"Bem, pelo menos minha família está segura." Eu pensei. Mas eu não podia simplesmente me entregar. Eu tinha que lutar, mas como? Eu nem sabia com quem lutar. Isso já estava me irritando.

Tentei pensar em um plano mas nenhum deles parecia funcionar. Resolvi continuar minha vida normalmente até alguma ideia me ocorrer.

Eu estava a caminho de alguma aula qualquer, no meio da multidão quando tive uma ideia.

Alguém, de repente, agarrou meu braço. Repremi um grito de surpresa. Era Scorpius.

- Precisamos conversar. - ele disse baixinho

Tentei me desvencilhar, mas era impossível sem chamar a atenção.

- Está bem - eu disse

Nós entramos escondidos em uma sala fora de uso, sem que ninguém nos visse. Quase ninguém.

Entrei e Scorpius fechou a porta atrás de mim. Olhei para ele com cara de quem não se importa. Não pareceu convencê-lo.

- Então... - eu disse

- O que foi aquilo? - ele perguntou

- Aquilo o quê?

- Aquela noite! - ele disse irritado - Estava tudo bem, então, de repente, você age como diferente!

- É complic...

- Não me diga que é complicado! - ele disse - Rose - ele deu um passo, ficando mais próximo de mim - Eu não sou burro, sabia disso?

- Eu sei - eu disse

- Então sabe que eu percebo que tem algo estranho acontecendo?

Essa me pegou de surpresa. 

- Scorpius - eu disse - Não, me escute - falei quando ele tentou protestar - Tem algo acontecendo.

- Eu sabia! Eu sabia que...

- Ouça! Tem algo acontecendo, mas não posso te contar. É para o seu próprio bem e o de outras pessoas.

- O que quer dizer? - ele perguntou confuso

- Pessoas estão se machucando. Mas eu acho que sei como fazer isso parar.

- Então me deixe ajudar. - ele pediu

- Não - eu disse - Você não pode.

Ele não pareceu convencido.

- Me dê uma noite - eu falei de repente - Uma noite para consertar as coisas e eu te conto tudo o que você quiser saber.

Ele me olhou por um longo tempo. Finalmente disse:

- Está bem.

Esboçei um sorriso. Estava dando certo. Eu já estava indo em direção à porta quando ele puxou meu braço e me beijou. Me pegou completamente de surpresa. Eu sabia que devia fazê-lo parar, mas não reuini forças suficiente.

Quando ele finalmente me soltou, eu perguntei baixinho:

- Porque fez isso?

Ele encolheu os ombros, de maneira inocente. Soltei um pequeno sorriso.

Ele sorriu enquanto passava pela porta, me deixando sozinha.

Depois de um tempo, um bilhete passou por baixo da porta. Peguei-o e abri a porta, procurando seu autor, mas tudo que encontrei foi um corredor vazio. Todos estavam nas aulas.

Fechei a porta e li o que estava escrito:

"Não te mandei ficar longe dele? Que feio! Mas tudo bem, já cansei de você. Quer fazer um acordo?"

Em outros tempos, eu teria dito não. Teria recusado. Mas eu já estava tão cansada de me sentir ameaçada, que nem pensei duas vezes. Escrevi bem grande no quadro negro.

"Sim"