Cocoa And Coffe escrita por V01D


Capítulo 4
Runaway


Notas iniciais do capítulo

E depois de um milênio... Pois é minha gente linda, chegamos ao final! Dedicatórias, agradecimentos e chororo no final xD



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4-Runaways

'Blonde hair blowing in the summer wind
A blue-eyed girl playing in the sand
I've been on a trail for a little while
But that was the night that she broke down and held my hand

The teenage rush, she said:
Ain't we all just runaways? We got time
But that ain't much
We can't wait 'till tomorrow'

Pessoas lindas da minha vida que me alegram com rewiews, esse é o último cap. Então espero que gostem!

Seis e quarenta e cinco da tarde, e Emma virava a esquina da Rua Mayfleen. Seis e quarenta e sete, tocava a campainha do famoso número 108 de Storybrooke. Ela havia saído da delegacia às cinco, ido para casa, conversou um pouco com Mary Margaret, confortavelmente deitada no colo da professora. A sensação dos dedos carinhosos de Mary percorrendo seu cabelo era tão boa, tão confortável, que Emma não pôde evitar, apenas adormeceu, sentindo-se querida, segura, cuidada e amada. Parecia infantil isso, mas como ela nunca teve esse tipo de coisa, não estava exatamente se julgando. Acordou pulando no sofá quando viu que eram seis e meia, e voou para tomar um banho, explicando no meio do caminho que havia prometido jantar com Henry.

Dez minutos depois ela estava pronta, se despedindo de Mary Margaret, parando apenas para perguntar se David dormiria ali naquela noite. O rubor que cobriu o rosto de Mary foi resposta o bastante para a loira, que beijou a testa da amiga e falou que provavelmente dormiria na delegacia então, que era a desculpa que ela usava quando dormia fora de casa. Nove minutos depois, e Henry abria a porta da frente para a xerife, o sorriso enorme acompanhando o forte abraço do menino, sendo depois puxada para dentro da enorme casa.

Emma sabia que Henry dizia odiar isso, mas ela não pode evitar. Simplesmente pegou o menino antes dele terminar de subir o primeiro degrau da pequena escada que dava acesso ao piso principal da casa, e carregando-o, saiu correndo pela casa, ouvindo os protestos misturados com as risadas do menino. Soltou-o apenas quando chegaram ao quintal dos fundos, onde Regina terminava de arrumar a mesa.

-Quase não percebi você chegando, xerife.-A prefeita comentou, sem levantar os olhos dos pratos que arrumava até sentir os braços da loira ao seu redor. Henry revirou os olhos pela cena e anunciou que iria ligar o videogame, e esperaria Emma lá dentro. Quando o menino desapareceu por entre as portas de vidro, Regina virou-se no abraço da namorada, deixando as mãos espalmadas entre os ombros e o peito de loira, fitando-a séria.

-Você está atrasada.-Constatou.

-Eu meio que peguei no sono em casa, desculpe.-Emma disse, e quando os olhos castanhos não deram sinal de amolecer, ela roubou um beijo da mais velha, sentindo o abraço de Regina se estreitar sobre ela, sorrindo quando se afastou. Ela poderia viver perfeitamente com isso, chegar em casa e ter Henry e Regina com ela. E esse era exatamente o plano.

-Mãe!-Henry chamou de dentro da casa. Ele só chamava Emma de mãe quando queria atenção, e era exatamente esse o caso no momento. Emma só ficava feliz de ver que não machucava mais Regina quando Henry a chamava assim. Roubando um último beijo, Emma correu para a casa, pulando ao lado do menino no sofá.

Regina os chamou cerca de quarenta minutos depois, e o jantar transcorreu normalmente, com Henry contando sobre seu dia na escola, e sobre a discussão que teve com Nicholas sobre uma luta entre Wolwerine e Darth Vader e depois Hulk.

-E então ele disse que o Wolwerine só teria que acertar Darth uma vez, enquanto Darth Vader teria que acertá-lo infinitas vezes para matá-lo. Aí eu disse que isso estava fora da discussão, porque o Darth Vader tem A Força, e apenas continuaria atacando, e ele não é um heróis dos quadrinhos, e seria mais justo se a luta fosse entre o Wolwerine e o Hulk.

