Será!? escrita por Mila


Capítulo 15
Uma útlima coisa


Notas iniciais do capítulo

O capítulo ficou curto e eu demorei, foi mal, leitores. Sem justificativa, ok?
Seguindo para o cap...



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Congo era um país lindo, foi o que Mila Dragão pensou quando o avião pousou no país e os inimigos tiraram-a daquela gaiola de pássaros. Deveria estar fazendo uns trinta e cinco graus - um calor insuportável devido a suas roupas pretas; ela estava sendo vigiada por dois Vespers que seguravam seus braços, e tinha uma arma pressionando seu flanco direito, mas ela não pode deixar de amar o país. Ela pensava que nunca mais fosse ver a luz do sol - e sentir o seu calor - e nem sequer ver pessoas comuns de novo; por isso o calor, os Vespers, a arma... eram coisas insignificantes.

Alguns de seus sequestradores discutiam entre si e com alguém do outro lado da linha telefônica.

–Como assim Ian Kabra? Quem estava com a garota Cahill era... - sua voz sumiu. A outra voz gritou palavras que não puderam ser compreendidas por Mila. - Ataque aéreo? - uma pausa. - Onde?

O homem que segurava meu braço direito me forçou a andar.

–Por que parou?

–Porque vocês pararam.

Eles tinham pousado no meio uma plantação. Mila não conseguiu distiguir do que era - cevada, trigo? -, já que conhecimentos agrícolas não era seu ponto forte. Mesmo assim, ela disse:

–Acho que essa planta é venenosa.

–Dendê não é venenoso.

(http://confins.revues.org/7947– plantação de dendê)

Aquilo era dendê, o tempero bahiano? Mila ficou tentada em falar "prazer", mas isso arruinaria seu plano.

A agente Ekat umideceu os lábios. Queria se distanciar o máximo que podia da aeronave para que a volta para dentro dela demorasse ainda mais e desse mais tempo a Amy e Ian. Ah, santa Katherine, onde eles estavam agora?

–Mas dá coceira. - ela deixou passar um pouco de medo em sua voz. Talvez, conseguisse usar seu medo real para amedrontrar eles também. - Amigos meus já tiveram expeciências em campos assim. Muitos insetos venenosos... - ela estremeu de propósito. - Não resistiram.

O homem que segurava seu braço direito, falou, de novo:

–Ela está mentindo. - mas não parecia cem por cento confiante.

–Tenho certeza de que eles utilizam inseticidas.

–Então tem mesmo pragas agrícolas aqui. - falou. - Talvez mortas, mas, com certeza, as plantas já devem estar infectadas. Além do mais, o próprio inseticida é um veneno. É melhor não tocar nas plantas.

–Está com medo, Cahill? - riu uma mulher, um pouco distante de mim. - De uns bichinhos?

Mila tentou engolir sua raiva, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, o homem que segurava seu braço esquerdo falou:

O inseto transmissor do namotóide é o Rhynchophorus Palmarum, praga de dedezeiros, é nociva à saúde porque conduz o nematóide no intistino, traquéias e cavidades do corpo. Medidas de prevenção dessa praga são a única maneira de evitar a doença.

Ele estava lendo no Google sobre pragas dos dendeizeiros usando o 3G.

Sério? Aqueles homens tinham a sequestrado?

–Não seria melhor terminarmos a conversa... para lá? - sugeriu o homem que segurava meu braço direito.

–Não! - gritou a garota. - A Cahill está blefan...

–Calem a boca! - falou o homem que estava ao telefone, agora ele enfiava o celular no bolso da calça e me observava atentamente. - Os amigos dela estão em um jatinho. Estão no caminho para a Base. Ou eles sabem onde é, ou a Ekat está com um rastreador.

O sangue de Mila gelou.

–E o que vamos fazer? - perguntou a mulher aos sussurros para ele. - O que ele disse?

–Outros já foram mandados atrás dos dois Cahill. E quanto a essa... - ele fez um gesto com a cabeça, como se indicasse alguma coisa à alguém.

Ela entendeu.

–Não!

Começou a se debater, tentando se soltar dos dois homens que a seguravam. Pisou no pé de um, mas ele apenas grunhiu. Tentou dar uma cotovelada ao que estava a sua esquerda, mas ele segurou seu cotovelo com a mão forte e com a outra puxou sua cintura para perto dele, a paralisando.

Mila gritou em protesto, de novo.

O homem que estava a sua direita se afastou dela. Mesmo assim continuava presa, não conseguia se soltar do outro Vesper.

Arfou, quando percebeu o que ia acontecer: O homem que estava segurando seu braço direito se afastou somente para ganhar espaço para girar o braço, a mão fechada. Viu o punho dele voar em sua direção e nada mais.

*****

Azul.

O céu ao redor deles era azul. Azul céu.

