Férias Em Família escrita por Myra


Capítulo 3
Capítulo 3- Missão Pombinhos, Nome de Código.




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Três horas depois o almoço estava finalmente pronto, já Ares por essa altura gritava aos sete ventos que já teria morrido de fome se não fosse imortal. Afrodite limava as unhas pela enésima vez, Dionísio tentava a todo o custo chegar a prateleira dos vinhos mas era impedido por Hefesto, Hades insistia em contar a Deméter onde tinha visto Hera pela última vez e com quem, esta bufava furiosa á medida que este lhe contava de como a irmã estava sentada em cima da bancada com as pernas entrelaçadas no marido. Poseidon comentava quase com trivialidade como Zeus era incapaz de sobreviver sem Hera e de como o irmão era apaixonado por ela e que todas as outras não passavam de aventuras. Athena balançava a cabeça negativamente rindo enquanto lia o décimo quarto livro naquelas horas de espera. Enquanto isso Artemis e Apollo lançavam flechas ao ponto mais longe que conseguiam enquanto Hermes as ia buscar a uma velocidade espantosa, por seu lado Perséfone conversava com Héstia sobre como as flores embelezavam qualquer lar. Foi nesse momento que Hera entrou carregando bastantes batatas fritas para alivo de Ares enquanto Zeus carregava bastantes frangos provocando um enorme sorriso na cara de Ares fazendo lembrar uma criança quando recebe um enorme chupa-chupa colorido.
 -Comida! Estava a ver que ia morrer!- disse Ares “atacando” a comida.
 -Ares querido tu és imortal! – Respondeu-lhe a mãe.
 -Eu sei mãe mas eu estou esfomeado!
 -Eu sei, sempre foste.
 -Então Zeus ainda tens fome? – Disse Hades com um sorriso safado.
 -Mas porque é que preguntas isso? – Respondeu Zeus inocentemente, incapaz de perceber a malicia na voz de Hades.
 -É que há bocado, quando entramos na cozinha tu parecias estar tão satisfeito…
 -Mas nós podemos ter uma refeição sem falar desse assunto?!-Gritou Deméter visivelmente irritada.
 -Calma Deméterzinha, não fiques com ciúmes, todos nós sabemos que a Hera é muito mais… como é que eu posso dizer isto sem te magoar… apaixonante.
 -Pois é tia. – Disse Ares com a boca atafulhada de comida – O pai nunca iria deixar a mamã por nenhuma mulher. E nós… - Ele falou e todos os irmãos assentiram – Não iriamos deixar que nenhuma criaturazinha desprezível ocupasse o lugar dela.
- Sim! – Disse Apolo – Nós cuidariam de enlouquece-la antes que ela pudesse chegar a coroa.
- Sim. – Disse Hermes confirmando – Ela ficaria tão mal que iria para o Tártaro de boa e espontânea vontade sem que ninguém a obrigasse.
- Ficaria mais louca que o Dionísio quando fica sem vinho! – Comentou Artemis com um ar travesso. – Nunca nenhuma mulher entraria naquele templo. Nós não deixaríamos!
- Exatamente. O papá está destinado a mamã – Disse a Afrodite – Sem alguma daquela miseráveis criaturinha com pernas chegasse sequer a pensar em ocupar o lugar da mamã, eu faria questão que ela nunca mais na vida sentisse amor algum, seria tão vazia e infeliz, que nunca mais se aproximava do papá.
- MAS VOCÊS NEM SEQUER SÃO FILHOS DELA! – Disse Deméter com um ar superior. Hera apenas riu, como se já estivesse a espera de tal golpe baixo.
- Ela pode não ser nossa mãe biológica – Disse Athena – Mas foi ela que esteve a nossa cabeceira quando nós estivemos doentes, foi ela que nos veio abraçar quando tínhamos medo de adormecer a noite. Foi ela que tomou conta de nós, quando todos estavam demasiado ocupados para se preocuparem connosco, foi ela que nós ajudou e apoiou em tudo. Ela é a nossa mãe, independentemente do fator biológico que se possa interpor. Ela nunca fez alguma diferença entre nós e os filhos biológico, por isso, se alguma vez, alguma mulher, independentemente de ser deusa, ninfa ou uma mera mortal, se lembrar de tentar sequer ocupar o lugar dela, que conte com todos os filhos dela e com todos o problemas e caus inerentes a tal, porque não será fácil, ou sequer possível.
Os olhos de Hera inundaram-se de enumeras lágrimas, Zeus olhava os filhos orgulhoso. Todos eles ocorreram a mãe, ficando de volta dela. Hera trazia um enorme sorriso, independente das lágrimas de emoção que manchavam o seu rosto.
Nenhum dos outros deuses se manifestou. Hades e Poseidon olhavam para a irmã com os sobrinhos, concordando com tudo o que o mesmo afirmava, afinal Hera, podia ser rigorosa, cheia de regras e etiqueta, mas não havia mãe como ela. Até mesmo com os irmãos ela se preocupava. Aquela era a família dela, e ela não podia pedir por outra.
- E se queres que seja totalmente sincero, Deméter… - Zeus disse com uma voz demasiado sérias para ser dele. – Eu amo demais a minha mulher para a deixar. – Os dois trocaram um olhar apaixonado – Ela é a mãe dos meus filhos e o amor da minha vida.
- Poupa-me Zeus, tu já dormiste pelo menos, com mais de metade de toda a população feminina que existe ou que já existiu em toda a história da humanidade.
- Mas é para os braços da Hera que ele volta sempre – Disse Poseidon pela primeira vez, todos estranharam ver Poseidon defender Zeus – Ele pode dormir com todas as mulheres, mas dá para ver que ele é louco pela Hera. Desiste, nunca conseguirás separa-los.
Com esta última deixa, Deméter levanta-se da mesa deixando todos para trás. Artemisa e Apolo riram cúmplices entre si, como que aprontando alguma coisa que não era boa. Aquelas férias seriam no mínimo perfeitas, como dissera Afrodite.
- Artemisa, Apolo. Não façam nada! – Hera avisou, vendo a cara dos gémeos.
- Nós mamã. NUNCA – Disse Artemisa prontamente – Seriamos incapazes de fazer mal a tia Deméter.
- Imagino. – Disse sarcástica – Chega desta conversa, não agrada a ninguém, vamos comer. Vá esfomeados. Comam!
Todos atacaram a comida prontamente, até mesmo Afrodite, que comia com satisfação. Hera observava os filhos comendo pouco, não se sentia com fome, afinal toda aquela conversa tinha-a posto em parte pensativa…


