No outro dia foi normal pela manhã, Windy me dava alguns beijos às vezes e eu fazia o mesmo. Ela nem imaginava que a cada beijo que me dava com mais duvidas eu ficava. Fui para a faculdade com ela e o Arthur me encarava de longe, mas não teve a audácia de se aproximar, já a Windy fingia que nem o via. Tive uma prova e fui para o pátio da faculdade dando de cara com a Shayane.

–Ué o que faz aqui? –Sorri maroto.

–Ai, tivemos um trabalho e eu acabei. A Windy também, mas ela ficou ajudando o resto da turma.

–Ah. Eu quero conversar com você. -Disse, já estava na hora de alguém saber disso.

–Fala.

–Eu estou ficando louco já.

–Por causa da Windy. –Ela completou.

–Como sabe? -Perguntei assustado.

–Está escrito na sua testa, só não vê quem não quer.

–Tá tão escancarado assim?

–Você não faz ideia do quanto. -Riu.

–O que eu faço? -Perguntei.

–Complicado isso, acho que você deve contar a ela.

–Pretendo fazer isso. -Disse e sentei ao seu lado.

–Quando? -Murmurou.

–Quando eu tomar coragem. Como você acha que ela vai agir perante isso? -Perguntei.

–Muito surpresa, ela tá levando essa história de vocês na brincadeira.

–Ela gosta do Arthur. -Suspirei.

–Se gostasse estaria com ele, não com você.

–Não estamos juntos, oficialmente. -Disse enquanto mexia as mãos em um ato nervoso.

–Mas tecnicamente. -Riu.

–Do que estão falando? -Windy disse sorrindo, estava em minha frente.

–Que hoje vamos fazer algo diferente à noite. -Sorri e ela sorriu de volta de um jeito meigo.

–Em plena terça-feira? -Perguntou.

–Sim, pensei em um barzinho... -Disse.

–Por mim. -Shay deu os ombros. -Posso levar alguém?

–Por mim... -Disse e lancei um olhar para Windy colocando a decisão em suas mãos.

–Claro. -Disse ela e virou o rosto fitando Dan de longe.

–A Liane ficou com ele novamente? -Shay perguntou.

–Não quer vê-lo nem pintado de ouro. -Murmurei, Arthur surgiu, estava atrás de Windy que não havia percebido.

–Windy. -Arthur murmurou. Windy nem se virou para fitá-lo.

–O -Fez aspas- "Some" ainda está de pé. -Bufou, Arthur me fitou e ficou vermelho de raiva. Logo saiu e Windy bufou com a tamanha insistência. A maior curiosidade é que eu queria que a Windy me amasse como ama o Arthur. E o Arthur vice-versa, mas parece que ambos estávamos errados.

–Vamos para a sala? -Windy convidou Shay.

–Sim.

–Vou levar vocês.

Fui com elas até a sala e quando Windy foi entrar na mesma a puxei pelo braço dando-lhe um selinho.

–Tá maluco?! -Disse irritada, revirei os olhos. Windy e sua velha mania de fazer tempestade em um copo d' água.

–Ah, você pode me beijar quando quer. Mas eu não posso?

–Estamos na faculdade Ricardo!

–Grande coisa. Apanhei por sua causa e agora me nega um selinho.

–Para de tentar fazer com que eu me sinta culpada!

–Para de fazer merda de tempestade em um copo d' água.

Windy cerrou o punho e se irritou adentrando a sala e eu fui para a minha.

Windy.

–Acorda, Windy! -Shay disse.

–Que foi?

–Toda essa implicância do Ricardo com você é amor. -Bufou

–É tudo, menos amor. -Ri.

–Windy... Você não tá entendendo... -Disse levando uma das mãos na testa abriu a boca para continuar, mas eu a interrompi.

–Você é que não está!

–Acho que ele está cansado de servir como objeto para sua carência.

–Ele não serve de objeto. -Dei os ombros

–Então fala isso para ele. Windy, porque você não voltou com o Arthur?

–Ele tá estranho. Tá mostrando quem realmente é.

(...)

Os dias foram passando rapidamente, hoje seria a tal festa. Fui para o chuveiro e tomei um banho, coloquei minha roupa e sai dando de cara com a Priane que estava passando lápis no olho esquerdo. Fiz um make e arrumei meu cabelo.

–O que achou? -Perguntei e dei uma voltinha para ela analisar.

–Amei! Parece uma princesa. -Riu.

–Obrigado. -Dei os ombros.

–Cadê o Ricardo? -Perguntou debochando.

