Scritto Nelle Stelle escrita por Karla Vieira


Capítulo 14
Desequilibrada


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, amores. Mesmo com o número de reviews inferior a cinco, com gente sumida, eu vim trazer um novo capítulo, esperando que vocês apareçam já que é um capítulo com ação e tal. Demorei porque esperei aparecerem, e também porque não estava conseguindo escrever. Então, é isso. Espero que gostem.



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Mahara Carter POV

Acordei durante a noite completamente desperta. Meu instinto dizia que alguma coisa estava errada – fui acordada com um barulho. Fiquei atenta, e o barulho se repetiu; definitivamente era alguém andando, quebrando um galho. A fogueira ainda estava acesa, iluminando fracamente o lado de fora e me informando que ainda não era muito tarde. Uma sombra humana cobriu minha barraca, e vi que não se parecia com nenhum dos meninos nem das meninas. Era alguém de fora.

Levantei em silêncio, sem me fazer nenhum movimento brusco, para não mexer a barraca e nem acordar Dan. Tirei uma faca de carne que estava dentro do bolso da minha mochila – bolso do qual estava aberto, mas eu que havia deixado daquela forma. Fiquei esperando em silêncio e acompanhando a sombra da pessoa. Ela ou ele parou diante da porta da barraca e se abaixou. Levantei a faca.

O feixe foi abaixando levemente. Uma mão enluvada abaixou o resto, e encontrei um rosto encapuzado. Não contei até dois e me lancei em cima dele, como uma pantera silenciosa dando o bote. O homem caiu, comigo acima dele, com a faca ainda em mãos. Ele tomou impulso e rolou para cima de mim, e eu tentei golpeá-lo com a faca, mas ele conseguiu prender meu pulso. Ficamos rolando até batermos em uma pedra, e ele grunhiu, saindo de cima de mim. Começou a andar mancando para o lado contrário; eu mirei em sua coxa e lancei a faca. Acertei o alvo, que caiu, gemendo.

– Mahara? – Perguntou uma voz feminina. Virei-me surpresa, pensando que era Eleanor ou Perrie. Mas era Andie.

– Assassino! – Eu simplesmente disse, apontando para o homem que começava a se levantar, tirando a faca de sua coxa. Andie saiu correndo e eu me levantei rapidamente, fazendo o mesmo que ela. Ela se jogou no homem como um quaterback de futebol americano faz, fazendo-o cair. Peguei uma corda que tínhamos usado para um jogo idiota, e levei até ela, ajudando-a a imobilizá-lo. Quando estava bem preso, retiramos seu capuz. Era moreno, com alguns fios grisalhos, e barba rala.

– Quem é você? – Vociferei em tom baixo. O homem nada respondeu. – Não vai falar? Ótimo. Vamos brincar, então. Andie, fique olhando as barracas para ver se ninguém acordou ou vai acordar.

– Sim.

Arrastei o homem até a margem da piscina natural. Peguei-o pelos cabelos e enfiei seu rosto dentro da água, sem me importar se ele havia tomado ar ou não. Ele se debateu, esperneou, mas não conseguiu se livrar de mim, que sentei em cima de suas costas por precaução. Puxei sua cabeça para fora da água.

– Seu nome. – Exigi. Ele nada respondeu. – Tudo bem. Eu tenho a noite toda. Você não tem oxigênio para sempre.

Tornei a submergir sua cabeça.

– Mahara! Ficou louca?! – Disse Andie, baixinho. – Vai matar o homem!

– E ele mataria a todos nós sem pestanejar. Eu não vou matá-lo, Andie, eu o quero vivo! Agora fique olhando as barracas!

Tirei sua cabeça de dentro da água.

– Seu. Nome.

– Bryan. Bryan Adams. – Disse ele. – O que você quer, sua desequilibrada?

– Eu quem faço as perguntas por aqui, Bryan. – Retruquei ríspida. – O que você queria?

– Matar Dan Evans.

Super imprevisível. Eu nem imaginei que era isso.

– Como você pretendia matá-lo?

– Com uma pedra em sua cabeça, e fazer parecer um acidente. Eu ia deixar seu corpo junto ao rio.

Fazia sentido. Continuava audácia tentar realizá-lo aqui, com várias pessoas podendo vê-lo fazer.

– Para quem você trabalha?

Ele não respondeu. Ficou olhando para algum ponto na escuridão e não me respondeu.

– Ok...

Empurrei sua cabeça para dentro da água e observei-o espernear, bem calma e tranquila. Tirei uma de minhas mãos de sua cabeça e olhei minhas unhas. Estavam nicadas por causa daquele psicopata de quinta categoria. Suspirei. Tirei sua cabeça de dentro da água.

– Para quem você trabalha? – Perguntei tranquila e suavemente. – Sabe, se você colaborar você pode pegar uma pena menor na prisão. Livrar-se dela é que você não vai, é claro. Então... Para quem você trabalha?

– Mark Johnson.

– Por que ele queria matar Dan?

– Eu não sei. Eu fui contratado apenas para matá-lo, não para saber os motivos, sua vaca!

Empurrei sua cabeça para dentro da água novamente. Depois de um curto espaço de tempo, puxei-a para fora novamente. Esse jogo era divertido, mas uma hora cansa.

– Olha o respeito, homem. E mentir é feio, também.

– Eu não estou mentindo!

– Ok, ok... E onde podemos encontrar o Johnson?

– Johnson’s Enterprise. É uma empresa falsa.

– Era de se imaginar. Bom... Acho que se houver alguma informação a mais, meus amigos irão tirá-la de você. Vamos ver onde eu vou colocá-lo...

Olhei para a floresta – era minha única alternativa.

