ver seus lábios se moverem.
- Tchau, Gerard.
Saí da casa rindo sozinho. Minha irmãzinha estava crescendo!


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