Então acompanhei a moça vestida num traje social. Já conhecia o caminho, entretanto, parecia que eu estava num presídio, sendo acompanhada em direção a cela. Varias coisas se passaram pela minha cabeça durante o trajeto, já pensava que iria levar expulsão ou algo similar. A secretaria abriu a porta da sala do diretor e saiu. Quando entrei, vi o diretor, que eu já conhecia, sentado em sua enorme cadeira almofadada de cor vinho

 - Bom dia senhorita Bailey – Disse o diretor  – Sente-se, por favor. – Ele mostrou a cadeira na minha frente. Sem dizer uma palavra, me direcionei a cadeira.  –  Eu quero discutir certos aspectos com você. – Fudeu. – Bom, queria falar sobre a foto que esta rondando pelos aparelhos telefônicos de todos os alunos do instituto Queen... – Eu o interrompi

- Eu posso explicar senhor...

- Deixe me terminar? – Apenas assenti com a cabeça  - Bom, podemos falar que a senhorita violou muitas regras do instituto Queen e isso não é nada bom – Então ele fez uma pausa – Já vi que uma detenção não funcionou, vou ter que te punir de outro jeito – Expulsão. Adeus vida, minha mãe vai me matar. – Você vai ser voluntária para arrumar o baile de fim de ano e durante o baile vai cuidar de tudo, para que nada saia errado.

- Eu não vou ser expulsa? – Dei um grito, surpresa.

- Não Senhorita Bailey. – Quase ajoelhei aos seus pés e beijei os próprios.

- Ok senhor.

- O comitê do baile vai se reunir toda terça e quinta a partir da semana que vem, para discutir os custos, o tema, e tudo demais.

- Ok senhor.

- Acho que já foi dito tudo que era para ser dito.

- Posso me retirar? – Fui extremamente educada.

- Sim.

- Boa noite senhor.

- Boa noite – Então me retirei da sala do diretor com um grande peso tirado de minhas costas. Não era tão ruim quanto eu pensava. Arrumar os preparativos do baile nem deve ser tão ruim assim.

Me direcionei a sala de aula onde Jay estava, a aula já devia ter começado a pelo menos quinze minutos.  Quando abri a porta todos os olhares se direcionaram a mim.

- Olha só quem apareceu – Jay tirou atenção da lousa para me observar.

- Quem é vivo sempre aparece – Conclui com uma risada. Então ele devolveu a risada e fez um sinal para que eu me sentasse . A aula fluiu normalmente, algumas teorias, algumas praticas, como tinha passado muito tempo longe do instrumento, decidi não tentar tocar, apenas observei as outras aulas, que estavam na a verdade, muito boas. Quando deu o horário da aula, Jay fez um sinal para que eu ficasse ali, esperei todas as meninas saírem e ele veio falar comigo.

- Fiquei preocupado menina, não apareceu mais!

- Estive – Fiz uma pausa breve – Ocupada.

- Espero que isso não se repita Loreninha – Dei risada pelo o apelido carinhoso que Jay me dera.

- Ok senhor Jay, não ira se repetir. Prometo. – Então quando saímos da sala, ficamos conversando o trajeto inteiro, Jay me contava sobre a banda, sobre os meninos e sobre a sua vida em geral. Me acompanhou até a entrada do corredor e dei um beijo inesperado em minha bochecha.

- Boa noite Loreninha

- Boa noite Jay – Dei um sorriso e entrei no corredor.

Abri a porta do meu quarto, e ali estava Melani, deitada em sua cama lendo um livro qualquer. Apenas tirei meu sapato e fui em direção ao banheiro. Sentia falta dos cumprimentos de Melani, de como Melani falava sem parar de formulas de matemática e de conceitos de Biologia. Sentia falta de como Melani me olhava quando falava sobre Siva, ou de qualquer besteira que tinha acontecido no dia dela. E acima de tudo, sentia falta dela, da amizade dela, das conversas dela, dos conselhos dela. Apenas tomei um banho rápido e coloquei meu pijama e me afundei na minha cama e nos meus pensamentos.

Xxx

Era sábado de manhã, faltava uma semana para o baile e uma semana para o encerramento do semestre. Os preparativos do baile já estava quase prontos, tínhamos decidido que o tema seria anos 60, estava tudo perfeito par ao baile, mas como eu já sabia desde o começo, não iria para o baile para aproveitar, mas sim para trabalhar, o que me desanimava preparar as coisas com tanto carinho. Ficava chateada ao pensar que não teria a minha dança de final de ano, ou que não iria ficaria horas me arrumando e escolhendo a minha roupa.

Iria para um parque com Nathan, somente eu e ele, sem ninguém para atrapalhar ou interferir.  Vesti uma roupa adequada ao dia maravilhoso que fazia la fora. (http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=57205993) Melani não havia dormido de sexta para sábado no Queen, provavelmente estava com Siva.

- Uau, pensei que íamos ao parque! – Nathan exclamou quando me viu saindo do corredor.

- Por que não iríamos? – Perguntei depositando um beijo delicado em seus lábios.

- Você esta muito linda para irmos apenas ao parque.

