Danger Line escrita por Larissa S


Capítulo 5
Rendendo-me ao que sinto


Notas iniciais do capítulo

Boooa noite galera! Cá estou eu com mais um capítulo ( dessa vez nem demorou tanto né?)
Bom adorei escrever esse capítulo,espero que ele consiga atingir as expectativas de vocês...boa leitura!



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Me sentia perdido. Simplesmente não tinha ideia do que fazer com a garota trêmula e quase adormecida ao meu lado no carro. A chuva  não parecia disposta a dar uma trégua,e minhas mãos tremiam tanto que achei melhor não tentar dirigir naquele estado.   O estado lamentável de Isabella era a única coisa  que me impedia de sair daquele carro e caçar o homem que tinha lhe feito aquilo . Por mais que estivesse furioso,não conseguia encontrar forças suficientes pra deixá-la sozinha... eu queria cuidar dela,e isso era malditamente assustador

-Quer que eu a leve a algum lugar?-perguntei,a voz soando o mais calma que podia- sua casa, um hospital?-ao ouvir-me,Isabella  se virou no banco até que nossos olhos se encontrassem,e mesmo na penumbra causada devido a parca iluminação proveniente de um poste de luz que havia ao lado do carro, pude ver o quanto eles estavam apavorados. Lágrimas grossas desciam por seu rosto,  e ela nem sequer parecia se importar com elas...era quase como se a garota não estivesse ali,como se não passasse de um corpo machucado e vazio- Bella?

-Não-a voz dela mal passava de um murmúrio, e tive de me inclinar em sua direção para entender... e a garota tentou se encolher ainda mais ,não que eu acreditasse que isso fosse possível- eu..não tenho pra onde ir ,Edward. Não depois que o dono do apartamento onde vivo tentou me estuprar e me espancou por te-lo mordido- a última frase foi narrada em um tom assustadoramente calmo,quase mecânico.  Eu conhecia aquela sensação...ela estava se negando a aceitar o que tinha acontecido consigo,e quando o choque passasse,ia desmoronar

Não soube o que responder áquela afirmação, e quando voltei a olhar pra ela,a garota finalmente havia sido vencida pelo cansaço,seu rosto suavizando-se consideravelmente enquanto a inconsciência lhe tomava . Ainda fiquei algum tempo por ali,meus olhos pregados em cada pequeno movimento que seu corpo fazia durante o sono,e quando dei-me conta,a chuva finalmente tinha cessado e o dia estava prestes a raiar...antes que pudesse pensar no que estava fazendo,meu corpo inclinou-se pra frente e meus dedos capturaram uma lágrima solitária que ainda escorria por aquela face de anjo.

Meus dedos pareceram subitamente mais quentes ao tocá-la, e ,mesmo que eu soubesse que era a coisa mais sensata a fazer,não consegui me afastar: percorri calmamente cada traço de sua face,e fui atingido por uma onda de satisfação quando vi um pequeno sorriso brincando em seus lábios...mesmo que não quisesse admitir,ao que parecia, Isabella apreciava meus toques, o que já era um bom começo,caso eu decidisse mesmo por em prática o plano maluco que tinha se formado em minha mente durante todo aquele dia.

Estava amanhecendo quando  estacionei em minha vaga costumeira na garagem do prédio, e a iluminação intensa do local fez meus olhos arderem...as  quase vinte e quatro horas sem sono realmente estavam começando a me deixar abatido. Deixei que meu olhar recaísse sobre a garota ao meu lado, e  ofeguei  quando finalmente consegui visualizar os hematomas em seu rosto com clareza... que espécie de monstro aquele homem era para fazer algo assim com uma garota....com aquela garota ?

Percebi o quanto aquela situação era atípica, quando nem mesmo Seth , o simpático porteiro do prédio conseguiu conter a surpresa em sua expressão ao ver-me caminhar em direção aos elevadores com Isabella nos braços: por alguns segundos, ele se manteve imóvel, e então,quase como num estalo, estava correndo em minha direção

-O que foi que houve,senhor Cullen?-seus olhos castanhos alternavam-se entre meu rosto e  o corpo pequeno em meus braços,e percebi seus músculos enrigecendo-se quando ele  notou  o quanto ela estava machucada- foi um assalto? Quer que eu chame a polícia?

