Um Coração Para Dois escrita por RockStar


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Todas as noites em Hogwarts eram basicamente iguais nesta época do ano, todos os alunos do sétimo ano buscando se sair bem nas provas finais, casais planejando o futuro, professores se preparando para boas férias, e um caos com a chegada de novos alunos. Isso tudo, porque os alunos acabaram de chegar.



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POV - Lilian.


Acordei meio cansada hoje, mas bem disposta. Lavei meus cabelos ruivos e vesti o uniforme como uma boa bruxa. Minha touquinha cor de mel totalmente trouxa nos cabelos era a única coisa que me denunciava não ser uma bruxa de puro sangue. Ao sair pelo salão comunal avistei James conversando com os amigos. Ele não era tão ruim assim, tinha mudado ao longo dos anos sabe... Não implicava mais com Snape, e isso contava pontos positivos para ele.

Eu estava com três dos doze livros que eu havia pego na biblioteca para poder aprender um pouco mais sobre magia de cura. Ver pessoas machucadas me fazia sentir um pouco mal, e eu gostava de ajudar elas, pois me fazia sentir útil.

Passei perto dos amigos dele enquanto olhava para frente. Percebi os olhos de James me seguindo, mas fingi não prestar atenção. Caminhei mais rápido até o pátio onde encontrei Snape em baixo de uma árvore. Fui até ele e me sentei a seu lado.

– Bom dia Severo. - Falei sorrindo para o meu melhor amigo.

– Bom dia Lily. Bom dia...

Ele me parecia nervoso ou algo do tipo. Severo usava uma capa preta por cima de suas vestes sempre, e eu achava aquilo engraçado. Um garoto esguio, com uma capa. Um super-herói talvez?

– Eu preciso devolver esses livros há biblioteca, mas estou com preguiça, acredita?

– Eu os devolvo para você depois.

– Obrigado. Aquela velha que cuida de lá me odeia, acredita? Eu nunca dou sorte com as pessoas. É mais forte do que eu.

Ele esboçou um sorriso com o meu bom humor e eu sorri acompanhando-o.

– Lily, quer tomar uma cerveja amantegada mais tarde? Eu gostaria de sair do castelo um pouco, e queria sua companhia.

Snape era meu melhor amigo, eu não podia abandoná-lo assim.

– Ok. Você paga a conta.

Ele gargalhou e eu sorri piscando os olhos. Ele riu mais ainda com isso. Dei-lhe um soco de leve no ombro e suspirei olhando para o céu. Snape me acompanhou e ficamos assim por alguns minutos. Uma folha caiu no nariz dele e eu sorri a retirando de lá.

– Snape... O que você acha do James?

– Hã??!?...

Ele se espantou e eu o olhei virando o rosto como uma criança. Estar com Snape sempre fora fácil. Ele era gentil, inteligente, e calado. Pré-requisitos para qualquer garota adotá-lo como melhor amigo. Mas as vezes ele fazia coisas assim, como agora, que me assustavam. Quando falei ele saltou de perto dá árvore e ficou me encarando como um filósofo descrente numa descoberta científica. Comparação interessante, e sem cabimento, eu sei, mas essa era a cara de Snape.

– Você tá bem Snape?

Ele parecia estar amarelo, com aqueles cabelos pretos. Ele voltou a sentar-se e pôs a mão na cabeça balançando-a de um lado ao outro.

– Sim, sim... Estou bem...

Suspirei aliviada, e corei furiosamente quando olhei para o lado e vi James me encarando. Snape balançava a cabeça e ria sozinho. Voltei-me a ele e sorri de lado.

– Está mais calmo agora senhor Severo?

– Claro, claro, Miss Lily Evans.

– Oh, Monsieur Severo, fico lisonjeada de tê-lo em meus estabelecimentos.

– Conte comigo para qualquer pendência Miss Lily.

Era nosso código de conduta. Alguns falavam outra língua, outros códigos inventados. A nossa linguagem secreta, era de dama à cavalheiro. Usávamos palavras diferentes, e desconhecidas, mas que faziam todo sentido para nós dois, e nossos professores, o que era meio perigoso quando queríamos segredo.

James se aproximou de nós e Severo revirou os olhos.

– Bom dia Lilian... Severo.

– Bom dia James. - Disse severo todo cínico.

– Bom dia.

Eu falei tentando soar educada, recatada, e menos envergonhada do que estava.

– Posso trocar algumas palavras com você Lilian?

Severo o olhou com uma cara de irmão mandão, mas antes dele abrir a boca eu já havia falado.

– Claro. O que deseja?

– Venha comigo...

E me estendeu o braço. A essa altura Severo já havia pego meus livros e saído dali completamente atordoado. Suspirei e continuei ali.

– Pode falar. Severo já se foi.

James pareceu exitante antes de abrir a boca, mas falou brevemente.

– É que... Bem... Eu...

– Fale logo James! Tenho que falar com Severo, acho que ele está chateado comigo.

James me olhou meio triste e suspirou.

– Desculpe. Esqueci que vocês namoram...

Meus olhos quase saltaram.

– A gente o quê?

– Namoram. Não?

– Não!

– Mas sempre os vemos juntos.

– Severo é meu melhor amigo, apenas isso.

– Então aceitaria sair comigo essa noite? Só tomar uma cerveja amantegada... Só para nos divertirmos, coisas do tipo. Topa?

Meu coração apertou e eu suspirei antes de responder.

