Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 13
Capítulo 13 - Insegurança


Notas iniciais do capítulo

E mais um pouquinho da nossa fic para vocês.
No final há um recadinho, ok?



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Esme tinha medo de parar de beijá-lo naquele instante e nunca mais vê-lo perto de si. A simples possibilidade de ele fugir de seus braços era aterradora, e ela não poderia viver com aquilo pela vida toda.




Embora tivesse tido inúmeros namoradinhos, nenhum deles a fazia se sentir como aqueles belos olhos azuis faziam com que se sentisse. O toque de Carlisle e seu beijo era a sensação mais perfeita que ela podia sentir, se sobressaltando a toda e qualquer aventurinha banal que ela já havia tido.




Era como se só naquele instante ela pudesse perceber que, na verdade, o amava, e não poderia viver sem ele. Mesmo que realmente não houvesse nada entre eles, de fato, fora que estavam se beijando avidamente na sala de médicos do hospital, ao qual ele comandava.





Nem em seus sonhos mais ousados, ela poderia ter pensando em encontrar o amor de sua vida no local onde mais odiava. Onde pagaria para não ter que pisar. Tal como diabo da ruz, Esme fugia de sangue e hospitais. O simples cheiro do local a deixava enjoada. Uma tristeza para Nathaniel, que sonhava em ter sua filha caçula seguindo sua profissão, tal qual seu filho mais velho.




Mas ali, naquele momento, o único cheiro que suas narinas captavam era o dele. E o aroma era tão perfeito que ela sabia que não conseguiria mais viver sem senti-lo a cada instante. Ela sabia que era dependente daquele cheiro dali para frente, daquele sorriso e daquele abraço tão perfeito. E, é claro, daquele beijo que Jesus do céu, a deixava totalmente doida.




Como que tirada de um sonho, ela sentiu ser levemente separada dele. Quando suas testas se tocaram, com medo, ela abriu os olhos, temendo que ele estivesse tremendamente arrependido do que havia acontecido.




Ela começava a tremer levemente quando viu sua expressão de diversão, ele sorria e isso a fez refletir seu estado, esquecendo um pouco o nervosismo. Talvez ele correspondesse, mas ela ainda teria de ter certeza disso antes de soltar fogos de artifício e encher sua sala de bexigas coloridas e cartões de “eu te amo” amarrados em suas cordinhas.




Ele iria dizer algo, e ela já preparava para ouvir aquelas três palavrinhas tão perfeitas.




– Eu preciso ir... – bem, não exatamente essas. Pois estas aqui machucavam e saíram como espadas atiradas diretamente em seu coração.




Ela se perguntava o que havia feito para ele fugir e se haveria volta. Quando tentava formular alguma frase para questioná-lo, seus olhos já se enchiam de lágrimas pela sensação de perda. Ele se afastou um pouco mais para olhá-la alarmado.




– Não, não é isso, por favor. Eu... – mas ela o cortou. Não ouvir que a amava era uma coisa, mas ouvir que ele a odiava era demais para suportar.




Ela levantou a mão no ar para que parasse. Depois, tentou se soltar, mas como os braços dele ainda a seguravam, Esme se sentia ridícula por não poder correr dali e encarou o chão em derrota.




– Escute, Esme, por favor – ele tentou recuperar seu olhar, mesmo sem poder soltá-la, pois temia que ela corresse dali e nunca mais a encontrasse em sua vida.




– Eu entendi... Não precisa criar uma desculpa elaborada. Eu só pegarei minha bolsa e irei embora. Isso nunca aconteceu, não se preocupe... – ela falou já molhando seu próprio vestido com grossas lágrimas que teimavam em cair.




Embora ela quisesse parecer forte, o choro e a impossibilidade de conseguir encará-lo indicavam deveriam passar a ele como se sentia idiota agora.




“Mas parecia tão certo a alguns minutos atrás. Como fui estúpida!”, sua mente gritava.




Carlisle também não podia crer em suas palavras. Ela não podia fugir dali. Tudo bem que não se conheciam, mas ele realmente não estava disposto a deixar aquela garota sair pela porta e nunca mais vê-la.




Era um futuro triste demais sem ela ao seu lado e ele não conseguiria viver consigo, mesmo se não conseguisse disser algo antes de Esme partir. Afinal, ela não podia ir embora. Ele demorou tanto tempo para encontrar alguém que ele realmente gostasse da companhia, da personalidade, entre outras coisas. Ele não suportaria mais a solidão.