-Não será necessário,Seth. E não se preocupe,eu e Isabella estamos bem...isso não passa de um mal entendido que logo será reparado- não costumava ser gentil com serviçais,mas a aflição no rosto dele era tanta que optei por um tratamento um pouco mais cordial que o comum – será que você se importaria de subir conosco até meu apartamento? Não quero acordá-la ,e acho que seria meio difícil abrir a porta assim

-Claro..sem problemas-ele passou a nossa frente e apertou o botão que acionava o elevador,dando-me passagem assim que o aparelho estabilizou-se. Aquela viagem durou apenas segundos, e logo estávamos os três parados em frente a minha porta. Confesso ter tido um pouco de dificuldade para capturar as chaves,já que elas se encontravam no bolso de meu paletó, e foi uma surpresa que,mesmo com toda aquela movimentação ao seu redor,Bella não tenha acordado- quer que eu providencie mais alguma coisa?-a voz solicita soava as minhas costas, o rapaz prostrado no limiar de entrada de minha suíte.

-Não-murmurrei, enquanto depositava Isabella o mais delicadamente que podia sobre minha cama.Assim que me afastei,ela rolou sobre o colchão,e uma parte de suas coxas tornou-se visível...amaldiçoei-me por sentir meu corpo responder aquele movimento,e decidi sair dali antes que fizesse mais alguma besteira- vou deixá-la descansar um tempo, e se precisar de você eu interfono lá pra baixo- o garoto não respondeu,assim como eu sabia que faria,e ,enquanto ouvia o suave clique da porta ao se chocar contra o batente,dei-me conta de que,agora que tinha trazido Isabella pra casa, eu estava terrivelmente confuso...como cuidar de uma mulher,quando não era capaz de lidar nem mesmo com meus próprios segredos e fantasmas?

[...]

Fui despertado por um grito cheio de agonia vindo do final do corredor, e antes que pudesse me conter,meus pés já tinham me levado até a porta do quarto....Bella olhava as paredes a sua volta com uma expressão tão angustiada que era quase como se   ela acreditasse que elas começariam a se fechar a sua volta a qualquer segundo

-Bella?-minha voz estava rouca, e um pouco baixa ,mas ela pode me ouvir,porque seus olhos varreram o quarto até me encontrar....pareceu levar alguns segundos até que eu fosse reconhecido ,e quando isso finalmente aconteceu,a força que a mantinha em uma posição defensiva pareceu abandoná-la,e seu corpo tombou  de lado caindo de novo sobre a cama-ei, você está bem?- com duas passadas,eu tinha vencido a distancia que nos separava,e me sentado ao seu lado

-Estou...eu só me assustei um pouco. Não é todo dia que eu acordo cercada de todo esse luxo , e demorou um pouco até que eu me lembrasse de tudo o que houve noite passada. Onde estamos?

-Meu apartamento-respondi,subitamente envergonhado....só agora tinha me dado conta de que ela podia não gostar de eu te-la trazido comigo- nós estávamos conversando em meu carro,e você adormeceu então....

- Eu realmente não esperava por isso-ela  me deu um sorriso cansado e lutou pra se sentar,tentando conter o gemido  de dor ao mover o corpo- o homem que Emmett costuma descrever não faz o tipo “salvador de garotas indefesas”

-Estou tendo um lapso-respondi,enquanto me movia um pouco mais pra perto ,tentando ter uma visão completa de seus machucados. Meus olhos atentos varreram cada parte do seu corpo que estava visível,e eu senti a raiva queimar minhas veias,enquanto lutava pra não deixar que o que estava sentindo chegasse á superfície...eu precisava me conter, faze-la confiar em mim pra me contar tudo o que sabia sobre o homem que tinha lhe feito aquilo... só então eu poderia me vingar.

