Continuação...

...Eu não conseguia parar de chorar, as lembranças voltavam a todo momento em minha mente, estávamos saindo do condomínio quando um homem pulou na frente do carro me fazendo levar um susto junto com o motorista. Era meu pai!

-Pai! – eu disse assustada enquanto ele caminhava até ao meu lado.

-Abre a porta! – ele disse bravo.

-Não moço, não abre! – eu disse assustada.

-ABRE A PORTA! – ele berrou de novo e o cara abriu a porta com medo.

-Não, eu não vou embora com você! – eu disse indo pro outro lado do taxi.

-Vem aqui! – ele disse bravo me pegando pelo braço e me puxando pra fora do carro.

-ME LARGA, EU NÃO QUERO IR! – eu disse numa tentativa inútil de me soltar.

-VOCÊ VAI EMBORA COMIGO SIM, VOCÊ VAI PRA CASA AGORA! ENTRA NESSE CARRO! – ele disse abrindo a porta de um carro preto em que ele veio.

-EU NÃO QUERO, ME LARGA PAI! – eu chorava por conta da dor. 

-ALLY! – ouvi uma voz conhecida e vi Justin chegando.

-Justin! – eu disse baixo.

-O QUE ESSE MOLEQUE TA FAZENDO AQUI? – disse meu pai bravo.

-LARGA ELA! – berrou Justin vindo em direção do meu pai.

-Moleque! – disse meu pai me largando e dando um soco no Justin.

-PARA! – eu berrei desesperava vendo Justin cair no chão.

Justin se levantou e meu pai bateu nele de novo, Justin não reagia, ele não batia de volta, apenas apanhava. Meu coração estava cada vez mais apertado, eu não podia fazer nada, eu tentei segurar meu pai, mas foi em vão.

-JUSTIN! – eu corri em direção dele que já estava todo machucado no chão.

-Ally! – ele disse baixo.

-Justin, meu amor me desculpa! – eu disse me ajoelhando ao lado dele.

-Me desculpa você, eu não te protegi como deveria!

-Você me protegeu sim! Sempre me protegeu! – eu disse segurando a mão dele.

-LARGA ESSE MENINO! – disse meu pai segurando meu braço e me puxando.

-ME SOLTA! JUSTIN! – eu berrava chorando enquanto era puxada pelo meu pai.

-O QUE TA ACONTECENDO? – Alfredo chegou ali e viu espantado a situação.

-CUIDA DELE! – eu berrei pra Alfredo enquanto meu pai me jogou dentro do carro.

Vi Alfredo assentindo pelo vidro do carro e indo socorrer Justin. Meu pai berrava enquanto dirigia, mas eu não ouvia uma só palavra. Eu chorava mais que antes, muito mais! Eu não conseguia tirar agora 2 imagens da minha cabeça: Justin com Selena e ele no chão sangrando. Meu pai me puxava pelos lugares, mas eu não reagia, não tinha força pra isso. Não dormi, não comi, só me dei conta aonde estávamos quando cheguei em NYC na frente do prédio.

-ENTRA! – berrou meu pai me empurrando pra dentro do apartamento.

-Filha! – disse minha mãe vindo correndo até mim – o que aconteceu com você, porque você ta assim?

-Me larga! – eu disse saindo dos braços da minha mãe e indo subir as escadas.

-Ally! – eu vi Gui descendo as escadas.

-Gui! – eu disse subindo correndo as escadas e o abraçando.

-O que aconteceu com você? – ele disse me abraçando.

-Não me deixa, por favor, não me larga mais! – eu disse o abraçando forte.

-Vem, vamos pro seu quarto! – ele disse me abraçando de lado e me levando pro quarto.

-Ally! – disse Isa saindo do quarto dela – o que aconteceu, porque ta assim? – ela disse vindo até mim e passando a mão no meu rosto.

-Ajuda ela pra mim Isa! Da um banho nela, troca a roupa, eu não posso fazer isso, você sabe! – disse Gui me entregando pra Isa.

-Claro! – ela disse sorrindo fraco – vem Ally! – ela disse me abraçando e me levando pro banheiro.

Enquanto eu tomava o banho eu escutei berros, provavelmente meu pai brigando com a minha mãe e Gui foi lá ver o que era. Isa tinha a cara preocupada enquanto me dava banho. Logo ela me vestiu com um pijama, afinal toda a minha roupa ainda estava ali. Me deitei na cama, não chorava mais, não tinha mais lagrimas na verdade!