-Não é justo, o Hulk se recupera muito mais rápido do que o Wolwerine!-Emma interviu enquanto o menino mastigava um pedaço muito grande de carne.

-Mas o Wolwerine é mais inteligente!-Henry respondeu depois de engolir, com certa dificuldade, na pressa de falar.

-Depende. Se for o Hulk verde de olhos castanhos então ele é tão inteligente quanto o próprio Dr.Banner.- Regina comentou. Henry ponderou a ideia por alguns segundos, até que Emma voltou a falar.

-De qualquer forma, o Homem de Ferro ganha de todos eles.-E tanto Regina quanto Henry tiveram que resistir a tentação de revirar os olhos para o favoritismo da loira. O resto do jantar foi calmo, com outras histórias, e depois de Henry tirar a mesa e lavar a louça com Emma, os três foram para a sala, Henry trazendo o copo de suco de Regina em uma mão, e os de refrigerante dele e de Emma na outra. Regina colocou 'Os Vingadores' no DVD, evitando assim outra briga entre Henry e Emma sobre qual filme assistir, já que sabia que suas sugestões sobre assistir Star Wars ou Senhor Dos Anéis seriam ignoradas.

Finalmente, depois de Henry se sentar/deitar no tapete (um hábito que Emma não fazia ideia de onde viera), e Regina se encostar na loira, o filme começou. Uma hora e meia depois, Regina pausou o DVD para abrir a porta do quarto de Henry para Emma, que carregava o menino adormecido no colo. Quando elas voltaram para a sala, Regina deitou-se contra o tronco de Emma, mais brincando com seus dedos entrelaçados do que prestando realmente atenção ao filme.

O filme havia acabado há pelo menos cinco minutos, e os créditos chegavam ao fim, e mesmo assim, Emma não havia feito nada. Ela não falava ou se movia já havia algum tempo, e Regina acharia que a loira havia adormecido, se não fosse o modo como a xerife a segurava, tão diferente do normal. Emma estava tensa, e ela podia sentir isso. Depois de pelo menos mais dois minutos de silêncio, Regina abaixou mais o volume da TV, que agora repetia o menu inicial do filme, e virou-se um pouco, apenas para encontrar Emma encarando algum ponto fixo na parede.

-Uma moeda por seus pensamentos?-A morena ofereceu, tirando a loira de onde quer que ela estivesse. Emma sorriu, mas não seu sorriso habitual. Havia um nervosismo estranho ali.

-Só a mesma bagunça de sempre.-Emma brincou, ainda sem encontrar os olhos castanhos. Regina levou uma mão ao rosto da loira, finalmente fazendo a xerife olhar para ela.

-O que está te incomodando?-A prefeita insistiu, e a loira fechou os olhos, suspirando. Quase que inconscientemente, o abraço de Emma pareceu se apertar mais, o corpo ainda mais tenso, como se ela tivesse medo que Regina fosse fugir quando ela falasse. Respirando fundo, Emma começou, olhando diretamente nos olhos de chocolate.

-Eu... É só que... Nós...-A mais nova parou, e respirou fundo novamente, antes de soltar o que parecia preso em sua garganta.

-Você se envergonha de estar comigo?-Finalmente perguntou, mas interrompeu Regina antes mesmo que ela pudesse negar, querendo tirar a expressão de choque do rosto da mais velha.-É só que nós estamos juntas há quase um ano, e sinceramente, eu acho que a aprovação mais importante nós já temos, a de Henry. Eu o amo. E eu te amo. E eu não teria problemas se mais alguém soubesse disso. Eu... Não sei, eu quero poder sair com vocês para jantar sem ter que me preocupar com alguma explicação que eu tenha que dar a alguém ou coisa assim, como foi no almoço hoje, entende?-Emma explicou de uma vez, deixando as palavras fluírem. Regina a observava, o rosto sério.

