Só o tempo faz você perceber como as coisas – e as pessoas – podem mudar.

POV Mariana

Depois que Katy nasceu as coisas mudaram naquele apartamento. Aquele não era um bom lugar para se criar um filho, e Izzy e Lari estavam começando a perceber isso. Era um lugar bem barulhento – principalmente a noite – Katy acordava com qualquer besteira e chorava –muito – tirando o sono de todo mundo.

– Porra Lari, cala a boca da tua filha – o Axl gritou – eu preciso dormir.

Lari pegou Katy e começou a balançar, só que o bebê só chorava.

– Deixa comigo Lari. – disse Izzy.

Ele pegou a pequena no colo e ela imediatamente parou de chorar. Acho que ele conseguia transmitir toda sua calma para Katy e aquilo era realmente impressionante.

Acordei pela manhã no outro dia, e encontrei Lari sentada na mesa da cozinha, encarando seu prato de cereal.

– Tá tudo bem Lari? – perguntei.

– Tá sim Mari – ela forçou um sorriso.

– Você jura que vai tentar mentir pra mim? – eu a encarei e ela suspirou.

– Mari, eu tenho que arranjar um lugar decente para criar a Katy.

– É eu sei.

– E tem que ser um lugar que não atrapalhe o Izzy ou o Guns.

– Que tal Malibu?

– Malibu?

– É. Aquela casa que o Stev me deu tá vazia. Tu pode ficar por lá.

– Não Mari, ela é sua.

– Aproveita Lari, Malibu é um lugar legal.

Eu sorri.

– Obrigada Mari, tu tá me salvando denovo.

– Não faço mais que minha obrigação – ela sorriu – agora me ajuda com o casamento por favor! Eu não sei nem por onde começar.

Milena e Lilian ficaram tomando conta de Katy, e Lari e eu fomos organizar os preparativos para o meu casamento. Ficamos a semana toda só por conta disso, e conseguimos terminar tudo bem rápido. Steven participou de algumas escolhas – não muitas, já que Lari não confiava mais no seu poder de decisão, depois que ele sugeriu Jack para o nome da pequena – e em dois meses estaríamos casados.

– Lari, tu percebeu como as coisas mudaram nesses últimos meses? – eu disse, enquanto Lari ninava Katy, observando o mar.

– Foi a gente que mudou Mari. Nós crescemos e amadurecemos.

– Bom, nem tanto – eu disse, fazendo-a rir.

– É, nem tanto.

– E as duas meninas esquisitas do Rio de Janeiro acabaram se dando bem com dois dos integrantes da banda mais foda desse planeta.

– Quatro – ela me corrigiu – não esquece do Axl e do Slash.

Nós rimos.

– Quem diria né Lari? As vadias da nossa escola devem estar se matando de inveja agora.

– Devem mesmo, e que todas elas morram. Assim teremos um mundo mais bonito.

Steven apareceu na varanda, sorrindo como sempre.

– Vamos embora Mari? Senão fica tarde pra gente voltar pra L.A

– Vamos – eu olhei para Lari e a abracei – até meu casamento Lari.

– Até – ela sorria.

Entrei no carro e fechei a porta.

– Ansioso para sábado? – perguntei.

– Bastante, e você? – Steven respondeu

– Também. Stev me promete uma coisa?

– O que?

– Quando eu subir no altar, vermelha de vergonha, tu promete que não vai rir de mim, e ficar me chamando de tomate? – sorri.

– Eu prometo Mari – ele retribuiu o sorriso e me beijou.

POV Steven

O sábado chegou mais cedo que eu esperava e eu estava aos nervos. Lari havia levado Mari para sabe lá Deus aonde, e eu só a veria na hora do casamento.

Faltando uma hora para a cerimônia eu tomei um banho e comecei a me arrumar. Duff começou a bater na porta do quarto, e logo depois Axl juntou-se a ele.

– Anda logo Steven! É a noiva que costuma atrasar e não o noivo! – gritou Axl – é você ou a Mari que vai entrar de vestido?

Eu sai do quarto rindo e mostrei-lhe o dedo.

– Eu dirijo. – Slash gritou.

Izzy começou a discutir com ele, lembrando da ultima vez que Slash assumiu o volante. No final Duff mandou todo mundo calar a boca e pegou as chaves.

