Eu o encarava com certo ódio e minha vontade era apenas de socar a face loira e burra de Malfoy (Sem ofensa aos Loiros).

- Vamos rever a história. Morgana Morgan, a bruxa loira, dona de um poder surpreendente, sumiu da história do castelo por motivos inexplicáveis, mas deixou uma filha, e essa filha, se escondeu do mundo bruxo, e teve uma filha, que manteve se escondendo do mundo bruxo,e as mães passavam tudo que sabiam para as filhas e o segredo permanecia, e assim a família, e o nome Morgan foi extinto das bocas das grandes famílias bruxas. Mas minha família mantém todas as anotações e menções de todas as nobres e não nobres famílias bruxas de puro sangue, e em meio a essas escritas, me surge uma Morgan. Hermione M. Granger. E eis a nova Morgan, que repete toda a faceta de sua ancestral. Puxa. Tenho muito o que aprender com você Granger. Muito.

Meus olhos começaram a lacrimejar e eu quis chorar. Encarei Malfoy com os olhos marejados em cristalinas gotas de água que insistiam em cair de meus olhos e suspirei forte as contendo.

- Você não tinha o direito!

- Eu não só tinha, como ainda tenho. Eu merecia saber, você sabe.

- Você é nojento Malfoy.

- E você adora isso em mim.

- Lhe odeio.

Ele gargalhou e se aproximou limpando uma lágrima que escorria em meu rosto. Seu sorriso me cortava como navalha, e eu me segurava para não matá-lo nesse instante.

- Bom... Agora que sei que você não é uma Sangue-Ruim, nem mesmo uma Mestiça, eu posso conviver tranquilamente a seu lado.

- Não convivia antes por medo de ser morto, é?

Respondi na tentativa de retrucar à suas palavras, segurando o choro, mas acabei morrendo de chorar depois.

- Tinha medo de pegar alguma pulga, ou coisa do tipo de você.

Como é repugnante esse garoto! Ele apertou minha maçã do rosto e eu o olhei partir. Ele sumiu indo para o lado do salão comunal da Sonserina e eu organizei meu rosto na primeira superfície espelhada que vi a frente. Segui para a casa de Grifinória, e enquanto eu andava, eu segurava o choro. Nada como uma boa cama para se chorar a vontade, e até onde as lágrimas conseguissem sair. Suspirei depois de tanto soluçar no choro, e me sentei na cama de olhos vermelho.

Gina havia me visto daquele jeito, e veio até mim me abraçado. Eu apenas a abracei sem nada dizer. Eu não precisava dizer nada, só sentir. E o ódio que eu sentia agora era poderoso de mais, por isso eu estava evitando conversar com ela, eu só a ouviria.

- Chora.... Pode chorar tranquila... Estou aqui para te amparar querida... Como você me amparou.

Eu havia parado de chorar a essa altura, mas as palavras de Gina me fizeram retornar a idade das cavernas e eu voltei a chorar desesperadamente. Ela agora permanecia em silêncio, só me ouvindo chorar, e eu fiquei extremamente grata por isso.

Levantei os olhos marejados para Gina e tentei sorrir. Ela me sorriu maternal e acariciou meus cabelos como uma mãe acaricia os cabelos de uma filha,

- Eu só queria continuar a ser eu mesma... Quieta... Tranquila...

Comecei a sussurrar, e Gina me balançava para frente e para trás como uma mãe dedicada.

Olhei-a com certo desânimo e ela me deitou em minha cama me ajeitando e me cobrindo. Sorriu para mim, mexeu nos meus cabelos, e sussurrou no meu ouvido:

- Pode ir lavar seu rosto agora, já irá se sentir bem melhor.

Ela beijou minha testa e eu sorri.

- Pode confiar em mim como confio em você. Agora dorme bem.

Ela saiu e eu tratei de me entregar ao sono, o dia seguinte seria bem complicado.

Acordei meio atrasada, e com os olhos inchados. Corri para me arrumar, e pus um óculos para disfarçar as olheiras. Entrei na aula de defesa e Harry e Ron se mostravam muito interessados na aula. Eu só queria que ninguém me percebesse lá. Prestava atenção nas dicas e palavras do professor, mas nada fazia quanto a isso. Apenas observava. Suspirei e Ron percebeu.

- Que houve Mione?

- O quê?

- Está distante hoje...

- Estou bem. Qual o problema?

- Seus óculos. São iguais os da Luna

- Ah... É mesmo...

- Ela diz que dá pra ver Zonzóbulos com eles.

- Não vi nada.

- Acho ela meio lunática. Apesar de ser uma boa pessoa, é claro.

- Tanto faz.

Dei de ombros, e Ron estranhou minha ação. Suspirei voltando a assistir a aula que parecia que nunca iria acabar.

A aula passou mais rápido do que eu pensava, e eu saí dali indo direto para a enfermaria. Eu me inscrevi nas aulas adicionais de Enfermaria Avançada de Hogwarts.

Ao me inscrever, a enfermeira chefe pediu para que eu realizasse um monte de exames e eu os realizei o mais rápido possível, só queria mais uma coisa pra me distrair um pouco, o vira tempo e as aulas já não mantinham minha cabeça ocupada o suficiente, eu precisava de mais coisas para me manter bem.

Mais tarde, voltei para o dormitório feminino de Grifinória, e me surpreendi com quem vi lá dentro. Luna LoveGood. Olhei para Gina e franzi o cenho. 

- Ora, Gina, O dormitório feminino de Grifi, não é apenas para garotas de Grifinória?

Gina me olhou quase implorando pelo meu silêncio e Luna me olhou com aquele rosto todo amável e distante. Ela estava com um óculos igual ao meu e eu quis ter um ataque com isso.

- Você está cheia de Zonzóbulos.

- Hã?

- Nada - Disse Gina puxando Luna dali.

- Tchau Mione.

Gritou Luna indo com Gina para algum lugar. Dei de ombros e comecei a mexer nos meus livros e vi minha caderneta cair, aquela a qual Draco havia se apoderado antes. Era o meu diário. Peguei-o e foleei até as últimas coisas escritas nela, havia uma letra diferente da minha, e eu supus de quem seria. Comecei a ler e suspirei ao terminar. O recado era o seguinte:

'' Hermione, Não importa o quanto me trate como um estúpido, você sabe que eu sou aquele o qual você deve confiar, afinal, nosso sangue é puro, agora eu tenho certeza disso. Junte-se a mim querida Granger, e te ajudarei com tudo que quiser, e desejar.”

Eu gritaria de raiva, mas estava muito exausta para isso. Fechei minha caderneta e guardei todos os meus materiais. Não passava de 15:30hs, mas eu não vinha dormido direito a dias, então, resolvi me dar esta trégua.

Deitei e capotei de sono. Se me deixassem eu dormiria até o dia seguinte, e sem o menor remorço.