Hermione De Cabeça Para Baixo escrita por Saggita


Capítulo 5
Capítulo 5 - De cabeça para baixo




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A caminhada para a torre da Grifinória não foi tão ruim assim... Tirando o fato que Hermione estava tão confusa que quase não conseguia mover os pés. Uma coisa era alguma outra pessoa dizer que Tom Riddle era da Grifinória. Outra coisa completamente diferente era ver com os seus próprios olhos e apertar as mãos com o que viria a ser Voldemort, num futuro não muito longe dali. Mas ela se viu questionando isso. Harry tinha tido, expressamente, que Voldemort era da Sonserina. O Tom Riddle que caminhava ao seu lado não era da Sonserina, poderia ele não se transformar em Voldemort?

Mergulhada nesses pensamentos, Hermione mal viu a chegada à familiar Torre da Grifinória e a subida aos dormitórios femininos, sozinha com Tom Riddle.

“Então, eu vou deixá-la aqui para você poder se acomodar.” disse ele. “Espero vê-la no jantar.”

Hermione não tinha certeza se retornava os sentimentos, por isso guardou silêncio até que ele saísse. Não tinha muito a fazer, a não ser colocar seu malão embaixo da cama vazia e se sentar nela com um grande suspiro, olhando em volta do dormitório, silencioso e vazio. Mas levantou-se de sobressalto quando pôde escutar:

“Então você é a garota nova?” Uma voz animada perguntou, ainda do corredor. Daí uma garota ruiva, tão exuberante quanto o vermelho dos cabelos, apareceu. Ron certamente a acharia bonita se chegasse a vê-la. Hermione duvidou que isso acontecesse. “Uau, você tem umas vestes bem bonitas!” ela continuou, se aproximando Hermione. “Qual o seu nome?”

“Hermione... Granger.” Hermione respondeu.

“O meu é Lucretia Black.” A desconhecida disse com um sorriso, e Hermione não pôde evitar arregalar os olhos. Lucretia, fosse ela quem fosse, pertencia a uma família puro sangue... “Mas você pode me chamar de Luc. Posso te chamar de Mione?”

“Uau, Luc...” Hermione ouviu uma voz arrastada e sem vida, pertencente a uma garota de estatura frágil de pele pálida, como uma planta que nunca vira a luz do sol. Hermione notou os cabelos pretos até os ombros e os olhos muito negros, quase familiares... “Você já conseguiu assustar a pobre novata. Deixe ela respirar, sim?” Ela andou para a sua cama em silêncio, deixando lá a sua bolsa com livros. “Eu sou Eileen Prince. Bem vinda ao inferno. Ou Hogwarts, como chamam aqui.”

“Ah, mas Hogwarts não é tão ruim assim...” Lucretia respondeu a Eileen, não perdendo o sorriso, que na verdade só se alargou. “O Tom está aqui, o que pode ser melhor? Ele até olhou para mim, lá embaixo, você viu?”

“Só o que eu vi foi você correndo aqui para cima vermelha como um tomate.” Os cantos da boca de Eileen se curvaram para cima em um sorriso irônico e ela então se sentou em sua cama, a única com lençóis pretos. Lucretia se juntou a ela.

“Mas, Eileen, ele é tão bonito...!” Lucretia respirou fundo como se estivesse emocionada. Hermione decidiu se ocupar com alguma coisa enquanto elas conversavam, e por isso resolveu reorganizar suas coisas. “Como você pode não se apaixonar por ele?”

Eileen deu de ombros. “É bem mais fácil que você pensa...”

“Hermione!” Lucretia disse de repente. “Você já viu o Tom? Ele não é um sonho?”

“Como ela pode ter visto o Tom?” Eileen questionou, erguendo uma sobrancelha. “Acabou de chegar aqui.”

“Ah, eu já o vi.” Hermione disse, interrompendo a sua reorganização. “Ele é...” ela tentou encontrar uma palavra para descrevê-lo. “Gentil. Eu acho.”

Luc ia abrir a boca para dizer algo, mas Eileen se levantou e a puxou pelo braço para fora do dormitório, enquanto ia dizendo: “Vamos, Luc, deixe ela se acomodar direito.” Depois ela se virou para Hermione e hesitou. “Mas você pode sentar conosco no jantar. Se você quiser.” E as duas saíram, deixando Hermione sozinha mais uma vez.

Hermione continuou a reorganizar seus pertences, mas já estava tudo em seu lugar, de qualquer forma. Ela decidiu tomar um banho, e colocou as suas vestes mais simples – era difícil comprar algo realmente simples se deixasse a Madame Malkin escolher, e se não tivesse que contar cada nuque – e, constatando que ainda tinha uma hora livre antes do começo do jantar, ela pegou um pequeno espelho e sua varinha, saindo para caminhar sozinha no castelo.

Tinha um basilisco à solta, mas ela já tinha se salvado uma vez... Não via porque não conseguiria se salvar outra vez, caso algo acontecesse. Mas talvez ela não devesse se preocupar só com o basilisco.