-Ele ta ligando de novo! – disse Isa se sentando ao meu lado na cama segurando meu celular.

-Eu não quero falar com ele! – eu disse baixo.

-Ta melhor? – disse Gui entrando no quarto.

-Não! – eu disse.

-O que aconteceu? – ele disse se sentando do meu outro lado.

-Eu não quero falar sobre isso! – eu disse me sentando na cama.

-Mas ai não tem como a gente te ajudar! – disse Isa.

-Eu não quero ajuda, não agora! Desculpem! – eu disse baixo.

-Tudo bem, a gente vai sair agora, qualquer coisa chama a gente que a gente vem correndo! O pai saiu! Fica bem! – disse Gui se levantando e saindo do quarto com Isa.

A tela do meu celular continuava acesa e ele vibrando, Justin ainda me ligava, ele já tinha deixado pelo menos 5 mensagens de voz, eu queria ouvi-la, mas algo me impedia.

P.O.V Justin

Algumas horas antes...

-Poderia ir atrás do Moshe por favor? Ele disse que ia pegar uma água pra mim, mas ainda não voltou! – eu disse colocando meu tênis.

-Eu vou, mas se eu e perdeu a culpa é sua! – disse Ally se levantando.

-Você não vai e se você se perder é só perguntar pra alguém que eles ajudam sem problema algum! – sorri.

-Ok! Beijos, te amo! – ela disse me dando um selinho.

-Te amo mais! – eu disse a abraçando.

-Não to com vontade de te soltar! – ela disse num tom preocupado.

-Que nada Ally, vai, vou acabar de me arrumar! – eu disse a soltando e tentando passar tranquilidade.

-Ok! – ela disse indo atrás do Moshe pra mim.

Porque será que ela estava se sentindo preocupada? Bom, espero que esteja tudo bem! Acabei de me arrumar, estava aquecendo a voz quando bateram na porta, disse que poderia entrar e tive a maior surpresa, era a Selena, a quanto tempo não a vejo?

-Selena? – disse desconfiado.

-Justin! – ela disse sorrindo.

-O que faz aqui?

-Eu só queria te abraçar, quer dizer, faz tanto tempo desde a última vez que a gente se viu... eu apenas queria voltar a ser sua amiga! – ela disse entrando no camarim.

-Ah... claro, podemos ser amigos sim! – eu disse coçando a minha nuca.

-Que legal! – ela disse sorrindo e vindo em minha direção.

-Bom... – eu disse indo na direção contraria – eu não queria ser grosso com você, mas eu tenho que me preparar! – eu disse sorrindo falso.

-Tudo bem, eu vim apenas dizer isso, mas antes um abraço pode? – ela disse sorrindo e abrindo os braços.

-Ah... ok! – eu sorri torto e a abracei.

-Senti tantas saudades do seu abraço! – ela disse – você ta sentindo? É uma sensação tão boa te abraçar! – ela disse feliz.

-Que bom!

-Sabe Justin, eu ainda lembro que você se sente bem quando fazemos cafuné em você aqui! – ela disse me fazendo cafuné na nuca.

-Selena, para por favor? – eu disse tentando a soltar.

-Por favor, só mais um pouco! – ela disse.

-Selena eu...

-Eu te amo ainda Justin! – ela disse me olhando e me beijou.

Eu fiquei assustado quando ela me beijou, fiquei sem reação, claro que foi como um longo selinho, não deixaria ela me beijar de verdade, eu amo a Ally! Não fazia nem 2 segundos que ela estava me beijando ouvi um barulho atrás de nós, me virei e vi Ally com lágrimas nos olhos e a minha garrafa de água estourada no chão.

-Ally! – eu disse espantado.

-Porque? – ela disse baixo e chorando.

-Eu disse que você ia perder no final, ele nunca deixou de me amar!! – disse Selena como se eu fosse um troféu, pra ela eu sou!

-Ally, não é isso que você ta pensando! – eu disse tentando explicar.

-Frase errada! – ela disse correndo.

-Selena, você me paga! – eu disse olhando pra ela que sorria - Ally, volta aqui por favor! – berrei indo atrás dela e a alcançando.

-Me solta! – ela disse tentando se soltar.

