Doce Amargo escrita por WaalPomps


Capítulo 7
Cap. 6 - Parceria Inesperada


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEEY LITTLE MONKEY FACES (homenagem ao Puck nesse Dia dos Pais americano). Ontem não deu o menor esquema pra eu postar, sooooooorry.
Enfim, nesse capítulo teremos MUUUUUUITAS coisas importantes para as personagens... O que será? Tcham tcham tcham tchaaaaaam
Até lá embaixo ;@



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_ Então Logan é filho biológico da Santana, gerado pela Brittany? – questionou Beth.

_ E Nicole é biológica da Britt gerada e parida pela Santana. – confirmou Quinn – Louco, eu sei. Mas foi a maneira delas de que as crianças fossem filhas das duas.

Elas estavam no carro, esperando Belle e Peter usar o banheiro de um posto. Os dois tinham bebido um litro de refrigerante cada um e em menos de 45 minutos, já choravam pra usar o banheiro. Beth tinha que reconhecer, Quinn era uma boa mãe, extremamente paciente.

_ Porque elas moram em Nova Jersey? Digo, elas não moravam em NY até se casarem? – perguntou Beth, enquanto as crianças entravam no carro.

_ Santana. Quando ela engravidou, ficou meio psico. Dizia que os tarados de NY iam tentar pegar Nicole. Ela viaja para NY três vezes por semana, por que trabalha na construtora, mas prefere o subúrbio em Jersey. – explicou a mais velha – Peter, sinto o cheiro de xixi aqui. Volte agora lavar a mão.

Pouco depois, tocavam a campainha da modesta casa Lopez-Pierce. Era branca, de cerquinha branca, com uma mini-van na garagem e brinquedos no quintal. Exatamente como uma casa de subúrbio deve ser.

_ Hoooooola! – saudou uma sorridente Santana. Estava de camiseta e jeans com chinelos nos pés. Peter abraçou a tia rapidamente, antes de sair correndo para a cozinha. Belle se demorou um pouco mais, mas logo estava subindo as escadas em busca do recém nascido.

_ Hã, Sant... Essa é Beth. – apresentou Quinn, quando Santana virou-se para elas. A cara de choque da latina foi instantânea e Quinn apressou-se em explicar – Ela é noiva do novo sócio, Ian.

_ Oh sim, então você é a famosa Beth do Ian? – a latina se recompôs logo, estendendo a mão que Beth apertou mais aliviada.

_ Bom, não sei se tem outra Beth. – brincou ela, mas logo se arrependeu ao ver o olhar entre as mais velhas. Mas antes que dissesse algo, Belle apareceu com uma menininha de três anos, loirinha e de olhos claros no colo. Atrás dela, uma versão maior da menininha carregando nos braços um embrulhinho azul.

_ Mãe, o Logan é tão lindo. – disse Belle, os olhos brilhando – Ele parece muito você tia Sant, mas ele tem olhos claros. É do pai dele?

_ Si si... – confirmou a latina, enquanto fechava a porta. A latina abraçou a esposa, pegando a filha mais velha da sobrinha, Belle abraçou a mão, enquanto Brittany virava o recém nascido em direção a elas.

Beth sorriu. Era com certeza um lindo bebê.

~*~

Ela se sentia enjoada. Não era a primeira vez no dia, nem na semana. Droga, não era nem a primeira vez no mês e já se passara do dia 15. Onde estava a maldita menstruação?

_ Vô, eu vou sair. – disse ela, descendo as escadas.

_ Vai aonde querida? – perguntou Nigel, lendo seu jornal.

_ Ao mercado, preciso comprar coisas de menina. – disse ela, indo para a garagem.

_ Nesse caso eu te levo, pois, até onde me lembro, você não pode dirigir legalmente. – disse ele sorrindo atrás dela. Ela sorriu amarela e entrou no carro. Na farmácia, comprou três testes de gravidez e dois pacotes de absorvente, apenas para despistar.

Já no carro, jogou a sacola aos pés e desatinou a falar, na esperança de não pensar no assunto. Chegando em casa, pegou a sacola e subiu correndo, trancando-se no banheiro.

Abriu as caixinhas tremula e começou a seguir as instruções. Os minutos se arrastavam enquanto ela esperava, mas a ansiedade não diminuía. Finalmente deu o alarme e ela viu os resultados. Positivo. Ela estava grávida.

Abraçou os joelhos e começou a chorar. Se fosse há três meses, ela não hesitaria em descer as escadas e dizer a mãe que estava grávida. Sabia que Ian estaria ao seu lado. Mas agora não tinha mais mãe. Não tinha mais a tia. Droga, não sabia nem se tinha Ian.

Desde aquela primeira noite, 40 e poucos dias antes, ele havia se afastado, se enfurnado na empresa, sem sair. Chegava tarde, quando chegava e já estava há quatro dias viajando, sem previsão de volta.

_ Beth? – Nigel chamou-a do outro lado da porta – Querida, abra, por favor.