– Andie, pegue um pedaço de pano e me ajude aqui. Depois mande uma mensagem para Jones, Collins ou até Major Walker informando sobre o ocorrido e dando o nome que conseguimos. Precisamos tirá-lo daqui até o amanhecer, de preferência. Que horas são?

– Uma e vinte. – Respondeu. Assenti em concordância e sinalizei para que ela viesse me ajudar.

Ela o fez e me ajudou a arrastá-lo para a floresta. Depois de uns dez metros floresta adentro, amarramos o homem em uma árvore e amordaçamos sua boca. O ponto que escolhemos ficava bem escondido atrás de altos arbustos e os meninos não poderiam encontrá-lo facilmente. Andie pegou o celular e enviou uma mensagem para Jones, aproveitando que o sinal ali estava bom – surpreendentemente – e voltamos para o acampamento. Limpei o barro e as folhas das minhas roupas e entrei novamente na barraca, deitando-me ao lado de Dan.

– Onde você tinha ido? – Perguntou Dan, com voz sonolenta, virando-se para mim e me olhando com seus olhos castanhos. Lindos olhos, por sinal.

– Tomar água. Não se preocupe.

– Ah... Tá.

– Boa noite, grandão.

– Boa noite, pequena.

Sorri e o vi fechar os olhos. Cinco minutos depois, ele estava dormindo tranquilamente. Já eu, tranquilidade não possuía. Fiquei acordada por horas até que finalmente adormeci.

Dan Evans POV

Três dias depois.

Tudo estava como sempre; como se Mahara e eu jamais tivéssemos nos beijado. Agíamos como se nada houvesse acontecido. Ninguém jamais desconfiaria.

O único problema é que eu lembrava.

Lembrava da sensação que eu senti ao beijá-la. Era como se estivesse tudo maravilhosamente certo – e não estava. Os lábios dela eram macios e tinha um gosto parecido com morango e menta.

E não conseguia esquecer.

Era errado eu ficar pensando nisso, assim como era errado eu tê-la beijado. Havia perdido a razão, saído de mim, e sucumbido a um desejo... Um negócio que me corroeu por dentro. Eu sequer consigo definir o que era aquilo, mas só consigo dizer que definitivamente não é algo passageiro, mas é algo que me confunde, como se eu já não possuísse confusão o suficiente na minha mente. Eu ainda vinha sendo perseguido pelos meus pesadelos – e às vezes, eu sequer necessitava dormir para tê-los – com aquela noite; pela dúvida se eu devia procurar a polícia e contar-lhes tudo o que eu sabia. Deveria eu atender a um dos últimos pedidos de Susan? Seria de fato perigoso mantê-los comigo? Afinal, um bom tempo se passou e nada aconteceu comigo. Fora a tentativa de atropelamento, da qual Mahara me salvou.

Mahara...

Eu não consigo fugir dela. Quer dizer, eu não consigo fugir dos meus pensamentos relacionados a ela. Me pego devaneando sobre nossos momentos juntos, e momentos que poderíamos ter juntos, como um casal. Casal?! Eu estou ficando louco, por acaso?! Ela é somente minha melhor amiga, somente isso! Nada mais!

Somos apenas amigos... É assim que se começa!” a voz de John disse em minha cabeça. Não só ele, mas todos os meninos diziam que eu estava apaixonado por ela. Jack afirmava que quando eu a via, ouvia falar dela, meus olhos brilhavam como nunca brilharam quando falavam de Danielle. Luke dizia que eu ficava parecendo um bobo perto de Mahara, com um sorriso meio babão. Sean afirmava com toda a certeza do mundo que até um cego conseguiria ver que eu estou apaixonado por ela. E quando John queria ser mais romântico e não apenas dizer que eu estava louco por ela, tinha tesão ou algo do gênero, ele dizia que parecia que eu havia encontrado uma luz nela, algo capaz de me iluminar, de me fazer mudar de humor só em ouvir a voz dela. Ele dizia que parecia algo sobrenatural.

E eu negava com todas as minhas forças, é claro. Afinal, eu realmente não estou apaixonado por ela. Não mesmo.

Meu telefone tocou, tirando-me dos meus pensamentos. Atendi-o sem olhar o nome na tela.

– Alô?

– Grandão? – A voz melodiosa de Mahara chegou aos meus ouvidos, cantarolando o apelido que ela me dera. – Espero que você esteja pronto para sair comigo daqui a quinze minutos.

– Eu estou bem, pequena, obrigado por perguntar. – Eu disse, irônico. Sabia que Mahara reviraria os olhos do outro lado da linha. – Onde vamos?

– Ao lugar que eu disse que te levaria para conhecer pessoas como eu. Lembra?

– Lembro. Você quer que eu te busque?

– Não precisa. Estou perto do seu apartamento, e espero mesmo que estejas pronto daqui a quinze minutos, quando eu chegar aí. Caso contrário...

– O quê? Vai me bater com essa sua força fenomenal de anã?

– Não duvide de mim, gigante, você sabe que posso surpreendê-lo com meus poderes de anã.

– Ah, sim, claro. Ficarei esperando para vê-los. – Disse ainda irônico e meio risonho, ouvindo-a bufar do outro lado.

– Tá bom, senhor Bonzão e Gostosão, você foi avisado. Esteja pronto. Tchau!

– Tchau!

E ela desligou. Sorrindo, fui me arrumar, curioso para ver onde ela me levaria, e surpreendentemente nervoso por ela estar vindo. Droga, Dan, o que diabos está acontecendo com você?



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Notas finais do capítulo

Por favor, me digam o que estão achando da história, caso contrário desanimo. Ok?