As Irmãs Blackwell escrita por EyesOfBlood


Capítulo 4
4º Cap: Cassie prova sangue


Notas iniciais do capítulo

"Pensei em correr para fora, ir a um hospital e depois quem sabe um exorcista, mas não foi preciso, pois Cassie já não estava mais lá. A nova versão assassina de minha irmã acabara de fugir para a cidade."



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/232099/chapter/4

Cassie

Estava escuro, meus olhos pareciam estar fechados e eu sentia o gosto de algo quente e ferruginoso na boca, minha garganta ardia conforme o liquido descia, era como se eu tivesse bebido meio litro de gasolina e comido brasas de fogueira, mas havia uma sensação ainda mais estranha do que essa. Lábios frios como a neve e fortes como o mármore tocavam os meus, aquilo me deixou ainda mais atordoada e eu lamentei quando eles se separaram dos meus.


Os gritos de Diana eram tudo que conseguia ouvir e um cheiro forte de queimado ao meu redor me deixou sufocada, lembrei-me dos velhos livros de historia e do período em que as pessoas queimavam mulheres que julgavam serem bruxas na fogueira. Sempre achei isso idiotice e sempre dizia, Se elas realmente fossem bruxas de verdade, não teriam se deixado morrer queimadas. Isso soava irônico vendo minha situação atual.


Uma dor excruciante percorria todo meu corpo e o fato de alguém estar me arrastando pelo chão cheio de pedrinhas pontiagudas, não melhorou nada isso, supus que fosse Diana. Mas não pude deixar de sentir medo.


– Não se preocupe com nada – A familiar voz de minha irmã soou em meus ouvidos – Já chegamos ao carro – Falou me puxando cuidadosamente para o banco traseiro. Virei uma boneca sem vida, que os outros arrastam por ai, me lamentei mentalmente.


Eu podia estar paralisada, sega e muda, mas não estava surda o suficiente para não ouvir o barulho da explosão da lanchonete. Só relaxei quando senti que o carro já estava longe do lugar em que eu quase morrera. Agora a pergunta era Eu já morri? ou Estou em coma profundo? Torci para que fosse a primeira. Preferiria mil vezes morrer doque ficar vivendo assim.


– Cassie! Acorda! – Ela gritava em minha direção, mas eu não consegui falar nada para tranquilizá-la – Cassie!


Diana dirigia a no mínimo uns duzentos quilômetros por hora, sentia como se o carro fosse bater a qualquer instante, estava temendo pelo que restava da minha vida quando ela parou, senti uma mão tirando algo de meu bolso. Só porque estou semimorta você acha que pode mexer nas minhas coisas? Fiquei querendo perguntar.


– Rua dos... – Diana tentava ler o papel com as informações sobre o corretor que nos vendeu a casa –Rua dos fundadores, numero setenta e quatro – a porta bateu e ouvi os passos se afastando. Ate quem fim paz!


Depois de alguns terríveis minutos ela voltou, o carro voltou a acelerar antes mesmo deu ouvir a porta fechar, Cuidado pedestres! Uma louca acaba de chegar à cidade, pensei enquanto ela dirigia.


– Bom, eu consegui – Pelo tom de voz ela parecia ter acabado de levar um tiro, espera um segundo... quem levou um tiro fui eu. Estava começando a me irritar.


Ela voltou a parar e eu soube que havíamos chegado a nossa nova casa, ou seria minha casa se eu sobrevivesse.


– Vai dar tudo bem – Não aguentava mais ouvi-la falando sozinha – Sou mais forte do que pareço – E voltou a me arrastar, sem duvida aquele foi o pior dia da minha vida. Principalmente quando passamos pelos degraus.


Ela me levou ate a porta quando me jogou de cara no chão, a porta bateu e naquele momento eu senti meu corpo voltando ao normal, abri os olhos enquanto levantava e me virei para minha irmã. Ela estava em pânico.


– Cassie? – Diana parecia feliz e ao mesmo tempo assustada. Era como se ela não soubesse se devia vir me abraçar ou sair correndo atrás de ajuda. Eu votava na ajuda.


Só entendi sua reação quando me vi no espelho do outro lado da sala, nele havia uma jovem garota com roupas ensanguentadas e sem buraco de bala no peito, ela estava em um estado horrível, mas sua pele branca como marfim, seu cabelo loiro como o sol e seus assustadores e magníficos olhos cor de vinho a tornavam irresistível. Só então entendi que aquela era eu... a nova eu.


Diana


Cassie estava linda, assustadoramente linda para se dizer melhor e se suas roupas não estivessem cobertas de sangue juro que quase teria me esquecido que ela havia morrido a polcas horas atrás. Quase!


– Cassie? – Tentei me aproximar, mas ela sumiu quando estava a poucos passos – onde... onde você esta? – Perguntei confusa.


– Aqui! – A voz vinha de traz de mim, mas não tive coragem de me virar – Diana? O que... esta acontecendo comigo – Havia medo em sua voz e suas palavras mal saiam – me ajuda! Por favor!


Finalmente tomei coragem e me virei para Cassie que parecia estar chorando, não havia lagrimas em seus atordoantes olhos cor de vinho e mesmo assim não pude deixar de sentir pena. Ou melhor... medo!


– Não se preocupe, vai dar tudo bem – A tranquilizei enquanto me aproximava e a abraçava o mais forte que meus braços fracos me permitiam – Eu estou aqui! Sempre estarei do seu lado! – disse em seu ouvido. Não sabia mais oque fazer.


– Obrigada! – Ela continuou com o tom de choro – Não sei oque seria de mim sem você – Ela retribuiu o abraço e quase quebrou todos os ossos do meu corpo. Tive sorte dela ter percebido e me soltado, senão quem estaria morte seria eu e não ela. Oque não seria tão ruim! Pensei desanimada.


Ela se afastou envergonhada e voltou o seu olhar para o espelho, parecia horrorizada com o seu próprio reflexo e eu não podia deixar de me culpar. Não deveria ter feito um acordo com um demônio, vampiro ou seja lá a oque aquilo fosse. Eu e somente eu era culpada da desgraça de minha irmã.


– esta sentindo esse cheiro? – Não entendi a pergunta, mas fiz que não com a cabeça – e um cheiro tão doce e chamativo – Tinha quase certeza deque ela havia enlouquecido e pra completar me lavado junto para um lugar cheio de aberrações e outras esquisitices – E você Diana! Você esta com um cheiro tão bom – naquele momento senti tanto medo que pensei seriamente em fazer uma estaca de madeira, só pra testar as historinhas infantis.


Ela se aproximou de mim mais rápido doque meus olhos puderam acompanhar e logo me vi em outro abraço de urso. Lábios frios e firmes beijavam meu pescoço e teria sido uma ótima sensação se ela não fosse a minha irmã e se eu não tivesse visto como aquela garçonete morreu.


Concentrei todo o meu poder para jogá-la para longe. Não consegui afastá-la antes que algo parecido com navalhas afiadas entrassem em meu pescoço, e quando enfim a afastei. Vi sua boca suja de sangue, o meu sangue.


Pensei em correr para fora, ir a um hospital e depois quem sabe um exorcista, mas não foi preciso, pois Cassie já não estava mais lá. A nova versão assassina de minha irmã acabara de fugir para a cidade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que gostem e mandem reviews.by *-*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Irmãs Blackwell" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.