Talvez Seja Você escrita por Yasmim Carvalho, L Escritora


Capítulo 2
Capítulo 1




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Capítulo 1

“Fiz mais do que posso
Vi mais do que aguento”

(Sandy – Pés Cansados)

POV: Renesmee

Era mais um dia comum, em que eu teria que ir para escola e encarar todos aqueles olhares estranhos em minha direção.

Não porque eu me vestia mal, ou era fedida, nada do tipo. Era simplesmente porque eu preferia não manter muito contato com as pessoas. Eu apenas, as cumprimentava quando era devidamente necessário, e fim de assunto.

Apertei o botão desligar do meu despertador e me arrastei para o banheiro de meu quarto. Era tudo tão monótono desde o ocorrido com mamãe. As coisas não tinham brilho como antes, e nem pareciam contos de fadas.

Despi-me e entrei no chuveiro. A água morna batia em minhas costas relaxando meus músculos que estavam travados pela noite de angustia e choro. Eu costumava passar assim todas as minhas noites, depois de vê meu pai sofrendo no bar de casa.

Lavei meus cabelos e depois ensaboei meu corpo, para em seguida enxaguar e sair do banho. Não poderia me dar ao luxo de demorar muito.

Coloquei uma toalha em volta de meus cabelos molhados e outra em meu corpo.  Passei em frente ao grande espelho do meu banheiro cor de rosa, obra de Alice, minha tia, e vi o quão pálida eu estava, não que eu fosse muito bronzeada.

Los Angels tinha sol o bastante para eu ter uma cor legal, ser popular, e totalmente metida, curtindo noites quentes em boates e gastando o dinheiro dos meus pais. Mas, eu simplesmente passava minhas noites, todas elas, trancada em meu quarto, às vezes assistindo um filme, ou no meu computador, fazendo meu diário on-line.

Isso, quando Alice não vinha feito louca e me arrancava do quarto a força, com suas palavras tão escutadas por mim “Resme, você e jovem, bonita, tem que fazer algo! Nem que seja gasta o dinheiro todo dos seus pais.”

Minha madrinha Rosalie, concordava plenamente com as palavras da tia Alice, que era irmã do meu pai, e ate se oferecia para gastar o dinheiro dela, o que para outras garotas, poderia ser o sonho, mas para mim, era apenas... Nada demais.

Sai da frente do espelho, parando de analisar minha palidez, e fui para o quarto. Joguei minha toalha no chão, quando eu já estava em frente do closet, e abri a gaveta de roupas intimas, puxando uma calcinha de florzinha. Eu não tinha necessidade de usar as roupas íntimas que Alice costumava me dar, elas eram sexy demais para mim.

Coloquei um sutiã da mesma estampa da calçinha, e adentrei mais ao fundo do closet. Ele era tão grande, que poderia ser um quarto, e eu não via necessidade de eu ter tudo aquilo.

Tinha tantas roupas de festas, que eu só usara uma vez no máximo, quando era obrigada a ir a eventos da impressa de meu pai, ou algo relacionado à marca de roupas intimas da minha mãe.

Peguei o uniforme da escola, uma saia preta com listas vermelha e verde e a blusa branca. Não era o meu tipo de roupa preferido, mas eram as regras que eu infelizmente tinha que seguir.

Coloquei a roupa, e fui para a parte onde ficavam os sapatos. Suspirei e peguei o primeiro par de tênis que eu vi pela frente. Era um all star branco básico.

Sai do closet fechando as portas e caminhei para o banheiro novamente. Meus cachos como de costume, estavam acentuados, e eu não precisava nem ao menos penteá-los.

- Resme, desce logo para o café. – Jessica, minha empregada e supostamente baba batia na porta do quarto. – Seu pai já te espera.

Sai do banheiro e caminhei lentamente ate minha poltrona pegando minha bolsa, e depois saindo do quarto.

