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Resolvi então voltar para o quarto de Zilá a passos largos para poder contar a novidade para os dois que lá ficaram, mas quando abri a porta, meu pé foi puxado por um elfo doméstico que me apontou a loira de cabelos cacheados no quarto.

– Que foi Deimon?

– Deimon não gosta dela senhor.

– Ela é nossa amiga, e convidada do seu senhor. Não a trate mal tudo bem?

– Mas Senhor, ela não faz bem para meu Senhor. Ela é má.

– Não diga bobagens Deimon, agora vá ajudar Zilá. Anda!

O Elfo se curvou perante mim e eu suspirei entrando no quarto de Zilá. Godric estava em cima da cama contando uma de suas histórias cheias de aventura e muito exagero.

Dessa vez, tratáva-se de um Hipogrifo indomável que partira para cima dele, e ele conseguiu o segurar, mas o Hipogrifo alçou voo carregando Godric pelas cordas que o mesmo havia amarrado nele, e etc, etc, etc...

– Godric pelo jeito já está abusando de sua paciência.

Godric mostrou a língua para mim e Molly se deitou na cama rindo sozinha.

– Vocês são tão divertidos... É diferente ter amigos... Quer dizer...

– Entendemos Molly.

– Obrigado...

– Por quê Molly? Seu nome não é Morgana?

Godric quase gritou isso. Acho que deu um estralo na cabeça dele e ele resolveu falar de uma vez, eu me assustei com o tom dele, mas Molly pareceu quase ter um ataque com as palavras dele, acho que ela ficou com medo da abordagem.

– Eu gosto mais de Molly...

Respondeu ela depois de algum tempo e lutando para não gaguejar. Godric sorriu e balançou a cabeça em sinal de aprovação.

– Realmente, é muito bonito.

Os dois trocaram olhares e eu encarei Godric de uma forma que o fez desviar os olhos de nós dois. Molly olhou sorrindo para mim e eu sorri de volta.

O que veio a seguir não faz o menor sentido ficar narrando aqui agora, o importante é que algum tempo se passou. Zilá ensinou o feitiço para que Molly mesmo apagasse a memória dos pais, ela pediu, por que queria despedir-se daqueles que a criaram, eu achei justo, e Zilá compreendeu. Godric estava ocupado de mais organizando a volta para o instituto.

Depois de todos os preparativos em ordem, partimos os três para o instituto, levados por um vagão que voava transportando alguns bruxos para o instituto.

Era um vagão de todo um trem buscando em cada local uma quantidade de alunos.

Zilá fora conosco até o local de embarque para se despedir, e eu deixei com ela algumas instruções do que deveria fazer se meus pais chegassem, e o que dizer de Molly, claro. Nos despedimos dela e seguimos para o instituto. Godric desenhava com o dedo nos vidros embaçados enquanto eu lia um bom livro e Molly dormia como um anjo dourado. Baixei o livro e comecei a velar o sono dela. Aquela forma de respirar me inspirava a sorrir, era algo espontâneo, instantâneo.

Seus olhos se mexeram como os de uma cobra cega que se movem em busca de sentir o que tem pela frente.

Eu me assustei jogando o livro para cima enquanto Godric se assustava com meus movimentos bruscos e batia a cabeça no vidro. O livro girou algumas vezes no ar e quando começou a cair foi na direção da loira. Eu joguei meu corpo para pegá-lo, quase caí em cima de Molly, mas não peguei o livro.

Olhei para cima e ele flutuava como uma pena. Olhei para Godric e ele sorria para alguém à porta do vagão.

Virei meu rosto procurando alguém para quem Godric fosse sorrir, e acabei dando de cara com uma morena de óculos e um rosto rabujento que parecia querer afastar a todos.

– Rowena Ravenclaw!

Seus olhos escuros como a noite pareceram se curvar em um sorriso para o meu amigo, e seus cabelos extremamente lisos esvoaçavam com apenas o oxigênio que circulava no vagão.

– Já estamos quase chegando. Os vagões já se uniram no trem e você nem foi ver se estávamos bem, que grande amigo é você heim Godric?

Godric coçou a cabeça enquanto ela fazia o livro que estava flutuando repousar em meus braços. Fora ela que havia evitado uma tragédia, afinal, um livro de quase 1200 páginas cair numa cabeça é um pouco perigoso, certo? Godric riu-se um pouco e começou a falar.

– Eu não pude sair, estava com meu amigo o tempo todo, e ele está acompanhando uma garota nova, ela não conhece nada nem ninguém, por isso ficamos por aqui.

– Não lhe perguntei motivos Godric, apenas fiz um comentário.

– Ah, sim... Claro...

Ele coçou a cabeça e se levantou pedindo desculpas.

– Perdão por não ter os apresentado formalmente. Rowena, este é Salazar, Salazar, Rowena. Ela é a amiga da minha prima, lembra-se dela?

Assenti com a cabeça e ela estendeu-me a mão se apresentando.

– Rowena Ravenclaw, 1º Lugar em magia e bruxaria em defesa à arte das trevas, 1º Lugar em poções, Herbologia e Adivinhação, Além de 1º lugar em categorias avançadas em dons externos pelo instituto educacional de Nova Vicense – França, e depois pelo instituto de Bragance – Rússia. Muito prazer.

Franzi o cenho apertando sua mão e tentei me apresentar.

– Er... Sou Salazar Slytherin, filho do 10º Clã de bruxos prodígios da Europa e arredores. Vencedor do “Mestres versos Aprendizes” por 16 vezes seguidas, Coordenador geral de Dons do instituto Europeu o qual você agora estuda, além de presidente irrevogável das matérias de longo alcance, incluindo Ofidioglossia do instituto devido a mostras de conhecimento avançado em TODAS as matérias discutidas em aula e fora dela. Muito Prazer.

Rowena pareceu ficar boquiaberta com a minha apresentação, mas quem começou foi ela. Eu nunca fui de ficar falando essas coisas para ninguém, mas ela se apresentou assim, pensei que fosse educado retribuir dessa forma. Godric começou a rir e se levantou indo até Rowena.

– Parece que encontrou alguém mais inteligente e importante que você Rowena.

Ela balançou a cabeça e fixou os olhos em Godric. Ele deu dois passos para trás e sorriu baixando o rosto. Eu voltei a ler o livro e os dois começaram a conversar, sobre o quê? Sei lá! Meu livro estava mais interessante do que prestar a atenção naquele minigênio me observando de longe. Suspirei enquanto via ao longe as árvores do campus. Ia começar uma nova temporada de esquisitices entre bruxos, e poderia até ser divertido, mas eu não estaria tão animado se não fosse a dama dos cabelos de ouro dormindo na minha frente. Eu sei que não...