-E por outro lado-a xerife continuou- eu não quero te forçar a nada, então se você quiser esperar mais, eu vou estar bem com isso também. - E isso era verdade, ela estaria bem, mas ela só não queria esperar.

-Isso é importante para você, não é?- Regina perguntou subitamente.

-Eu não quero te pressionar, eu só...-não faço ideia sobre como te pedir em casamento sem que a cidade toda saiba, Emma completou mentalmente.

-Não é?-A morena insistiu.

-É. - Suspirou a loira.

-Então eu não me importo, de verdade.-Regina respondeu, ainda sem desviar os olhos dos da loira.-E eu vou me orgulhar disso.-completou, beijando Emma com doçura, mas de uma forma que provasse seu ponto. E a alegria que viu transbordando dos olhos verdes quando se separaram foi o suficiente para ela saber que tudo valeria a pena.

oOo

Emma sabia que aquela viagem estava agendada desde o final do ano anterior, mas isso não a impedia de ficar... Emburrada, como disse Mary Margaret. A xerife sabia que Regina passaria uma semana em New York com Henry, resolvendo coisas relacionadas à política e simplesmente passando tempo com o filho. Emma sentia falta dos dois, e ainda faltavam três dias para eles voltarem. Inferno, andar por Storybrooke sem encontrar Regina, buscar Henry na escola, ou simplesmente jogar um jogo com os dois não deveria fazer tanta falta. Mas fazia, e a loira contava as horas para ir buscá-los no aeroporto. Aquela cidade sem Regina era um inferno. Quase que literalmente, uma vez que assim que a prefeita botou os pés fora da cidade, todos os problemas com que Emma nunca teve que lidar pareceram acontecer de uma vez.

Um bando de meninos roubou uma loja, e Emma teve um belo trabalho para prendê-los. Uma menininha loira apareceu logo cedo na delegacia, porque seu gato rosa subira em uma árvore e ficara preso (uma ova. Emma quase se matou para subir na maldita árvore para pegar o maldito gato, só para levar uma bela patada, que lhe rendeu quatro distintos arranhões na cara, cair de costas, para o maldito gato -que realmente era rosa- pular em sua barriga e sair andando contente, como se nada tivesse acontecido. A xerife quase podia jurar que o gato sorrira para ela, mas ela não daria o gostinho de vê-la sendo chamada de louca para aquela maldita bola peluda. Mas não ia mesmo.).

Ela apanhou dois garotos de fala apressada pintando a parte de trás da prefeitura com tintas Spray, dizendo que fariam dali seu QG e armazenariam nozes e gibis, coisas essenciais para a vida no caso do apocalipse chegar realmente. Teve também o menino vestido de verde que quase pulara de uma árvore, achando ser capaz de voar se tivesse pensamentos bons. E claro que o delinquente principal de Storybrooke não ficara de fora da principal semana de Emma. Pongo. Aquele dálmata filho da mãe escapara quatro vezes em três dias, e Emma não gostava nem de lembrar de tudo que passara por ele. Ela correra na floresta, atravessara um rio, pulara cercas (até seu pé se enroscar em uma e ela cair dolorosamente sobre sua costela), e na vez em que ela pegara o cachorro e ele quase a arrastara na lama. Quase. Quando Archie lhe telefonou mais cedo naquela manhã, ela não precisou rosnar mais do que 'bombeiros' no telefone para o psicólogo entender que ela não estaria disponível por certo tempo para ir atrás de Pongo.

E ela nem mencionara o interesse absurdo de Mary Margaret, Ruby, Ashley, e até mesmo Archie em sua vida pessoal. Eles passaram a semana perguntando sobre interesses amorosos da loira na cidade, sobre qual era o tipo dela, se na cama era ela quem mandava ou o contrário (Essa foi obviamente de Ruby, e causou um belo engasgo na xerife), ou se ela precisava conversar sobre aceitação pessoal sobre seus sentimentos sobre pessoas que representavam alguma espécie de poder na cidade.

Emma sentia como se estivesse prestes a chorar, e ainda não era nem sexta-feira.

