Eu Te Odeio Vs. Eu Te Amo escrita por maria


Capítulo 7
Descobrindo mais um sobre o outro


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!Sei que disse que ia demorar,mas estava muito ansiosa e resolvi postar hoje mesmo. Desculpa se tiver algum erro, não tive tempo de revisar. Boa Leitura.



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POV BELLA



Acordei com uma dor de cabeça horrível. Não me lembrava de nada, nem onde eu estava. Suspirei. O que será que tinha acontecido? Ao fazer isso, senti um cheiro inebriante. Percebi que estava em uma cama de casal. O que eu fiz? A última coisa que eu me lembrava era de beber uma Ice enquanto tocava Don’t stop believin’ na boate da festa da Rose. Depois eu bebi mais uma, ou duas...Aí. Só de tentar lembrar minha cabeça doía. Olhei minhas roupas. Eram de homem, mas pelo menos eu não estava nua. Não era tão horrível. Tá, era horrível sim. Respire fundo, respire fundo. Me levantei da cama e fui encarar o que me esperava. Eu estava num quarto impessoal, mas com uma decoração de bom gosto. Andei lentamente em direção a porta e tomei fôlego pra abri-la.


Quando saí, percebi que estava no meu apartamento. Aquele era só o quarto principal, que Edward devia estar usando. Caminhei até a cozinha e vi Edward sentado na mesa bebendo uma xícara de café. Ao me ver, ele sorriu. Não era um sorriso cínico como os que ele esboçava de vez em quando. Não, era um sorriso verdadeiro. Ele parecia se divertir muito com alguma coisa.


– Acordou Bela Adormecida? – disse ainda sorrindo.


– Ahn, é, acho que sim. Edward pode me explicar o que está acontecendo? Por que eu estou com essas roupas? E por que eu estava naquele quarto? Não estou entendendo nada. – falei totalmente confusa e um tanto desesperada.


– Você não se lembra de nada? Nada mesmo? É sério? – ele continuava sorrindo. Porra como vou me concentrar em uma conversa com esse sorriso me deixando tonta?


– Deveria lembrar? A última coisa que eu lembro é de estar na festa de noivado da Rose, uma amiga minha. Olha será que dá pra você me contar o que aconteceu? Estou ficando desesperada e está difícil raciocinar com esse... quer dizer, com essa dor de cabeça. – mudei a frase a tempo.


– Olha, eu estava dando uma volta por aí, e então resolvi entrar numa boate só pra beber um pouco. Quando eu chego lá, vejo um tumulto, e adivinhem, tem uma garota dançando em cima de uma mesa. – falou isso um pouco irritado.


– Não me diga que...


– Sim, eu digo. Era você.


– Cadê as câmeras? Isso é uma pegadinha? Saiba que é sem graça. Eu não fiz isso. Eu nunca faria isso. Diga pra mim. DIGA QUE ESTÁ MENTINDO!!! – eu estava histérica e minha voz doeu na minha cabeça.


– Bella, calma. Isso não é o fim do mundo. Você bebeu demais e deu um vexame, isso é normal. Todos passam por isso. – ele parecia calmo.


– Tá, e o resto? Você me trouxe pra casa? E essas roupas?


– Eu meio que te obriguei a vir. Depois você tomou um banho gelado e como eu não sabia onde estavam suas coisas, peguei umas roupas minhas mesmo.


– Ah, só isso, né? Não aconteceu mais nada? Ok, está tudo bem. É, não é o fim do mundo. – disse isso mais pra mim mesma.


– Não, não aconteceu mais nada. – falou – E não, não é o fim do mundo. – ele parecia pensativo – Quer um remédio pra dor de cabeça? Você deve estar com enxaqueca.


– Eu quero. Parece que minha cabeça vai explodir. – falei me sentando na mesa.


Ele foi até uma caixa em cima da geladeira e pegou um comprimido. Encheu um copo de água e me deu.


– Tome. Daqui a pouco faz efeito.


– Obrigada.


Tomei o remédio e então ele se pronunciou.


– Olha, vou sair hoje. Se passar mal me ligue.


Estranhei sua preocupação. Ele estava completamente diferente. O fato de ele me deixar sozinha, deixou-me triste.


– Vou com você. – eu estava agindo por impulso, sem pensar.


– Por quê? – ele não parecia com raiva, apenas curioso.


– Porque eu sou sua esposa. – dei um sorriso zombeteiro.