– Como assim? – ele perguntou confuso.




– Eu banquei a estúpida, eu sei – ela lhe respondeu, ainda sem encará-lo.




Ele sorriu. Não queria deixá-la só. Sabia que estaria cometendo um grande erro ao deixá-la ali sozinha, mas que cometeria um maior ainda se aceitasse o pedido de saírem assim. Preso entre a cruz e a espada, em um dilema de lealdade e amor, ele sabia que não haveria escolha ali. E que Deus o ajudasse em sua decisão, pois seu coração ganhava a dura batalha com seu cérebro.




Ela ainda forçava para que ele a largasse quando Carlisle beijou sua testa. Esme parou de se mexer ao sentir o doce e delicado beijo em sua testa, afinal, ela achava que ele iria dispensá-la e aquela atitude a deixou atônita.




Carlisle soltou um de seus braços de seu redor, apenas para levantar o olhar daquela garota com sua mão e poder tocar a ponta de seu nariz com o dedo indicador, tal qual se faz com uma criança travessa.




– Escute, eu não queria ter que deixá-la um minuto que fosse aqui. Mas que tipo de homem eu seria se aceitasse sair com você com uma roupa suja de hospital, hein? Aposto que você não aprovaria...




Aquilo fez o sorriso de Esme se acender, e ela não resistiu a olhá-lo.




Porém, sua fisionomia acabou mudando logo em seguida. Deus ela não havia percebido que ele realmente estava bem sujo... Éca!




– Isso aí é...? – ela disse tapando o nariz e tentando segurar o enjôo.




– Você não vai querer saber, eu garanto.




Ela olhou para seu rosto, tentando não olhar para aquela mancha amarela ali, bem ali onde ela jurava que havia apertado alguns minutos atrás.




Esme tentava não ser tomada pelo nojo repentino, afinal, aquele era o homem da sua vida e uma mancada dessas acabaria de vez com suas chances. Mas ela podia jurar que sua fobia por hospitais começaria a dar sinais de vida em breve.




“Você é mais forte que isso Esme, por favor! Aguente!”, ela entoava seu mantra interno, enquanto soltava seu nariz e tentava sorrir para ele.




Carlisle olhou para ela sorrindo e imaginou que fosse de sua falta de jeito. Mas, uma coisa ele podia afirmar, ele estava mais tranquilo de que a encontraria ali quando voltasse. Sim, ele não a conhecia, mas não podia aceitar a ideia de não vê-la mais quando saísse.




– Promete que me esperará?




– Sim, eu espero, é claro – ela sorriu. – Mas, você não demora, né? – ela perguntou meio incerta se deveria, mas sentindo os primeiros sinais de sua falta de ar quererem dar sinal de vida.




– Claro que não – ele lhe respondeu antes de lhe dar um novo selinho. – Eu volto em alguns minutos.




Ela concordou com a cabeça e ficou lhe vendo sair pela porta. No minuto seguinte, já se sentia flutuar, tal qual um balão de gás, devido a tanta felicidade.




– Esqueça seus medos, Esme! A única falta de ar que você terá daqui para frente é de beijar demais! – elas sussurrou para si, tocando seus lábios com as pontas dos dedos e sorrindo em seguida.




Ele era lindo, perfeito, a materialização de seus sonhos, e havia aceitado sair com ela. Mesmo que nunca houvesse a visto antes. Não poderia haver uma sorte maior neste mundo do que a que Esme sentia agora. E ela tinha certeza de que iria aproveitar cada segundo e tentar torná-los eternos.




* * * * *




Rafael já se encaminhava para o apartamento de Alice naquele momento. Ele podia jurar que esperaria por ela de qualquer forma, afinal, quando ela estava pronta na hora em que ele chegava?




Ele parou em frente ao prédio em que Alice e Isabella moravam, dividindo um apartamento modesto, mas aconchegante e bem organizado. Embora, há tempos já fizesse planos de fazê-la mudar de endereço, para um no qual estivesse sempre ao seu lado quando acordassem pela manhã.




Logo que saiu do carro, deparou-se com o porteiro, Dimitri, que o cumprimentou alegre.




– Boa tarde, doutor! Como tem andado?




– Muito bem, Dimitri, e você?