Rapidamente, a mesa foi levantada e todo guardado na cozinha. A tarde seria em família, a jogar alguns jogos no imenso jardim verde ao largo da praia.
Hera estava sentada ao colo de Zeus numa das espreguiçadeiras. Hades e Poseidon riam da cara de emburrada da Deméter que ao lado de Héstia e da filha, Perséfone, olhava de esguelha a felicidade de Hera e de Zeus. Parecia extremamente incomodada com o amor dos dois. Hera sorria orgulhosa dos olhares venenosos da irmã mais velha. Athena lia um pesado livro sobre a química quântica aplicada a indústria petrolífera em zona climática de baixo grau de entalpia, nada que interessa-se a ninguém, mas ela lia com entusiamos e emoção, como se tratar-se de um dos livros de Harry Potter.
Os restantes estavam mais longe, conversando sobre algo que se os mais velhos pudessem ouvir, repreenderiam veemente.
- Então, Apolo, o combinado era que a tia Deméter saísse daqui, não que morre-se. – Disse Afrodite.
- Burra! – Comentou Apolo – Ela não pode morrer, é imortal!
- É apenas um pormenor. Eu não quero aquela vagabunda ao lado do papá. Ela ainda pode causar problemas entre a mamã e o papá, e eu não quero nada disso!
- Apesar de seres desmionada, mana, eu concordo contigo. – Disse Artemisa – Ela merece pagar pelo que fez. Quem está comigo?
Todos concordaram, mas sabia que necessitavam de Athena para que tudo fosse perfeito. Afinal ela era a única de quem o pai e a mãe nunca desconfiariam.
Artemisa e Apolo, deixaram os restantes, andando até Athena.
- Querida irmã, já te disse como és inteligente e te adoro ouvir falar sobre a história da Grécia antiga. É absolutamente fascinante!
- Apolo… Sentes-te bem mano? – Disse Athena olhando-o com estranheza.
- Sim querida irmã – Comentou Artemisa – Nós queríamos a tua ajuda.
- Como tu bem sabes – Disse Apolo começando com um tom de discurso eloquente, tantas vezes usado por Athena que agora os ouvia. – A víbora, nome de código, está a causar muitos distúrbios emocionais aos pombinhos, nome de código, e nós, os periquitos, nome de código, temos que executar esta perigosa e importantíssima missão…
- Passa a frente os nomes de código, Apolo – Disse Artemisa – Idiota!
- Deixa-me dar mais James Bond a coisa mana. – Disse ele – Continuando. Nós, os periquitos, temos a missão, salvar os pombinhos do veneno da víbora, nome de código, SOS.
- Apolo, não estou a entender nada! – Disse Athena com um semblante confuso – Mas os periquitos não são as crias dos pombos!
- Deixa para lá Apolo. – Disse Artemisa – Nós temos que mandar a tia Deméter para fora daqui, mas segundo a Afrodite, ela tem que sair pelo próprio pé. Não a podemos pôr fora literalmente, temos que força-la a tal. Então, nós… - Ela apontou para si e para Apolo – Juntamente com os restantes, temos de unir forças para expulsa-la daqui, e queríamos a tua ajuda. Concordas?
- Não sei… - Disse ela incerta – Não é certo mandámo-la embora, mas eu não quero os pais separados… Tudo bem, contem comigo, afinal nunca gostei dela e daquela estranha obsessão por cereais… É arrepiante.
- Arrepiante é ler um livro sobre química quântica aplicada a indústria petrolífera em zona climática de baixo grau de entalpia. – Ele disse quase caindo com o peso do livro – Anda Athena, temos muito que preparar. Tens que pôr em prática, o teu poder de estratégia de guerra. Tu e o Ares têm que nós ajudar a ganhar esta pesada guerra, nome de código, SOS Pombinhos. Missão, salvar o pai e a mãe, das garras da víbora da nossa tia! Fim da mensagem… Para ouvi-la novamente, terão que dar comida com muito açúcar ao portador.
- Apolo! – Disseram as duas irmãs – Por favor, cuida-te!


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