Pense em um cenário futurístico, com peças que nunca sonhaste ver ou usar... Vivo nessa época, o “futuro”.

Em uma casa com janelas altas, que por algum motivo, se tornava uma ótima moldura para o mar que logo seguia atrás do penhasco, onde fica a minha casa, meu refugio.

Perto das quinze horas do dia 12 de agosto, chego ao meu quarto e sento-me na beira da cama e simplesmente parece que o tempo voltou, quando eu tinha meus 18 anos, quando eu fui uma mulher feliz, quando o conheci (sem nomes no momento), me vi no começo da faculdade de artes, logo que cheguei esbarrei em alguém, mas como era muito tímida, logo sai correndo e nem se quer vi o rosto daquela pessoa. Percebi que estava sendo seguida, mas não me importei muito.

Quando não escutei os passos atrás de mim, virei lentamente para traz e de repente sorri. Não sei muito bem o motivo daquele sorriso bobo que estampava meu rosto, era tão puro quando a agua que bebo. Fiquei tão desnorteada que até perdi a hora da primeira aula, escutei o ultimo sinal e, sai correndo sem poder dar uma ultima olhada nele. –Deitei na cama para melhor sonhar com a saudade da minha felicidade –. Após as aulas fui para meu quarto e deitei, relembrando daquele rosto encantador, dos olhos cor de mel e seu sorriso que me abria à imaginação às inúmeras paisagens e lembrança da minha infância voltava me senti feliz. Com essas lembranças do dia de hoje adormeci, sonhei com ele, mas logo despertei assustada, talvez estivesse atrasada. Olhei o relógio, eram duas horas da manha e, me lembrei de escrever em meu diário (meu futuro livro). Fui pega-lo em meio ao material de estudos, e infelizmente não estava lá, procurei em todos os lugares e nada, eu simplesmente fiquei apavorada. Sentei no chão e comecei a pensar onde poderia estar, pois carregava para todos os lugares. Então lembrei, esbarrei nele e vi algo caindo, mas não achei que fosse meu diário, meu livro da vida, meu refugio, simplesmente meu tudo. Será que era ele que estava atrás de mim hoje cedo? Fiquei com isso na cabeça, fiquei com medo dele ler tudo, pois nunca tinha mostrado á ninguém. E se ele rir de mim? E se ele não me devolver mais? E se ele simplesmente expor para todos? Ah meu Deus. Por fim não dormi mais, fiquei inquieta a noite toda. Logo amanheceu, fui ao banheiro e tomei um banho demorado, tentei relaxar pelo menos. Me arrumei, tentei esconder as olheiras roxas da longa noite de insônia.

Fui andando tão sonolenta pelos corredores do campus que não percebia nem se estava frio ou calor. De repente sinto uma mão quente o bastante para ser confortável para se deixar cair nos braços de quem fosse. Quando finalmente resolvi olhar para ver quem era, fiquei paralisada, senti o mundo parar de girar, senti minha mente se colocar em um filme das imagens de ontem. Era ele, a pessoa de rosto angelical, quase surreal. Vi que ele sorria meio de lado, era um sorriso único, era perfeito.

Ele finalmente falou:

– Oi...

Olhei para ele, tentei manter o olhar fixo em seu rosto, mas a minha estupida vergonha não deixava. Tentei sorrir, mais me senti uma idiota. Até que por algum impulso sobrenatural me fez dizer, meio seco e vergonhoso:

– Oi, tudo bem? – Sorri tímida, meu rosto corou por vergonha, olhei para o gramado do campus, eu me senti uma adolescente e seu primeiro amor. Ouvi um riso tímido escapar por entre seus lábios, logo em seguida senti suas mãos tocarem meu tosto e o levantou com calma, ele fez com que eu o encarasse, me hipnotizei, seus olhos eram como imãs para mim. Seus olhos fizeram meu coração desacelerar instantaneamente, foi como um calmante pra mim, eu me tranquilizei. Ele sorria de forma doce e encantadora, eu me senti segura e bem ao seu lado, aos poucos começamos a conversar, eram coisas aleatórias, um sorriso brotou em meus lábios, foi naquele instante que percebi uma coisa, meu coração me dizia com firmeza, seriamos bons amigos.