A vida, ah! A vida, o que podemos falar sobre ela? Bem, ela está sempre disposta a ferrar tudo, exatamente no momento que você acha que ta se ajeitando.

POV. Larissa

As meninas –lê-se vadias que não fui com a cara- já entraram querendo mandar, eu já falei que odeio que mandem em mim? Não? To falando agora, odeio que mandem em mim, ninguém manda em mim, então eu já estava indo com cara fechada, mas Mari olhou pra mim com cara de quem vai aprontar e foi, se Mari ia sacanear as vadias, é claro que eu ia ajudar, como eu disse antes, sou o oposto do Izzy, e se ele é calmo e não gosta de confusão, vocês podem imaginar o que eu sou. Elas fizeram o pedido e nós fomos pegar, Mari com a comida e eu com as bebidas, e como eu sou muito desastrada derramei tudo em cima delas – eu sei que vocês sabem que eu fiz de propósito – elas fizerem um escândalo e foram embora indignadas, sorte nossa que elas já tinham pagado antes de receber os pedidos – segundo o nosso chefe uma maneira de evitar que a pessoa comesse e saísse correndo sem pagar, isso tava acontecendo muito-, nós rimos da cara delas. O resto do dia foi normal e as 11 o Slash buzinava na frente da lanchonete.

Cinco dias havia se passado, o Guns tinha um show em Chicago, a Mari iria porque ela é namorada do Steven – o namoro deles vai de bem a melhor-, eu ia por ser amiga da banda e estar em uma relação sexo sem compromisso com o Izzy, onde a gente se pegava de vez e sempre, mas não assumia nada. E a Erin ia por ser namorada do Axl, eu tava louca pra conhecer ela, o Axl, com medo de que eu contasse o que ele tinha feito tentou fazer ela desistir de ir, mas ela não desistiu e quer saber, isso é problema deles, eu não ia contar.

Eles ainda subiram no palco meia hora atrasados. O show durou quase duas horas e eles saíram todos suados e cansados, já no camarim a gente sentou: a Erin perto do Axl, a Mari perto do Steven – esses dois não desgrudavam e o namoro deles era tão doce que me dava diabete ficar perto por muito tempo - e eu fiquei perto do Izzy, do Slash e do Duff e estava tudo bem ate que uma mulher aparece com um vestido super curto e vai falar com quem? Acertou quem disse Izzy. Era uma tal de Michelle e eu reconheci da música My Michelle, porra, eles escreveram uma música pra vadia, é claro que eu to com ciúme, não importa se a gente não esta namorando oficialmente, não quero nenhuma vadia se jogando em cima do Izzy – literalmente se jogando-

POV. Izzy

Eu quase não acreditei quando eu vi a Michelle, achei que nunca mais iria vê-la, mas ali estava ela no camarim, ela viu o Axl com a Erin e preferiu não falar nada, veio ate mim.

– Lembra de mim?

– Claro que lembro. – eu disse, Michelle era uma “amiga” minha e do Axl, ela era de Seattle, mas a gente se conheceu em Laffayette em uma festa que teve lá. Michelle se sentou ao meu lado e nós conversamos, eu percebi que Lari tinha se afastado um pouco e tinha ido ficar com o Duff e com o Slash, mas foda-se, a gente não namorava, a gente transava sem compromisso e depois ficávamos felizes e pronto, por tanto, isso não me impedia de ficar com outras garotas, e eu só estava conversando.

A gente foi em um bar que tinha na frente e bebemos, Larissa ainda se recusava a conversar comigo, ela me ignorou quando tentei falar com ela, eu torcia pra isso não ser ciúme. Não me entenda mal, é claro que eu gosto dela ou não ficaria com ela, mas nós não tínhamos um compromisso um com o outro, simples.

POV. Larissa

Eu tava ignorando o Izzy pra não fazer coisa pior, eu queria esmurrar aquela Michelle, mas ignorei meu desejo. Ficou um clima meio pesado, e eu sei que o Slash e o Duff perceberam, mas graças a deus, não falaram nada.

– Vou pegar bebida. – o Izzy falou, saindo rapidamente de lá, 5 minutos depois e nada dele voltar, a Michelle tinha saído também, e eu fui atrás do Izzy porque eu precisava beber pra agüentar aquela noite, quando eu chego ao balcão ele ta sentado no banco e Michelle ta sentada em seu colo com uma mão nos seus cabelos e outra no seu pescoço, o Izzy segurava sua cintura, meu desejo de esmurrar ela ficou maior, mas eu ignorei de novo, passei firme por eles e pedi as bebidas de modo frio, o Izzy quando ouviu minha voz parou de beijar a vadia e olhou pra mim, eu passei reto por eles, não fiz questão de olhar. Eles voltaram para a mesa logo depois e o clima piorou, Michelle disse que precisava ir embora, se despediu de todos e deu um beijo no Izzy, eu ignorei isso também, ignorei as caras que Slash e Duff fizeram olhando para mim, e a da Mari também. Uns dez minutos depois eu disse que ia pro hotel onde a gente ia passar a noite.

– Slash, você me leva?

– Eu to bêbado Lari, a gente vai de carona com o Axl. – entre pedir a Axl e ficar ali eu preferia ir a pé.

– E o teu carro, quem vai levar? – eu perguntei, precisava sair dali.

– Izzy. – ele respondeu apontando para o Izzy, minha situação tava piorando.

– Eu te levo. – Izzy falou. – Eu aproveito e falo com você. – ele me puxou pela mão e eu acompanhei. E o premio de vida mais fodida vai para: Larissa.

Assim que entramos no carro e fechamos a porta ele começou.

– O que foi aquilo?

– Aquilo o que? – me fiz de desentendida.

– Você sabe muito bem. – ele disse olhando nos meus olhos, e que olhos. – Eu e você não temos compromisso, não somos namorados, como o Steven e a Mari.

– Talvez esse seja o erro, veja bem, o Steven e a Mari estão mais felizes do que eu, o Steven e a Mari estão tendo menos problemas do que eu.

– Para com isso Lari. – ele falou isso chegando mais perto, com uma voz doce, sedutora, esse cara me deixa louca.

– Se você me beijar eu juro que te meto a mão na cara. – Falei fria, isso era uma coisa que eu me orgulhava, eu não demonstrava se não quisesse demonstrar. Ele se rendeu frustrado e começou a dirigir, assim que o carro parou na frente do hotel eu desci sem nem sequer olhar pra ele muito menos agradecer, bati a porta e entrei. Já no meu quarto, eu não me orgulho em dizer, mas eu chorei, chorei por um homem, de novo, mesmo tendo prometido que nunca mais faria isso, acho que a conclusão que cheguei naquele momento foi, eu tentei ser de ferro e não deu certo.