Doce Amargo escrita por WaalPomps


Capítulo 5
Cap. 4 – Passado nem tão pisado


Notas iniciais do capítulo

HEEEEI, todas morrendo de curiosidade não? HUAHUAUHAUHA
Queria dar as boas vindas a minha linda e diva acpertille. Bananinha, sem spoilers só pq você já leu a fic hein? HUAHUAUHAUH
Vamos ao capítulo ;@



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_ Elizabeth Danten, acorde pelo amor de Deus. – sussurrava Ian, ajoelhado ao lado do sofá onde a noiva estava desmaiada. Na poltrona ao lado, Isabelle e Peter admiravam a cena com visível espanto. Na cozinha, Puck se esforçava para acalmar a esposa.

_ Puck, é ela. Não é possível, é ela. – quase gritava a mulher, andando de um lado para o outro.

_ Quinn, calma. Respira... – disse ele, visivelmente transtornado – Amor, nossa filha morreu dezenove anos atrás. Nós vimos o acidente, fomos ao enterro. Essa moça, Elizabeth, é britânica. E é morena. Nossa filha era loira.

_ Puck, essa menina é minha cara. E tem a idade da nossa filha e... – a mulher tinha o roso nas mãos e tremia, enquanto o marido a abraçava.

_ Quinn, deixe-a ir, pelo amor de Deus. – pediu o marido – Você não consegue se livrar dessa culpa e isso está te fazendo mal. Eu não sabia o quanto ela parecia com você, mas quando me tornei sócio de Ian, pesquisei a família. Ela nasceu em Cambridge, e aos dois anos e poucos os pais se separaram e ela se mudou para Gosberton, onde viviam os tios. A mãe dela e os pais de Ian morreram em um incêndio quando ela tinha 16 anos. Ela pode parecer nossa filha, mas não é Quinn...

Na sala, Beth começava lentamente a recuperar os sentidos. Ian suspirou aliviado, enquanto beijava o rosto da noiva.

_ Você está bem? – sussurrou ele e ela confirmou.

_ Não almocei direito. – mentiu ela, enquanto sentava-se. Ela viu as duas crianças encolhidas de medo e abriu um sorriso – Tá tudo bem, não precisam se preocupar.

_ A mamãe diz que não pode ficar sem almoçar. – disse o menininho timidamente.

_ E não pode mesmo. É que eu sou meio teimosa sabe? – disse a moça, tentando acalmar as crianças.

_ Ele não pode falar nada... – disse Puck, entrando na sala com a esposa, ambos tentando parecer tranquilos – É teimoso e cabeça dura como uma porta.

_ Você está bem Elizabeth? – perguntou Quinn tentando manter a voz neutra.

_ Estou sim sra. Puckerman, obrigada. – disse a jovem, levantando-se tremula – Creio ser apenas fome.

_ Nesse caso você tem sorte. – disse Peter, se aproximando – A mamãe faz o melhor rocambole de carne do mundo. E ela fez hoje.

_ Ora, então o que ainda fazemos aqui? – perguntou Beth, sorrindo.

_ Por favor, nos acompanhem. – disse Puck, apontando um corredor. Ian seguiu o sócio com Peter ao lado deles, falando sobre algum jogo novo que um amigo havia emprestado. Na sala ficaram as três mulheres, as mais velhas tentando não parecer desconfortáveis diante do olhar da mais nova.

_ Vocês duas são parecidas. – observou a menina e Elizabeth sorriu desconfortável.

_ Pois eu acho que sua mãe parece com você. – disse, tentando mudar de assunto.

_ Não, eu pareço meu pai, todo mundo fala isso. – retrucou a menina, dando de ombros – Mas você... Você parece com a minha mãe e...

_ Isabelle, meu bem, chega. – pediu a mãe, abraçando-a – Elizabeth acabou de desmaiar por fome, é rude ficar a importunando ao invés de irmos jantar.

_ Eu adoraria sra. Puckerman... – disse a jovem, sorrindo aliviada.

_ Vamos. E por favor... Me chame de Quinn.

_ Claro sra.Puc... Digo, Quinn. – corrigiu-se Beth, enquanto as três iam para a sala de jantar – E por favor, me chame de Beth.

