Corri para a estufa, porém não havia sinal de Cedrico e da Professora Sprout lá dentro. Resolvi então ir atrás de Harry e Ron, contar-lhes o que havia acontecido já que, provavelmente, meu namorado estava em sua Sala Comunal.

Subi os degraus de dois em dois até chegar no quadro da Mulher Gorda. Sem fôlego, abri a boca para dizer a senha, mas Harry apareceu correndo em minha direção.

– Hermione! Hermione, espera! – quando ele me alcançou também estava sem fôlego – Vamos.. entrar.. preciso falar com... você e o.. Ron.

– Ótimo, também preciso falar com vocês – disse quando entramos na Sala Comunal.

Não precisamos procurar muito, Ron estava sentado na frente da janela, no fundo da sala, olhando alguma coisa pela janela.

– Ron! – Harry gritou enquanto corríamos para o ruivo, que deu um pulo de susto.

– Mas que droga, Harry! – Ron disse, sem ter se recuperado do susto.

Quando alcançamos Ron, estávamos quase chorando de tanto rir.

– Por Merlin, parem de rir! – Ron protestou irritado – Andem logo, o que querem falar?

– Ah é – Harry disse, como se tivesse esquecido o motivo de estar ali – Hermione, você disse que tem uma coisa pra falar também?

– É tenho – engoli em seco – mas acho que é melhor você falar primeiro.

– Tudo bem – Harry disse, olhando ao redor para ver se tinha alguém por perto, mas a sala estava vazia – Dumbledore me chamou a sua sala para me contar mais coisas sobre o Torneio e acabei vendo uma coisa que... bom, eu não deveria ter visto – ele parou de falar e estudou nossos rostos por um momento antes de respirar fundo e continuar – Era uma lembrança, não entendi bem como funciona, mas era uma lembrança de Dumbledore, na época em que Voldemort caiu. Era um tribunal, onde Karkaroff, um dos comensais presos em Askaban, dava vários nomes ao Ministro, de comensais disfarçados. E um dos nomes que ele disse era Bartolomeu Crouch Junior.

Eu e Ron estávamos de queixo caído.

– E o pior não é isso, quando ele disse seu nome, Bartô Jr tentou fugir, mas os bruxos presentes impediram-no. E o colocaram de frente ao seu pai, o ministro, ele começou a piscar e colocar a língua pra fora, como se fosse um tique nervoso – lembrei-me que Moody começou fazer a mesma coisa aquela tarde, será que era uma doença? – aí o levaram à Askaban.

– Ual – foi tudo que consegui pronunciar, estava pensando em mil coisas.

Não pode ser uma doença, se fosse Bartô teria aquele mesmo remédio de Moody certo? Aquele remédio que eu conhecia o cheiro... cheiro de podridão, que por algum motivo me lembrava o banheiro feminino, e as poucas vezes que em eu estivera naquele lugar fora no meu segundo ano...

Eu não sabia o que fazer, o que pensar. Então só tinha um lugar em que eu poderia ir.

– Vou à biblioteca – anunciei, me levantando.

– Espera, você não ia nos contar uma coisa? – perguntou Harry, segurando meu pulso.

– Sim, mas preciso conferir uma coisa antes – disse, soltando-me de seu aperto – Não me esperem acordados.

Saí na sala no exato momento que Lilá entrava. Praticamente corri até a biblioteca. Entrei na biblioteca e fui direto a seção de doenças mágicas, se aquilo fosse uma doença com toda certeza estaria ali.

Depois teria que passar na seção reservada procurar uma coisa que deixara ali há dois anos: seu diário do primeiro e segundo ano em Hogwarts.

Dependendo do resultado da minha primeira pesquisa, eu tinha uma leve suspeita do que era o ‘remédio’ que Moody vivia tomando.