Eu gostava de Jessica. Ela era totalmente maleável, e não ficava tentando me enfiar ou me obrigar a coisas que eu não gostava. Ela que havia me dado esse apelido, Resme. Não que eu fosse fã de carteirinha dele, só que havia pegado, todos só me chamavam assim.

- Bom Dia Jessica. – A cumprimentei e desci as escadas correndo.

- Bom Dia. – Sua voz ficou ao fundo enquanto ela caminhava rumo às escadas.

Assim que cheguei ao andar inferior caminhei ate a mesa onde fazíamos todas as refeições e beijei o rosto pálido e cheio de olheiras de meu pai.

- Boa Dia querida. – Ele me cumprimentou.

- Bom Dia pai. – Sorri fraco e peguei um pouco de suco de laranja e um pedaço de bolo de chocolate.

O café da manhã, foi como sempre vinha sendo, sem muitas conversas, nós apenas nos cumprimentávamos, sorriamos um para o outro, e depois, cada um vagava por sua mente, pensando em nossas coisas monótonas.

Acabamos nosso café, eu fui ao banheiro do andar de baixo e escovei meus dentes, e voltei a sala. Meu pai já me esperava em pé, segurando sua maleta e perdido em pensamentos.

Sua firma de advocacia era muito bem sucedida, e mesmo que não fosse, o vovô Carlisle tinha um hospital, que rendia muito lucro.

Saímos de casa e entramos em seu carro preto. Sentei-me na frente e comecei a batucar inquieta sob minha bolsa, como de costume.

Eu só tinha ações que eram de costume, monótona como sempre.

- Sua mãe ligou. – Meu pai disse baixo e com a voz rouca, parecendo muito mais triste do que normal. – Acho que ela vai casar. – E então eu entendi o porquê.

- Não... – Disse baixinho. – Não acho que seja isso, eu saberia pai.

- Ela pediu para você ligar para ela depois. – Ele falou serio.

- Certo. – Ficamos em silêncio ate chegar à escola.

Eu vegetava o caminho todo, e uma vez ou outra me passava na mente sobre se ela iria mesmo se casar.

Ela namorava um modelo, James, que era um cara normal, nem legal nem chato, e seria crueldade minha ficar falando mal dele, porque eu nem falava com ele. Mas, definitivamente, não achava que ela se casaria. Não com ele.

- Boa aula Resme.  – Ele beijou minha mão e sorriu doce, depois de estacionar no portão da escola.

- Obrigada papai. – Desci de seu carro e corri para dentro da escola, para ir para meu cantinho ouvir minha musica.

Assim que passei pela multidão de adolescentes filhinhos de papai, que me olharam estranho, percebi que a aglomeração estava em volta de um garoto, moreno, alto, bonito e com um sorriso cativante. Senti minhas bochechas esquentarem um pouco ao pensar assim do estranho e abaixei minha cabeça.

- Sai da frente Cullen. – Megan disse depois de me esbarrar e quase fazer minha bolsa cair no chão.

- Desculpe. – Falei e me arrastei para meu cantinho particular.

Megan era a típica mando em todo mundo, que toda escola costuma ter. Pele bronzeada, cabelos pretos lisos, olhos azuis e corpão, o que todo cara quer, e faz praticamente tudo para ter.

Quando ela vinha com isso de implicar comigo, o que acontecia quase todos os dias, eu nem ligava, passava reto. Isso acontecia não só comigo, mais com todos que eram calados e sozinhos como eu.

Sentei no meu cantinho perto da grande arvore de maçãs, e peguei meu celular para ouvir musica que por sinal, estava quase sem bateria. Decidi não ouvir nada e ficar apenas olhando para o nada.

POV: Jacob.

Eu havia acabado de chegar a Los Angels, depois de ficar um pouco fora da civilização por causa da minha mãe. Ela era escritora e gostava de ficar um tempo na nossa reserva para pensar, e eu, como filho mais novo ia junto.

Minha irmã Raquel, vivia com meu pai, cineasta. Meu pai e minha mãe tinham um caso estranho, juntos mais ao mesmo tempo separados, e eu preferia não me meter.