Ela caminhava cautelosamente nos corredores não muito longe da entrada da Sala Comunal, olhando ao redor, quando topou com alguém.

“Apreciando uma caminhada, Srta. Granger?” Tom Riddle perguntou, com um leve sorriso.

O corpo todo de Hermione se contraiu: “Sim... Bastante.”

“Eu também.” Tom Riddle concordou com um leve aceno de cabeça. “Mas tome cuidado. É perigoso andar sozinha, Srta. Granger.”

Tom Riddle seguiu o seu caminho, e Hermione ficou dividida se achava que aquilo era uma ameaça de morte ou um gentil aviso. Embora um gentil aviso feito pelo futuro Voldemort pudesse ser interpretado como um aviso de morte, de qualquer forma. 

Hermione decidiu ir atrás de companhia. O jantar já era para ter começado, então ela rumou para o Salão Principal. Ainda estava cedo e havia poucas pessoas, mas Lucretia e Eileen já estavam lá. Hermione pensou sobre a situação por uns segundos, e acabou se aproximando delas mesmo assim. “Oi.”

Tanto Eileen quanto Lucretia foram tão simpáticas quanto antes. “Olá, Mione!” Lucretia a cumprimentou, afastando-se mais para o lado, dando um lugar para Hermione se sentar. “Está gostando de Hogwarts...?”

“Até agora sim.” Hermione respondeu.

“Ah, então espere até você ver uma partida de quadribol.” Lucretia disse. “Os jogadores da Grifinória são muito bons, mal posso esperar! Eileen é tão sortuda de participar do time!”

Hermione se surpreendeu. Eileen parecia quase uma boneca, nunca iria pensar que ela gostasse de quadribol. A própria Eileen confirmou o fato: “Apanhadora.” disse ela, finalmente se juntando a conversa. “O próximo jogo é contra os idiotas da Sonserina.”

Isso explicou a razão de três garotos da Sonserina as abordarem quando elas retornavam juntas à Torre da Grifinória. O que lhes dirigiu a palavra foi o que mais chamou a atenção de Hermione: ele era extremamente alto, pelo menos cinco cabeças mais alto que Eileen, e suas mãos eram tão grandes quando frigideiras. Tinha cabelos curtos castanhos, e bem lisos.

“Ora, ora... Se não é a nossa pequena princesa.” ele disse, estralando as juntas dos dedos e aproximando-se de Eileen, que teve de dobrar o pescoço para olhar para cima o suficiente para encarar o tal estranho. “Eu vou entregar você em uma caixa de sapo de chocolate para a Madame Pince depois da partida.”

“Vá sonhando, trasgo da montanha!” Eileen retrucou, mãos na cintura. “Você sabe que o time da Grifinória pode chutar os fundilhos do time da Sonserina a qualquer hora.”

“Me chamou de quê, princesinha...?” O garoto disse, avançando em direção a Eileen, que continuou muito bem parada. “Não tem medo de se machucar?”

“Tenho.” Eileen respondeu, rolando os olhos. “Mas sei que você não é capaz de encostar um dedo em mim.” Ela se virou e saiu andando.

Lucretia e Hermione trocaram um breve olhar antes de segui-la. “Quem era aquele?” Hermione perguntou quando as três caminhavam juntas novamente.

“Só fique longe dele.” Eileen disse, sem parecer abalada. “Hagrid não é uma pessoa muito boa de ficar perto por mais de um segundo.”

“H-hagrid?” Hermione perguntou com um fiapo de voz, franzindo o cenho.

“Rúbeo Hagrid.” Eileen confirmou. “Correm boatos que ele pode quebrar um pescoço com aquelas mãos... Melhor não querer confirmar.”

Hermione rolou em sua cama a noite inteira, sem conseguir pregar os olhos. Talvez Harry pudesse estar enganado sobre Tom Riddle ser da Sonserina, assim como os livros poderiam estar errados sobre todos os Malfoy, mas Hermione não podia acreditar que Hagrid era assim em sua juventude. Hagrid não podia ser daquele jeito.

Um pensamento que ficava somente no fundo da sua mente subiu à tona. Ela não podia estar no mesmo universo de que saíra. Aquilo só podia ser um lugar onde tudo estava de cabeça para baixo... Mas, além de soar impossível, tornaria o seu retorno para casa igualmente impossível.

E, no entanto, era só olhar ao redor para saber que não estava no passado. Pelos menos não no seu.


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Notas finais do capítulo

Então, novos personagens. Talvez você conhecam alguns, talvez não conhecam outros, mas todos realmente pertenceram ao mundo que a J.K. Rowling criou, mas não apareceram de verdade nos livros. Tipo a Lucretia. Ela é tia do Sirius, caso vocês não saibam...
E eu criei um Hanashi, se vocês quiserem me adicionar eu tô lá sob o nome Saggita L.
Pois é.