Ela abriu a porta tremula, tentando não deixar o interior do banheiro aparecer. Mas murchou quando viu a 3ª embalagem na mão do avô.

_ Tanto absorvente e testes de gravidez não combinam muito, não acha? – perguntou com o sorriso gentil – Venha, vamos conversar.

_ Eu não posso ter um filho vovô. Simplesmente não posso. – chorou Beth, quando já estavam no sofá – Eu não tenho condições de lidar com isso agora, Ian muito menos. Não sei em que pé estamos e se ficaremos muito tempo nesse pé. Não quero pressioná-lo.

_ Então, o que você quer fazer? – perguntou Nigel, lhe apertando a mão.

_ Eu quero tirar. – respondeu ela convicta.

~*~

_ Vocês nunca falaram muito do pai da Nicole... – observou Quinn, enquanto ninava Logan. Estavam na cozinha e Brittany estava sentada ao lado do balcão, enquanto Santana cozinhava.

_ Não há muito que falar. – disse Britt – É um doador anônimo, só sabemos o numero. 659842, o mesmo que do Logan. Quisemos que os dois tivessem o mesmo pai biológico, para não haver diferenças tão gritantes. E touché, saíram ambos de olhos verdes.

_ Não acho que Logan ficará moreninho por muito tempo Sant... – observou Quinn e a latina riu.

_ Também acho. Quando ele nasceu, era mais moreninho. Acho que ele vai acabar ficando apenas bronzeado. Não ligo, continuara mi lindo hijo. – cantarolou a latina.

_ Na próxima, queremos ficar as duas grávidas juntas. – confidenciou Britt e Quinn se surpreendeu.

_ Próxima? Dois não ta bom?

_ Acho-te uma graça Barbie. – resmungou Santana – Queremos encher essa casa, não que nem você e o Puck que se contentaram com dois.

_ Na verdade, eu que não consegui engravidar de novo. – admitiu Quinn com um sorriso amarelo – Depois que Peter nasceu, você sabe, perto do aniversário dela, eu não consegui. Tentamos várias vezes e na única que deu certo, eu perdi no 2º mês.

_ Oh meu Deus, lamento Quinn, eu não devia... – envergonhou-se Santana, enquanto Britt abraçava a amiga.

_ Não, tudo bem, é só que... Não é algo fácil de lidar. Eu amo tanto Belle e Peter que chega a doer. E a cada segundo do dia, isso me lembra dela e de como meu amor não foi o suficiente para protegê-la. Eu a entreguei por amor, para ela poder ter uma vida melhor, e ela morreu. – as lágrimas escorriam livremente – E cada vez que eu penso nisso, me sinto inútil. Mães deveriam proteger seus filhos de todo o mal, e eu não pude protegê-la.

_ Quinn, lembra o que a terapeuta disse. Não foi sua culpa, nem do Puck, nem de ninguém. – disse Santana, abraçando a mulher e a amiga – O pneu estourou com uma rachadura na pista e Shelby perdeu o controle. Essas coisas acontecem, infelizmente. Mas Q, o Puck tá certo. Enquanto você se prender a lembrança da Beth e de tudo que aconteceu, você jamais vai poder ser feliz, ou ao menos, ter essa criança que vocês querem.

_ Eu amo vocês sabiam? – perguntou Quinn, sorrindo.

_ E nós amamos você Barbie. – confirmou Britt, enquanto as três riam.

_ A sagrada trindade. – cantarolou Santana entrelaçando suas mãos.

_ Começando juntas. Terminando juntas. – completou Britt.

_ Exatamente como deve ser. – finalizou Quinn, antes de se abraçarem de novo.

Na porta da cozinha, estava Beth encostada, escondida. As lágrimas caiam grossas de seus olhos.

~*~

Ela estava meio grogue e sentindo um incomodo na garganta. Ali, naquela clinica especializada na qual o avô a levará, o processo era completo, e ela havia recebido uma anestesia geral, apesar de achar desnecessário.

_ Bom dia raio de sol. – sussurrou seu avô, beijando-lhe a testa – Daqui a algumas horas estaremos em casa. Precisa de algo?

_ Água. – sussurrou ela e ele trouxe-lhe um copo. Ela bebeu ávida e pediu por mais, que ele lhe deu. Logo depois, saiu, deixando-a sozinha com seus pensamentos.

Não sentia nada de diferente, além da incomoda sensação na garganta e uma queimação na área da genital. Preferiu assim. Não havia sentido nada pelo bebê, então pelo menos não sofreria.

No fim da tarde, já estava em casa. Ian ligou, mas não quis falar com ele. Preferiu ficar deitada, entregue aos remédios para a dor que aumentava. Passou a semana seguinte assim, até que um dia, Ian irrompeu pela porta do quarto.

Ela se sentou assustada, com medo da expressão dele. Mas a primeira coisa que ele fez, foi deitar em seu colo e chorar.

_ Me desculpa Beth, me desculpa.

Ela estranhou e simplesmente acariciou os cabelos dele, enquanto esperava o namorado se acalmar. Demorou um tempo, mas ele finalmente conseguiu formular algo conciso.

