Cheguei no hotel chorando. Os meninos não estavam. Abri uma caixinha que eu insistia em levar comigo para todo lugar que eu fosse.

Tirei um papel de lá de dentro.

"Oi, isso é meio bobo, eu sei. Mais de alguma forma eu tinha que pedir que você não me esquecesse. Você vem mesmo me buscar? Sabe, eu vou entender. Por mais triste que seja. Você não precisa vir se não quiser. São só cinco meses. Se eu for atrapalhar... Não precisa. De verdade. Te amo. Jess."

I'll be here, by your side

No more fears, no more crying

But if you walk away

I know I'll fade

Cause there is nobody else

Flashback on:

–Então, o que tinha para me contar? - Sorri.

–Lembra de quando você até brigou comigo pra que eu cantasse para voce? A diretora gravou e colocou na internet. Acontece que ontem ela recebeu uma ligação de Simon Cowell, ele tem um quarteto que participou de um programa no ano passado e ele disse que queria que eu trabalhasse com ele.

–Como CANTOR? - Ela gritou feliz.

–É, eu não sei... Se eu aceitar eles vem me buscar em dois dias.

–Você vai... Embora? - Falou triste.

–Por favor, Jess, sabe que isso é importante pra mim.

–Eu sei. Me desculpe. Você vai não é?

–Eu acho. É uma boa oportunidade.

–É uma ótima oportunidade. Uma banda... Contrato. Uau!

Vi os olhos dela brilharem. Sorriu e beijou meu rosto.

–Parabéns. É só que ficar sozinha aqui...

–Não se preocupe. Quando... Bem, eu vou dar um jeito de você sair daqui.

–Como?

–Me responsabilizando por você até você fazer dezoito.

–Então vai ser meu pai por cinco meses?

–Pode ser se você quiser.

–Tá, claro que eu quero. - Me abraçou. Senti lágrimas correrem pelo seu rosto.

–Ei são só cinco semanas.

–Eu sei.

–Eu vou conversar com a diretora. - Ela riu e eu saí correndo.

(...)

Ouvi a campainha tocar. Eu colocava as ultimas coisas na mala.

–Liam, eles chegaram. - A diretora entrou no dormitório.

–Tá. - Peguei as duas malas e desci. Vi quatro garotos brincando com as crianças.

–Oi. - Eles disseram juntos.

–Oi.

–Sou Zayn. - Um garoto de topete apertou minha mão.

–Sou Harry. - O de cachos me abraçou.

–Niall. - Um loiro falou de boca cheia. - Unico Irlandês.

–Sou Louis. - E sorriu para mim. - Bem vindo. - Sorri.

–Amor da minha vida. - Ouvi Jess falar e a senti tampando meus olhos. Eu me virei, soltei as malas no chão e a abracei.

–Eu vou sentir saudades Liam.

–Cinco semanas princesa. Eu já falei com a diretora, ela conversou com Simon e você vai.

–Eu te amo.

–Eu também te amo. Muito. - Beijei seu rosto, sua testa e depois a ponta do seu nariz. Ela riu. Me deu mais um abraço. Eu peguei minhas malas e fui embora.

(...)

–Então, este é o seu quarto. - Niall abriu a porta. Era grande. Bonito. Coloquei as malas na cama e tirei as roupas de lá. No meio de uma das calças aquele bilhete. - Eu li e gurdei em uma gaveta.

–Liam, a Louise tá aqui. Ela vai levar a gente para fazer compras. - Harry disse entrando no quarto.

Flashback off:

–Sabe que se não... - Zayn se interrompeu e os quatro tiraram o sorriso do rosto assim que entraram. - Liam você está bem?

Neguei e o abracei. - Eu estraguei tudo. A culpa é minha. - Me sentei no chão e abracei minhas pernas. - Ela disse que não é, mais eu sei que é. Se ela está assim a culpa é toda minha. - Ele se abaixou ficando na minha direção.

–É sobre a Jess? - Assenti. - O que houve?

–Ela vai... Morrer.

–Liam, todo mundo morre...

–Não. Você não entendeu. A Jess tá grávida. Esperando um filho meu. A família dela nunca pôde engravidar, foi por isso que a mãe dela morreu.

–Tem que haver um jeito...

–Não tem. Ela sabia disso. Faz um ano. Eu sabia disso.

Eles ficaram em silêncio.

Zayn:

Eu fui até a sacada. Acendi um cigarro.

–Zayn está tudo bem? - Niall parou ao meu lado.

–Não. Niall, você lembra um dia... Trinta de agosto do ano passado quando acordamos e o Liam já não estava mais em casa e ele voltou duas horas depois com aquela garota que o abraçara no dia em que fomos buscá-lo no orfanato? Aquela garota se tornou minha melhor amiga, e... E se tudo isso for verdade? E se um dia eu aordar e perceber que ela não está mais lá?

–Eu sei. Por mais que imaginar algo assim seja difícil para todos nós, temos que ser fortes. Pelo Liam. Dói mais nele do que imaginamos. Ele precisa de nós. - Ele me abraçou. Nós voltamos para dentro.