Anti-social escrita por UnknownName


Capítulo 23
"Dia x"


Notas iniciais do capítulo

Perdãããããão pela demora! Mas uma gripe me derrubou e quando eu to com gripe eu não consigo pensar direito, então não deu pra postar T.T Mas não se preocupem, hoje eu vou postar 2 capítulos pra compensar!
Quando houver um "*" há uma nota sobre isso no fim do capítulo.



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No dia seguinte cheguei à escola um pouco mais tarde do que o normal, e encontrei Sarah em frente ao seu armário. De certa forma me deu um alívio de vÊ-la lá.

─ Ainda bem que você veio, eu não ia querer apresentar o trabalho todo sozinho. ─ Bufei.

─ Oi pra você também. ─ Ela deu uma leve risada e sorriu. ─ Foi só... uma pequena gripe.

─ Hum. ─ Falei, não muito convencido. ─ Ah é, tenho uma coisa pra você ─ Ela me olhou confuso, enquanto eu abria o meu armário.

Tirei de lá de dentro aquele mesmo livro grosso do dia anterior, que eu não pudera dar a ela antes. ─ Aqui. Sei lá... Meu pai usou isso pra estudar, talvez tenha alguma coisa que te ajude a se livrar dessa sua situação.

Ela pegou o objeto, um pouco envergonhada. ─ "Manual prático de leis para estudantes de advocacia"... O-Obrigada... Acho que eu posso achar algo aqui, sim. ─ Ela sorriu ─ Seu pai é advogado?

─ É. Às vezes ele também trabalha com investigação. ─ Cocei a nuca, e Sarah olhou para a minha mão.

─ O que aconteceu? ─ Ela perguntou, acho que preocupada.

─ Ah, isso? ─ Olhei para a parte enfaixada ─ Não foi nada. Eu só caí da escada ontem.

─ Ah meu deus! E você está bem? ─ "Outro exagerado..."

─ Não foi nada, eu já disse. ─ Resmunguei.

─ Você torceu a mão direita... Você é destro? Será que não vai ter problemas pra escrever?

─ Nah. ─ Sorri ─ Sou ambidestro.

─ Sério? Que legal! ─ Ela fez aquela sua tão conhecida face de alegria. De tanto vê-la eu até estava começando a gostar desse sorriso...

─ É... Espera, já não era para o sinal ter tocado? ─ Olhei em volta e vi o corredor vazio. ─ Merda!

Ambos saímos cortando o vento em direção à sala de vídeo. Acho que eu nunca corri tão rápido em toda a minha vida.

─ Ei! Não corram nos corredores! ─ Um segurança tentava nos parar, mas ignoramos e continuamos. ─ Ei!

Por sorte, conseguimos chegar à tempo. Suando, esbaforidos, mas na hora certa.

─ Hey, David, o que você estava fazendo, hein? ─ Alguns alunos olhavam em nossa direção, com olhares pervertidos. Como eu sempre fazia, apenas fingi que não ouvi e sentei em uma cadeira afastada. Sarah fez o mesmo.

A apresentação até que foi normal, sem nada demais. Eu falei minha parte, e Sarah falou a dela que, apesar de tropeçar com as palavras em algumas partes, foi bem. Mais tarde soubemos que conseguimos a nota máxima.

De resto foi como planejado. Entreguei os trabalhos que tinha, fiz as provas e depois fui embora. Ah, lembra de que eu disse que estava desconfiado do que a Sarah dissera, que estava "apenas com uma gripe"? Provavelmente eu estava certo. Nas poucas vezes que cruzei com ela no corredor ela parecia preocupada com alguma coisa. Fiquei me perguntando o que era, mas não tive sequer chance de conversar. Como nossos horários naquele dia eram diferentes, os horários do intervalo e saída também eram. Apenas a primeira aula coincidiu.

─ Ha ha, acho que é a primeira vez que estou reclamando por não poder falar com ela... Devo estar ficando louco. ─ Ri comigo mesmo.

Olhei para o nada, enquanto caminhava para casa. ─ Mas é bom eu me animar. Falta apenas uma semana para as férias! ─ Levantei os braços, em comemoração. ─ Um mês dentro de casa. Yay~

Cheguei e me "espatifei" no sofá. Fênix subiu em minhas pernas mas, sem querer, o derrubei ao levantá-las.