– Vamos logo porra – ele disse.

Em alguns minutos chegamos a igreja, e Lari veio falar comigo.

– Cadê a Mari? – perguntei.

– Daqui a pouco ela chega – ela respondeu – ela tá linda Stev.

– Ela é linda – sorri.

– Awn que gracinha – disse ela, apertando minhas bochechas.

– Porra Lari, tá machucando!

Ela riu e voltou para perto de Izzy, que segurava Katy.

Lilian disse que a noiva havia chegado e então o padre falou para a cerimônia começar. Eu subi no altar, ansioso e a música começou a tocar. Abriram as portas e então Mari entrou. Meu Deus, como ela estava linda. Seu vestido era curto, com alguns detalhes em renda e ela segurava um buquê de rosas vermelhas – suas preferidas – que a deixavam deslumbrante. Ela chegou no altar e eu segurei sua mão.

– Era para as flores combinarem com seu rosto? – sussurrei.

– Ah cala a boca Steven - disse ela, rindo.

O padre começou a falar e parecia que não ia parar nunca mais, até que chegou então a parte importante. Ele disse para darmos as mãos e repetirmos o que ele dizia.

– Eu, Michael Coletti recebo-te por minha esposa a ti Mariana Teixeira e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida. – eu disse, olhando para ela, que estava chorando.

– Eu Mariana Teixeira, recebo-te por meu esposo a ti Michael Coletti, e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida.

Eu sequei suas lágrimas e então o padre continuou:

– Diante de todos aqui presentes, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.

Eu sorri e a beijei, e então todo mundo começou a aplaudir.

POV Mariana

Saímos da igreja e fomos para uma festa que Lari e Lilian haviam organizado. A primeira coisa que eu fiz foi tirar os sapatos, porque eu achei que se ficasse com eles por mais algum tempo meus pés no mínimo explodiriam.

– Cansou de ser noiva Mari? – Lari disse.

– Tá de bom tamanho já né? Quer os sapatos? Eles fazem maravilhas com seu pé.

Ela sorriu e me abraçou.

– Quando os pombinhos vão para a lua de mel?

– Amanhã, eu acho.

– E para onde vocês vão?

– O Steven resolveu seguir o exemplo do Izzy, e tá fazendo suspense.

Ela fez uma cara de “aff que saco” e nós rimos. Viramos a noite naquela festa – Lari havia deixado Katy com sua mãe depois do casamento, então não teve que se preocupar – e então Steven me puxou para o carro.

– Para onde vamos? – perguntei, inutilmente

– Deixa de ser curiosa, tu já vai saber.

Fomos para casa – depois de eu implorar – e eu troquei de roupa. Prometi a mim mesma que nunca mais usaria um vestido ou um salto alto denovo.

– Podemos ir agora? – Steven perguntou.

– Aham.

Fomos para o aeroporto e eu estava calada até então.

– O que foi? Por que tu tá calada? – ele perguntou.

– Stev, eu tenho que te falar uma cois... – fui interrompida por uma voz mecânica anunciando que iríamos pousar.

– Bem vinda a França Mari!

– FRANÇA? É SÉRIO ISSO? – eu pulei no seu pescoço e ele começou a rir.

Chegamos a um hotel – que tinha uma vista privilegiada para a torre Eiffel – e eu fui dormir. Juro que não foi minha culpa, mas se eu não descansasse um pouco me tornaria um zumbi em poucos minutos.

No outro dia nós ficamos andando pela cidade e eu sorria feito idiota. Paris é realmente encantadora, e os franceses são bem legais. Quando o sol estava se pondo, voltamos para o apartamento e eu fui tomar um banho. Quando eu sai do chuveiro eu vi Steven debruçado sobre as grades da varanda do apartamento, observando a cidade. Coloquei uma camiseta – Larissa se vingou de tudo e resolveu colocar só uma camiseta na minha mala, e o resto era só lingeries. Filha da puta, devia estar rindo agora – e parei do lado dele.

– Mari, o que tu ia me falar no avião? – disse ele, me abraçando.

Eu peguei a sua mão e coloquei sobre minha barriga. Ele deve ter percebido do que se tratava, porque abriu um sorriso gigante de repente.

– Parabéns Stev – eu disse – você vai ser papai.