POV Edward

– Cara, nem tô acreditando que hoje volto pra Los Angeles! – comentei ansioso com meu amigo Emmett enquanto terminava de arrumar minhas malas.

– É, man! E já imagino o motivo dessa alegria toda aí... – me olhou com um sorriso malicioso.

– O que é que você tá querendo dizer com isso, Emmett?

– O óbvio né, cabeçudo? – me deu um tapa na cabeça.

– Ai, seu imbecil!

– Quer saber, Edward? Tu é lento pra cacete! Não sei nem como é que você tá cursando Medicina!

– Quer parar de me esculhambar e dizer logo? – já estava de saco cheio das enrolações de Emmett, ele podia ser mais direto?

Respirou fundo e disse:

– É claro que você tá todo alegrinho desse jeito porque vai ver a tal da Isadora, Isaura, sei lá!

– Primeiro, é Isabella! – meu amigo é um bola fora mesmo – e segundo, ela não é o único motivo de eu estar ansioso não. Até porque, faz anos que pisei em LA pela última vez e vai ser ótimo poder rever todo mundo.

– Tá certo então... Se você diz... – deu de ombros indiferente.

O Emmett é muito viajado mesmo. Só ele pra pensar que estou ansioso assim porque vou ver a Bella. Tá, não vou mentir, não vejo a hora de vê-la novamente. Até porque éramos muito próximos na nossa infância. Bella com aquele jeito atrapalhado me fazia rir muito, era uma característica única sua. E também tinha minha irmã Alice, parecia uma fada. Delicada, mas maluca de um jeito que só ela mesma pra ser assim.

Ri sozinho lembrando de alguns momentos nossos.

– Ei, cabeçudo! Já tá na hora de irmos, ou você vai querer perder o voo? – Emmett me tirou de meus devaneios.

– Já estou pronto, ô! Larga de ser apressado!

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O nosso voo foi tranquilo, algumas mulheres ficaram atirando olhares pra mim, mas já estou acostumado, eu tenho noção da minha beleza! Haha.

Posso ser considerado do tipo pegador, - até porque não tem coisa melhor no mundo que mulher- mas quando eu me apego é pra valer. E esse foi o problema de ter passado por uma quase depressão quando o meu relacionamento com a Tânia chegou ao fim. Eu a amava muito, muito mesmo. E, no entanto, ela terminou comigo sem nenhum motivo aparente. Simplesmente chegou pra mim e disse “Ed, não dá mais!”. Tentei ignorá-la, fazer de conta que ela não havia me dito nada – uma atitude bem infantil, eu sei – mas não teve jeito.

Porém agora já estou de boa e pronto pra conhecer as garotas da UCLA (Universidade da Califórnia, Los Angeles). E é claro que a Alice e a Bella irão me ajudar nisso. Elas já estudam lá e com certeza terão algumas garotas pra me apresentar.

Olhei a minha volta e percebi que quase tudo continuava da mesma forma.

– Caramba, Ed! Olha aquela gostosa passando ali, isso é o paraíso! – meu amigo tapado assoviou pra uma mulher que acabara de passar por nós.

– É, eu sei. Mas ela é demais pro seu caminhãozinho.

– Rá! Até parece! O ursão aqui pode fazer estrago! – se gabou mostrando seus músculos.

– Você não se toca não? Do jeito que você é, só uma namorada imaginária pra te aguentar!

– Poxa, valeu! E eu que pensei que éramos amigos! – disse choroso.

Respirei fundo e contei até 10.

– Emmett, desculpa. É que às vezes você é muito lerdo, sério mesmo! Mas isso não empata o fato de sermos amigos, tá bom assim?

– Tá bom, mas eu só te desculpo se você me der um beijinho – disse fazendo bico e vindo em minha direção.

– Ô, sai pra lá! – me afastei – Você sabe muito bem que eu não curto esse tipo de fruta.

– E você como meu melhor amigo devia saber que eu também não! – me empurrou fazendo com que eu quase caísse no chão.

É um tapado mesmo... Por que eu fui inventar de trazer ele comigo, hein? Ah, já sei! Ele não sabe viver sem mim e disse que ia morrer de solidão se eu o abandonasse. Como se tivéssemos nascido juntos...

Olhei pra minha frente e vi o apartamento no qual Alice disse que estava morando.

Sorri.

– Chegamos, Emmett!

– Até que enfim! Tô morto de tanto cansaço! – resmungou.

O ignorei e segui em frente. Falei com o porteiro, expliquei a ele que era irmão da Alice e ele me indicou pra onde deveria ir.

Caramba, e pensar que faz anos que não vejo minha irmã. Ela deve ter crescido alguns milímetros, eu acho.

Quando estávamos nos aproximando do local indicado pelo porteiro, ouvi um som BEM ALTO tocando e reconheci que era uma música do Green Day. Quem é o surdo que está ouvindo música nesse volume?

Parei em frente ao número do apartamento de Alice e o som alto vinha de dentro dele. Minha irmã andou pirando? Desde quando ela ouve algo que não seja pop?

– Pô, Ed! Sua maninha deve ser legal pra caramba. Olha só a altura desse som!

– É, ela é, mas mesmo assim isso é muito estranho pra ser a Allie.

Toquei a campainha e esperei.

Em pouco tempo a porta foi aberta e eu prendi o riso.

A garota a minha frente cantava e dançava - sem jeito - com uma empolgação enorme! Era muito engraçado e espontâneo. Mesmo sabendo que tendo alguém do outro lado da porta não deixou sua empolgação de lado. Bom, não até o momento em que ela abriu os olhos.

Seus olhos verdes se arregalaram e logo ela corou – o que só fez com que ficasse ainda mais adorável.

Esperei alguma reação sua – que não veio - e reparei que ela me analisava.

Fiz o mesmo.

E assim que o fiz me senti um tolo por não ter reparado antes que aquela figura se tratava da Bella! Agora tudo estava claro em minha mente.

Quem mais dançaria de uma forma tão desajeitada e tão perfeita ao mesmo tempo? Quem corava que nem um tomate quando era pega em uma situação constrangedora? E por fim, quem possuía olhos tão lindos e expressivos? Só podia ser a Bella, a minha melhor amiga Bella.

Abri a boca pra falar, mas logo fui interrompido por alguém que gritou meu nome.

– Edwaaaaaaaaaard!!!!!

E quase fui ao chão com tremendo pulo que minha irmãzinha deu em cima de mim.

É, finalmente estava de volta... E pelo visto muitas coisas estavam por vir nessa nova fase de minha vida.