_ Meu avô me contou. – disse ele e ela se chocou – Não é sua culpa meu amor, isso acontece.

_ Como? – perguntou ela confusa.

_ Beth, qualquer uma pode sofrer um aborto, ainda mais na situação em que você está. – disse ele acariciando o rosto dela – Você acabou de perder sua mãe e eu não estou sendo exatamente presente. Essa é outra coisa para me desculpar.

_ Ian, não é sua culpa. – garantiu ela, acariciando o rosto dele.

_ É sim. É sim Beth. – esbravejou ele – Eu estava tão imerso na minha própria dor, na vontade de ser como meu pai, que achei que precisava me enfurnar na empresa. Mas não. Meu pai sempre cuidou da empresa, sem faltar um único dia aqui em casa. Eu estava errado. Eu não tenho que ser ele, mas devo seguir o exemplo dele. Eu te amo Beth e eu quero que sejamos uma família um dia. Talvez você ter perdido o bebê tenha sido uma aviso, uma sinal pra mim.

Ela não disse nada, não conseguiu. Simplesmente se inclinou para frente e o beijou. Ele retribuiu carinhosamente e deitou-a, deitando ao lado e a abraçando. Logo, ele ressonava pacificamente, enquanto ela chorava silenciosamente.

~*~

No caminho para casa, Belle e Peter adormeceram. Também, tinham passado o dia correndo pelas ruas com Nicole, Santana e o cachorro da família, Almofadinhas.

Quinn refletia sobre a conversa com as amigas, enquanto Beth refletia seus erros passados. Quando chegaram a casa, as crianças desceram, mas nenhuma das duas se moveu.

_ Beth, está tudo bem? – perguntou Quinn, saindo de seu próprio transe. Em resposta, a menina caiu no choro. A primeira reação da loira foi soltar os cintos de ambas e puxar Beth para seu colo, onde ela chorou – Calma, pode falar o que está te incomodando.

E ela falou. Tudo. Sobre a revelação da mãe. Sobre a descoberta da falsa identidade. Sobre o aborto.

_ Eu preciso achar meus pais Quinn... Eu preciso me livrar disso, saber quem eu sou, de onde eu vim. – sussurrou ela – Preciso saber quem era a mulher que me adotou, quem eu era antes dela fugir comigo... São tantas perguntas.

A loira ouvia tudo chocada. Era fato que a história bateria perfeitamente com a dela, Puck e Beth, mas se tinha algo que estava determinada era não mais procurar a filha em todos os cantos. Várias histórias de adoção eram assim.

_ Eu vou te ajudar. – ofereceu-se – Sou jornalista investigativa, meu trabalho é encontrar essas coisas, mesmo que eu não o exerça mais tão frequentemente. Mas acho que consigo achar seus pais.

_ Como? O incêndio destruiu tudo do meu passado. – admitiu a jovem – Não resta nada...

_ Lembranças Elizabeth, lembranças. – garantiu Quinn – Você não sabe o que podemos fazer com isso. Agora vá pra casa. Hoje foi um dia cheio e ambas precisamos por a cabeça no lugar.

_ Obrigada Quinn, obrigada. – sussurrou a jovem abraçando a loira – E sobre você, eu ouvi um pouco da conversa hoje, na cozinha. Você tem que parar de se culpar pela sua Beth ou pelo bebê que você perdeu. As coisas acontecem por um motivo, para nos ensinar algo. Se você acha que perdeu o bebê pela culpa que ainda sente, não acha que é hora de deixá-la ir e tentar de novo?

Quando a loira entrou em casa, ouviu o marido no andar de cima comemorando com o filho a vitória dos Giants. Sorriu enquanto ia ao próprio quarto e entrava no chuveiro. Banhou-se demoradamente e quando saiu, Puck já estava na cama, sentado só de cueca.

_ Amor, a gente precisa conversar. – disse ela, sentando em frente a ele. O homem franziu o cenho, mas deu sinal para que ela prosseguisse – Eu quero tentar de novo. – e dizendo isso, jogou a cartela de anticoncepcionais longe.

_ Tem certeza Q? – perguntou ele surpreso – Não que eu não queira mais um. Porque eu quero, e muito. Mas depois do que aconteceu...

_ Todos estão certos em uma coisa Puck. Beth se foi, ela não vai voltar. E se eu ficar presa na memória dela, posso deixar muita coisa passar. – explicou a esposa – Eu amo nossos filhos, amo nossa vida, amo tudo que construímos. Mas falta algo, uma peça no quebra-cabeça. Falta alguém para ocupar aquele terceiro quarto no corredor.

_ Bom, se é o que você quer... – sussurrou o marido, puxando-a para perto – Quem sou eu para negar?


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Notas finais do capítulo

E ai gente? Deu pra entender um poquinho mais sobre Quinn e Beth nesse capítulo? Sei que o mistério em si está em 2º ou 3º plano, mas ainda estou apresentando os personagens, loooogo começa a bagunça de verdade! *----*
Mereço reviews? Até o próximo capítulo ;@