Pov. Nico

Estou em Connecticut para cuidar de três pestes e não estou nada feliz!!! Onde já se viu filho de Hades cuidando de crianças? Que ridículo!!!!!! Não acredito que estou me rebaixando tanto!!! Ah... mas o Carter vai pagar oh se vai. Não importa que meus poderes não servem pra o mundo mortal mas eu não podia ser outra coisa tipo garçom ou ... não sei qualquer outra coisa menos isso!!!  Isso é trabalho de MENINA!!!!! Eu não levo jeito pra isso!!! Que absurdo!!!!

Enfim estou caminhando até a casa dos Collins. Vamos ver 35, 34, 33, 32, 31 e 30. Achei. A casa tinha dois andares, parede azul clara e
o jardim é bem cuidado. Toquei a campainha. E logo os Collins vieram me
atender. A Sra. Collins estava segurando uma menina de três anos, ao seu lado um menino de doze anos com cara emburrada e do outro lado estava o Sr. Collins com uma menina de cinco anos. Parece uma família comum pra mim.

Agora vou descrevê-los. A Sra. Collins é loira, alta de olhos azuis. O Sr. Collins também é alto mas seu cabelo é castanho de olhos verdes escuros. A menina de três anos é loira de olhos azuis. Diria que é o clone
da mãe. O menino de doze anos tem cabelos pretos e olhos pretos (o que achei estranho já que todos os outros tem olhos claros e cabelos claros).  A menina de cinco anos tem olhos azuis com cabelos marrons claros. Enfim parecia tipo uma família “perfeita”.

-- Você deve ser a baba que contratamos, certo? – perguntou Sr. Collins.

-- Corretíssimo, Sr. Collins.- eu disse forçando um sorriso amigável. E falhando terrivelmente.

-- Estes são meus filhos. A menina no colo de minha mulher é a Ana. O emburrado é o Lucas. Esta é a Sofia. – falou Sr. Collins apontando pra seus filhos enquanto falava.

-- Pois é. Nós vamos sair de férias por duas semanas. E agradecemos por você ficar com nossos filhos. – falou Sra. Collins.

-- Não tem de que.

Pegaram as malas e foram embora.

-- E ai já estão de férias?

-- Estamos. – respondeu de má vontade Lucas.

-- Ok. Se divirtam. E se precisarem de minha ajuda se virem. – falei. E Lucas revirou os olhos.

Em seguida larguei minha mala no canto e me joguei no sofá
da sala. Peguei o controle da TV e coloquei em um canal qualquer. Estava
curtindo meu programa até que senti que alguém estava puxando a minha calça. E quando fui ver era Ana.

-- O que você quer?

-- Colo. – falou com os braços estendidos.

-- Nem vem.

E ela começou a dar sinais que ia chorar.

-- Não faz essa cara. Lucas pode te dar colo.

-- Eu num quero colo du Lucas.

-- Mas eu não vou te dar colo.

Ela começou a chorar. Cada vez mais alto. Que fez Lucas e Ana saírem correndo pra ver o que estava acontecendo.

-- Shhh.... shhhh.... fica quietinha. Pare de chorar. – falei desesperado.

Ela só chorou mais alto.

-- Não adianta ela só vai parar de chorar quando você der colo pra ela. – falou Lucas.

Peguei Ana no colo e imediatamente ela parou de chorar. Realmente Lucas estava certo. Porque será que Lucas esta tão emburrado? Vou pensar nisso depois.

Acho que vai ser mais fácil do que eu pensei. O único problema
é a comida mas depois penso nisso.

Me sentei com Ana no colo no sofá.

-- Sofia quer assistir TV comigo? – falei.

-- Claro.

-- E você Lucas? O que me diz?

-- Não, obrigado. - falou forçando um sorriso. Dei de ombros. Ele foi para o quarto eu acho.

-- O que vocês querem assistir?

-- Barney. – falou Ana.