– Isso te dá o direito de me seguir, quer dizer, me acompanhar, a todos os lugares? – ele riu. Estava muito bem humorado.


– Acho que sim. De qualquer forma não quero ficar em casa. E isso me faz lembrar, onde está meu carro? – me alarmei


– Não se preocupe. Antes de ir embora peguei sua bolsa com as chaves. Depois você pega lá no estacionamento da boate.


– Ah, que bom. Obrigada de novo. Sabe, você não precisava fazer isso.


– Mas eu sou seu marido. Assim como você tem o direito de me seguir, eu tenho o dever de te ajudar quando você está bêbada. – ele sorriu.


Retribuí o sorriso.


– Então vai me deixar te seguir?


– Vá trocar de roupa. Só te levo porque sei que você vai achar a maior chatice.


– Onde vamos? – perguntei um pouco mais animada.


– Surpresa. – ele deu uma risada maléfica.


Olhei desconfiada pra ele por um momento, e então dei de ombros.


– Só vou trocar de roupa e tomar um café.



[...]



Depois de pronta e arrumada, saí com ele. Estava ansiosa, queria saber onde ele ia me levar. Por que eu fazia tanta questão de ir junto? Eu estava estranhando a mim mesma. Ignorei esse fato e ele foi dirigindo. Quando parou eu estaquei. O que Edward Cullen ia fazer ali? Bom, talvez ele fosse em algum lugar perto. Saímos do carro em silêncio, mas assim que vi que estávamos mesmo indo para o abrigo de crianças órfãs, falei:


– O que estamos fazendo aqui? – eu estava muito confusa


– Algo de bom pra alguém, caridade, bondade, chame como quiser. Mas você quis vir. Vai ter que aguentar “essas crianças remelentas”. – disse um pouco amargurado e fazendo voz de nojo.


– Olha aqui... – parei assim que vi Bernadeth, uma senhora idosa que trabalhava lá, conversando com Edward.


– E então querido? Como vai? Ei tem alguém aí atrás de você? Quem é?


Saí de trás de Edward e falei com ela.


– Oi, Bernadeth. Tudo bem? – disse um pouco tímida.


– Bella? O que você está fazendo aqui? E com Edward? – ela estava confusa, eu não estava diferente.


– Vocês se conhecem? – Edward parecia espantado.


– Bella vem visitar as crianças desde os 16 anos. Ela vem aqui com muita frequência. Há umas três semanas ela veio. Mas me expliquem, por favor, não estou entendendo nada.


– Bella é minha, hum, esposa. – Edward disse meio confuso e apreensivo, olhava para mim.


E então Bernadeth começou a rir. Rir não, gargalhar.


– Então a patricinha fútil com quem você ia ser obrigado a se casar é a Bella? Isso é algum tipo de piada? – ela continuava rindo.


Fiquei chateada com Edward, era assim que ele falava de mim para os outros? Olhei pra ele. Parecia meio confuso com a reação de Bernadeth.


– Você está bem? Por que está rindo? Fale alguma coisa. – ele disse.


– Quer que eu fale alguma coisa, pois eu digo – ela tinha parado um pouco de rir – você não sabe, ou pelo menos não sabia, quem é Bella. Não tem nada a ver com a garota que você me descreveu aquele dia. Acho que deviam deixa vocês se conhecerem mais antes de se casarem. – ela estava meio ofegante por causa da risada.


Olhei para Edward, a expressão dele dizia tanta coisa que não entendi nada. Mas estar naquele ambiente me lembrou de algo. Anthony, um menino lindo, estivera doente no dia em que estive aqui.


– Bernadeth, esquecendo um pouco essa confusão. Já que estou aqui, posso ir ver as crianças? E o Anthony? Melhorou? – perguntei preocupada.


– Sim, sim, ele melhorou.Inclusive perguntou sobre você semana passada. Vou te levar pra ver eles. Estão vendo um desenho agora. Edward venha também.


Ele a seguiu, ainda confuso. Chegamos lá e todas as crianças olharam para porta e deram um sorriso ao me ver, fiz o mesmo. Não era estranho, pois eu sempre ia lá, brincava com eles e dava presentes. Apenas nas últimas semanas não pude fazer isso.


– Tia Bella! – disseram em coro. Era sempre isso quando eu ia lá, tia, tia e tia. Mas até que eu gostava.


– Oi gente!! – falei com um sorriso maior que minha cara – Vocês têm se comportado? Estou tão feliz em ver vocês. Olha, esse aqui é o tio Edward, deem olá para ele.