Mas, outra coisa que preocupava a loira era justamente a volta de Regina. Porque ela sabia que não podia -nem deveria- esperar mais para fazer o pedido, mas ela simplesmente não tinha a menor ideia de como fazê-lo.

Certo. Parte um: Anel. Ela já comprara, e tinha certeza de que era perfeito. Praticamente estava escrito 'Regina' nele. Confere.

Parte Dois: Convencer Regina a não esconder mais o relacionamento das duas. Não é como se elas fossem anunciar no jornal ou coisa assim, mas elas simplesmente parariam de se esconder, e isso estava mais do que bom para Emma. Confere.
Parte Três: Fazer o raio do pedido. Sem a menor ideia ainda, então não. Não confere.

Finalmente, depois de três dias quebrando a cabeça , Emma resolveu tomar uma atitude drástica. Procurou pela letra 'R' em seu celular, mesmo que já soubesse de cor o número e apertou o botão de chamada. Ela tinha que fazer isso do jeito certo, nem que pra isso ela tivesse que perguntar qual era esse jeito.

oOo

Mary Margaret, ou melhor, chaveirinho estava praticamente soltando fumaça pelas orelhas. Como... Como Wolfy ousava traí-la dessa forma, a essa altura da batalha? Justo agora quando Regina e Henry estavam fora da cidade e Emma estava mais vulnerável e elas podiam descobrir tudo? Não era justo! E David... Nem ao menos David estava com ela nisso tudo. Ele sempre dava um jeito de tirar o corpo fora quando o assunto era Regina. E o assunto vinha constantemente sendo Regina ultimamente com Mary, então isso não estava muito bem.

-Tente se acalmar, talvez isso ajude...-Veio a voz calma do canto da sala do apartamento da morena, só para ser calada por um olhar capaz de cortar gelo.

-Não me interrompa, cricket. Estou pensando.-Mary respondeu sem nem ao menos olhar muito para Archie. Ashley resolveu tentar.

-Mas, de novo, o que aconteceu com Ruby?

-EU NÃO FAÇO A MENOR IDEIA! Ela simplesmente me ligou, e disse que não pode mais nos ajudar 'por motivos de força maior que logo eu vou compreender'!-A professora gritou e finalmente caiu sentada no sofá, frustrada. Ashley passou um braço sobre os ombros da morena tentando confortá-la da melhor forma que podia. Elas ficaram assim por alguns minutos, até a mais baixa pular do sofá novamente, a expressão brilhante.

-Mas é claro! É claro! Ruby é genial! Ela deve estar ajudando Emma agora e coletando informações! É claro que ela não iria nos deixar assim! Nesse momento, ela deve estar procurando qualquer rachadura na muralha inimiga para o ataque final!-Ela disparou animada, e Ashley sorriu. No canto da sala, Archie apenas balançou a cabeça. Ele havia desistido de fazer a mulher mais baixa parar com as metáforas de 'cidade-sob-ataque' há pelo menos duas horas atrás. Não havia muito a se fazer quando acabava-se de sair de uma maratona de filmes como Tróia, 300, e similares. Então ele a deixou continuar, enquanto tentava se lembrar se tinha ou não prendido Pongo na hora do almoço.

oOo

-Cavalaria pesada de ataque à postos, senhora xerife!-Ruby praticamente gritou ao abrir a porta da delegacia, tentando bater uma continência, mas falhado dolorosamente.

Ela só percebeu como a situação de Emma era séria quando a loira apenas lhe deu um sorriso um tanto nervoso, e continuou sua maratona particular pelo delegacia.

-Então, eu quero vê-lo!-A morena pediu e a xerife estacou.

-Vê-lo quem?
-O anel de noivado, duh!
-Que. Anel. De. Noivado. Ruby. Lucas?

-”Ruby eu preciso de um favor. Pode vir à delegacia? É privado, não posso discutir isso no Granny's”. Traduzindo: Eu preciso de um conselho sobre como pedir Regina em casamento, e fazê-la aceitar mesmo tendo uma mulher como você por perto.

Emma a olhou, descrente.

