Capítulo 9-The Third Man in Her Life

            Percy encarava o visitante aturdido. A sua frente se encontrava ninguém mais ninguém menos que...

            -Nico! –disse Annabeth se jogando nos braços do garoto.

            ...Nico di Ângelo, seu melhor amigo.

            -Oi Annie! Tava com saudades! –seu melhor amigo disse ainda sem tirar os olhos dele.

            -Nico, esse é o... –Annabeth começou a dizer quando o abraço terminou, mas...

            -Oi Nico. –Perseu a interrompeu.

            -Oi Percy.

            -... Meu melhor amigo Percy. Vocês se conhecem?

            -Digamos que sim. –Percy encarava o melhor amigo de braços cruzados em frente ao peito. Seu rosto estava sério.

            -É, acho que podemos dizer que nos conhecemos. –Nico encarava Percy da mesma maneira.

            Annie deu de ombros e disse:

            -Mas, cadê a Bianca, Nico?

            -É, cadê ela Nico? –Percy disse.

            -Percy! –a voz de Bianca pôde ser ouvida e logo ela estava nos braços do amigo.

            Annie não pôde deixar de sentir ciúmes da garota, afinal, ela estava abraçada a Percy. Ao seu Percy.

            -Bianca! Que saudades! –disse o garoto e a loira sentiu ainda mais ciúmes.

            -Como você ta gato? Você está bem? Meu Deus! Você conseguiu ficar ainda mais bonito! –ela disse se soltando do abraço para olhá-lo.

            -Você acha mesmo? –ele perguntou envergonhado.

            -Mais é claro! Olha só pra você! Você está corado Percy! Eu não o via corado desde que... –ela pareceu que iria dizer alguma coisa, mas logo mudou de idéia. -Bem, isto não importa! O que importa é que eu não o via corado já fazia um bom tempo. O que é que a minha irmãzinha fez com você hein Pers? Por falar nisso... Cadê ela?

            Annabeth levantou a mão e logo Bianca já estava abraçada a loira dizendo como ela havia crescido.

            -Irmãzinha? –Percy perguntou sem entender e quem lhe respondeu foi Bianca:

            -Mas é claro! Eu havia lhe pedido para cuidar da minha irmã caçula não havia? –Annabeth fez uma careta por causa do “irmã caçula” e Percy assentiu. –Pois então! Só não sei como você descobriu quem era ela já que certa pessoa não me deixou te dizer o nome. –ela disse fuzilando Nico com os olhos.

            -E fiz muito bem, afinal, você nem falou o nome da nossa irmãzinha pra ele e ele conseguiu encontrá-la e ainda por cima estar aqui em casa às... –ele olhou o relógio antes de continuar. -... 9:45 da manhã! –Nico parecia bravo.

            -Irmãzinha?-Percy parecia ainda não ter assimilado bem as coisas.

            -Nico, Bianca, Percy, de onde vocês se conhecem? –Annabeth perguntou.

            -Somos amigos. De Nova York. –eles disseram juntos.

            -Amigos?

            -É. Lembra que eu te falei que eu tinha um amigo em Nova York que era fã do Green Day? –Percy disse.

            -Lembro. E daí? –Annabeth respondeu sem entender.

            -Bem, era o Nico. –Percy parecia envergonhado.

            -O Nico não gosta de Green Day! Gosta? –Annabeth estava confusa.

            -Claro que gosto! –disse Nico.

            -Peraí! Deixa-me ver se eu entendi. Meu melhor amigo é melhor amigo dos meus irmãos mais velhos?

            -É. –eles disseram juntos.

            -Ai meu Deus.

            -Só tem uma coisa que eu ainda não entendi. –Percy começou a dizer. –Vocês três são irmãos? –os três confirmaram. –Mas vocês não têm o mesmo sobrenome!

            -É porque nós somos irmãos adotivos. –Annie disse.

            -Ei gente, será que nós podemos terminar essa conversa lá dentro? –Nico perguntou.

            -Claro, entrem. A casa também é de vocês. –Annabeth disse sorrindo por seus irmãos estarem de volta enquanto os quatro adolescentes entravam na casa.

                                                                  ***

            Os quatro adolescentes se encontravam agora sentados no sofá da casa dos Chase. Ou seria a casa dos di Ângelo?

            -Pois então. Será que vocês poderiam me explicar essa história de vocês serem irmãos? –Percy quebrou o silêncio.

            -A história é meio longa... – disse Bianca, que estava sentada ao lado do irmão em um dos sofás.

            -Não tem problema. Nós temos tempo. –o garoto de olhos verdes disse.