– A gente já conhece ele Bella. Ele vem aqui também, igual você. – falou Anthony de um canto. Sorri pra Edward.


As crianças estavam o abraçando e ele sorria. Fui em direção à Thony.


– E você, hein, seu danadinho? Aquele dia que eu vim você estava doentinho. Mas agora está melhor né? – eu conseguia deixar de sorrir. Vê-los me deixava muito bem.


– Tô bem tia, estava com saudade de você. Semana passada eu fiquei muito triste. Um moço e uma moça levaram a Anne embora. – falou meio triste. Anne era uma amiguinha dele. Abracei-o. Era difícil ver uma criança tão boa como ele, triste.


– Olha, - comecei falando em seu ouvido – pensa assim, agora ela tá muito feliz, com uma família muito legal cuidando dela. E você sempre vai estar no coraçãozinho dela, assim como ela está no seu. – sorri.


– Eu sei, mas sinto falta dela. Quem vai brincar comigo? Quem vai assistir desenho comigo? – uma lágrima escorreu por sua face.


– Não fica triste não. Algum dia vocês ainda vão se encontrar, tá? Por enquanto é só não esquecer dela, e ela também não te esquece. – era muito triste ver uma criança chorando. Mas eu sabia o que ele passava. – Por mais longe que vocês estejam , por mais que vocês não brinquem todo dia, ela não nunca vai deixar de ser sua amiga. E você nunca vai deixar de ser amigo dela. Quando duas pessoas são muito amigas, assim como vocês dois, não há distância que separe. Você pode não estar perto dela, mas ainda existe um laço de amizade. É só você ter fé, que quando menos esperar, o destino coloca ela no seu caminho de novo.


– Você acha que isso vai acontecer? – perguntou um pouco mais animado.


– Claro. Eu sei que vai. Sinto que vai. Pode demorar, pode ser rápido, mas é só você acreditar.


– Obrigada, tia Bella. Você é a melhor! – disse me abraçando. Retribuí.


– Que isso Thony, você está exagerando. – falei com a voz embargada. Eu estava chorando.


– Tia, porque você tá chorando? Você tá triste? – ele parecia preocupado. Enxuguei as lágrimas e sorri.


– Não Thony. Eu estou chorando de felicidade. Quando a gente tá muito feliz, chora também.


– Ah, se é assim pode chorar. Se for pra chorar de felicidade, pode chorar um montão. – ele abriu um sorriso pra mim.


– Olha, vou ali falar com a tia Bernadeth e depois volto pra gente brincar tá? – disse me levantando.


Fui atrás de Bernadeth, mas então percebi Edward me observando de um canto. Fui até ele.


– Escutei sua conversa com o Thony. Ele é um bom menino. Foi muito bonito o que você disse pra ele.


– É, Thony estava muito triste porque a Anne foi embora. Eles eram muito amigos. Mas acho que ele está melhor. – sorri.


– Você tem jeito com crianças. Todas aqui parecem gostar muito de você.


– É, também gosto muito deles. Eu costumava vir toda semana. Mas nessas últimas sua irmã me fez de Barbie. – falei um pouco irritada. Ele riu.


– Alice não é fácil, mas é uma boa pessoa. Quando ela foi fazer faculdade na Inglaterra senti muito a sua falta. Imagino que ela tenha comentado isso com você.


– Sim, ela me disse. Oxford, não?


– Isso. Ela sempre foi obcecada por arquitetura. E quis fazer lá. Alice é assim.


– Durante as poucas semanas em que convivi com ela percebi seu jeito meio exótico. – ri.


– Agora, Bella, quero te perguntar uma coisa, porque você vem aqui? – ele estava de novo com aquela expressão confusa.


– E você? Por que vem? – respondi- o com outra pergunta.


– Só respondo se você responder.


– Depois conversamos. Quero aproveitar o dia com as crianças. – dei um sorriso.


– Sou obrigado a concordar com você.



[...]


Eu e Edward passamos o dia inteiro brincando com as crianças. Ele era tão brincalhão e carinhoso com elas, as vezes eu sentava num canto e apenas o observava. As vezes também percebia seu olhar em mim, quando brincávamos com as crianças. Bernadeth me pegou olhando pra ele com um sorriso idiota no rosto,mas ela nada disse. Eu ainda não me lembrava de nada da noite anterior, mas o fato de Edward ter me ajudado enquanto eu estava bêbada, me deixou muito feliz. E isso estava me assustando. Me sentia tão feliz ali, com ele, brincando com as crianças, que poderia explodir. Não era saudável. Mas ele estava tão diferente daquele Edward playboy que se acha.