-Você é impossível, sabia?-A xerife disse e a morena riu, alto. Emma se atirou em sua cadeira, e correu a mão pelos fios loiros, um tanto cansada, um tanto nervosa, e limpou a garganta antes de encarar os olhos azuis da sua ex-sub-xerife, e vendo que não havia mais ponto algum em tentar esconder que realmente o assunto era Regina, admitiu: -Eu não sei o que faço, Ruby.

-Pra começar, parem de se esconder. A cidade toda já percebeu que tem algo mais do que Henry entre vocês, e se Granny não ajudar na organização desse casamento você provavelmente nunca mais vai poder colocar os pés no Granny's.-Ruby afirmou.

-Regina já concordou com isso. Mas eu não sei, Ruby, eu estou com medo!-a xerife admitiu. A garçonete se abaixou em frente a cadeira de Emma e pegou as mãos da loira entre as suas.

-Você sabe que ela jamais diria não para você, não é?-Ela perguntou, mas quando viu a insegurança nos olhos verdes, resolveu continuar.-Emma, todo mundo viu o quanto ela mudou nos últimos tempos! E você também, vocês fazem bem uma à outra! Regina sabe disso, ela não abriria mão de você assim!

Emma encarou os olhos azuis por mais alguns segundos, e respirou fundo.

-Então, como eu devo fazer isso?
 

oOo

-Emma, você vai cair!-Mary gritou pelo que deveria ser a quinta vez, quando a xerife desceu a escada do apartamento correndo mais uma vez.

-Eu estou atrasada!-A loira gritou da cozinha, onde praticamente engoliu as panquecas que a professora havia deixado sobre a mesa para ela, juntamente com a xícara de chocolate quente.

-Henry só vai chegar ao aeroporto daqui a quarenta e cinco minutos.-A morena afirmou, uma mão no ombro da loira, inutilmente tentando acalmá-la.

-Eu sei, mas eu vou levar pelo menos meia hora até o aeroporto, e eu ainda tenho que pegar meu carro na delegacia!-a xerife disse enquanto colocava seu prato na pia com caneca e ia escovar os dentes. Dois minutos depois, e ela se despedia da professora com um beijo na testa, e descia correndo a escada que dava para a rua, para o desespero da professora.

Quando Emma estava finalmente fora do apartamento, a professora virou-se e gritou:

-TODOS VOCÊS, JÁ PODEM SAIR, ELA JÁ FOI!

.

.

.

Já na viatura, Emma tamborilava os dedos no volante do carro, sem ritmo, sem seguir a música que tocava no rádio. Sua mente dividia-se entre e estrada e Ruby. Mais precisamente no que ela havia lhe dito.

“'Tem que ser algo muito especial, aposto que a prefeita é exigente...'-A garota das mexas vermelhas começou, pensativa.'O lugar, você já tem?'

Emma pensou por um segundo. Não que ela precisasse realmente, no fundo ela sabia que não poderia haver lugar melhor para elas do que Lugar Nenhum. Então ela apenas confirmou.

'Ótimo.' - Ruby assentiu.-'Então conferindo: você já tem um anel que praticamente grita o nome dela, um lugar que é especial e original uma vez que não é o Granny's, a aprovação do seu filho e ela concordou em não esconder mais o relacionamento de vocês. Ela te ama, você a ama. Falta alguma coisa aqui?'
A loira sorriu nervosa. 'Coragem, talvez.'

O estacionamento do aeroporto estava mais cheio do que esperava. Depois de estacionar e achar o portão 7, Emma não chegou a esperar nem cinco minutos no saguão principal antes de um par de braços muito animado agarrar sua cintura.

-Emma! Você não vai acreditar nas coisas que nós fizemos!-Henry praticamente pulava, mesmo que ainda abraçasse Emma, que bagunçou os cabelos do menino antes de se abaixar o suficiente apenas para beijar a testa do menino. Henry soltou um 'Ew' quando as duas se beijaram rapidamente. O abraço foi obviamente bem mais longo.

