POV Bella

Meu celular despertou 8 horas. Aproveitei para me arrumar, coloquei um short jeans claro, uma camiseta lilás, por baixo vesti um biquíni preto e coloquei uma sandália.

Primeiro parei no quarto do Edward, estava com vergonha de bater, mas tomei coragem e bati. Ele abriu a porta e, uau, estava sem camisa, seus músculos eram
definidos, lindo. Acho que ele percebeu que eu estava babando nele, e tratei logo de me recompor.

Bella: Bom dia.

Edward: Bom dia Bella, acho que dormi demais.

Bella: Ah não. Desculpe te acordar, mas queria que você chamasse os meninos.

Edward: Claro. Deixa só eu me trocar.

Bella: Er, vou acordar as meninas. – ele concordou e sai de lá o mais rápido possível.

Despertei as garotas e as vesti, quer dizer, vesti Sophia e a Júlia, porque a Laura nem me deu bom dia.

Júlia: Bella, vamos na praia agora?

Bella: Agora não, primeiro vamos tomar café. – respondi. Soso estava no meu colo, e esperava Laura terminar de se aprontar. – Vamos Laura, não tenho o dia todo. – falei e ela saiu do banheiro.

Laura: Calma. Podemos ir. – passamos pelo quarto de Emmett e Rosalie, mas nem vou acorda-los, chagaram tarde ontem...

Descemos e encontramos os garotos já na parte restaurante do hotel. Tinha uma mesa enorme, cheia de pães, frutas, sucos, doces e outras diversas gostosuras. Fizemos um pratinho e nos sentamos. Para quebrar o silêncio que estava, comecei a falar.

Bella: Como vocês dormiram? – foi a melhor coisa que encontrei pra quebrar o silêncio. 

Gabriel: Eu dormi feito o homem aranha. – disse com entusiasmo.

David: Dormi bem.

Júlia: E eu dormi feito uma princesa. – nesse momento, Emm e Rose chegam super animados.

Emmett: Bom dia moçada.

— Bom dia. – dissemos todos.

Bella: E isso é hora de acordar? Nós já até terminamos o café.

Rosalie: Desculpe Bella, nós estávamos cansados.

Emmet: É Bella, fazendo... você sabe. – olhei furiosa para ele, isso é o que se fala na frente de crinças?!

Gabriel: Fazendo o que? – perguntou na maior inocência.

Emmet: Jogando xadrez. – oi? Eu ouvi mesmo isso? Não me aguentei e comecei a rir junto com Edward. – É gente, qual é o problema de jogar xadrez na madrugada? – percebi que Rosalie estava super envergonhada.

Bella: Tudo bem, tudo bem. – consegui dizer depois do ataque de riso. – Vamos para a praia? – só precisou dizer isso que as crianças praticamente saíram correndo. – Depois a gente se encontra casal. – falei olhando para eles.

Estava na cadeira de praia observando as crianças e aproveitando para tomar um solzinho. Edward estava com Sophia, segurando seus braçinhos enquanto andavam pela beirada do
mar, a coisa mais linda que eu já vi. Júlia e Gabriel estavam fazendo castelo de areia, a poucos metros Laura falava no celular. E David estava no mar com uma prancha.

Senhora: Com licença. – uma senhora falou ao meu lado. – Posso me sentar aqui um pouco, até meu marido chegar? – perguntou.

Bella: - Claro. – respondi. Edward olhou para mim e sorriu, retribui.

Senhora: Eles são seus filhos?

Bella: Sim. – respondi sem pensar. – Quer dizer, não.

Senhora: São muito bonitos, inclusive seu marido. – fiquei super envergonhada.

Bella: São lindos, mas não são meus filhos, nem meu marido.

Senhora: Não precisa ter vergonha querida, na sua idade já é normal ter filhos. Meu marido chegou, até. – nem respondi, tinha ficado encabulada. Nem tinha percebido Edward ocupar o lugar da senhora.

Edward: Oi. O que aquela senhora queria?

Bella: Nada... Só tava esperando pelo marido. – falei. Peguei Sophie de seu colo e fiz carinho nela. Ela olhou para mim, seus intensos olhos azuis me observavam, sua boquinha abriu, mas saiu apenas alguns pequenos murmúrios, como os bebês fazem. Por um momento, achei que ela falaria alguma coisa.

Sophia: Mama. – ela... me chamou de mamãe?

Edward: Ela te chamou de mamãe?

Bella: Parece que sim. – respondi. – Vamos Soso, repete? – pedi.

Sophia: Mama. – e sorriu. Simplesmente também abri um sorriso enorme, fiquei tão maravilhada. Abracei-a e ela contornou meu pescoço. – Mama. – sussurrou.

Edward: Isso é incrível. – só percebi que estava chorando quando minha vista ficou embaçada. E ele veio nos abraçar também.

Laura: O que tá acontecendo? – meu momento foi interrompido.

Edward: Sophia chamou Bella de mamãe.

Laura: Isso não pode acontecer!  – exclamou e seu rosto estava vermelho de raiva. Por que ela sentiria raiva disso? – Eu te odeio mais ainda Bella! – gritou.

Edward: Que atitude é essa Maria Laura?

Laura: Sophia desonrou a lembrança da nossa verdadeira mãe. – ela frisou a palavra verdadeira.

Edward: Sua mãe nos deixou. – então Laura sorriu correndo. – Me desculpe por isso, Bella. – e foi atrás dela. Confesso que fiquei bem triste, porém não me abalei tanto. Afinal, ela tinha motivos pra sentir falta da mãe. 