~*~

Ela estava com medo. Ora, convenhamos, ela estava em pânico. Hospitais lhe lembravam de seu acidente. E aquela sala de cirurgia ressaltava ainda mais isso. Sabia dos riscos de uma cesárea, e sabia os riscos que levavam os médicos a realizá-la.

_ Depois da lesão do acidente, o esforço de um parto normal poderia trazer problemas. – explicou o médico, quando Quinn ainda estava no sexo mês – Eu não recomendaria.

E ali estava Quinn, três meses depois, na mesa de cirurgia, conformada com a ideia da cesárea, mas assustada com um novo agravante: anestesia geral.

_ Achei que ela estaria acordada. – disse Puck, quando o médico disse que ele não poderia ficar na sala de cirurgia, pois a esposa estaria sedada.

_ A menina desceu Sr. Puckerman. – explicou o obstetra – Está quase encaixada para um parto normal. Nesses casos, a cirurgia costuma ser mais evasiva e no caso da sua esposa, temos que ter um cuidado especial com as sequelas nos órgãos deixadas pelo acidente.

_ Amor... – sussurrou o marido ao seu lado e ela virou o rosto em direção a ele. Ele chorava e ela sabia que também. Deram um beijo e ela tentou sorrir.

_ Vai ficar tudo bem Noah... Daqui a pouquinho ela estará aqui conosco. Mas você vai conhecê-la antes de mim. – sussurrou em tom de brincadeira.

_ Você já a conhece meu amor... Há quase nove meses. – disse ele de volta, acariciando os cabelos dela – Estaremos esperando por você assim que você acordar.

_ Vou cobrar. – prometeu ela, antes de beijá-lo de novo e ele se levantar, saindo da sala.

_ Pronta Quinn? – perguntou o anestesista e ela confirmou com lágrimas escorrendo – Vai dar tudo certo querida, se acalme.

Ele colocou a mascara de oxigênio no rosto dela e soltou o liquido da seringa em seu braço, pedindo para ela contar de 100 a zero. Em 90 ela caiu na inconsciência.

Quando acordou, a primeira sensação foi da garganta áspera. Lembrava claramente do incomodo causado pelo tubo do respirador e praguejou contra a maldita anestesia geral. Mas logo o incomodo da garganta foi substituído pela dor latejante na barriga. Quantas camadas de pele tinham cortado? Mil?

Virou-se em busca do botão para chamar a enfermeira, quando se deparou com a visão mais linda de sua vida. Sentado na poltrona há poucos metros de sua cama, alheio a tudo, estava Noah, com um embrulho rosa sendo balançado suavemente em seus braços.

_ É ela? – sua voz saiu rouca, mas foi o bastante para tirá-lo do transe. Ele sorriu para a esposa, se levantando com cuidado e sentando na cadeira ao lado da cama dela – Posso segurá-la?

_ Você ainda não pode sentar, mas eu posso deitá-la ao seu lado. – disse o marido, deitando o bebê ao lado da mãe – Dessa vez eu dei sorte, ela saiu minha cara.

_ Você não é tão bochechudo. – riu a esposa, observando a criança a sua frente. Os poucos cabelos eram escuros como do pai, assim como o nariz. Quando a menina abriu os olhos, eles se mostraram verdes e Quinn sorriu – Belle.

_ Como? – perguntou Puck, confuso.

_ Isabelle é Isabel em francês. Minha avó chamava Isabel. Quer dizer ‘que serve a Deus’ – explicou a loira – E assim, poderemos chamá-la de Belle, ou seja, bela.

_ Eu acho perfeito... – afirmou o homem sorrindo para as mulheres de sua vida – Nossa Belle.

~*~

O jantar transcorreu muito bem. Peter não fizera brincadeira com a comida e Belle permaneceu sorridente e participativa. Após a refeição, os homens foram discutir negócios, as crianças brincar e as mulheres tirar a mesa.

_ Pode deixar a louça ai... – pediu Quinn apontando a pia – Amanhã cedo Carla lava.

_ Vocês tem empregados? – perguntou Beth.

_ Duas moças que limpam a casa, um jardineiro e um limpador de piscina. Mas eu cozinho, as crianças arrumam o quarto e levamos e buscamos na escola. – enumerou a loira – Francamente preferia morar num apê, mas Puck quer que as crianças tenham o espaço e conforto que não tivemos em Lima.