-Então Henry, o que mais gostou na viagem?- Emma perguntou enquanto eles pegavam as malas e iam para o carro.

oOo
 

A cabeça de Ruby latejava, e ela abriu os olhos bem devagar, descobrindo estar numa sala escura, com uma luz forte virada para seu rosto. Ela tinha certeza que pouco depois que saiu da delegacia alguma coisa a acertou por trás e ela apagou.

-Pode ir soltando a língua!-Uma voz desconhecida a ela falou.

-MAS O QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI?- Archie berrou de algum lugar de trás dela, ao mesmo tempo em que as luzes se acenderam e ela percebeu que estava na sala do andar de baixo do apartamento de Mary Margaret.

-ESSA TRAIDORA TEM QUE FALAR! -Chaveirinho respondeu, mas Archie já soltava as cordas que amarravam Ruby a cadeira.

-Porque todas essas pessoas estão aqui?-Archie questionou, reconhecendo quase todos os rostos da sala absurdamente cheia do apartamento.

-Porque todos concordamos que Regina e Emma devem ficar juntas!- Mary exclamou, batendo o pé. - E Wolfy sabe de algo, ela TEM QUE FALAR!

-EU NÃO ME ARREPENDO DE NADA!-Ruby gritou antes de sair correndo e pular a janela mais próxima, por estarem em nível térreo, aterrissando confortavelmente em cima de um arbusto e continuando rumo ao Granny's.

-Mary Mar...

-CHAVEIRINHO!

-Muito bem então, 'Chaveirinho' – Archie recomeçou cautelosamente - Porque toda essa necessidade de fazê-las assumirem um relacionamento?

Mary Margaret corou, e vários murmúrios de concordância foram ouvidos ao fundo.

-Elas fazem bem uma a outra. -Ela murmurou, ainda vermelha.

-E o que mais? Isso parece pessoal para você.-Archie instigou e Mary bufou.

-Eu ODEIO segredos amorosos.-Ela fez bico. E então, do outro lado da rua, lindo, alto, forte, loiro e musculoso com um gatinho nos braços passava David. Archie se encolheu.

-DEIXE-ME AMAR VOCÊ!-E com isso, pela mesma janela de Ruby, saiu Mary Margaret em perseguição ao amor verdadeiro e sem fronteiras. O psicólogo suspirou. Se cada pessoa naquela cidade fosse em pelo menos uma consulta para cada problema desse tipo, ele provavelmente seria mais rico que Gold.

-Muito bem pessoal, reunião acabada.-Ele anunciou, observando as pessoas se dispersarem. Honestamente, ele não recebia o bastante para isso.

oOo

-Eu pego você ás nove, okay?-Emma disse, se despedindo pela terceira ou quarta vez de Regina, na porta da mansão branca.

-Isso é um encontro, Xerife?-Regina inquiriu, suspeitando do sorriso da loira.

-Sim, é.

-E eu devo me vestir para ir a …

-Lugar nenhum.-E Emma soube que tinha acertado na escolha ao ver o sorriso da prefeita.

-Muito bem. Até a noite então.-Regina disse, despedindo-se da loira rapidamente quando um 'Mãããe! Eu estou com fooome!” veio de dentro da casa, ao mesmo tempo em que o celular de Emma começava a tocar. A xerife atendeu ao entrar no carro.

-Sim Rubes. ELA O QUÊ? Sim, claro, estou indo aí.-Emma respondia rapidamente, acelerando o carro. Mary Margaret tinha feito o quê?

oOo

-Rubes, como assim ela reuniu um exército?-Emma ainda estava atônita, enquanto ela e Ruby arrumavam tudo no carro para Emma levar até a clareira.

-Eu estou te falando, Ems. Ela começou a assistir uma maratona de filmes de guerra e decidiu fazer um exército para juntar vocês.

