Eu Te Odeio Vs. Eu Te Amo escrita por maria


Capítulo 4
Discussão e lembranças


Notas iniciais do capítulo

Olá!!Demorei muito, mas não me abandonem. Lá embaixo eu explico porque não postei. Boa Leitura, nesse capítulo vocês vão entender um dos motivos porque ela odeia ser filha de quem é.



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Encarei-o com ódio no olhar.

- Quem você pensa que é pra falar comigo desse jeito? Você nem me conhece. Não tem o direito de se meter na minha vida e muito menos ficar dando palpite. Você é só um playboy ridículo com quem eu vou ter de conviver, infelizmente.

- Pelo jeito eu estou certo. Reagiu defensivamente, então é porque estava com as amiginhas, né? – falou com um sorriso torto, que, ao mesmo tempo que era cínico, era deslumbrante.

- Garoto, você nem me conhece pra falar desse jeito de mim. E não, eu não estava com as minhas “amiginhas” – fiz aspas com as mãos – se você me conhecesse de verdade saberia disso.

- Então estava numa boate? Com seu amante? Porque eu tenho certeza que você não estava na igreja rezando.

- Tá achando que eu sou como você? Apesar de revoltada com a minha atual condição de sua esposa, eu não iria a uma boate. Muito menos teria um amante. Isso é ridículo. VOCÊ é ridículo.

- Então estava mesmo na igreja? Nossa,não é que a patricinha consegue se fingir de santa.

Parei e respirei fundo. Se não me acalmasse poderia fazer alguma besteira. Tipo, matar ele com as minhas próprias mãos. Não era uma ideia tão ruim, mas eu provavelmente iria presa. O que também não era tão ruim. Mas eu precisava me acalmar. Só quatro meses, só quatro meses, pensei como se fosse um mantra.

- Escuta aqui – falei apontando o dedo pra cara dele – você não me conhece e não tem o direito de me julgar. E, ao contrário do que você pensa, eu não estou feliz em estar sendo forçada a conviver com você. Então, porque, ao invés de ficar me dizendo coisas absurdas, você não procura coisa melhor pra fazer, alguma coisa de útil, já isso você nunca deve ter feito na vida.

Ele me olhou com uma expressão que ia além do ódio. Parecia ira. Me afastei um passo, com medo do que ele poderia fazer. E então, ele explodiu.

- Quem VOCÊ pensa que é pra falar comigo desse jeito? Você não é ninguém garota. Sempre teve tudo na mão. Sempre teve uma família linda e perfeita. Está acostumada com que todos te obedeçam, só porque é filha de Charlie Swan. Fico realmente com raiva, só de saber que estou preso a você. Mas é só isso que você é Bella. É só isso que você sempre vai ser. A filha de Charlie Swan. E isso não te dá o direito de falar assim comigo, e muito menos o direito que todos te obedeçam.

Paralisei. Minha vontade era esquartejar a criatura repugnante na minha frente. Mas eu não conseguia. Não podia. As palavras dele me machucaram mais do que se ele tivesse me apunhalado pelas costas com uma faca afiada. E eu conhecia muito bem essa sensação. Jacob havia me dito praticamente a mesma coisa quando se mudou pra Miami com aquela vadia da Victoria.

Saí correndo da sala sem me importar com a reação dele. Procurei por um banheiro e me tranquei lá dentro.

Encostei a cabeça e fui deslizando até ficar ajoelhada com as costas viradas pra porta. E, com lágrimas terríveis escorrendo, me lembrei daquele dia.

-  Flashback on  -

Nós estávamos no apartamento dele, queríamos um pouco de privacidade. Até que, no meio de um beijo, seu celular tocou. Ele olhou no identificador de chamadas e se levantou.

- Tenho que atender, só um instante.

Ele foi pra sala e eu fiquei deitada em sua cama tentando normalizar a respiração.

Jake andava muito estranho nos últimos dias. Era frio comigo e ele nunca tinha tempo pra mim. Enquanto eu pensava Jake entrou no quarto com uma expressão preocupada.

- Quem era,amor?

- Bella, a gente precisa conversar.

- Hum, tem que ser agora? Não dava pra gente continuar de onde parou? – sorri safada.

- Não, Bella. – falou com a voz dura – Tem que ser agora.

- Tudo bem, então.

- Bella, lembra aquela semana que eu fui pra Miami visitar meus pais?

- Lembro.

- Então. Quando eu estava lá, bem, eu, hum, descobri muitas coisas sobre a vida, sobre mim.

- Onde está querendo chegar, Jacob? – eu estava começando a ficar preocupada. Seu tom de voz me dava arrepios.

- Bella, eu acho melhor a gente se separar.

- O QUÊ? Você está louco? Você bebeu? Como assim se separar? A gente está tão bem. O que fiz? Foi alguma coisa que eu fiz? Foi? Porque se foi, me deculpa Jake, eu te amo. Você não pode me abandonar, a gente dá tão certo. Porque, Jake? Porquê?