-Ally, eu não beijei a Selena, ela que me beijou, eu juro, eu sei que parece mentira mais é verdade! Eu te amo, sempre te amei! Por favor, não cai nessa armadilha! – eu disse tentando explicar, eu estava mal.

-Me ama? Desculpa, mas aquilo não me parecia um beijo de mentira, um beijo sem valor! – ela chorava.

-Acredita em mim, por favor! Eu te amo, você é minha vida, meu anjo, me escuta!

-JUSTIN! – Alfredo me chamou.

-Vai lá, você tem uma apresentação a fazer! Eu não quero mais atrapalhar a sua vida. – ela tentou se soltar de novo.

-JUSTIN! – berrou Alfredo de novo – O QUE TA ACONTECENDO? – ele disse parando ao meu lado.

-Ally, é armação, presta atenção em mim, é tudo armação! Eu te amo, acredita em mim! – eu estava prestes a chorar.

-Justin te explica Fredo, eu tenho que ir agora! Só que fala a verdade pra ele Justin! Não minta igual fez comigo! Boa apresentação! – ela puxou o braço dela com mais força e saiu.

-ALLY! – berrei de novo tentando ir atrás dela, mas Alfredo me parou.

-Hey, o que ta acontecendo? – ele disse me olhando assustado.

-A Ally me viu beijando a Selena no camarim! – eu disse me segurando pra não chorar.

-VOCÊ O QUE? – berrou o Alfredo.

-Eu não a beijei, foi ela que me beijou, não foi nem um beijo! QUE MERDA! – eu soquei a parede.

-Justin, eu acredito em você! Olha, vai, faz o show, tenta se concentrar! Eu vou atrás da Ally, quando você acabar a apresentação você vai atrás dela ok? – disse Alfredo me segurando pelos ombros.

-Ok! – eu disse – acha ela, não deixa ela ir! – eu disse o olhando.

-Vou tentar! Agora vai! – ele disse me empurrando.

-Corri até o camarim de novo pra pegar o colete da roupa a Selena ainda estava lá.

-Você acabou com a minha vida! – eu disse bravo.

-Sua vida? Cai na real Justin, vou ter que te falar tudo de novo sobre ela? – disse Selena sorrindo.

-Não quero ouvir suas mentiras de novo, você vai pagar caro, sua reputação acaba aqui! – eu disse bravo – eu espero que nada de ruim aconteça a ela, se não sua situação fica pior ainda! – disse prendendo a minha madibula.

-E o que pode acontecer com ela? Ser atropelada? A claro que não! – ela disse ficando brava.

-Não, você não sabe o que pode acontecer! – eu disse fechando a porta do camarim e correndo até o palco.

O pior perigo que a Ally estava correndo no momento não era ela ser atropelada ou assaltada, mas sim ser pega pelo pai dela! Ele ta atrás da gente faz tempo, não o vimos nenhuma vez, mas sabíamos que ele estava atrás da gente. Entre no palco morrendo de preocupação, a apresentação não foi uma das melhores, mas deu pra enganar bem. Desci do palco correndo voltando pro camarim e me trocando rapidamente. Peguei meu carro e sai em disparada, com certeza Scooter e Moshe iriam me matar depois. Meu celular começou a tocar e era o Alfredo.

Ligação mode on

-Fala cara, achou ela?

-Ela ta na sua casa Justin, corre pra cá, acabei de chegar aqui e o cara da portaria disse que ela entrou faz alguns minutos!

-To indo!

Ligação mode off

Corri o quanto eu pude, com certeza receberia multas, mas tudo pela Ally! Cheguei na portaria de casa e me deparei com a triste cena da Ally sendo puxada pra fora do taxi pelo pai dela, chorando. Eu fiquei meio que assustado, mas logo cai na real do que estava acontecendo e desci do carro as pressas.

-ALLY! – chamei por ela fazendo ela me olhar meio assustada.

-O QUE ESSE MOLEQUE TA FAZENDO AQUI? – o pai dela disse bravo.

-LARGA ELA! – berrei bravo também.

-Moleque! – disse o pai dela a largando e acertando um belo soco.

-PARA! – ouvi Ally berrado quando cai.

Me levantei e apanhei mais e mais vezes, eu não poderia revidar, era o pai dela! Apesar de tudo era o pai dela, era alguém da família dela, eu não podia bater nele. Era um soco atrás do outro, todos em meu rosto, eu já sentia ele dormente em alguns pontos, com certeza eu ficaria cheio de hematomas e cicatrizes. Eu já não tinha mais forças pra levantar do chão, estava meio zonzo e perdido na situação.

