When Hatred Turns Love escrita por Gwen


Capítulo 11
What we feared


Notas iniciais do capítulo

Calma, calma, não me matem!Geente, desculpa mesmo ter demorado tanto pra postar, mas é que eu ficava com preguiça, comecei outra fic (Out Of My World, se quiserem saber)e...é demorei.
Bom, de qualquer forma, aproveitem!!



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Annabeth:

Viro-me inquieta na minha cama. Já devia ter tentado uma centena de posições diferentes. Algo me impede de dormir.

É claro, algo que vem me incomodando muito.

Percy.

O rosto dele parecia colado atrás das minhas pálpebras. Todas as vezes que eu fechava os olhos a imagem da sua expressão tão confusa, antes e depois do beijo, tomava conta da minha mente.

Sento-me e deixo minha cabeça cair em minhas mãos, cotovelos sobre joelhos. Fecho os olhos com força, desta vez encarando a face na minha mente. Parei para analisá-lo.

Comecei pelos seus cabelos lisos e negros, sempre bagunçados. Passei para o seu rosto. Ele era bonito. Lindo, eu tinha de admitir para mim mesma.

Deixei os olhos para o final. Aqueles olhos verde-mar, brilhantes. Aqueles olhos... Não me lembro de ter visto aquela cor em lugar algum. Era como se eu tivesse nascido naquele momento, e aquela fosse a primeira cor que eu já vira.

Sempre tive um fraco por morenos de olhos claros, mas Percy sempre foi uma exceção.

Quase posso sentir o seu toque, o seu cheiro. Não é só isso. Eu quero abraça-lo.

As memorias daquela noite surgem na minha mente. A nossa conversa. Nosso beijo. Meus lábios começam a formigar, e eu quase posso sentir os lábios dele nos meus.

Lembro-me do nosso primeiro beijo. Foi tão rude, tão robótico, tão sem emoção. Deveria matar Percy por desperdiçar o meu primeiro beijo com aquela demonstração de masculinidade.

Depois lembro-me do nosso segundo beijo. Aquele sim mexeu comigo. Foi mais calmo, até romântico. Aquele deveria ter sido meu primeiro beijo.

Minha respiração já não é normal. Agora, parece que eu estou arfando. Meu coração dá pulos, parecendo que vai explodir. Minhas mãos pousam no meu peito, tentando acalmá-lo. Depois sobem mais para meus lábios, que formigam com as memórias.

Vou explodir.

Uma angústia que nunca senti antes toma conta de mim, e, de repente, estou muito ansiosa. Deito-me de novo e coloco um travesseiro em cima da minha cabeça. Abafo um grito de frustração. E o grito vira um choro alto e descontrolado.

- SAIA DA MINHA CABEÇA! – eu grito descontrolada, com a voz abafada pelo travesseiro. – Saia da minha cabeça... Deixe-me em paz... – Minha voz agora era só um sussurro.

Finalmente me acalmo, e caio no sono nas primeiras horas da manhã.

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Acordei acabada. Tinha dormido menos de 6 horas, então estava parecendo um zumbi. Queria ficar embaixo das cobertas e afundar para sempre, mais tinha que ir para a escola.

Levantei-me e fui ao banheiro tomar um banho gelado. Ajudou um pouco, mas eu continuava cansada. Peguei minhas coisas e desci.

Cheguei na cozinha e minha mãe estava fazendo meu café.

- Bom dia, Annie. – ela me deu um beijo na bochecha.

- Bom dia. – respondi, desanimada.

- Que cara é essa, não dormiu bem? – Eu assenti e ela me deu uma xícara. – Café deve ajudar. Sempre te deixa meio elétrica, não é?

Eu peguei a xicara e bebi todo o café. Minha mãe tinha razão, isso sempre me deixa elétrica. Peguei minha bolsa e me levantei.

- Tchau mãe.

- Tchau filha, boa aula.

Fui me arrastando para o carro. Quase tive medo de dirigir, de causar algum acidente por dormir ao volante, mas consegui chegar viva na escola.

- Finalmente! – gritou Thalia quando me viu saindo do carro. – Já ia ligar para sua casa!

