Emery estava cada dia mais encantada com o garoto Cullen, pelo visto ele não era que nem o irmão. Mas Thomas era que me preocupava, ele estava detestando tudo isso.

—mãe me ajuda com a roupa? –grita Emery entrando no meu quarto. Hoje ela iria sair com os amigos, eu e as garotas íamos aproveitar e organizar o aniversario surpresa de Thomas.

Saímos logo depois deles, Ethan estava na creche o que facilitou muito nossa vida. Enquanto fazíamos compras Rose discutia o nome dos gêmeos e riamos com as sugestões de Alice. Voltamos pra casa e arrumamos tudo, Tessa veio e nos ajudou, os convidados estavam chegando e logo a noite caiu, Emery mandou mensagem dizendo que já estavam chegando.

Assim que eles entraram as luzes se acenderam e Thomas quase cai para trás, xingou Emery e a abraçou sem parar, os amigos riam dos dois e depois eles foram para o quintal se divertir. Entre os convidados estava Edward e sua namorada, Jasper o chamou para tentar reatar os laços do passado, mas isso me causava um péssimo pressentimento.

Com o decorrer da noite percebi Thomas emburrado e logo entendi o motivo. Emery estava grudada em Antony, ela ria de alguma coisa que ele disse e logo eles foram dançar. Vi as meninas conversando com a namorada de Edward, os adolescentes se divertindo, os maridos conversando e voltei a observar Emery, ela e Antony estavam quase se beijando.

Aquilo não podia acontecer, sai quase correndo em direção aos dois e cheguei a tempo de impedir. Ela me olhava irritada e ele surpreso.

—você não pode ficar com um Cullen! Não pode Emery! Ta me ouvindo? –falo agarrando o braço dela e tentando tirar ela dali.

—mãe você ta me machucando.

—porque eles não podem ficar juntos? Só porque a gente não deu certo?-pergunta Edward, furioso, se aproximando.

—não se mete Edward!

—não entendo isso cacete! Eles são jovens, podem namorar quem quiserem. Esquece o passado e deixa a garota namorar o Tony. -ele grita pra mim.

—isso nunca pode acontecer! –grito de volta.

—por que não pode? Ela não é você e ele não é como eu já fui. –ele continua gritando. –por que você acha que a família Cullen não presta? Por que EU errei no passado? Ele não é bom o bastante para sua princesinha? Ele é um bom rapaz, então por que eles não podem ficar juntos?

—por que ela é sua filha! –grito silenciando ele. -ela é sua filha.

—O que? Ela é o que? Bella por que não me contou? Por que a escondeu de mim? Eu era tão ruim assim? –agora eu é que era segurada pelos braços enquanto ele gritava.

—Você fez aquela aposta... O que você tinha na cabeça? Você me humilhou no baile de formatura e eu te amava tanto... Eu fiquei magoada, me senti péssima, um lixo, um brinquedo que você usou e depois jogou fora quando bem quis! Por que você fez aquilo? Eu tinha perdido meus pais, achei que você me amava! Você me fez sentir usada e jogada fora. Quando eu descobri a gravidez, eu não queria que um cara como você, que saia apostando garotas como se fossem objetos, perto dela. Eu tive medo!

—não fui eu que armei aquilo no baile, eu juro. E não teve aposta nenhuma, foi armação da Victoria. A Tânya me contou tudo antes de ir para a cirurgia. Medo de que? Esse era nosso bebe e eu o amaria independente do que fosse, que merda você tinha na cabeça?

—Eu... -quando tentei falar ele continuou.

—eu perdi você gravida, caramba! Perdi o nascimento da minha filha, não vi ela crescendo, dando os primeiros passos e as primeiras palavras por causa de um erro do passado que eu nem tive culpa!? Por que você não me procurou antes? Você teve tantas chances! Por que não me contou no velório da sua vó?

—eu tava assustada, eu tinha perdido mais uma pessoa importante na minha vida. E se você quisesse tomar Emery de mim? Eu só estava com medo, nada de bom acontecia na minha vida.

—chega! Você não tinha o direito de esconder minha filha de mim! –ele grita furioso e olha ao redor Emery estava parada assistindo nossa briga, Antony estava ao seu lado totalmente perdido. –meu Deus eu tenho uma filha... -ele diz colocando as mãos na cabeça.

—mãe que historia é essa? Jacob não é meu pai? –ela pergunta chorando.

—Eu posso explicar...

—não quero ouvir mentiras. –ela grita e sai correndo.

—Emery! –grito a perdendo de vista. –ta feliz agora?

—a única culpada disso é você. –ele diz e sai por onde ela saiu. Minutos depois Emmett aparece.

—Bella achei você. –ele diz animado, mas logo muda. –o que aconteceu?

—Edward sabe a verdade, Emery também e agora me odeia. –digo chorando.

—ei fica calma, vem pra dentro.

Emery PDV

Minha vida toda foi uma mentira? Jacob Black não era meu pai? Esse desconhecido que foi namorado da minha mãe é meu pai? Isso era coisa demais pra suportar. Sai correndo sem olhar pra trás, as lagrimas embaçavam minha visão enquanto eu corria minha vida passava diante dos meus olhos. Todos os aniversários, conversas com meu pai, as risadas, confidências trocadas e segredos guardados. Aquilo era mentira? Será que algum dia Jacob me amou como filha?

—Emery espera. –ouvi alguém gritar atrás de mim, mas não diminui a velocidade.

Só parei quando meus pulmões já doíam pela falta de ar, e eu não sabia onde eu estava, olhei ao redor descobri que era uma praça me sentei em um balanço e fiquei lá chorando ate sentir a presença de alguém.

—Emery. –chamou uma voz masculina e eu o encarei, era Edward ali. –oi, você...

—não pergunta se eu to bem! Como você acha que eu to? Meu pai não é meu pai, e meu pai é você. Você realmente acha que eu to bem? Eu nem sei se meu pai me amou e...

—ei para, não diz isso. –ele fala se abaixando na minha frente e segurando meu rosto entre as mãos. –Jacob te amava, disso eu tenho certeza, ele cuidava de você como se fosse à coisa mais preciosa do mundo, a melhor coisa que ele tinha, a pessoa mais importante da vida dele. O que realmente era. Me desculpe, eu era um cara idiota e perdi a mulher que eu amava e perdi você também. Não pude acompanhar nada da sua vida, não puder ser seu pai. Me perdoa, por favor.

—não chora. -falo secando suas lagrimas e ele ri em meio ao choro.

—você se parece com minha mãe. –ele ri acariciando meu rosto. –tem os olhos do seu avô, e o resto é da sua mãe. Aquela cabeça dura teimosa.

—você a odeia?

—não, eu não conseguiria, ela me deu você. Eu sabia que tinha alguma coisa errada com aquele casamento, foi tudo tão rápido... E, além disso, eu não consegui esquecer ela nenhum dia em todos esses anos. Mas ela me deve algumas explicações, eu quero conhecer você Emery, ser um amigo, não precisa me chamar de pai. Sei que é difícil já que você teve um pai incrível à vida toda e do nada descobre que outro cara é seu pai...

—posso continuar a te chamar de Ed?

—claro princesa. –ele diz levantando. –vamos voltar, sua mãe deve ta louca uma hora dessas.

—eu não ligo.

—você se parece comigo na sua idade. –ele e me puxa do balanço. –ela errou, mas ainda é sua mãe, vamos com calma mocinha.

Ele me envolve num abraço desengonçado e andamos em silencio de volta pra casa.