-JUSTIN! – ouvi alguém chamando meu nome e percebi que era Ally quando ela agachou ao meu lado.

-Ally! – minha voz saiu fraca.

-Justin, meu amor me desculpa! – ela disse ao meu lado, ela chorava, eu queria poder abraça-la.

-Me desculpa você, eu não te protegi como deveria! – disse.

-Você me protegeu sim! Sempre me protegeu! – ela segurou forte a minha mão.

-LARGA ESSE MENINO! – o pai dela a puxou de mim.

-ME SOLTA! JUSTIN! – Ally me chamava e chorava, eu não conseguia levantar.

-O QUE TA ACONTECENDO? – ouvi a voz de Alfredo desesperado, filho da puta porque não chegou antes?

-CUIDA DELE! – ouvi Ally berrando.

-Justin, cara você ta todo ferrado! – disse Alfredo se agachando ao meu lado.

-Agora me fala a novidade! – eu disse ele riu fraco.

-Vem cara, vamos pra sua casa que tem gente demais aqui! Como assim ninguém te ajudou? – ele disse tentando me levantar.

-Ai, ai doi! – eu disse ficando em pé apoiado em Alfredo – eu não sei, mas eu não podia bater no pai da Ally! – eu disse enquanto Alfredo me colocava no carro.

-Não ta doendo falar não? – ele disse rindo entrando do lado do motorista.

-Ta! – eu ri fraco – droga, tinha fotógrafos! – eu disse enquanto Alfredo já dirigia.

-Sim, já! Agora cala a boca, vou ligar pro Scooter!

Alfredo ligou pro Scooter que ficou tão bravo e nervoso que dava pra ouvir os berros. Chegamos em casa e Alfredo me colocou no chão mesmo, filho da puta disse que ia sujar o sofá! Fiquei deitado no chão da sala olhando pro teto e sentindo dor. Demorou, mas logo chegou Scooter, Moshe, médicos, minha mãe e mais meio mundo.

-Justin! – disse minha mãe assustada se agachando do meu lado.

-Mãe! – disse sorrindo fraco.

-Porque ta no chão? – disse Scooter.

-Pergunta pro Alfredo! – eu disse rindo fraco.

-Fica quieto Justin, não fala nada! Vamos cuidar de você! – um medico disse.

Eles me sedaram primeiro. Limparam meus machucados e deram pontos nos lugares que precisava. Ainda bem que me sedaram, porque eu só acordei bem depois, no outro dia, todo dolorido, mas fazer o que né. Olhei em volta e eu tava no meu quarto, olhei na minha cama e vi uma caixa, curioso bem pouco puxei pra ver o que era e vi que era o par de Supras que eu dei pra Ally.

Eu me lembro do dia que eu dei isso pra ela, ela tinha se vestido parecido comigo e eu dei os supras pra parecer mais. Ele estava linda, bem parecida comigo, mas linda. Fiquei segurando os supras na minha mão por um tempo até  Alfredo entrar no quarto e me olhar sorrindo.

-E ai cara, você ta acabado! – disse Alfredo ficando em pé ao lado da cama.

-Nossa, me deixou mais feliz com isso! – ri fraco.

-Ainda dói quando fala, ri e essas coisas?

-Um pouco! – sorri de lado.

-Esses supras estavam na cama quando te trouxemos pra cá, era da Ally?

-Eu dei pra ela! Ela deve ter derrubado quando foi tirar as blusas, ela não levou... – olhei triste.

-Ela disse pra mim, antes de ir embora, que ela ainda te ama, que ela não vai te esquecer, mas tinha acabado, e depois pediu pra mim cuidar de você.

-Me ama? Então porque ela foi embora? – disse indignado.

-Porque deve super fácil ver a pessoa que você mais ama beijar outra e todo o seu sentimento de insegurança voltar! – disse Alfredo.

Fiquei em silencio, não tinha mais o que falar! Mas se ela me ama tanto porque não acreditou em mim? Eu quero ela do meu lado, mais ninguém, apenas ela. Eu a amo mais que tudo, não sei como serão as coisas daqui pra frente, mas eu sei que eu preciso dela comigo para continuar, espero que ela não seja como as outras, que ficaram comigo e depois me largaram.

“you know that I love you girl so tell me what you're waiting for...”