- Podemos fazer outra coisa se você quiser hahaha – Então nos direcionamos à saída do Queen. O parque não ficava tão longe dali, passamos no Starbucks para pegar café para nós, e depois de la, continuamos nosso trajeto.

O parque era maravilhoso, lotado de arvores e no centro havia um lago

- Nathan, quero andar no pedalinho! – Gritei quando vi pequenos pedalos em forma de ganso em cima da água.

- Tem certeza? – Nathan fez uma cara de reprovação.

- Por favor – Fiz biquinho.

- Isso é golpe baixo... – Nathan disse sendo vencido pelo meu biquinho – Ok, ok, vamos! – Então eu e Nathan nos direcionamos a estação e esperamos um tempinho por um barco vago. Quando finalmente entramos em um ‘’ganso’’ começamos a pedalar.

- Acho que o treinador devia falar para andarmos de pedalinho todo dia... Esse negócio fortalece as pernas mais que outro exercício.

- Eu falei para pegarmos um barco que os dois pedalassem, mas você quis se fazer de macho... – Brinquei.

- O cara aqui é puro músculo – As palavras dele me fizeram dar uma risada um tanto quanto escandalosa.

- Do que você esta rindo?!

- Nada, nada - Disse e recuperando do acesso de riso.

- Você esta duvidando da minha massa muscular?

- Que isso, eu?! – Fingi ficar surpresa – Nunca disse nada! – Disse no meio de pausas, dando risada da situação.

- Sei, sei – Então inesperadamente Nathan abaixou um pouco sua mão em direção ao lago e jogou um pouco de água em mim.

- Ei! – Exclamei. Então Nathan olhou para o outro lado e começou a assobiar como se nada tivesse acontecido. Então fiz o mesmo, mas foi um pouco mais de água do que o esperado.

- Lorena! – Nathan exclamou – Eu joguei pouca água

- Descul... – Então Nathan de novo jogou mais água do lago em minha direção. Então começou a guerra. Chegou a um ponto que nós dois jogávamos água um no outro no mesmo momento.

Quando finalmente um deu trégua ao outro, paramos para nos ver, tanto um quanto o outro estava totalmente encharcado. A minha camisa colava incomodamente em meu corpo, devido ao excesso de água e a camisa de Nathan também não estava diferente. Quando devolvemos o pedalinho para que outra pessoa pudesse usar, todas as pessoas da pequena fila direcionaram seus olhares para nós. Apenas abaixamos a cabeça e saímos de la como se nada tivesse acontecido.

Conforme fomos andando fui sentindo o efeito da água sobre mim, eu estava toda arrepiada devido a brisa fresca, então me abracei tentando me esquentar sem sucesso.

- Vamos para o Sol, devemos nos secar – Nathan disse ao meu ver arrepiada. Nos direcionamos ao campo aberto, que estava totalmente coberto pelo sol e que não ficava muito longe dali. Sentamos eu e Nathan um do lado do outro na grama mesmo. Fiquei observando a quantidade de família que brincava ali, pais, filhos... O que me fez ficar com saudades de casa, fazia quase seis meses que não via a minha família e me segurei para não derramar algumas lagrimas.

- Eu costumava vir com eles aqui – Nathan comentou olhando para as diversas famílias ali presentes. – Sempre fazíamos piqueniques e jogávamos bola – O jeito que Nathan observava as famílias era como se ele se visse ali, no meio daquelas ciranças, brincando com seus pais. - Eu, meus pais e a minha irmãzinha.

- Você tem irmã? – Fiquei surpresa

-Sim, mais nova... – Então ele suspirou – Não a vejo mais de um ano.

- Por que? – Me arrependi de ter perguntado milésimos depois.

- Meus avós acharam que seriam melhor criá-la em um lugar que não lembrasse meus pais, então se mudaram com ela para o interior do estado. Eu decidi ficar, eu já tinha perdido meus pais e não queria perder mais nada...

- Sinto muito – Eu disse o abraçando pela cintura e apoiando a minha cabeça em seu ombro. Ele beijou a minha cabeça e me abraçou. Estávamos um pouco molhados ainda, mas nenhum dos dois se importava. O silencio não era incomodo, na verdade ele falava, ele gritava toda aquela angústia que nós dois sentíamos por dentro.

- Nath – Quebrei o silencio de vários minutos.

- Fala linda.

- Como vai ser quando você se formar? – Eu disse levantando a minha cabeça para olhá-lo. – Quer dizer, daqui a seis meses você vai estar caindo na estrada com a banda e eu vou estar aqui, estudando. – Então ele me largou e logo em seguida colocou sua mão no meu rosto e o acariciou com o polegar.

- Não se preocupe com o futuro linda, se preocupe com o agora. O presente. O futuro ainda esta muito longe de nosso alcance. – Então ele sorriu para mim e se aproximou de minha boca. Logo rompi meus lábios para a permissão. O beijo foi lento, mas com pouco tempo de duração. Logo eu e Nathan desgrudamos nossos lábios e eu deitei minha cabeça em suas pernas, enquanto ele distraidamente mexia em meus cabelos. Começamos a cantarolar músicas conhecidas por mim e por ele, e nem víamos o tempo passar.