Eu a olhava, ela era tão bela, dormia como um anjo que literalmente havia caído em meu caminho. Eu pensava em como ela reagiria ao acordar e saber que estava em meu quarto, eu ficava apreensivo diante a essa situação, pois eu só iria falar com ela, mais sei lá, preferi continuar a observa-la, parei de pensar nisso, e somente observa-la. Nunca pensei que fosse olhar Samantha com outros olhos, pra mim era apenas mais uma garota com quem eu fiquei, mas agora, ela havia se tornado o amor da minha vida, e eu nunca senti isso por ninguém.

Passaram-se algumas horas, já estava anoitecendo e nada de Samantha acordar. Sentei ao lado da cama e fiquei, segurei uma das mãos dela, e de alguma forma ela apertou minha mão, um leve aperto, com isso, sorri quase que instantaneamente, e lá fiquei. Após algum tempo, adormeci ao lado da cama ainda segurando sua mão.

SAMANTHA NARRANDO

Eu não sabia onde eu estava, mas sabia que era confortável, quente e de certa forma bom. Estava meio frio, o que não me incomodava no momento, mais uma dor de cabeça forte, como se eu tivesse batido ou algo do tipo. Eu evitaria abrir os olhos em situações como essa, mas eu tinha de saber onde estava, pois minha ultima lembrança é de estar no parque caminhando, após isso não me recordo de mais nada.

Com muito custo abri os olhos, mas a pouca claridade não me afetava, até tornava mais confortável o local. Demorei um pouco a perceber que o lugar era familiar, a dor de cabeça ainda era forte. Eu estava deitada em uma cama, mas não era a minha. Tentei sentar-me, mas senti algo segurando minha mão direita, olhei com cautela, mas quando vi não acreditei. Era

Corey segurando minha mão, eu estava no quarto dele, na cama dele. Fiquei me perguntando se havia acontecido algo, mas creio que não, minhas roupas estavam intactas. Vi que ele dormia, será que estava ali há muito tempo? Olhei para janela e já era noite, me assustei, mais não fiz barulho, não queria acorda-lo.

Ao mesmo tempo em que eu o odiava, eu o amava, eu queria ele pra mim, mas depois de tudo que fez eu não podia voltar atrás, ele com certeza faria de novo, ou não faria? Não posso pensar nessa possibilidade, eu estaria me enganando, e eu sei que iria doer mais no fim de tudo. Com calma, soltei minha mão do Corey e fui embora. Fui embora com um aperto no peito e com uma vontade de voltar, acorda-lo e dizer que o amo, mas não podia. Sai correndo sem que ninguém me visse.

COREY NARRANDO

Após um tempo acordei assustado, havia tido um pesadelo. Levantei-me ainda sonolento, percebi que ela não estava mais lá. Nesse momento me deu um aperto no peito, pois havia perdido a oportunidade de falar com ela, de tentar convence-la de que não sou aquele cara, que foi uma aposta estupida e que eu a amava.

Quase como reflexo sai correndo, eu iria falar com Samantha aquela noite, eu precisava. Eu corria tanto, mas não me importava de cansar um pouco, o meu amor por ela era muito maior, fui correndo pelos corredores e, minha sorte é que ela estava andando devagar, parecia chorar. Resolvi parar de correr, somente andar um tanto mais rápido. Eu a observava e percebia o mal que fiz pra ela, mas eu iria me redimir, eu prometia pra mim mesmo.

Apertei o passo, me aproximei dela, a segurei no braço e a puxei para perto de mim. Eu a queria junto de mim, eu queria poder abraçá-la e sentir seu corpo no meu. No que eu a puxei ela olhou pra mim, como quem dizia “me larga”, mas ao mesmo tempo queria ficar lá, eu sabia que ela me amava ainda, eu tinha certeza. Ficamos ali nos encarando por alguns momentos, até que ela disse:

- Corey me larga, quero ir para meu quarto...

- Samantha, eu queria pedir... – Eu tropeçava nas palavras.

- Queria pedir o que Corey? – Ela me olhava com cara de que já sabia o que eu falaria.

- Queria pedir desculpas por tudo, eu nunca pensei... Ah, eu me apaixonei por você Samantha, eu juro, me perdoa... Eu... – Nesse momento eu gaguejava, eu queria falar a ela o quando a amo, mas as palavras não saiam por nada.

- Pedir desculpas? Você acha que é fácil assim? Depois que inventaram a desculpa ninguém mais apanhou... – Ela falava, me deu o maior sermão, e eu merecia cada coisa dita naquele momento.

Depois de alguns minutos eu criei coragem, respirei fundo e disse:

- Samantha, eu te amo. – E nesse momento a segurei pelo rosto e a beijei. Era um beijo doce e calmo, era apaixonado o que me deixava mais feliz. Ela correspondia ao beijo. Ela colocou as mãos em meu rosto e acariciava, e eu fazia o mesmo, até que ela me empurrou bruscamente e automaticamente me deu um tapa no rosto:

- Você já me disse isso antes... – E saio correndo de lá, me deixando para trás.