_ Onde fica Lima? – perguntou a jovem, achando o nome vagamente familiar.

_ Ohio. Fica a umas doze horas daqui. – explicou Quinn – Minha mãe e sogra moram lá, assim como a irmã de Puck e os padrinhos de Peter.

_ E o que os levou a deixar Ohio? – questionou a menina distraída e o rosto de Quinn se entristeceu – Digo, se toda sua família mora lá e... Ai meu Deus, desculpa. Se não quiser falar nisso...

_ Não, tudo bem. – afirmou a loira – É que o Puck não gosta que eu toque no assunto... Venha comigo. – saindo da cozinha havia um corredor com duas portas. Entraram na da direita – Meu escritório. Sou jornalista, não sei se Ian te disse. – explicou a mulher fechando a porta.

O cômodo era amplo e de paredes brancas. Havia um notebook, uma TV e muitas, muitas fotos. Beth se aproximou e começou a olhar as mais antigas, até dar em uma que a surpreendeu.

_ Você engravidou no colégio? – perguntou surpresa e Quinn sorriu envergonhada – Longe de mim julgar, é só que... Quantos anos Belle têm?

_ 12. E não, não foi da Belle. Eu tinha 16 anos na época. Estava bêbada, cansada dos meus pais, e admito, com tesão e amor de sobra pelo Puck. Foi uma época difícil, de muitos erros e quedas.

_ Foi por isso que vocês deixaram Ohio?

_ Não, não. – riu Quinn – Foi três anos mais tarde, quando eu entrei em Yale, em artes cênicas. Noah foi comigo, ia tentar engenharia no ano seguinte. Mas não cheguei a terminar o primeiro ano.

_ Por quê? – espantou-se Beth e viu lágrimas escorrerem dos olhos da mulher a sua frente.

_ Nós perdemos nossa filha. – explicou Quinn – Foi uma tragédia, um grande acidente. A mãe adotiva dela perdeu o controle do carro e bateu de frente com outro veículo. Depois disso, abandonei a faculdade e viemos para cá. Minha melhor amiga morava aqui, assim como o melhor amigo do Puck. Eles estavam noivos. Alguns meses depois, Puck conseguiu um estágio em uma construtora, fez faculdade e subiu rápido na vida. Quando engravidei de Belle, ele já era sócio. Quando Peter nasceu, já era vice-presidente. E hoje, herdou a companhia do dono, o Sr. Roseil, que Deus o tenha.

Beth ficou sem reação diante dos relatos da mulher a sua frente, e só o que pode fazer foi abraçá-la. Quinn chorou alguns minutos no ombro da jovem, mas logo se recompôs e foi ao banheiro limpar o rosto. A morena voltou a observar as fotos e se chocou.

_ Quinn... – chamou ela e a mulher apareceu – Quem é essa?

_ Essa? Rachel Berry-Hudson, minha melhor amiga. – respondeu à morena.

_ O que você sabe sobre a família dela? – perguntou Beth.

_ Filha única de dois pais gays. Hiram e LeRoy são incríveis, divertidíssimos. – contou a loira e Beth pareceu relaxar – Tudo bem querida?

_ Tudo, é só que ela pareceu me lembrar... Deixa pra lá!

_ Não é difícil lembrar alguém, ela atuou na versão para cinema de Wicked. – explicou Quinn – Francamente, ela tem algum problema com esse musical.

_ Mamãe, hora da sobremesa! – disse Peter, abrindo a porta.

_ É? Quem disse? – questionou a loira, arqueando a sobrancelha enquanto Beth ria.

_ Eu. – respondeu travesso o menino – Você sabe que eu amo pudim!

_ Ai, pudim... – reclamou Beth – Sou intolerante a lactose.

_ Eu também! – comemorou Peter – Por isso é pudim de chocolate sem lactose. A mamãe faz o melhor! Ela tem que experimentar mãe!

E saiu correndo, gritando para o pai a novidade. As duas mulheres riram enquanto o seguiam.

_ Quinn... Curiosidade. – disse a jovem – Como chamava sua filha?

_ Beth... – respondeu a loira – Como na música do Kiss.


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Notas finais do capítulo

E ae? Gostaram? Odiaram? Não acharam que logo no capítulo 4 já ia resolver o mistério né? HUAHUAUHA