Introdução

A garota olhou ao redor, vazio. Mancou até se aproximar da porta, a queda que sofreu ao pular o muro causara aquele machucado, mas nada importante, não agora que estava tão próxima de cumprir sua missão... A mais importante que havia adquirido desde que se juntara aquele grupo.

Sorridente, um sorriso que em sua concepção queria dizer “felicidade”, aos outros alheios poderia ser classificado como “obsessão”; ela, é claro, não importava-se com isso, a vida como levava e no que acreditava era mais importante... Muito mais.

Cautelosa, como sua unnie ensinara, ela abriu a porta. O recinto estava escuro e silencioso, o que era de esperar devido o horário. Devagar ela entrou, a respiração profunda que ouvia confirmava a sua suspeita, seu oppa estava dormindo. Calmamente, segurando a respiração, seguiu no breu até o som... O som calmo e tranqüilo daquele que descansava depois de um árduo dia de trabalho.

“Oppa”

A palavra surgiu em sua mente, refrescante, delicada, envolvente e obcecada.

“Meu oppa”

Lágrimas formavam em seus olhos...

“Meu querido Oppa”

A mão tremula tirou a maquina fotográfica de dentro da bolsa a tira colo que usava, cuidadosa buscou com o pé a cama, a sentindo centímetros de seu corpo. Sua alma estremeceu ao imaginar-se tão próxima daquele que ama... Idolatra.

Respirou fundo, devagar, era proibido agora fazer barulho... Afinal estava próxima de realizar seu sonho... Tirar uma foto dele enquanto dorme.

Com o sorriso renovado, ela posicionou a maquina diante de seu olho direito, o breu total foi o que enxergou, ainda sim ela apertou o botão na base superior da maquina. O flash cobriu o corpo momentaneamente com sua luz, o rapaz adormecido foi revelado na rapidez da luz branca. Mas foi, além disso, o susto...

Ela despreparada para essas missões, levou um grande susto ao acionar a maquina e esta acender o flash. Com o susto ela soltou uma leve exclamação, um nível mais alto que a respiração dele, que agora fora cortada... Apavorada ela recuou, tremula e assustada.

-Quem é? – a voz dele, rouca por ter acordado a pouco, ecoou no escuro.

-Oppa... – a voz feminina, ainda infantil, pronunciou emocionada.

O barulho dele se levantando preencheu o quarto. Então a luz se acendeu.

A garota ainda com uniforme, estava parada alguns passos de sua cama, com a maquina na mão e um sorriso doentio nos lábios. Ele, furioso, a fitou com desprezo. Ele realmente tinha que agüentar aquilo? Tinha que suportar mais uma garota como ela?

Ele não chamou segurança, ou seu agente, apenas caminhou na direção dela... Furioso... Afinal não era aquilo que ela estava procurando?