- Bella, acalme-se. Você não fez nada. É só que eu não aguento mais. Eu não fui pra Miami ver meus pais. Eu fui pra Miami porque precisava pensar, pensar sobre a gente, sobre tudo. E sabe o que me motivou a fazer isso? Uma foto nossa na capa de uma revista de fofoca. “O namorado da filha de Charlie Swan”. Bella eu não quero ser o namorado da filha de Charlie Swan. Quero ser seu namorado. Ou melhor, queria. Em Miami eu conheci uma garota. Ela me mostrou mais da vida, e é isso que eu quero, ficar com ela e viver intensamente.  Não é que eu não goste de você, mas a gente já deu né? E eu não estou disposto a ser o  namorado da filha de Charlie Swan.

- É por isso Jake? – falei chorando – Por causa do meu pai? O que você quer que eu faça? Saia da casa do meu pai? Onde eu vou trabalhar? Como vou pagar a faculdade?Você sabe muito bem porque eu ainda não saí de lá.

- Bella, eu não estou te pedindo pra você sair da casa do seu pai. Eu estou terminando com você. Quero ficar com Victoria. Quero ser livre e não o namorado da filha de Charlie Swan. Quantas vezes terei que repetir isso?

- Jake, essa vadia fez sua cabeça, não é bem assim, depois que eu terminar a faculdade, a gente pode viajar o mundo inteiro, o que você acha? Conhecer váios lugares e pessoas. Esquecer do meu pai e desse maldito dinheiro dele.

- Com que dinheiro a gente faria isso Bella? Eu respondo: com o dinheiro do seu pai. Bella, eu não quero ficar preso a você. Eu nem sei quem é você. Quem é Bella? Acho que nem você sabe. Você é só a filha de Charlie Swan. Você nunca vai conseguir ser mais nada. Tudo na sua vida gira em torno disso. Mesmo que você consiga sair de casa, arrumar um emprego. Coloca isso na sua cabeça: VOCÊ É E SEMPRE VAI SER SÓ A FILHA DE CHARLIE SWAN!!

Nesse ponto eu já chorava feito um bebê. Como ele podia dizer aquilo pra mim, ele, que sabia do que eu já havia passado.

- Quer saber Jake? Seja muito feliz com essa tal de Victoria. Vá aproveitar a sua liberdade e sua identidade. Parece que é isso que eu estou tirando de você né? Então tá. Ela mora em Miami? Vai pra Miami. E quanto a mim, garanto que você NUNCA mais vai me ver. Pode comemorar. Adeus Jacob.

Saí de lá com o coração apertado. Jacob era tudo que eu tinha. Até o que eu não tinha.

   - Flashback off –

Depois daquilo nunca mais vi o Jacob, mas já me peguei diversas vezes imaginando ele voltar, dizer que era tudo mentira, que ele me amava e que queria ficar comigo pra todo o sempre. Dois anos depois que eu finalmente o superei. Mas foi difícil. Quando ele se mudou pra Miami, eu entrei em depressão profunda. Tive que, várias vezes, resistir ao impulso de me cortar para honrar a promessa que fiz a mim mesma. Só saia de casa pra ir a faculdade, e ninguém falava comigo. Parecia um zumbi. Só comia uma vez por dia, que era na hora do jantar, quando meu pai estava em casa e me obrigava.

Agora, ouvir Edward Cullen pronunciar praticamente as mesmas palavras de Jacob, me fez sentir uma dor tão grande, que era impossível de explicar. Parecia que eu estava sendo rasgada ao meio. E era frustrante saber disso, porque quando Jacob me abandonou, eu não sentia essa dor. Eu estava entorpecida. Dizem, que quando uma dor é demasiada para se suportar, produz anestesia própria. Se é verdade ou não, eu não posso dizer, mas, enquanto remoia o passado e o comparava com o presente, afundei lentamente na inconciência, caindo no sono no chão do banheiro.


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Notas finais do capítulo

Agora eu tenho que me explicar. Eu estava começando a escrever o capítulo, mas, surpresa, fui arrastada pra uma cidade que nem é digna de ser chamada de cidade. Casa da vovó. Até aí tudo bem né? NÃO. Lá parece a casa da mãe Joana, entra e saí gente toda hora, você nunca consegue um momento de paz. A criatividade foi pra China e demorou pra voltar. Pior: eu fiquei doente. O fim de mundo também é frio, pois é, frio em janeiro no Brasil. Eu mereço. Então, quando eu voltei, ainda estava debilitada, o que me impossibilitava de escrever. Aí, ontem eu estava finalizando o capítulo e TCHARAM: NYAH EM MANUTENÇÃO. Por isso eu só postei hoje. Enfim, o que acharam? Comentem, porque sem comentários, fica sem sentido escrever. Beijos e vou tentar não demorar com o próximo.