Eles estavam há horas dentro do avião num voo tranquilo e sem incidentes. Quando Amy acordou de sua cochilada ela olhou para Ian, atrás do manche (Notas da autora: Manche é a direção do avião): Grandes olheiras marcavam sua pele.

Ela se espreguiçou.

–Estamos chegando?

–Mais algumas horas.

Silêncio.

Ian tamborilou os dedos no manche e Amy ajeitou-se melhor no banco para ficar o mais confortável possível, mas não era possível. O silêncio era incômodo.

Eles não tinham o que falar nem queriam dizer alguma coisa.

Os únicos assuntos eram: Mila. Ambos tinham medo de olhar no GPS e ver o que era aparente: o pontinho vermelho parado, abandonado em algum lugar do mundo. Eles sabiam que quando se aproximassem mais da Namíbia, eles teriam que encarar o GPS de novo e, pelo que era evidente, descobrir sozinhos o caminho para a Base Vesper.

O segundo assunto era eles.

Ex-namorado num mesmo avião, sozinhos, entre a vida e a morte. Não, definitivamente aquele não era um assunto agradável. Qual era a relação deles agora? Amizade? Colegas de trabalho? ... Conhecidos? Nenhum dos dois queria sequer pensar sobre isso.

Estavam num pequeno jatinho, no meio do céu azul, sozinhos, com o silêncio entre eles, devorando o conforto lentamente.

*****

Amy Cahill pensara que não poderia haver nada mais perigoso que colocasse sua vida em risco durante o resto da viagem, mas depois que o primeiro avião de guerra apareceu de trás de uma nuvem e veio na direção deles, ela arrependeu-se não esperar por mais nada.

–Ian. - ela arfou.

Ele fitou aquele pequeno avião preto que manchava o céu azul se aproximando deles.

–Legal. - falou, sem húmor.

Então o avião estava a frente deles, voando na direção deles.

–Vamos bater! - gritou a ruiva.

–Não... - murmurou Ian. - Vão atirar em nós. Eles têm um míssel.

–Eles têm um míssel. - repetiu Amy, atordoada. - É claro que eles têm um míssel!

Ian apertou alguns botões e mexeu no mache (Notas da Autora: Manche é o "volante" do avião). O avião deu uma guinada para a esquerda. Amy escorregou e quase caiu em cima do garoto, se não tivesse se agarrado ao banco com as mãos.

O avião negro seguiu-os.

Ian jogou a aeronave para a esquerda e depois para a direita, fazendo com que os dois escorregassem em seus bancos. O avião copiou seus movimentos sem dificultade, se observar bem, ele fez os movimentos bem mais facilmente que o de Ian.

Amy e Ian trocaram um olhar significativo: Estavam em desvantagem.

–Quanto tempo até a Namíbia? - perguntou ela, num fio de voz.

–Algumas horas ainda.

–Temos chance de continuar desviando do míssel por... algumas horas?

Ian umideceu os lábios.

–Sim.

Amy assentiu, suas mãos tremiam.

–Qual é a change de isso acontecer?

Ele olhou bem para ela.

–Pouca.

Jogaram o avião novamente para a enquerda e depois para baixo. Alguns minutos depois, Ian voltou a erguer a aeronave no céu, e jogou para a direita... e mais a direita.

–Não tem nenhum lugar para pousar. - Ian observou.

Então um segundo avião apareceu rasgando o céu azul límpido.

Ian sentiu um caroço preso na garganta.

–N-Nós não temos mais nenhuma chance, não é? - a voz dela falhou.

–Talvez... um por cento de chance. - ele respondeu baixinho.

O coração de ambos não estava mais no ritmo normal. Agora era um tum-tum-tum descontrolado e desesperado.

–Você é sortudo, Ian? - ela fixou seu olhar nele. - Eu não sou.

Ele tirou os olhos do céu por um segundo e olhou para a menina que tanto amava com um semblante óbvio de preocupação. Não conseguiu responder.

Infelizmente, o mísero segundo bastou para que o outro avião aproveitasse essa oportunidade e soltasse o míssel. Veio na direção deles.

–Ian... - a voz dela mal pode ser ouvida.

–Amy... - suas mãos também tremiam quando pegou as dela. - Temos que pular.

Assustada, mas sem outra alternativa rapidamente, ela balançou a cabeça rapidamente, assentindo e agarrou-se a Ian quando ele abriu a porta do avião. Tudo isso aconteceu em pouquíssimos segundos.

Eles pularam.

Três mil metros caindo juntos até o chão.


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Notas finais do capítulo

Quero que vocês comentem, por favor.
Gostei desse negócio de programar postagem do Fanfiction. Eu vou escrever logo os próximos capítulos, se eu conseguir de uma vez só e aí agendo a postagem, mas eu preciso escrevê-los e preciso de seus comentários, ouviram?
p.s. meu aniversário é terça! Mandem comentários bonitinhos! ;D



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