Mas isso tinha sido há horas já. No momento, Mary Margaret estava correndo atrás de David, o coelho. Ou David e um coelho, Emma não prestou realmente atenção. Ela e Ruby estavam em seu quarto, faltavam quarenta minutos, e a impressão que se tinha ao entrar no lugar é que um arco-íris tinha explodido ali. Roupas de todas as cores estavam espalhadas por todos os lugares, e Emma estava praticamente quicando. Depois de pelos menos mais vinte minutos, Ruby praticamente enfiou uma roupa na loira, ajudou-a a se maquiar e terminar o cabelo, e a chutou para fora do apartamento, assegurando-a de que ela estava linda. E ela estava mesmo.

Pouco depois Emma estava novamente no número 108, repetindo seu novo mantra mental. 'Eu posso fazer isso. O pior que ela pode dizer é não. Você é um mulher adulta, não uma adolescente de 15 anos, você pode fazer isso. Eu poss..'

-Jesus.-Emma exclamou quando a porta se abriu.

-Estou mais acostumada com Regina Mills, na verdade.

E agora era a 'hora da verdade.' O jantar das dua havia sido ótimo (graças a Ruby), o lugar estava belamente decorado (ideia parcialmente da Ruby), e Emma estava nervosa o bastante para ter um ataque cardíaco (nada a ver com Ruby). Depois de alguns minutos de silêncio, Emma pegou a mão de Regina na sua.

-Eu venho querendo falar com você sobre algo há um certo tempo já. -Ela começou e esperou pelo sinal de Regina para continuar.- Faz... Há quase dois anos eu vim para cá. O lugar que eu fiquei mais tempo foi Tallahasee e a essa hora por lá eu provavelmente já estava enlouquecendo para arrumar as malas. Eu sempre fugi, minha vida inteira, de ficar presa em um lugar só, com as mesmas pessoas. Eu sempre tive medo, 'Gina. E foi pensando nisso esses dias atrás que eu descobri que eu não quero mais fugir.

-Emma...

-Não, me deixa terminar. Eu estou acostumada a fugir de meus erros, deixá-los para trás a cada cidade. Poucas foram as decisões certas que eu tomei, ou que não tivesse algo a ver comigo, Regina. Mas eu... Você estava certa quando disse que não ter ninguém é a pior maldição imaginável. Você me mostrou ao longo desse último ano que eu posso ser melhor que isso. E eu não quero mais estrar sozinha. -Emma parou para respirar fundo, limpando as lágrimas que escaparam sem seu consentimento, e sorrindo quando Regina fez o mesmo. Ela tirou a mão fechada de sua jaqueta que estava no chão e se posicionou em frente a Regina.- Eu quero ser melhor. Não por mim. Por você, por Henry, por todos. Eu não ligo para o que vão ou não dizer, ou se nosso filho pensa que você é uma Rainha ou algo do tipo.-Ela abriu a caixa- Eu te amo, e quero passar o resto da eternidade podendo te dizer isso. Então... Regina Mills, você quer se casar comigo?


Ain't we all just runaways?
I knew it when I met you
I'm not gonna let you runaway

I knew it when I held you
I wasn't letting go


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Notas finais do capítulo

Eu gostaria de fazer um agradecimento especial para todas as meninas que acompanharam esse projeto desde o primeiro capitúlo, que me cobraram e incentivaram a postar mais, mesmo que eu não me achasse capaz. Vocês são demais, é sério, e se essa fic terminou, mesmo que a passos lentos, é por causa de vocês. Mirella, Iza, e minha adimirada, querida, e pessoa que eu sinto muita falta aqui nesse fandom, Amanda. Parte do brilho desse lugar se apagou sem você. E e vou continuar postando contra o plágio e dedicando caps, Aleatoriedades e manicures a você até você voltar aqui e botar a banca de Midas das fics de novo, porque você pode menina. Não abaixa a cabeça não minha flor, porque a gente continua brigando aqui por você. Então, não só em meu nome, mas em nome de tooodas nós que amamos o que você escreve, volte aqui sim? Eu me sinto orfã sem minha Anita.
Todas que leram e deixaram rewiews são mais que especiais pra mim gente. Muito obrigada, e logo logo vem Aleatoriedade e história nova por aí! Beijooos!

PS: Quem quiser um epílogo comenta aí! LOL