David: Bella? – me virei.

Bella: Sim? Precisa de alguma coisa?

David: Não. Por que a Laura saiu desse jeito daqui?

Bella: Não foi nada, querido. – sorri para não o preocupar tanto.

David: Ok...

[...]

Estava no quarto mandando um e-mail para minha mãe, contando como o Havai é incrivelmente lindo. Ouvi minha porta bater. Abri e era Edward.

Bella: Oi.

Edward: Olá. Posso conversar com você. – assenti e dei espaço para ele entrar. Sentamos na cama. – Desculpa pelo o que a Laura falou.

Bella: Tudo bem. Já estou me acostumando com essas atitudes dela. - dei de ombros. 

Edward: Laura ainda não se acostumou quando a mãe deixou-os, assim que o Gabriel fez 2 anos.

Bella: E você? Já se acostumou? – a pergunta saiu sem que eu quisesse. – Desculpe, não precisa responder.

Edward: Já me acostumei sim. Eu nunca amei Tanya... Nem deveria falar essas coisas com você, devo estar te ocupando.

Bella: Não. Pode desabafar, posso abrir esse tempo pra você na minha agenda. – brinquei e ele riu.

Edward: Obrigada Bella. Bem, comecei a namorar Tanya meio que por obrigação. Ela tinha 14 e eu 15. – ele começou a contar. – Os pais dela eram muito interesseiros, só pensavam no dinheiro que iam ter se a filha deles começasse a namorar um garoto rico. Nós tivemos a Laura 1 ano depois, achei que
nós estávamos apaixonados. O pai dela achou que era melhor casarmos antes de
termos a Laura. Comecei a trabalhar na empresa do meu pai, e depois que a Laurinha nasceu, tudo mudou. Como eu tinha que ficar na empresa na parte da manhã, era obrigação da Tanya ficar com o bebê. Mas não, Tanya começou a sair para festas, fazer compras, e nem ligava mais para Laura. – como uma mulher pode ser tão insensível com seu próprio filho?- Minha mãe que cuidava do bebê, e depois que o David nasceu, foi mais uma complicação. – seus olhos estavam cheio d´água.

Bella: Se você não quiser terminar de falar... – propus a ele.

Edward: Não, é bom falar isso com alguém. – sorriu triste e continuou. – Tanya dizia que era muito nova para tudo isso, ela perdeu os melhores momentos dos bebês, a primeira palavra, quando começaram a andar, comer sozinhos... Depois de quatro anos, eu não aguentava mais. Ela bebia, tinha amantes e até usava drogas. Até que eu pedi divórcio, mas Tanya disse que me
amava e que tudo aquilo não passava de uma faze, e eu, bobo, acreditei nisso. Ai tivemos a Júlia, eu adorei ser pai novamente, e ela odiou. Por a Laura ser a
mais velha, fazia tudo que sua mãe mandava, e Tanya falava que ela era sua preferida, que a amava mais que os outros irmãos. Embora David fosse pequeno para entender, ele ficava bastante chateado. A tal “fase” voltou. Me deixava muito triste ver as crianças perguntando pela mãe, se ela não os amava mais... E quando o Gabriel nasceu, minha alegria se expandiu, e o ódio da Tanya também. Em um dia, voltamos para casa com nosso recém-nascido, e no outro Tanya não estava mais lá. Minha mãe e minha irmã Alice, me ajudaram a cuidar deles, elas os mimavam junto com meu pai.

Bella: E a Sophia?

Edward: Sophia não é minha filha. – uau! Fiquei tão surpresa ao saber disso que nem tive reação. – O que eu não tinha dito, é que Tanya fugiu com um dos seus amantes, o nome dele era James, acho. Só fui saber que ela tinha uma filha, quando a enfermeira do hospital me ligou, dizendo que minhas filhas haviam nascido e eu precisava estar lá. Quando fui, Tanya estava á beira da morte, consequência das drogas.  - suspirou - Seu último pedido foi que eu assumisse suas filhas, eram gêmeas, iam ser Sophia e Charlotte. Mas Charlotte não sobreviveu, tinha microcefalia*. Foi uma sorte Sophia ter nascido sem nenhum problema, o que infelizmente não aconteceu com a outra gêmea. E estou cuidando da Soso como se fosse minha filha, e eu acho ótimo você estar me ajudando. Obrigada Bella. – Tinha percebido agora que eu estava chorando rios de lágrimas, junto com Edward.

Bella: Sinto muito pelo o que você passou, nunca pude imaginar isso. E espero ajudar a sua família a superar isso. – falei de coração.

Edward: Você já está ajudando, Júlia nunca foi tão falante como é agora. – nós dois rimos. – Já vou indo. Até amanhã Bella.

Bella: Até. – ele me deu um beijo na bochecha que me deixou vermelha, e saiu.

Fiquei pensando nessa tal Tanya. Como ela pôde deixar essas lindas crianças? Ela com certeza foi uma mãe sem coração. Falar que ama mais uma filha, do que os outros, é uma crueldade. Mas vou tentar ajudar os pestinhas nesse ponto, ou não me chamo Bella Swan, quer dizer, Isabella Swan!

(Continua...)

Microcefalia*: É quando
a cabeça do bebe nasce muito pequena, por pouco crescimento do cérebro, por
consequência das drogas ingeridas pela mãe durante a gravidez.