Harry’s POV

Já havia passado cinco dias e nada de Effy dar algum sinal e isso estava me corroendo por dentro. Eu não estava indo a escola, ficava de plantão no hospital e só ia para casa quando alguma enfermeira me forçava dizendo que eu deveria descansar. Eu queria estar lá no momento que o Doutor desse a notícia que ela finalmente acordará, eu não sabia por que mas eu estava muito preocupado com ela. Como tudo isso foi acontecer em tão pouco tempo? Não sei se foi o jeito fechado ou a curiosidade que Effy fazia as pessoas terem sobre ela, mas alguma coisa me deixou encantando. Eu estava mais que encantando, acho que eu estava... apaixonado! Já estava na quarta xícara de café do dia quando fui tirado de meus pensamentos, o Doutor me chamava com um sorriso leve em seu rosto. Eu levantei rápido e só ouvi a parte do “Ela acordou” com isso corri o mais rápido que pude até o quarto onde ela encontrava-se. Abri a porta e meu coração acelerou ao vê-la olhar para mim. Seus olhos eram serenos, seu rosto ainda estava pálido e seus lábios em um tom nude, então ela sorriu para mim. O sorriso dela iluminou o lugar, me fez sair de órbita e voltar em segundos, apenas não consegui controlar uma lágrima insistente que caiu mas desta vez era de alegria. Fiquei paralisado na porta olhando-a, acho que eu nunca iria esquecer aquela cena, tinha esperado tanto por aquilo.

– Harry... – Sua voz estava um pouco baixa e fraca. Ao falar meu nome percebi que ela ainda tinha o mesmo sorriso no rosto e isso fez com que eu sorrisse automaticamente.

Corri até a maca e a olhava com ansiedade, tentava falar alguma coisa mas as palavras não queriam sair, era muita felicidade. Então em um impulso eu abracei-a, ela retribuiu e fez um leve carinho em minhas costas.

– Eu soube que você esteve aqui o tempo todo... Obrigada. – Ela afastou-se do meu abraço e olhou em meus olhos, eu via sinceridade em seu olhar.

– Não precisa agradecer, só de te ver assim já é uma grande forma de agradecimento. Você não imagina o quanto eu esperei para ver esses belos olhos azuis abertos novamente... – Ela sorriu de canto – E esse sorriso. – Eu ri baixinho e ela fez o mesmo. – Effy, nunca mais faça isso ok? Você deixou sua mãe louca e eu também. – Não estava controlando as palavras que falava.

– Desculpe. – Ela olhou para baixo e piscava lentamente com uma expressão de culpa.

– Tudo bem. – Eu toquei em seu queixo assim levantando seu rosto e fazendo-a olhar para mim. Nossos olhos estavam fixos um no outro e involuntariamente fomos aos poucos nos aproximando cada vez mais até estarmos apenas sentindo nossas respirações.

Eu olhei para sua boca e simplesmente colei nossos lábios. O beijo era calmo e nossas línguas se encostavam desfrutando cada segundo daquilo, o gosto do seu beijo era doce e me fazia ter a vontade de nunca pará-lo. O estranho era que tudo parecia parar em nossa volta, só parecia existir ela no mundo e meu coração batia aceleradamente. Nunca havia sentido sensação parecida, era algo extraordinário, tudo que eu sentia pôde ser explicado naquele beijo. Eu oficialmente estava apaixonado por Elizabeth Stonem, por que agora eu conseguia perceber que ela tinha o controle total sobre mim.

Effy’s POV

Foi muito estranho e louco, eu estava um pouco perdida. Assim que acordei o médico me explicou tudo e eu juro que não entendi como consegui entrar em coma, eu nunca tinha chegado a um ponto tão alto assim. Eu não tinha noção de quanto tempo estive nesse estado e parecia que tudo que havia acontecido antes era um passado embaçado que aos poucos vinham em minha mente. Quando soube que Harry havia passado aqueles cinco dias comigo ali eu não consegui obter uma reação, fazia tanto tempo que alguém não se importava assim comigo. Eu fiquei feliz, feliz por ser importante para ele por que agora eu via com mais clareza que ele era importante para mim. Nunca imaginei que iria me sentir tão à vontade com alguém como me sentia com ele, eu via nele o tipo de pessoa de bom coração que pensava não existir mais e isso me fez prender-me a esse garoto. E quando ele me beijou, acho que nem com mil palavras eu conseguiria definir o que se passou dentro de mim. Era algo inédito e novo, algo novo estava surgindo em mim, eu me sentia diferente. Agora eu tinha a certeza, eu precisava da presença dele, eu precisava dele de uma forma que até pouco tempo diria nunca precisar.