–Cadê o Cadu? -Retruquei.

–Me procurou ontem. -Saiu como um sussurro.

–E ai? -Perguntei.

–A gente ficou... E eu falei que queria um tempo.

–Larga de besteira e cai logo nos braços do bofe. -Rimos.

–Tá sabendo da fofoca? Rafael disse que nenhuma garota quis ficar com ele depois da confusão com aquela tal de Shayane.

–Ele merece. -Ri, a porta rangeu e Dan surgiu com uma cara normal.

–Ricardo chegou, vamos?-Disse ele.

–Já vamos. -Priane disse.

Dan saiu, eu apenas encarei a Priane.

–Conseguiu arrastar o Dan? -Perguntou. -A Liane vai estar lá.

–Ops... -Coloquei a mão na boca e sorri.

–Vamos? -Perguntou.

–Sim. -Respondi, descemos e fomos até a cozinha, Dan estava com o Ricardo.

(...)

Chegamos à festa e ficamos conversando, Dan fitava a cada dois segundos a Liane.

–Preciso falar com você. -Sussurrou Ricardo em meu ouvido.

–Não enche. -Revirei os olhos e tomei um pouco de meu ice.

–Bem, vou pegar algo para beber. Querem? -Ricardo perguntou a todos.

–Não. -Respondemos juntos.

Ricardo assentiu e foi andando até o bar, ou seja, em minha reta. Liane surgiu em meu campo de visão e fica na frente de Dan.

–Liane... -Murmurou.

–Nunca dei motivos para você me trair! -Disse ela.

–Eu não a trai!

–Lógico que você me traiu, agora é minha vez de dar o troco. -Liane disse e sem mais nem menos virou de costas e fitou Ricardo que vinha com um copo de cerveja. Sem hesitar o agarrou pela camisa e o beijou. Olhei pelo canto do olho e Dan estava boquiaberto, literalmente, assim como. Ricardo parecia surpreso e tentara sair de seus braços, mas Liane parecia uma maníaca e não o soltava.

–Eu vou acabar com essa palhaçada, e vai ser agora! -Disse lançando o braço para Dan pegar meu ice. Quando ele pegou, caminhei até os dois, pisando firme, e sem pensar apenas movida pela emoção e pelo calor do momento puxei Liane pelo braço.

–Dá licença querida, mas esse já tem dona. -A empurrei para longe e puxei Ricardo pela camisa, igual à Liane, quando paramos o beijo me toquei da merda que havia feito. Dan e Liane nos fitavam.

–Vamos sair daqui? -Ricardo disse num tom malicioso.

–Vamos. -Respondi. Ricardo me puxou em direção à porta pela mão. Paramos ao ouvir meu nome, virei-me e tapei meus olhos tentando amenizar aquela luz irritante. A luz se apagou e vi Arthur em cima do palco.

–Isso é brincadeira, não é? -Ricardo murmurou indignado e bufou.

–Windy. -Arthur começou a falar. -Quero te pedir desculpas por tudo, e por ter batido nesse... Enfim, mas se ponha no meu lugar eu vi você com esse... Bom você sabe. -Desceu do palco e veio caminhando em direção a mim, as pessoas abriam caminho para ele. Ricardo em um movimento protetor me pressionou contra o seu corpo. -Lembra-se do primeiro dia que nos conhecemos? Puro destino, e quando nos beijamos? Eu sentia que voava, e eu sempre me sentia assim quando você me beijava. Lembro-me perfeitamente quando você disse que me amava, pra mim estava tudo perfeito. Fiz besteiras, te perdi. Mas estou aqui, em sua frente e na frente de todos para dizer que te amo Windy, e vou comprir com a minha promessa de te esperar, sempre! -Ouvi várias pessoas dando suspiros. Apenas balancei a cabeça.

–Vamos sair daqui. -Disse e puxei Ricardo pela mão. Ao sairmos da festa Ricardo colocou as duas mãos na cabeça.

–O que foi aquilo? -Perguntou.

Entramos no carro e eu fiquei em silêncio metade do caminho.

–O que foi aquilo? -Repetiu a pergunta.

–Eu que te pergunto! Você agarrou a Liane. -Bufei.

–Eu não estava falando disso, e foi ela que me agarrou.

–Ela te agarrou, mas você podia ter empurrado ela!

–Eu tentei sua louca! Ela grudou feito chiclete.

–Era só você ter a puxado pelos cabelos que ela saia!

–Você não me deu tempo para fazer isso. -Riu

(...)