Minha mãe finalmente havia termina de escrever o ultimo livro da sua serie de Auto-Ajuda para mulheres desesperadas com a traição, e voltara para Los Angels.

Eu era conhecido nos jornais e revistas de fofocas como o garoto rico enjaulado. O que era ridículo. Eu tinha o livre arbítrio de ficar pela reserva ou aqui, com toda essa gente cheia da grana que me cercava. Mas eu realmente gostava de lá, as pessoas eram mais calmas, agiam naturalmente e sem interesse.

Uma menina morena veio andando rebolando em minha direção e sorrindo.

- Jake, não é? – Perguntou tocando meu braço.

- Pode ser. – Dei de ombros, ela forçou mais ainda um sorriso fácil nos lábios.

- Megan. – Esticou a mão que eu beijei.

Era normal lá na reserva isso. Eu não iria apertar a mão dela como se estivéssemos terminando um negócio. Eu não sou o tipo de cara de negócios.

- Que cavalheiro. – Ela suspirou e sorriu mais ainda. Eu sorri de leve para a menina. – Eu posso mostrar a escola para você. – Concordei com a cabeça e ela saiu puxando meu braço.

Megan era incrivelmente bonita. Sua pele bronzeada e seus olhos azuis a deixava com ar de mistério que logo era quebrado quando abria a boca. Bonita porem fútil. Mais eu não poderia esperar menos para uma garota daqui, não mesmo.

Enquanto íamos andando ela ia falando das pessoas que passavam ao nosso redor, e dizendo se eu poderia falar ou não. Como se me desse ordens e que a tal fosse me salvar de um suicídio social.

Passamos por uma menina branca, com cabelos cor de mel bronzeado que Megan nem comentou seu nome, apenas disse, não fale com ela, nunca.

- Porque, não deveria falar com ela? – Perguntei.

Apesar de sua pele clara a menina era muito bonita, ate mais do que Megan, e eu não entendi o motivo de seu isolamento.

- Aquela e a Cullen, retardada total, nunca fale com ela, se não sua vida está acabada aqui e em todos os lugares. – Ela mordeu o lábio inferior e sorriu. – Não que ela vá falar com você se chegar por perto, porque ela ignora todos, retardada.

Fiz cara de quem tinha entendido, e continuamos andando, chegando logo a grande secretaria.

- Alunos da Clabem Moldem, todos estão com o primeiro tempo vago, por favor, ficar no pátio da escola sem tumultos.

Uma voz no interfone disse fazendo Megan sorrir de orelha a orelha.

- Se importa de eu ir ali rapidinho enquanto você fica aqui pegando o horário? – Perguntou ela, e eu só balancei a cabeça negando. – Certo. – E a menina saiu da secretaria e eu pude dar graças a Deus.

Em poucos minutos que ela tinha ficado ao meu lado, já havia percebido o quão chata era, e já sentia vontade de fugi.

Ao invés de pegar meu horário sai da secretaria indo em direção à árvore de maças, onde estava a menina que supostamente me daria um suicídio social.

Sentei ao seu lado e ela nem se moveu de sua posição antiga. Ela analisava suas mãos e parecia com o pensamento em longa distancia.

- Oi. – Falei, tentando chamar sua atenção.

Ela não poderia ser assim como Megan havia dito, a garota devia esta exagerando.

Mas ao invés de ouvir sua voz e recebe um “Oi”, ela apenas me olhou, suas bochechas ficaram avermelhadas e virou o rosto.

Seu problema era timidez e não ser retardada. Fiquei encantado. No meio de tanta gente fútil e metida, a fim de se amostra, eu havia encontrado uma garota normal, tímida e nada oferecida. Um pouco anti-social, mais era apenas efeito da timidez.

Agora, eu queria saber seu nome, mais acho que seria um pouco difícil.


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Notas finais do capítulo

É isso! Enfim, se estiver lendo deixe seu comentário que assim me faz feliz (Yasmim aqui)!!!
Bom, até logo, beijos.