Um Conto Escondido Na Sala Precisa. escrita por RockStar


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Numa manhã sozinha no dormitório feminino de Grifinória, encontra-se a nossa querida Mione, escrevendo, lendo e estudando. Nada do que acontece é grandioso, mas o que está por vir...



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POV – Hermione


Era uma vez uma garota e mais três. Todas dançando com um só freguês. Ambas eram cortesãs. Todas com roupas de lã.”

– Droga! Eu não sei fazer isso... Eu não vou conseguir... Por que eu tenho que fazer um poema desse tipo?

Acordei hoje já lendo e escrevendo. O caso é que eu preciso ler um conto meu amanhã, para a partir dele, fazer um teatro encantado. Vamos fazer bichinhos de panos falarem e etc, mas não sou boa escrevendo isso.

Eu precisava terminar tudo até a meia noite de hoje, porque também preciso dormir, no entanto, estou eu aqui, sofrendo por não saber fazer isso.

Lancei mão de meus cadernos e me levantei trançando meus cabelos. Eles estão ficando mais loiros e mais baixos, não me pergunte porquê. Eu ainda estou um pouco assustada com o que houve o ano passado sabe... Encontrar uma câmara secreta em Hogwarts, e Gina estar sendo controlada por um diário... Tudo muito estranho, e não posso negar, pois isso me marcou bastante.

Enquanto alinhava meus cabelos em uma trança eu pensava em como algum dia eu ficaria. No caso, quando eu fosse mais velha, como estaria meu rosto, meu corpo, se eu ficaria mais bonita, se algum dia eu me apaixonaria de verdade, ou se tudo o que eu tinha para viver, eram meus estudos.

Sorri sozinha de frente para o espelho e baguncei minhas sobrancelhas as arrumando depois.

Olhei bem para o espelho à minha frente e me encarei por alguns segundos olhando para o vira tempo em meu pescoço. Será que ele me ajudaria com muita coisa?

Suspirei saltando de volta para a minha cama e voltei a ler distraidamente enquanto passos tímidos corriam até mim.

– Hermione...

Gina me surpreendeu me fazendo saltar. Ela estava pálida e com os olhos vermelhos, acho que esteve chorando.

– Que foi Gina? O que houve?...

Ela não disse mais nada, apenas ajoelhou no chão e deitou-se em meu colo. Eu acariciei seus cabelos ruivos sem entender o porquê daquela situação, e mesmo atordoada, eu fiquei quieta e calada. Gina parecia estar sofrendo, e eu não queria fazer ela se sentir pior ainda.

Ela chorava em meu colo como uma criança chora no colo da mãe, Ron nunca poderia saber que isso aconteceu, ou iria acabar brigando com a garota.

Depois de certo tempo, as lágrimas dela pararam de descer, e ela começou a se recompor. Suspirava enquanto tentava organizar o rosto vazio de expressões e apenas vermelho de tanto chorar.

Olhei-a com um meio sorriso e acariciei suas bochechas.

– Vá lavar seu rosto, agora já irá se sentir melhor.

Ela se levantou e saiu dali como se nada tivesse acontecido. Isso me deu várias ideias para o meu conto. As ideias começaram a fluir e escrevi rapidamente um conto em formato poético enquanto Gina ajeitava o rosto vermelho de uma forma que não deixasse resquícios de que havia chorado. Assim que escrevi a última linha do conto ela cortou o quarto seguindo em minha direção.

– Obrigado. Você á a única garota em quem eu confio aqui... Desculpa por isso.

Eu sorri para ela enquanto ela batia em seu vestido, e me levantei fechando os cadernos.

– Não se preocupe. Se quiser conversar...

Ela assentiu com a cabeça e saiu do quarto a passos largos. Eu fiz o mesmo indo até o banheiro feminino da ala de baixo. Um banheiro vazio, quase não frequentado pelas garotas por conta dos espelhos embaçados e sem aquele brilho que fingia deixá-las mais bonitas.

Eu não queria conversar, apenas caminhar e ficar sozinha, afinal, eu já havia voltado hoje, e eu não podia ficar dando bandeira por aí enquanto “eu” estava em sala de aula estudando herbologia.

Atravessei o saguão o mais rápido que uma garota como eu poderia fazê-lo e segui até o banheiro feminino. Enquanto atravessava dois corredores eu ouvi alguns murmúrios de um grupinho o qual eu não consegui desvendar quem eram.

– Estou falando sério para vocês. Gina, a ruivinha de Grifinória. Se aquela menina fosse um ano mais velha, não teria para nenhuma das outras.

– Romilda é muito mais bonita que ela!

– Que Romilda! A Cho! A minha asiática preferida, aquela sim é um pedaço de mal caminho...

– Eu gosto do jeito da Hermione.

– Hermione? Aquela nerd sem vida social? Nunca vai arrumar um namorado ou coisa assim.

Meu coração apertou e eu continuei andando, acabei perdendo a última parte da conversa.

– Ela não é “nerd”, é uma garota inteligente.

– Mas Draco, ela é filha de Trouxas.

– Nada é perfeito. E o único defeito dela, é ser uma “Sangue-ruim”.

Ainda bem que eu não ouvi o resto da conversa.

Me tranquei dentro do banheiro enquanto refletia sobre o meu modo de ser. Será que eu nunca teria ninguém mesmo? Eu estava fadada ao fracasso amoroso? Para sempre sozinha...

Seria um fardo difícil de mais de se carregar. Ainda mais, levando em conta o fato de eu não ser de uma nobre família bruxa. Suspirei segurando as lágrimas que queriam escorrer e abaixei minha cabeça entre as pernas. Eu não queria ficar sozinha, e não iria.

A quantidade de tempo que fiquei naquele banheiro eu não sei, mas foi o tempo mais longo, e mais difícil de se passar. Só realmente passou, quando eu decidi mudar.

Como, e por onde começar eu não sabia e nem sei. Agora o quê....



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