Conforme os minutos passavam, o silêncio que havia se instalado entre nós foi se tornando cada vez mais tenso,e como não fazia ideia de como rompe-lo, decidi me afastar...eu devia tomar um banho e providenciar alguma coisa leve pra comermos,duvidava muito que Isabella tivesse se alimentado corretamente no dia anterior. Me afastei devagar,meus olhos ainda presos aos dela, e estava a meio caminho da porta quando a voz suave me parou:

-Por que fez isso,Edward? – embora seu rosto parecesse calmo, eu sabia o quanto era difícil pra ela falar sobre aquele assunto,podia sentir- por que me ajudou,se na verdade nem me conhece?

Não consegui dizer nenhuma palavra. Não havia como responder aquela pergunta de uma forma lógica,e eu não estava disposto a expor minhas fraquezas tão rapidamente...se Isabella  tivesse noção do poder que exercia sobre mim, acabaria me tornando vulnerável...eu sabia  o quanto era perigoso colocar-se nas mãos de alguém ,e não cometeria aquele erro mais uma vez

-Não importa- murmurrei,desejando fervorosamente que ela pudesse simplesmente esquecer o assunto- o que interessa, é que agora você está aqui,e não vou deixar ninguém feri-la. Pode ficar o tempo que quiser-minha mão tinha pousado sobre a maçaneta a alguns segundos,e eu estava prestes a girá-la quando uma mão pequena e delicada  caiu sobre ela

-É claro que importa,Edward- ouvi-la dizendo meu nome de forma tão serena era incrivelmente confortador-  o que você fez por mim foi especial....único. Obrigada-sua mão tremia levemente, mas , ao contrário do que eu esperava ,ela não se afastou ao terminar de agradecer. Apenas ficou ali,parada a poucos centímetros,mas sem tocar-me em nenhum ponto além de onde nossas mãos estavam conectadas.....incrivelmente,aquilo parecia o suficiente.

Mesmo sabendo que deveria deixá-la sozinha, não consegui me mover...apenas fiquei ali,esperando algo que eu nem ao menos sabia o que era,e que provavelmente não aconteceria. Não naquele momento,pelo menos

-Está com fome?-perguntei,apenas pra ter algo a dizer...estava começando a me sentir encurralado ,e  Isabella parecia ocupar todos os espaços daquele quarto...eu estava atento a cada detalhe: Seu cheiro,a maciez de sua pele, até mesmo sua respiração um pouco alterada. Tinha que me afastar, antes que fizesse alguma besteira e acabasse  perdendo o pouco que havia conquistado.- eu posso...posso fazer algo  pra você comer,se quiser- virei o corpo em sua direção,e seus dedos pequenos repousaram sobre a pele exposta de meu braço esquerdo,fazendo com que a conhecida corrente elétrica voltasse a se instalar entre nós. Trinquei os dentes

-Não precisa se preocupar comigo...não quero dar trabalho. Aliás, eu tenho certeza de que deve ter mais o que fazer,além de cuidar de uma garota estúpida feito eu ,não é?-ela baixou a cabeça,seus cabelos formando uma cortina espessa a sua volta,e impedindo –me de ver seu rosto

-Não consigo-confessei- acredite,eu queria simplesmente não me importar,mas isso parece impossível quando se trata de você

Vi o choque passar por suas feições, e amaldiçoei-me por ter confessado uma parte do que ela me fazia sentir....ainda era cedo demais pra coisas como aquela.

-Me desculpe...eu não devia ter dito isso- confessei,e antes que pudesse pensar no que estava acontecendo,ou impedi-la Isabella inclinou-se na minha direção e  colou seus lábios nos meus.

 Não houve luxúria no beijo,na verdade ele durou apenas alguns segundos,mas conseguiu ser mais intenso do que tudo o que eu já havia vivido até ali.  Aquele simples contato pareceu reviver uma parte de mim que julgava estar morta á muito tempo.... foi então que eu percebi algo que vinha negando a mim mesmo : eu estava apaixonado por Isabella Swan,e não havia como lutar contra aquilo


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam desse lado mais gentil do Edward? Será que a Bella vai contar á ele mais detalhes sobre a agressão que sofreu?Alguém quer me matar por ter terminado o capítulo com essa revelação no mínimo...inesperada? KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Bem ,espero que tenham gostado do capítulo,e a gente se vê nos comentários,ok ?
Beeeijos!