E quando você pensa que vai ficar tudo bem, seu marido tem uma crise de ciúmes e acaba com tudo denovo. É de foder.

POV. Larissa

O tal cara me jogou em cima do palco e imediatamente meu ouvido foi preenchido por gritos de homens bêbados, eu, como garota nervosa e revoltada que sou fiz um escândalo naquela porra, ate que dois seguranças foram e me tiraram de lá.

- Me larga seu filho da puta! – eu disse e eles me largaram na rua, eu ainda estava com a maldita lingerie, das minhas roupas nem sinal.

- Mas que porra é essa Lari? – Mari gritou, saindo de um táxi.

- MARI GRAÇAS A DEUS. – eu gritei correndo pra ela, fiz um breve resumo do que tinha acontecido ate ali.

- Vamos, deve ta todo mundo louco lá. – ela disse me puxando ate o táxi, mas o desgraçado trancou a porta.

- Eu não posso levar duas putas, sou casado, minha mulher vai pensar que eu estou traindo ela. – ele disse apertando fundo no acelerador.

- FILHO DA PUTA. – eu e Mari gritamos ao mesmo tempo atraindo olhares e assovios já que não estávamos exatamente vestidas – principalmente eu -. Um carro parou freando na nossa frente na nossa frente e Izzy desce rápido, logo atrás descem o Slash e o Steven.

- Mari, graças a deus, você ta bem? – Stev perguntou abraçando ela. Izzy parou na minha frente.

- Que porra é essa? Porque você ta na frente de um bordel desse jeito? – ele foi jogando uma pergunta atrás da outra.

- Eu to bem Izzy obrigado por perguntar. – falei irônica, eu estava sem paciência pra nada.

- Explica isso, por favor.

POV. Izzy

Eu não gostei muito do Slash ter ido, mas pensando bem poderia ser ajuda já que não sabíamos de nada, o problema é que no final só deu merda. Pra começar ele queria mandar, eu sou tranquilo, mas no momento minha mulher estava desaparecida, Slash insistiu em dirigir e como eu só queria achar as meninas não discuti, mas ele tava indo rápido demais, eu mandei ele diminuir a velocidade, mas tarde demais, ele atropelou uma mulher e nós tivemos que leva-la ao hospital.

- Se eu estivesse dirigindo isso não teria acontecido. – falei quando Slash acelerou.

- Se você estivesse dirigindo a gente ainda não teria saído do lugar.

- Não, a gente não teria que parar pra levar a mulher no hospital. – eu perdi a paciência, ele também.

- Cala a boca Izzy.

- Cala a boca o caralho Slash, tu só veio por causa da Lari.

- Eu vim pra ajudar a achar as meninas.

- Perde as esperanças, ela não vai dormir com você.

- Eu só quero achar ela e ver se ta tudo bem.

- Sei. – respondi irônico – e cuidar dela né? Ela é minha esposa Slash.

Começamos a gritar um com o outro ali.

- DA PRA VOCÊS CALAREM A BOCA?! – Stev gritou, nós paramos de discutir e chegamos ao hospital, deixamos a mulher lá com a conta dela paga e voltamos para o carro.

- Eu dirijo. – falei.

- Não. – Slash disse.

- Da ultima vez você atropelou uma mulher.

- Quem vai dirigir sou eu. – Stev tomou a chave de Slash sem ele ver e entrou no carro, eu entrei no passageiro e Slash foi emburrado no banco de trás.

Nós fomos andando em uma velocidade normal, ate que Stev viu uma pequena confusão na frente do bordel – que ele ia sempre, e nós também -.

- Aquela é a Mari? – ele perguntou espantado, a garota de quem ele falava tava com uma calça jeans e uma blusa toda rasgada e amarrada de qualquer jeito, do lado tinha uma garota muito gostosa com uma lingerie vermelha, eu reconheci a garota.

- Izzy, aquela ali não é a Lari? – Stev perguntou, eu fechei a cara.

- É.

O Stev acelerou o carro e parou em frente ao bordel onde Lari e Mari estavam, eu desci nervoso, depois de ver rapidamente que ela estava bem, eu me descontrolei.

- Que porra é essa? Porque você ta na frente de um bordel desse jeito? – falei nervoso.

- Eu to bem Izzy obrigado por perguntar. – ela respondeu irônica, também estava nervosa, mas quando é que ela tava calma?

- Explica isso, por favor. – eu falei cuspindo as palavras em uma tentativa mal sucedida de parecer calmo. Ela cruzou os braços teimosa.

- Agora também não explico porra nenhuma. – ela disse mal humorada entrando no carro e batendo a porta, Slash e Mari entraram logo atrás dela e Stev me entregou a chave e sentou no banco da frente. Eu fui de cara fechada pro banco do motorista, olhei pra Lari de cara fechada e ela fingiu que não era tinha visto. Dei partida e logo estávamos no apartamento.

Lari foi a primeira a sair, Slash saiu atrás dela e Steven e Mari foram andando lentamente, eu entrei atrás de Lari.