– Também estou bem. Não tão bem como o senhor, não? Afinal, ainda não consegui convencer a garota que amo a me dar uma chance.




– Bem, tudo tem sua hora, não é mesmo? Às vezes não é bem ela – ele respondeu dando de ombros. Afinal, Dimitri sempre tentava puxar papo de modo a dar a entender que precisava de ajuda para conquistar a amiga de sua namorada.




– Bem, na verdade, eu espero que seja sim, pois ela é linda.




Querendo sair daquele assunto desconfortável, pois embora achasse o porteiro simpático, ele o achava velho demais para a Bella; isso era fato. Rafael acabou cortando-o com o único assunto que não o deixaria tão chateado: sua pressa por ver sua namorada.




– Sabe se Alice já está pronta?




– Alice? Ah, não, ela não desceu ainda... Quer que eu interfone para lá?




– Não, não precisa. Eu irei subir, tenho mesmo que lhe entregar algo.




– Ok – ele concordou, enquanto abria a trava do portão para que Rafael entrasse.




Não demorou para que ele rumasse ao elevador e apertasse o botão do andar onde sua amada residia. Não havia ninguém aquela hora usando o elevador, aliás, um fato bem incomum, como ele mesmo pensou sozinho.




“Essas pessoas ou vem correndo do trabalho ou vem tão devagar que chegam bem tarde”, ele pensou consigo.




O andar chegou em um instante e não demorou para que ele chegasse a porta e apertasse a campainha. Alice, que terminava de fazer sua maquiagem naquele instante, correu para atender após um rápido “já vai!” gritado.




Logo, ela corria em direção a porta e a abriu sem consultar o olho mágico.




– Amor! Já? – ela se assustou. – Por que subiu?




– Saudades – ele respondeu, lhe dando um selinho em seguida.




– Hmm... Fora isso, aposto que não aguentou o porteiro, né? Sabe, ele tem tombos enormes pela Bella.




– Ah, é? Nem notei... – ele deu de ombros, mas ela ficou o encarando. – Ok, foi por causa disso também, mas a saudade era bem grande, viu? Não posso nem quantificá-la.




– Owwwn, você é tão fofo, sabia?




– Sério? E o que mereço por isso?




– Um abraço! – ela foi até ele e o abraçou.




– Só?




– Claro, se ficar te beijando acabo com minha maquiagem, e minha super produção não vai ter valido nada, não é mesmo?




– Ah, então está bem...




– Não faz essa carinha – ela disse ao tocar o rosto dele, – prometo que depois de encherei de beijos, ok?




Ele a levantou um pouco do chão e olhando em seus olhos a desafiou:




– Vou cobrar, viu? Não tente me enganar.




Ela sorriu, ele ainda roubou um selinho antes de colocá-la de volta ao chão e levou um leve tapinha em protesto.




– Menino mau!




– Mau, é?




– Sim – ela disse o abraçando, – mas gosto de você assim também.




– Sabe o que eu acho? – ele a parou antes que ela beijasse ele, tudo para jogar o jogo dela e deixar que desta vez ela ficasse na expectativa. – Que vamos nos atrasar para o local onde quer que você queria que fossemos.




– Oh! Deus, é verdade!!! Vamos!




– Aliás, para onde vamos mesmo?




– Eu dou as coordenadas no caminho, gatinho. Não vai ter muitas dicas antes de pisar lá não. É uma surpresa!




– Ok, se quer assim, tudo bem – ele deu de ombros.




Alice pegou sua bolsa e ambos saíram do apartamento. Ela lhe entregou a chave do apartamento para que ele o trancasse, enquanto ela enviaria uma mensagem no celular para Bella.




Afinal, a amiga podia tomar um susto por chegar e não vê-la, né? Mas essa era a desculpa oficial, pois, na verdade, ela queria muito que Bella tentasse descobrir aonde Esme ia, a fim de evitarem uma catástrofe!





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Notas finais do capítulo

Gente temos 27 leitores e normalmente uma média de 6 comentários (que em alguns caps chegaram até 8). Então eu proponho um desafio, se houver pelo menos 13 comentários (a metade), eu posto mais um capítulo, ok?
Temos até o capítulo 16 pronto então eu acho que é um bom incentivo a vocês e a nós, né?
Senão, capítulo que vem só no final da semana que vem... :(
beijinhos minhas flores, nos digam o que acharam, hein?