Fomos andando até o carro, conversando sobre o dia.


– Hoje foi bem legal!Há tempos eu não me divertia assim!! – falei.


– Digo o mesmo. – ele me deu um sorriso.


Entramos no carro e ele me perguntou o que eu esperava que ele me perguntasse.


– E então, não vai me contar porque vem aqui?


– Hum, me sinto bem. Quando eu tinha 16 anos, passei aqui em frente numa de minhas aulas de direção. As crianças estavam brincando no pátio, e era uma atmosfera completamente diferente da que eu estava acostumada. Depois voltei. Bernadeth me apresentou as crianças, então passei a visitá-las com frequência. É só.


– Você nunca me disse que era uma pessoa que se importava tanto com os outros. – esboçou um sorriso de lado


– Você nunca perguntou. – dei de ombros.


– Tem razão.


– E você? Também nunca me contou que se importa com os outros. Afinal, porque você vem aqui?


– Ah, eu gosto. As crianças são legais e eu sei o que elas estão passando. – respirou fundo – Eu sou adotado. – olhou de esguelha pra mim, mas eu estava tão chocada que não pude dizer nada por um momento. – Estou vendo que você está surpresa. Bem, pra mim não é fácil falar sobre isso. – direcionou o olhar pra baixo.


– Edward, eu nem sei o que dizer. – as coisas começaram a se encaixar. Ele me dizendo que eu sempre tivera uma família linda e perfeita.


– Não precisa dizer nada. – a voz dele estava meio estranha – É só que eu precisava falar sobre isso com alguém. Eu quase nunca digo nada sobre esse assunto, é difícil. Poucos sabem disso. –só então percebi que haviam lágrimas em seus olhos. Queria ajudá-lo, mas a curiosidade foi mais forte.


– Por que resolveu me contar? – perguntei


– Você acharia uma piada se eu dissesse que me sinto a vontade com você? – me olhou e vi seus olhos vermelhos.


– Depois de hoje? Sinceramente, se for uma piada não tem a mínima graça.


– Não é uma piada. – sorriu em meio as lágrimas.


– Ah, Edward... – eu queria poder fazer algo. Sem saber como agir, apenas o abracei. Ele retribuiu me abraçando muito apertado. As lágrimas rolavam, e eu podia escutar seus soluços. Me sentia tão bem perto dele. A nossa discussão inicial estava esquecida.


– Minha mãe se chamava Elizabeth. Ela era mãe solteira. Certa vez me deixou em casa apenas para ir ao supermercado, e depois apareceram uns homens, me disseram que minha mãe tinha sido atropelada. E aí vim parar aqui. Eu tinha 7 anos quando isso aconteceu. Um pouco mais novo que Anthony. – ele ainda chorava, e estava mais audível.


Sem saber o que fazer acariciei seus cabelos em uma tentativa de acalmá-lo.


– Ela está num lugar melhor agora. Você não gosta de ter Esme e Carlisle como seus pais?


– Sim, Esme é minha mãe, desde o primeiro dia ela me tratou como filho e Carlisle não foi diferente. São duas pessoas maravilhosas. – senti culpa por ter achado que Esme era falsa. O jeito como ele falava dela, ela devia mesmo ser uma boa mãe.


Ficamos ali, abraçados, eu passando a mão no cabelo dele, ele chorando, por um tempo indeterminado. Depois ele se afastou de mim com um suspiro. Limpou qualquer vestígio de lágrimas dos olhos e sorriu.


– Obrigada por me ouvir. Você deve tá me achando um ridículo por chorar desse jeito na sua frente né? – falou meio sem graça.


– Claro que não. Isso só mostra que você tem sentimentos, como qualquer outra pessoa. – sorri.


– Você é diferente do que eu pensava, Bella. – sorriu também.


– Você também é diferente do que eu pensava, Edward.


– Acho melhor nós irmos.


Fomos pra casa e eu dormi no quartinho. Fiquei pensando no dia com Edward e as crianças até o sono me pegar.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Edward é adotado, pois é. Comentem muito. Você não sabem o quanto eu fico feliz, sério. Hoje eu estava tão alegre que minha colega disse que eu precisava me tratar, kkkk. Enfim, comentem, comentem, comentem. Beijos e até o próximo.