Ela estava sentada no sofá com Slash do lado olhando disfarçadamente para suas pernas e Axl olhava de esgoela para ela.

- Você ta bem? – Slash perguntou.

- Não, mas obrigado por perguntar. – ela gritou o final pra que eu ouvisse, ignorei.

- O que aconteceu? – Slash, de novo. Ela contou o que tinha acontecido, eu fiquei puto com todo mundo, com os caras que sequestraram elas, com o cara que levou ela pro bordel, com o Slash por ta se fazendo de amiguinho dela, com o Axl, comigo mesmo.

Subi as escadas com raiva, talvez esperando que ela fosse atrás de mim, fiquei lá por uns minutos, fumando um cigarro atrás do outro, até que escuto a porta abrir.

POV. Larissa

Eu já estava sem paciência e ainda vem o Izzy mais preocupado em saber por que eu estava no bordel do que em saber se eu estava bem.

Quando eu sai do carro batendo a porta – ainda de lingerie – e sentei no sofá, Slash sentou do meu lado e pergunta como eu estou, eu acabei contando o que tinha acontecido, depois que terminei de falar o Izzy subiu batendo o pé. O Slash olhou pra trás e disse:

- Melhor você ir atrás dele.

- Eu não. – respondi firme, na verdade eu queria chorar.

- Para de se fazer de durona e vai logo Larissa. – Axl disse acendendo um cigarro.

- Cala a boca ruivinha.

- Eu sei que você quer ir. – não respondi, eu queria mesmo, mas meu orgulho não deixava. – eles ficaram lá tentando me fazer ir, no fim eu acabei deixando meu orgulho de lado e fui, eu sofria muito quando a gente brigava, e nós somos casados agora, eu preciso esquecer meu orgulho um pouco.

Subi, respirei fundo e abri a porta, ele tava sentado no chão com as costas apoiadas cama, olhou pra mim, eu fechei a porta.

- Cansou de ficar com o Slash? – ele perguntou irônico. Tive que me controlar muito pra não chorar, aquilo doeu, muito.

- Às vezes eu acho que tu deve achar legal dizer essas coisas pra mim.

- Às vezes eu acho que tu não me ama. – Entre ouvir aquilo e levar cinquenta tapas na cara seguidos dados pelo Axl eu ficaria com a segunda opção.

- Como é?

- É isso ai, parece que tu casou comigo porque pensou que seria legal, mas se não der certo tu pode correr pro quarto do Slash e ele te consola. – Eu nem tive forças pra responder, não tive forças pra segurar as lagrimas, eu nem tive forças pra me manter de pé, sentei no chão com as costas apoiadas na porta e comecei a chorar.

POV. Izzy

Eu me arrependi de ter falado aquilo no momento em que disse a ultima palavra, é claro que eu sabia que ela me amava, Lari não é o tipo de garota que fala isso toda hora, mas se você souber ver, ela demonstra.

Ela parou na minha frente e eu pude ver a dor que minhas palavras lhe causaram, estava claro em seus olhos, ela sentou no chão e começou a chorar, sinal de que estava mesmo mal, ela nunca chora assim.

Eu sentei do seu lado, ela não me olhou, continuou com a cabeça baixa e chorando, aquilo estava me machucando, me senti a pessoa mais desprezível do mundo.

- Desculpa Lari. – eu disse baixo.

- Vai se foder Izzy. – ela falou soluçando.

- Lari, eu não quis falar aquilo, foi da boca pra fora, eu sei que você me ama, e eu te amo mais que tudo, não chora. – eu preferia que ela gritasse comigo, me desse um tapa, saísse batendo a porta, ate se trancar no quarto do Slash, qualquer coisa a vê-la daquele jeito.

- Agora você sabe que eu te amo? – eu tentei abraça-la, mas ela se afastou. – Lari, por favor... – eu já estava implorando, eu só queria que ela parasse de chorar, mas ela não parou, ficou assim ainda mais um tempo, eu não saberia dizer quanto, eu me sentia a pior pessoa do planeta e, de repente, comecei a pensar se ela estaria assim se ela estivesse casada com o Slash, se ela tivesse se apaixonado por ele e não por mim. Aquilo quase me fez chorar.

Depois do que a mim pareceu uma eternidade, ela se acalmou, seus olhos estavam muito vermelhos.

- Lari, eu não pensei antes de falar, me desculpa.

- Eu vou lá na cozinha comer alguma coisa e... Deixa eu vestir alguma coisa. – ela se atrapalhou um pouco, vestiu uma blusa que ia ate o meio da coxa e desceu, voltou uns dez minutos.

- Eu não quero conversar, eu quero dormir e minha cabeça ta doendo. – ela avisou antes que eu pudesse falar alguma coisa, se jogou na cama e se cobriu, eu deitei do seu lado e comecei a alisar seus cabelos.

- Eu te amo Lari. – eu disse baixo, ela já estava com os olhos fechado, eu não sabia se ela tava dormindo, se ela ouviu, não demonstrou.