            -Sempre insistente você não Percy? –comentou Nico, de cara fechada para o melhor amigo e a irmã caçula que estavam abraçados no outro sofá.

            -Sempre. –ele concordou.

            -Então ta... Por onde eu começo? –Bianca parecia confusa.

            -Que tal pelo começo? –Percy disse.

            -O começo... Está bem... –Bianca parecia triste e, quando olhou para Nico, Percy pôde ver a mesma tristeza nos olhos do melhor amigo.

            -Se você preferir eu posso começar a contar a história... –disse Annie.

            Bianca negou:

            -Não precisa. Bem... Você precisa entender que eu e o Nico não somos filhos dos mesmos pais que a Annie e os gêmeos... Por falar neles... Onde eles estão?

            -Eu não sei... Na verdade não os vi hoje... –Annabeth começou.

            -Eles estão lá em casa. –Percy disse.

            -Fazendo o que exatamente? –a loira perguntou.

            -Comendo... Eu acho... –disse Percy.

            -Comendo? Mas comendo o que exatamente? –Annie perguntou.

            Percy e Nico se entreolharam e, com um sorriso no rosto de cada um deles, disseram juntos:

            -Comida azul...

            -Comida azul? –Annabeth perguntou rindo.

            -É. Comida azul é meu tipo de comida preferida. –Percy disse rindo.

            -Agora eu tenho certeza. Você é mesmo louco Percy. –disse a loira.

            -Sou louco por você. –disse ele sem conseguir se conter.

            A garota corou e disse tentando mudar de assunto:

            -Acho melhor voltarmos pra história.

            Percy assentiu e Bianca continuou:

            -Bem, quando eu e Nico éramos pequenos, nossos pais morreram devido a um incêndio. Nós também estávamos na casa, mas nosso pai conseguiu nos tirar lá de dentro. –era evidente que ela sofria muito enquanto contava a história. –Depois de nos tirar da casa, nosso pai voltou para salvar nossa mãe, mas eles não conseguiram sair da casa e morreram os dois lá dentro. Quando os bombeiros chegaram já era tarde demais. Frederick e Atena Chase eram amigos dos nossos pais e, quando souberam o que tinha acontecido, fizeram questão de nos adotar.

            A história parecia ter acabado, mas Percy sabia que não. Aquele era o momento de contar a história dos Chase e di Ângelo e, por isso, ele não ficou surpreso quando Annabeth continuou a história:

            -Como se tudo isso já não fosse o bastante, alguns anos depois nossa família, novamente, foi tomada pela dor de mais uma perda. –o garoto sabia a quem ela se referia. Atena Chase, sua mãe. –Nós vivíamos felizes. Uma família grande e feliz. Nosso pai viajava muito, mas nós não estávamos sozinhos. Tínhamos nossa mãe conosco. Mas naquele dia, quando chegamos em casa depois da escola, não encontramos ninguém. Isso foi há três anos. Os gêmeos só tinham 9 anos. Eu tinha 13, Nico 14 e Bianca 16. Inicialmente pensamos que nossa mãe tivesse saído. Comemos, fizemos o dever, assistimos TV. Tudo estava normal, exceto, é claro, a falta de nossa mãe em casa. Eram 9:51 quando o telefone tocou. Eu fui atender. Uma voz de homem perguntou se pelo nosso pai e eu disse que ele não estava. O homem então perguntou pela pessoa mais velha que estivesse na casa e eu chamei a Bianca. Ela pegou o telefone e conversou algum tempo com a pessoa. Lágrimas escorriam de seus olhos quando ela finalmente desligou. E então veio a notícia. Nossa mãe havia sido atropelada. Não resistira e morrera. Nosso pai não agüentara. Passara a viajar com uma freqüência ainda maior. E, dois meses depois, outra notícia ruim abalou o que restava de nossa família. Nico e Bianca decidiram se mudar. Para Nova York. Do outro lado do país. Eu quis ir também, mas eu sabia que não poderia ir. Tinha que cuidar de Mathew e Bobby. Por isso fiquei. –ela olhou para ele e Percy entendeu. Foi aí que ela começara a vomitar. Mas, por quê? Isso ele não sabia.

            O garoto a abraçou e depositou um beijo em sua testa:

            -Vai ficar tudo bem. –ele dissera.

            E então ele olhou para Nico, que o olhava grato pelo que estava fazendo. Nico, seu melhor amigo, ocupava uma posição de prestígio na vida da loira. Afinal, Nico era o terceiro homem na vida dela. Coisa que ele nunca seria.

To be continue...