- Apesar de tudo – confessei, - senti sua falta.

                Ela riu, jogando os cabelos para trás e me abraçando. Sim, eu estava ali, no corredor, junto com a Lorena. E o Draco observando a cena, sem entender coisa nenhuma.

                - Eu sabia que você se sentia um pouco feia com esse cabelo – Ela disse. – Mas não sabia que você chegaria ao ponto de encurtar suas vestes, para parecer mais bonita.

                Eu tinha esquecido aquilo completamente. Aposto que eu tenha ficado mais vermelha que um pimentão. Draco deu uma risada, que me deixou um pouco mais vermelha.

                - Antes de eu ajudar você com as suas roupas, me apresente seu amigo – Ela disse rindo. – Meu nome é Lorena, mas acho que isso você já deve saber – Ela se virou para o Malfoy. – Você também é da Sonserina, certo? Não sabia que você andava com gente de minha laia, Hermione – Ela continuou com um sotaque francês falso.

                - Sim, sou da Sonserina – Draco respondeu. – E obrigado por deixar a Hermione linda desse jeito. Não que ela não fosse linda antes... – Ele se enrolou com as palavras.

                O olhar de Lorena se dividia entre mim e Draco. Eu ri.

                - Não dá para você me ajudar com isso aqui logo? – Perguntei. – Vocês terão todo tempo do mundo para conversar.

                Eu sei o que vocês estão pensando. Porque eu leio mentes. Tá, não faço isso, não sou o Snape. Reprimi um calafrio por pensar que eu poderia ter um cabelo seboso como aquele. Que horrível! Mas, voltando, sei o quanto sofri nas mãos de minha irmã, mas, de qualquer forma, ela é minha irmã. Não viveria sem ela. Caso vocês estejam se perguntando, não sou tão parecida com ela. Lorena tem os cabelos em uma tonalidade da cor de chocolate. O meu tem uma cor entre mel e chocolate. Um pouco mais claro. E outra diferença é que eu tenho sardas, ela não.

                Lorena deu mais uma risada e apontou sua varinha para as minhas vestes, murmurando:

                - Normalis Aparencia – Ela sorriu para mim. – Um feitiço tão simples, que Hermione Granger nunca chegou a descobrir.

                - Hum, obrigada – Agradeci. – Mas, me ajuda em uma coisa?

                - O que você quer? – Ela perguntou, olhando para o meu distintivo de monitora. – Não aceito nenhuma proposta tão facilmente.

                - A não ser que seja a mamãe, é claro.

                - É claro – Ela riu.

                - Então, e se essa sua ajudinha tiver algo a ver com vingança?

                - Então eu to dentro.

                Eu gargalhei um pouco.

                - O que eu tenho que fazer? – Ela perguntou.

                Expliquei para ela tudo que aconteceu com a minha saia, e como eu queria que tudo acontecesse. No final, Lorena disse:

                - Astuciosa você. Nunca pensei que viveria tempo suficiente para ver minha irmãzinha bolando um plano de vingança.

                - Então, vamos? – Draco perguntou. – Estou um pouco ansioso para ver essa cena.

                - Mas, antes disso, quero explicar uma coisa – Lorena nos puxou pelo pulso antes de chegarmos ao salão principal. – O que eu faço é um encantamento. Entenda, você, Hermione adorava o seu cabelo, o que eu fiz foi fazer com que seus piores pesadelos se tornassem realidade. Seu cabelo ficou crespo e armado. Um caos, não acha?

                - Demora muito? – Draco perguntou.

                - Não – Ela respondeu. – Eu fiz isso enquanto minha querida e precavida irmã dormia.

                - Porque ela me adora, é claro – Falei.

                - É claro – Ela retrucou.

                Nós, agora, andávamos para o Salão Principal. Quando ouvimos as vozes que me deixavam contente.

                - Olha – Disse George, - Se não são as mais novas gêmeas dessa escola.

                - Perdemos o nosso cargo, George – disse o outro.

                - Cargo de quê? – Perguntei.

                - De irmãos mais bonitos dessa escola.

                Corei violentamente, enquanto Lorena deu apenas uma risadinha.

                - Você é George – Ela disse apontando para o garoto risonho, - E você é...

                - Fred – Ele riu. – E o prazer é todo meu, é claro.

                Lorena e Fred se encararam, cúmplices. Até que combinavam. Então, Fred fez aquela cara séria que eu muito desgostava e se virou para mim, dizendo:

                - Posso falar com você?

                - Hum, não pode esperar um pouquinho? – Perguntei. – Tenho um compromisso agora.

                - Tem algo a ver com pegadinhas? – George nos perguntou rindo.

                - Tem, sim – Lorena respondeu. – É mais uma coisa de vingança.

                - Duas coisas que eu adoro... – Fred disse. – Podemos participar?

                - Não – Acho que eu respondi um pouco alto demais, então abaixei um pouco o meu tom. – É com a sua irmã, vocês não vão querer...

                - Minha cara Hermione – George disse colocando seu braço em volta dos meus ombros, - Família é sempre o melhor alvo para pegadinhas.

                - É o que eu sempre digo – Lorena riu com eles.

                Fiz uma cara emburrada, e Draco me abraçou por trás.

                - Relaxa - Draco disse. – Tudo vai dar certo, eu tenho certeza.

                Naquele momento, os três outros pares de olhos nos encaravam com as sobrancelhas erguidas. Corei um pouco e falei:

                - Vamos logo, não?

                Quando chegamos lá, Lorena me perguntou quem era a menina.

                - É a Gina – Respondi. – A menina ruiva ali na mesa da Grifinória.

                Escondemos-nos atrás de uma pilastra. Ele deu uma risadinha, e murmurou o encantamento. Não entendi quase nada.

                As vestes dela cresceram, e a saia já estava abaixo do joelho. Dei um olhar significativo para os que estavam ali, que por sinal estavam rindo iguais loucos. Passei em frente na mesa da minha casa rebolando, arrancando algumas risadas. Gina se levantou, e viu que sua saia já estava quase no tornozelo. Ele arregalou os olhos para mim, que já estava me dobrando de tanto rir. Ela saiu correndo. E eu continuei ali.

                - Você é má, garota – Harry disse, já rindo também.

                - A vingança é algo doce que se come frio – Eu disse. – Imagino que deve ser como um brigadeiro. Uma delicia, não?

                Dei mais uma volta e dei de cara com o Fred parado ali, reprimindo uma risada, mas me encarando.

                - Posso conversar com você agora?