Capítulo 8- You?!

            No dia seguinte Percy foi à casa de Annabeth como havia virado costume. Eles estavam deitados na cama da garota, abraçados, enquanto o garoto afagava o cabelo loiro de Annie distraidamente.

            O garoto usava uma calça jeans, tênis brancos, camisa também branca.

            Já a garota em seus braços vestia uma bermuda jeans e uma blusa verde no mesmo tom de verde dos olhos de Percy Jackson.

            Cada um estava ocupado em seus próprios pensamentos.

            Annabeth pensava em como o garoto de olhos verdes a tratava bem, em como ele a fazia se sentir segura de uma forma que ela nunca se sentiu com ninguém. Ninguém é como ele. Ele é especial. A garota pensava e não conseguiu impedir que um sorriso escapasse por seus lábios.

            Já o garoto pensava em como Annabeth era linda, meiga, gentil, doce, apaixonante, inteligente, carismática, perfeita. Pois, para ele, a garota que se encontrava ali em seus braços era perfeita. Ele nunca conhecera nenhuma garota como ela. Ninguém conseguia fazê-lo se sentir como ele se sentia com ela. Seu perfume o embriagava, sua voz ele contemplava, sua beleza o abobava, sua inteligência o impressionava. E o sorriso então? Ah, aquele sorriso que ele amava. Seu sorriso. O sorriso dela. O sorriso de Annabeth. Simplesmente o mais belo sorriso que ele já vira em toda a sua vida.

            -Você é linda sabia? –ele comentou quebrando o silêncio.

            Annabeth olhou-o nos olhos. Cinza no verde. Verde no cinza. Antes de finalmente responder sorrindo:

            -Seu bobo. –e foi só. Mas com essas duas palavras, ela conseguiu fazer com que o já enorme sorriso que estava nos lábios do moreno ficasse ainda maior.

            -Mas eu estou falando sério! –ele disse rindo.

            Ela riu antes de responder:

            -Só você mesmo Percy!

            Os dois ficaram mais um tempo em silêncio antes que o garoto quebrasse o silêncio novamente:

            -Como eu sou sortudo...

            -Por quê? Ganhou na loteria por acaso? –ela perguntou sorrindo. Quando estava com ele, Annabeth sempre sorria.

            -Não. Muito melhor. –ele também estampava um sorriso nos lábios. Lábios estes que a garota tanto ansiava beijar.

            -Então me conte... Por que você tem tanta sorte?

            -Ora, mas você sabe o motivo! –ele disse com a voz séria, mas, nos lábios, um sorriso travesso.

            -Sei?

            -Sabe.

            -E qual é? Importa-se de refrescar minha memória então senhor Jackson?

            -Claro que não senhorita Chase. Será um prazer. –ele disse também entrando na brincadeira.

            -Então me diga senhor Jackson. Por que o senhor tem tanta sorte assim?

            -Ora, muito simples senhorita Chase. Minha sorte deve-se ao fato de que possuo a mais bela moça de todo o universo em meus braços agora neste momento.

            Ela corou levemente.

            -Realmente, muito grande a sua sorte. Mas diga-me senhor Jackson. Essa bela garota que se encontra neste momento em seus braços, ela é sua namorada senhor?

            -Lamento ter de dizer-lhe que não senhorita Chase. Essa bela dama ainda não é minha namorada. Mas em breve quem sabe. Afinal, nunca se sabe o que vai acontecer no dia de amanhã.

            Annabeth corou novamente.

            -Então lhe desejo sorte, apesar de crer que não precise.

            -É sempre bom um pouco mais de sorte, obrigado senhorita Chase.

            -Não há de quê senhor Jackson.

            Os dois riram com a brincadeira, mas logo Percy perguntou sério:

            -Você já comeu hoje?

            -Ainda não. –ela respondeu suspirando, o que não passou despercebido por Percy, mas o garoto imaginou que fosse pelo fato de ter tocado em um assunto delicado, sendo que na verdade ela havia suspirado sob os toques do moreno.

            -Você precisa se alimentar... –ele disse mesmo querendo continuar ali com a loira.

            -Eu sei... –ela disse com outro suspiro. Ela não queria sair de perto do jovem Jackson. -Ainda são 9:30. Eu como depois.

            -Tudo bem. Mas prometa que vai comer direitinho. –ele disse fazendo-a se lembrar de algo.

            -Por falar nisso... E quanto ao nosso trato?

            -Tem razão. O que você quer de mim? –ele perguntou com um sorriso.

            Então ela se virou para olhar nos olhos verdes do moreno. Verde no cinza. Cinza no verde.

            -Posso pedir o que eu quiser? –ela perguntou séria.

            -Pode. –ele respondeu, mas agora estava sério. Ele já não sorria. Sob a intensidade de seu olhar ele sabia. Lá no fundo ele sabia. Ele sabia o que ela queria. E teria muita satisfação em dar-lhe o que ela pedia com o olhar.

            -Qualquer coisa?

            -Qualquer coisa.

            Ao ouvir a confirmação do garoto, Annabeth começou a se aproximar. Seus lábios já estavam quase se tocando quando...

            Ding dong.

            A campainha tocou.

            Amaldiçoando a campainha e a pessoa que a tocara Percy disse:

            -Pode deixar que eu atendo.

            Annabeth confirmou com a cabeça, mas o garoto não se mexeu. Ele continuou lá. Observando os belos olhos cinzentos da garota. Cinzentos como tempestades.

            Ding dong.

            Percy bufou para logo depois se afastar da loira e esta não pode evitar sentir frio. Frio este causado pela ausência do moreno.

            O garoto desceu as escadas da bela casa dos Chase e foi em direção a porta. Ele nem se preocupou em olhar pelo olho-mágico para ver quem era. Ele estava com muita raiva e sentia que iria socar aquele que lhe incomodara em um momento tão crucial de sua vida.

            Porém, quando Percy abriu a porta, ele teve uma grande surpresa.

            O moreno não esperava ver a pessoa que estava parada em sua frente. Não tão cedo pelo menos. Não ali. Não parado em frente a casa de sua melhor amiga pela qual ele estava completamente apaixonado.

            A pessoa a sua frente parecia igualmente surpresa, o que Percy estranhou.

            Os dois se olharam por alguns minutos, igualmente chocados, sem conseguir dizer nada.

            Passos na escada, Annabeth provavelmente, puderam ser ouvidos, mas nenhuma das duas pessoas paradas a porta pareceram ouvir. Percy encarava o visitante aturdido e confuso e este o encarava da mesma forma. Eles se encaravam como se dissessem “Você não devia estar aqui.”

            Um “Quem é Percy?” pôde ser ouvido, obviamente vindo de Annabeth, mas Percy não pareceu ouvir. Ele nem sequer parou para reparar em como ficava seu nome sendo pronunciado pela voz de Annie.

            Reunindo toda a sua concentração que lhe fora útil, e que ainda o era, durante todos aqueles anos de escola, sendo ele hiperativo e possuindo transtorno de déficit de atenção e dislexia, ele disse ao visitante:

            -Você?!

To be continue...