Going Back In Time Party escrita por Rennan Oliveira


Capítulo 4
Em Meio A Fotos




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Sam Evans já tinha chegado a Lima há algumas horas, portanto, já passara por todo o processo de nostalgia pelo qual seus demais amigos e colegas também passaram. Não tinha casa para ficar, mas até que tinha algumas opções. O problema era que a maioria delas só se tornariam possíveis por obra do destino. Por exemplo, sabia que Puck o receberia como um verdadeiro amigo se ele pedisse para se hospedar em sua casa durante esses dias, até a Going Back In Time Party, mas e se Puck não estivesse em Lima? E se não estivesse pensando jamais em voltar? E se, na pior das hipóteses, ele não tivesse recebido a mesma carta que ele recebeu?

Ainda assim, havia outras pessoas para ele contar. Não que também não houvesse certos problemas com elas.

Por exemplo, Mercedes foi a primeira pessoa que surgiu à sua cabeça ao pensar em opções que não fossem Puck. Eles tiveram um romance outrora, já foram mais próximos do que se podia imaginar – talvez ninguém do Glee Club, e isso para não dizer do McKinley High, soubesse até onde o romance deles tinha ido. E talvez por saber de tudo isso que Sam encarasse a hipótese de voltar a ver Mercedes com essa proximidade como uma ideia que não fosse boa. Eles teriam que repassar por toda aquela arte da conquista e, se ela não desse certo, teriam que ignorar todos os momentos pelos quais passaram juntos. Se Mercedes quisesse lembrar-se deles com carinho, Sam não sabia se aguentaria. Foram sentimentos muito fortes para serem recordados como nada de mais.

Do Glee Club, outra pessoa que Sam considerou foi Quinn Fabray. E esse era mais um caso bastante complicado.

Sam não pensara em Quinn em nenhum momento desde que largara sua vida de estudante para se aventurar em outros rumos, que envolviam não só sua vontade de se tornar um cantor famoso como a de se tornar um rockstar – no final, tudo o que ele conseguiu foi se tornar um excelente cantor de bar e não devia ter mais do que dez ou quinze fãs. Mas agora que voltava a pensar na garota, algo palpitava em seu peito com uma frequência diferente. Chegava a incomodar de tão intenso, mas ele não sabia dizer o que é. Assim que o nome de Quinn surgia em sua mente, ele se dizia que devia afastá-la antes que seus pensamentos se tornassem mais profundos. É melhor assim, era do que tentava se convencer. Mordia seu grande lábio inferior, tenso, e assim seguia.

Uma ótima sugestão de lugar para ficar apareceu enquanto ele caminhava sem rumo por Lima. A princípio, ele e suas duas únicas malas, uma para guardar seu violão, queriam caminhar até encontrar um lugar bom para passar a noite, pelo menos aquela primeira, em Lima. Sam tinha os olhos atentos enquanto caminhava, mas ao mesmo tempo não podia deixar de prestar atenção no que havia mudado na cidade em que passara uma parte de sua juventude. Gostava demais daquele lugar e agora sentia que jamais devia tê-lo deixado. Ali era o seu lar. Ali estava sua história.

Ali estava a escola que frequentara e que fora a mais memorável em toda sua vida.

Sam parou em frente aos portões do McKinley High e segurou-os, observando o interior do lugar. Naquele dia, o colégio estava fechado, e vê-lo vazio, quase que abandonado, causava uma sensação estranha no garoto. Sempre vira aquele lugar abarrotado até o teto, cheio de adolescentes com os hormônios à flor da pele, e como ele tinha saudade de tudo isso!

Em algum lugar por ali – Sam não era muito bom com direções, então não sabia para onde olhar ao ter tal pensamento – estava a sala destinada ao Glee Club. Com o andar da carruagem, era bem provável que, hoje em dia, não houvesse mais qualquer sinal de Glee Club por ali. Aquela não era uma atividade extracurricular muito procurada. As pessoas preferiam esportes e outros grupos que envolviam trabalhos mentais mais intensos, como literatura e xadrez.

Foi durante um desses devaneios que Finn Hudson surgiu ao seu lado. Sam primeiro o ignorou, pensando que fosse apenas um homem qualquer ao seu lado, observando o colégio assim como ele observava. E foi Finn quem se pronunciou primeiro:

- Eu imaginava que fosse encontrar você em qualquer outro lugar, menos nesse aqui. – A voz de Finn soava mais madura, diferente. – Como é que você está, Sam?

Sam virou-se para o lado, encarando o garoto que não o encarava, e percebeu que ele ainda estava vestido em um uniforme verde escuro, do exército.

