Yellow escrita por RobinStinson


Capítulo 2
Capítulo 2




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A princípio a missão havia soado como um premio que eles não mereciam, mas quanto mais pensava a respeito, mais Draco via que se tratava de uma armadilha. Era muito nobre de Voldemort mandar um garoto de dezessete anos fazer algo que ele mesmo sabia não ser capaz de realizar, é claro, mas aquele era apenas um detalhe. Draco não queria matar Dumbledore. Não gostava do velho, é verdade, mas o herdeiro dos Malfoy precisava apenas de uma mão para numerar as pessoas de quem gostava, então que não simpatizasse com o Diretor da escola não era grande surpresa. Mesmo assim, o jovem Malfoy sabia que mesmo que odiasse o diretor, não seria capaz de mata-lo. A ideia lhe provocava náuseas e mais pesadelos do que as poções para dormir sem sonho podiam combater.

Fazia questão de ser respeitado e até temido por seus colegas de casa e para isso se vangloriava de ter sido escolhido por Voldemort para uma “missão secreta” mas era naquele banheiro que ele realmente pensava sobre isso. E chorava. E sentia medo. Lá sentia tudo que o pai sempre o proibira de sentir.

Foi num desses momentos que Hermione o viu, e a cara de surpresa que ela fez só não foi maior porque adivinhem: a sabe-tudo também chorava. Meses mais tarde – quando os insultos se transformaram em conversas – Draco descobriu que era pelo namoro de Weasel com Lilá Brown.

Eles nunca falavam sobre a Guerra ou nenhum assunto do qual discordavam porque aquilo invariavelmente os levava de volta aos insultos e, após um tempo, nenhum deles fazia questão de ofender o outro. Pelo contrário.

Havia uma cumplicidade silenciosa entre eles, ao menos enquanto estavam sozinhos naquele banheiro. Lá Granger não era uma sangue-suja amiga de Potter e Weasel, era apenas uma garota, era apenas Hermione. E Draco, enquanto estava lá, não era um comensal da morte, não tinha um pai apodrecendo em Azkaban e nem uma mãe aterrorizada por ter de hospedar o Lord das Trevas. Ele era só um garoto.

Draco não sabia se aquilo, se aquele lugar havia se tornado tão importante para Hermione quanto para ele, mas sabia que deveria significar algo, já que ela sempre voltava. Às Terças após Estudo dos Trouxas, às quintas após Transfigurações e aos fins de semana sempre que ela tinha a chance. Draco sabia disso porque com a desculpa de completar sua missão, tinha rejeitado todos os convites de Pansy e Blásio e passava todo seu tempo livre naquela sala. Enquanto Hermione não chegava, ele tentava encontrar um jeito de não cumprir sua missão e continuar vivo, mas, quando ela chegava...

Quando Hermione chegava, a angustia e o desespero que ele sentia iam embora. Ele se esquecia, durante as poucas horas que passavam juntos, o quanto sua vida estava confusa e errada. Sem ela, Draco se sentia escuro e vazio, como se estivesse amarrado vinte quatro horas a um dementador mas a presença de Hermione funcionava como antídoto.

Ele mesmo não havia parado para refletir sobre o que aquilo significava. Tinha aprendido que na vida muitas vezes não pensar era a melhor solução para os problemas.  Foi Pansy que, sem perceber, abriu-lhe os olhos. Os dois almoçavam no Salao Comunal e Draco, que precisava manter os olhos fixos na comida para impedi-los de vagar até os dela, não ouviu quando a amiga chamou por ele.


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