-- Backyardigans. – falou Sofia.

-- De jeito nenhum que vou ver esses programas. Vamos ver
Bob Esponja. – falei. Não que eu goste de Bob Esponja. Mas é mil vezes melhor que Barney e Backyardigans.

Me olharam com cara feia.

-- Que?

-- Num queremos ver Bob espunja. – falou Ana.

-- Quale vocês vão gostar.- falei e coloquei na Nick e por coincidência tava passando Bob Esponja.

Não deu nem dois minutos e já estavam sorrindo.  Acabou o desenho.

-- Gostaram do desenho?

-- Sim.

-- Viu? Eu disse que iam gostar.

-- É você disse. – disse Sofia.

E ficamos assistindo TV até umas sete da noite. Até que
minha barriga roncou.

-- Estão com fome?

-- Sim.

-- Que tal pedimos comida chinesa?

-- Tudo bem.

Pedi com tudo que tínhamos direito.

-- Vocês sabem por que Lucas está emburrado?

-- Não.

Assistimos mais um pouco de TV. E a campainha tocou. Era
o entregador. Peguei a comida e paguei-o. Coloquei a comida na mesa da cozinha. E fui chamar Lucas. Subi as escadas fui até seu quarto. Abri a porta e encontrei-o brincando de Mitomagia. Ele me lembra da minha infância.

-- Brincando de Mitomagia?

-- Como você sabe o nome desse jogo? - falou surpreso.

-- Porque quando eu era da sua idade eu brincava de Mitologia.

-- Nem imaginaria.

-- Vem, vamos jantar. Suas irmãs estão nos esperando. – falei. Ele fez careta quando eu disse irmãs. Sei lá porque.

Descemos e jantamos. Jantamos em silencio.

-- Vamos pra cama!!!

Ana e Sofia pularam no meu colo. Levei as pro quarto delas. Ajeitei elas nas camas e dei beijo de boa noite em cada uma.

Lucas já estava no quarto. Estava na varanda.

-- O que está pensando?

-- Na minha verdadeira família.

-- Como assim?

-- Eu sou adotado.

--Ah... isso explica...

-- Porque tenho olhos e cabelos negros?

-- É. Quem é sua “verdadeira” família?

-- Você vai pensar que sou louco. Mas minha mãe morreu no
meu parto e meu pai é Hades da mitologia grega. – falou. E fechou os olhos esperando que eu lhe dissesse que é doido.

--  Sinto muito pela sua mãe. E...hum...prazer, maninho.

-- O que? – falou abrindo os olhos espantado.

-- Também sou filho de Hades. – falei divertido.

-- Serio?- apenas assenti. – quem é sua mãe? – desfiz meu sorriso.

-- Ela morreu.

-- Sinto muito.

-- Tudo bem. – soltei um sorriso de lado.

-- Tem irmã?

-- Morreu em batalha.

-- Sinto muito de novo.

-- Tudo bem de novo. – falei divertido.

-- Com quem você vive?

-- Às vezes fico no mundo inferior com nosso pai mas eu moro mesmo num apartamento sozinho.

... Ficamos em silencio por alguns instantes.

-- Por que estava emburrado quando cheguei?

-- Não sei... cansei de viver aqui com essa família adotiva.

-- Por quê?

-- Sei lá. Sinto que não me encaixo aqui.

-- Se você quiser você pode viver no acampamento meio sangue ou...

-- Existem outros como nós?

-- Claro.

-- Qual era outra opção?

-- Ficar comigo no meu apartamento.

-- Não sei não.

-- Não precisa decidir agora.

-- Obrigado.

-- Vai dormir, maninho.

Saímos da sacada. Ajeitei-o na cama e como com Ana e Sofia dei um beijo de boa noite nele.

E fui à minha cama pensando que ganhei um irmão e não seria tão mal assim se ele fosse morar comigo. Não iria ficar sozinho. E fui dormir.