– Severo já me chamou para sair essa noite, mas se quiser, podemos sair outro dia.

James pareceu suspirar contendo o orgulho ou coisa do tipo.

– Tudo bem. Amanhã então? Te espero no refeitório às 17:30. Eu e você vamos sair para nos divertirmos um pouco.

Eu balancei a cabeça sorrindo e ele sumiu com os amigos. Meu suspiro foi alto enquanto virava meio aérea para pegar minhas coisas. Snape estava logo atrás de mim.

– Severo! Já devolveu os livros?

– Sim. O que aquele garoto queria com você Lilian? Eu ainda não me esqueci do que ele fazia comigo no primeiro ano.

Fechei os olhos me compadecendo aos atos imundos que James havia cometido.

– Tens razão Severo, de não esquecer, mas você pode relevar. James mudou, eu sinto isso. Você deveria dar-lhe uma chance.

– Não vou dar chance para alguém que faz pouco de mim na frente da classe inteira, apenas por eu gostar de ser um pouco sombrio.

– Ai Snape, você está sendo maldoso...

– Não Lily, estou sendo realista. Esse garoto não presta, e você sabe disso. O pior de tudo, é que você sabe disso, mas age como se ele fosse um carneirinho inocente. Ele não é flor que se cheire Lily. Não éh.

Comecei a rir das palavras dele e apertei suas bochechas rosadas.

– Pois não Monsieur Severo. Minha querida massa cinzenta, habitante do córtex central de meu crânio acabou de habilitar suas expectativas quanto ao jovem monsieur James Potter.

– Que assim meu desejo seja concedido por tão bela dama a qual os olhos quase saltam por esses lóbulos esverdiados que habitam tua face. Espero que Miss Lily Evans tenha realmente levado em consideração minhas expectativas.

– Como uma boa Miss, seus desejos e expectativas estão bem guardados.

– Fico grato.

Eu gargalhei e mexi nos cabelos puxando Severo pelo braço.

– Mas me diga senhor Severo. Quais suas expectativas para este ano?

Eu falava enquanto fingia ter um microfone em mãos, o microfone, era uma pena. Severo sorriu abaixando a cabeça e começou a falar.

– Bom. Terminar os conteúdos, aperfeiçoar os feitiços, as poções, e talvez me tornar um professor daqui depois que me formar. O que você acha? Seria divertido, eu de instrutor. Professor Snape.

– Hum... Quer dizer então que vai se dedicar aos “pirralhos” que virão? Que meigo Senhor Severo Snape.

– Meigo Lilian? Meigo? Assim você acaba com a minha vontade de ser professor...

– Desculpa, desculpa, desculpinha, desculpona! Só acho que professor é a profissão mais madura que alguém pode seguir... Sabe... Ter crianças dependendo de você, dos seus conhecimentos... Deve ser gratificante quando eles aprendem, e se formam...

Snape sorriu e me deu um tapinha nas costas. Eu havia entendido o que ele esperava fazer.

– Esse é o espírito.

Sorri abraçando o único caderno que agora eu carregava entre os braços, com os olhos brilhando.

– Eu também quero me tornar professora. Hogwarts é meu lugar, eu sinto isso. Se eu voltar para casa, não terei como encarar minha irmã... Ela também queria ser uma bruxa, e me sinto culpada por ela não ter sido abençoada com essa capacidade incrível de compreender a magia. Eu amo magia, e sei que ela também amaria.

– Você é diferente Lily... Magia é para poucos... Não pode se culpar por ser única.

– Mas é triste você ver sua irmã entrar em desespero por não ser como você. O jeito que ela me olha, com ódio sabe? É como se eu fosse melhor que ela e ela sentisse inveja... E eu sei que não sou melhor que ela, eu só posso fazer coisas que ela não pode...

– Acredite Lily, esse dom que você recebeu de poder compreender magia, torna você melhor que muita gente, e talvez melhor que sua irmã.

– Não sou melhor que minha irmã Snape. Não fale besteiras...

– Lily... Você é especial... Aceite isso...

– Não consigo ver como você vê Snape. Apenas fui abençoada, nada mais. Não me vejo melhor que ninguém por causa disso.

Snape suspirou abrindo um sorriso tímido que me fez sorrir docemente. Ele era um rapaz languido, de expressões severas e até mesmo cruéis, mas suas atitudes doces o contradiziam a todo instante, pelo menos a meu lado...

Ele segurou minha mão e voltamos a caminhar depressa, ao caminho do refeitório uma grande imagem com casais rodopiando por um salão era o convite de um baile de máscaras que aconteceria.

– Baile de máscaras Snape! Não parece divino?

Snape franziu o cenho e suspirou. Revirou os olhos balançou a cabeça, me olhou de lado e voltou a suspirar.

– Você vai querer ir nisso daí?

– Claro! Deve ser bastante divertido!

– Tem um baile normal todos os anos Lily, o que vai ter de mais em um de máscaras?

– A magia por trás das máscaras! Você pode não saber quem está por trás da máscara!

Snape revirou os olhos de novo e fez um bico de quem não estava se agradando com a ideia.

– Ânimo Snape! Tudo pode acontecer em um baile desses!

– Tudo?

– Tudo...

Ele sorriu de lado e eu não entendi bem o por que. Dei um tapa no ombro dele e ele reclamou. Apontei para o refeitório e segui empurrando ele para lá enquanto tentava imaginar que tipo de máscara eu usaria...



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