Aquele ano estava acabando. Thomas havia recorrido com o pedido de divórcio um pouco depois da prisão de Thaís, porém, a jovem se recusava terminantemente a entregar a separação, pois não queria deixar o marido livre para ser feliz enquanto ela estivesse presa e condenada daquela forma, no entanto, as coisas começavam a mudar.

Thaís se tornou a grande chefona da prisão, causando medo até mesmo nas carcereiras, que praticamente se curvavam aos seus pés quando a viam passar. Thaís havia dominado todo o presídio e iniciara a organização de uma fuga.

Enquanto isso, Camila e Gabriel, juntamente com Ryan e Bianca, decidiram que era a hora certa para se casarem em uma cerimônia dupla. Ana e Thomas ainda não poderiam se casar por causa do divórcio que não era aceito.

...

O dia da fuga de Thaís e das detentas havia chegado. Durante uma tarde, todas as detentas se reuniram no grande pátio-quadra que se situava próximo à saída do grande local, que tinha como guarda duas carcereiras, uma mais alta do que a outra.

Thaís se aproximava das detentas e dava o sinal de como iniciaria o plano. Colocou uma grande navalha no bolso de uma das presidiárias, que correu até uma carcereira distraída que perambulava pela quadra, pressionando a ponta no pescoço da mulher.

Um grande tumulto tomou conta do presídio. Várias detentas gritavam, ameaçando as carcereiras de que se algo acontecesse, a mulher seria morta. Várias carcereiras chegaram, armadas, porém, foram obrigadas a largar a arma no chão, porque mais delas foram feitas de refém. Thaís correu até as armas e pegou um revólver, deixando os restantes para as outras detentas.

Correram até a entrada do presídio e, ainda pressionando com a faca o pescoço das mulheres, obrigaram as guardiões a abrirem o grande portão. Um pequeno número de detentas conseguiu atravessar o portão e fugir, porém, algumas acabaram ficando para trás, sendo interceptadas por outras carcereiras que chegavam ao local. Vários veículos policiais perseguiram as mulheres pelas ruas da cidade.

Ivan, encostado em seu carro, aguardava Thaís na entrada da prisão. A mulher correu até o homem e o abraçou fortemente. Logo em seguida, berrou.

– VAMOS AGORA! – os dois adentraram o veículo e partiram para a cabana de madeira onde Ivan se escondia naquele momento.

Dois veículos policiais seguiam o carro de Ivan, atirando de todas as formas para impedir a fuga, porém, o homem conseguiu desviar de todos eles e confundiu os policiais.

Chegando ao casebre, Thaís, ofegante, largava o revólver em uma mesa e se arremessou no sofá, suspirando aliviada.

– Ivan, não podemos perder tempo. Fiquei sabendo que hoje tem uma cerimônia. Lá nós vamos agir. Vou te contar qual é o plano.

...

Era o dia da grande cerimônia: O casamento de Camila e Gabriel e Ryan e Bianca. Várias rosas brancas e rosas decoravam a grande e belíssima igreja daquela cidade. Um grande tapete vermelho se situava no certo, como era tradicional em um casamento religioso.

Gabriel havia adentrado a igreja ao lado de Patrícia, que agora aguardava no altar a chegada do marido, que guiaria Camila.

Logo em seguida, chegou Ryan, de braços dados com Clarice, que também aguardou o novo companheiro, que tinha sido professor de Camila e Bianca na universidade, e guiaria Bianca até o altar.

Chegou a vez dos padrinhos. Vários amigos dos noivos adentravam a igreja, junto de Ana e Thomas. Após a chegada dos padrinhos, uma pequena e adorável menininha, de cabelos cacheados loiros que caíam até o ombro, lançava pétalas em todas as direções, arrancando sorrisos dos convidados e dos noivos.

Ana e Gabriel se entreolharam, piscando um para o outro. Tornaram-se grandes amigos mesmo depois da separação.

Após a petalista, os irmãos Pedro e Lúcia, que agora sabiam de toda a história e viviam como irmãos e companheiros, chegaram de mãos dadas. Era incrível a semelhança entre os dois. Quem não soubesse da história provavelmente acharia que eram irmãos gêmeos, mesmo sendo de diferentes sexos.

A marcha nupcial tocava. Primeiramente adentrou Camila, de braços dados com Henrique, o pai de Gabriel e seu mais novo sogro. Logo atrás vinha Bianca, acompanhada do tal professor, que tinha se tornado o novo amor da vida de Clarice. O homem era completamente careca e tinha barba feita, pele branca e olhos castanhos. Era alto e musculoso, assim tendo fama com as mulheres da cidade.

Após entregarem a noiva ao noivo, os homens se dirigiram às suas companheiras e a cerimônia e o padre iniciava o longo e repetitivo discurso. Chegara a hora decisiva. A parte mais importante de tudo aquilo.

– Você, Camila Montenegro, aceita Gabriel Trajano Queiroz como seu legítimo esposo, prometendo amá-lo e respeitá-lo, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, até que a morte os separe?

– Aceito. – Respondia Camila, com os olhos cheios de lágrimas que lutavam para escorrer de seu rosto.

– Você, Gabriel Trajano Queiroz, aceita Camila Montenegro como sua legítima esposa, prometendo amá-la e respeitá-la, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, até que a morte os separe?

– Claro que aceito! – os dois haviam respondido sem relutar, pois realmente haviam nascidos um para o outro. Almas gêmeas.

– Então vos declaro marido e mulher. O noivo pode beijar a noiva.

– Você, Bianca Borges, aceita Ryan Montenegro como seu legítimo esposo, prometendo amá-lo e respeitá-lo, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, até que a morte os separe?

– Aceito! É o que eu mais quero nesse mundo!

– Você, Ryan Montenegro, aceita Bianca Borges como sua legítima esposa, prometendo amá-la e respeitá-la, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, até que a morte os separe?

– Aceito.

– Então vos declaro marido e mulher. O noivo pode beijar a noiva.

Juntos, todos saíam da igreja. Os últimos eram Ryan e Bianca, pois se casaram por último. Chegando à porta da Igreja, os convidados jogaram arroz nos dois belos casais. Uma nova e feliz etapa começaria a partir daquele momento.

...

Thaís, escondida no carro de Ivan, assistia aquela alegre cena com vontade de vomitar. Sentia completo ódio e nojo de todos aqueles ali presentes. Ivan se amedrontava com esse ódio, porém, preferia nem relutar, pois Thaís poderia descontar toda a sua fúria no cúmplice.

Ana e Thomas, junto com Lúcia e Pedro, preparavam-se para adentrar o veículo do pai das duas crianças. Thomas e Pedro tinham entrado e, no momento em que Ana se aproximava com Lúcia, alguém a segurou pelos cabelos.

Ana virou e soltou um berro.

– THAÍS?!

– VOCÊS TÃO PENSANDO QUE VÃO SER FELIZES ASSIM? UM PASSO ADIANTE E EU ATIRO NAS DUAS! NÃO, ANA, NEM PENSE EM TENTAR SALVAR A VIDA DA SUA FILHINHA SENÃO EU ATIRO NA PIRRALHA! AS DUAS VÃO VIR COMIGO. – com o auxílio de Ivan, Thaís jogou Ana e Lúcia no porta-malas, fechando o carro com violência, adentrando o veículo e sentando-se no banco de carona. Ivan já se encontrava no banco do motorista e se preparavam para fugir dali. – PARA A ANTIGA UNIVERSIDADE FLÁVIA CASTRO MARINS, ONDE TUDO COMEÇOU!