─ Nmm... ─ Resmunguei algo que era pra ser alguma coisa parecida com "desculpas" ou sei lá.

─ Ô seu preguiçoso, levanta aí. ─ Ouvi a voz de meu pai e uma mão me chacoalhando.

─ Nmm... ─ Resmunguei novamente. ─ Tô cansado...

─ Onde está meu livro? ─ Ele perguntou, cruzando os braços, e eu virei para olhá-lo.

─ Qual? ─ Perguntei.

─ Você sabe. O de advocacia. ─ Ele explicou.

─ Ah... Eu emprestei pra Sarah. Ela está com uns problemas em casa. Por quê? Você precisa dele? ─ Me sentei, esfregando o olho, com sono.

─ Quem é Sarah? ─ Ele se sentou ao meu lado.

─ Aquela menina que me perseguiu outro dia. ─ Falei, bocejando.

─ Ah! Aquela garota! Não me diga que ela e você estão namorando agora?! ─ Seus olhos brilhavam com esperança.

─ Não viaja. ─ Neguei, e ele pareceu decepcionado. ─ Eu só emprestei o livro pra ela.

─ Bom, pelo menos você tem uma amiga. É um começo. ─ Ele fez uma cara de "It's something*" e ligou a televisão. Fui para o meu quarto, e finalmente pude dormir em paz.

Tive um sonho com algo relacionado à shinigamis**... Acho que eu conversei com um deles, ou algo assim. Gente, eu adoro meus sonhos.

Eu tinha ido dormir por volta das 2 da tarde, e acordei às 4 e meia.

Eu não tinha muita coisa para fazer, então toquei um pouco de guitarra, mas meu pai mandou eu parar com aquela "barulheira".

Fui obrigado à ir dar uma volta, e aproveitei para dar uma passada no mercado(não, eu não encontrei a Sarah dessa vez).

Mas pulando toda essa parte chata sobre o meu dia tedioso, vamos passar para a segunda feira.

─ Mais 4 dias... ─ Comentei, enquanto estava no intervalo, e Sarah ao meu lado.

─ É... ─ Deu pra perceber que ela estava pensando em outra coisa.

─ No que está pensando? ─ Perguntei, tirando meus fones.

─ Ahn? ─ Ela olhou para mim, como se estivesse "acordado". É, ela não estava prestando atenção. ─ Ah, nada demais.

A olhei com uma sobrancelha arqueada, e uma expressão sarcástica. ─ Tá bom então...

─ Só estou pensando na minha casa... ─ Ela olhava para o nada, observando o leve vai e vém de pessoas.

─ O que tem sua casa? ─ Perguntei, confuso.

─ Eu li o livro, ou pelo menos a parte que eu aproveitaria dele. Não tem nada que eu possa fazer. A lei aponta que meu pai é culpado, e não tem jeito mesmo. Não que eu quisesse que ele não fosse, é só que... Sei lá. E ainda mais com o que está acontecendo agora... ─ Ela tinha um olhar aflito.

─ "O que está acontecendo agora"? O que quer dizer?

─ Parece que a polícia começou a suspeitar do meu pai. Você não denunciou ninguém, não é? ─ Ela me fitou, assustada.

─ Claro que não! ─ Respondi imediatamente. Por mais que eu achasse que era o certo, jamais o faria.

─ Ufa... Bom, de qualquer forma, se isso continuar seguindo desse jeito, pode ser que eu tenha que ir morar com a minha mãe. ─ Sarah ficou cabisbaixa, e eu não falei nada. Fiquei pensando naquilo também. "Merda..." Foi a primeira palavra que veio a minha cabeça.


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Notas finais do capítulo

* - http://static.fjcdn.com/comments/Alibi+-+30STM+url+deleted+_d8ac3420da46b7de3a536c148dbe2ae2.jpg
** - Shinigamis, literalmente, significam "Deuses da morte". São figuras da cultura japonesa, e se assemelhariam à "morte" no Ocidente. Dois animes que popularizaram muito essa ideia de shinigamis são Bleach e Death Note, Yu Yu Hakusho também, tendo em vista que muitas das personagens são shinigamis.