- Estou muito bem, Finn. E você?

- Estou de volta. Acho que estou ótimo. – Sorriu e finalmente concedeu um olhar a Sam. Pareceu se surpreender com como Sam mudara depois de todos aqueles anos. – Não conseguiu esperar até o dia da festa para visitar o McKinley?

- Não foi bem isso. Na verdade, eu estava só caminhando e, quando menos pude perceber, estava aqui. Não sei como isso aconteceu.

- Minha mãe sempre me disse que, por mais alto que a gente possa voar, sempre voltamos ao lugar de partida. Acho que só comprovamos isso agora, não?

- Mas e você, como veio parar aqui?

- Pedi ao meu colega de trabalho, que me ajudou na fuga do exército, que me deixasse aqui. Queria que fosse esse o primeiro lugar que eu visse quando estivesse de volta. – Finn fez uma pausa em que pareceu saborear as próprias palavras. – Esse lugar é muito importante para mim.

- Também é para mim.

- E por que não deixou suas coisas na sua casa? Parece tudo tão pesado. Ou você está acostumado a caminhar com seu violão nas costas e mais uma mala nas mãos?

- Não tenho onde passar a noite, Finn. Só estava caminhando agora porque pensei que o destino fosse me ajudar a encontrar algum quarto para alugar.

- Pode ficar na minha casa – disse Finn, sem pensar duas vezes. – Quer dizer, vou ficar na casa dos Hummel, mas tenho certeza de que eles vão te receber com felicidade.

- Você acha que seria uma boa ideia?

- Se sua preocupação é com o Kurt, pode ficar tranquilo. Depois de todo esse tempo, o Burt tomou vergonha na cara e resolveu construir quartos diferentes para mim e para o Kurt, para quando decidíssemos passar uma nova temporada por lá. Você pode ficar no meu quarto.

- O Kurt é um bom rapaz, não me preocupo com ele – disse Sam, sorridente. – Eu só não queria significar um problema.

- Não vai significar. Então, vamos?

- Só quero ficar aqui mais um pouco. Se não se importar.

Chegaram no fim da tarde à casa dos Hummel. Sam não se lembrava de já ter estado ali antes, então só teve a dispensar elogios sobre como Burt e Carole tinha construído uma casa linda. Feitas todas as apresentações e depois de todas as explicações necessárias, Finn e Sam desceram para os andares mais baixos, onde ficavam os quartos, para deixar as coisas e organizar o que precisava ser organizado.

Finn abriu a porta e revelou um ambiente pequeno, com paredes cobertas com papel de parede escuros e pôsteres de bandas de rock que faziam muito sucesso há alguns anos. Os móveis eram antigos, mas funcionais, luxos que Sam não tinha desde muito tempo.

Finn disse que ele podia deixar suas malas em cima da cama enquanto organizasse tudo, e assim Sam fez. Abriu os primeiros bolsos e procurou outras vestes para terminar aquele dia. Enquanto fazia isso, desviou a atenção para um mural de fotos posicionado na parede à frente, na altura dos olhos.

Ali havia momentos preciosos fotografados que Sam já não se lembrava mais de ter vivenciado, a maioria das fotos tendo sido tiradas no McKinley. Não havia um membro sequer do extinto Glee Club que não estivesse em uma fotografia pelo menos. Passando os olhos por todas elas, Sam se procurava, tentando lembrar-se do que tinha sentido em todos aqueles dias. Assim, encontrou uma em que estava abraçando Quinn, que sorria lindamente.

Seu coração palpitou daquela maneira estranha mais uma vez. Sam franziu o cenho, perguntando-se novamente o que poderia ser. Fitou o sorriso de Quinn, estático naquela fotografia, e não conseguia parar de observá-la. Havia algo acontecendo do qual ele não tinha conhecimento, algo que o envolvia de certa forma.

- Estou pensando em chamar algumas pessoas para virem até aqui qualquer dia desses – Finn comentou enquanto esvaziava uma mala em um armário. – Ou poderíamos marcar outra coisa em outro lugar.

- Algumas pessoas? Quem? – Sam perguntou.

- Não sei, só os mais próximos, mesmo. Rachel, Puck, Artie. Talvez a Santana.

- Ninguém mais?

- Quinn – Finn respondeu.

- Quinn...? – Sam repetiu num sussurro.

À menção do nome da garota, o garoto estremeceu. Mas o que é isso?, ele tornou a pensar, confuso.

Será que estou...?


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora para postar! Tive problemas GRANDES para resolver esses dias, então não consegui escrever nada de nada. Mas aqui está o capítulo novo! Espero que tenha ficado bom :)



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