- Desculpe, dormi mal.

- Tudo bem, agora vamos. O sinal já vai bater.

Fomos andando para sala. Fui tomada por uma ansiedade fora do comum quando chegamos ao corredor da sala. E por uma tristeza horrível quando vi sua carteira vazia. Senti uma pontada de dor no coração e fu andando devagar para a minha carteira, com medo de cair aos pedaços.

Tentei prestar atenção na primeira aula, juro que tentei. Eu estava inquieta, mesmo quadro da aula do dia anterior. Na segunda aula eu não aguentei. Estava tonta e meu coração martelava no meu peito.

Levantei a mão.

- Sim, Annabeth? – falou o prof. Quíron.

- Professor, posso ir lá fora um minuto? Não estou me sentindo muito bem.

- Ah, claro. Vá tomar um pouco de ar.

Eu saí, evitando encontrar o olhar de Thalia em meu rosto. Do lado de fora, fui á procura de um bebedouro. Bebi água e tentei me acalmar. “Relaxe, relaxe...” sussurrava para mim mesma. Por fim estava melhor, então voltei para a sala.

Então eu congelei na frente da porta, olhando através do vidro.

Ele estava ali.

Fui tomada por um misto de alegria e medo. Junto com a dor. Meus olhos se arregalaram, e eu não estava pronta para entrar. Fiquei apenas o encarando. Ele parecia muito abatido, com olheiras sob os olhos, e quase encolhido, como se quisesse sumir.

Tive vontade de abraça-lo...

Corri, literalmente, para o banheiro. Encostei-me na pia para recuperar a minhas respiração, que agora era um arfo. Lavo meu rosto com a água gelada da torneira, e o enxugo com papel-toalha. Fui para a sala, parei na frente da porta por um minuto, respirando fundo, e depois entrei.

Não pude evitar olhar para ele enquanto adentrava a sala. A reação dele me deixou quase sem graça. Ele arregalou os olhos, como se estivesse vendo uma deusa, e começou a respirar fundo. Eu mordi o lábio e corri para minha carteira.

-  O que aconteceu? – Thalia sussurrou para mim.

- Nada – respondi.

- Não parece nada. – ela replicou. – Tenho que ter uma conversa com você.

- Sobre? – perguntei desinteressada.

- Espere.

Durante a aula, Percy se virou e olhou para mim com muita intensidade, o que me deixou confusa. Principalmente pelo fato de eu não conseguir tirar os olhos da sua cabeça.

Quando o sinal bateu, ele saiu rápido da sala. Pisquei, como se estivesse acabado de sair de uma hipnose. Só percebi que não havia me mexido na cadeira quando Thalia puxou meu braço.

- Annie, vamos!

- Ah... Claro.

Fomo andando até o refeitório. Sentamos numa mesa com uma galera boa. Todos estavam rindo e conversando animados, mas eu estava totalmente distraída. Percy estava sentado algumas mesas á nossa frente. De onde eu estava, podia ver claramente que ele também não participava das conversas a sua volta. O que não ajudou no fato de eu não me concentrar no que acontecia na minha mesa era que nos olhávamos quase o tempo todo. Não estávamos nos encarando, mas ficávamos desviando o olhar sempre que um pegava outro olhando.

- Annabeth! – Thalia me chamou.

- O que? – me virei para ela, atordoada.

Ela suspirou.

- O que há com você, hein?

- Comigo? Nada... – tentei responder, mas Thalia me interrompeu.

- Não diga que não há nada! Annie, eu sou sua amiga, ok? E eu também não sou burra. Você não me engana.

- Do que você... – comecei, e ela me interrompeu de novo.

- Não finja que não sabe do que eu estou falando, Annabeth. Ei, olhe para mim. – ela disse quando eu desviei o olhar, e pegou a minha mão. – Eu sou sua melhor amiga, sabe que pode contar tudo para mim. – E olhou sugestivamente para a mesa onde Percy estava.

Eu apenas mordi o lábio e olhei para baixo.

- Tudo bem. Lugar errado, hora errada. – e sorriu no momento em que o sinal tocou para o fim do intervalo.

É, eu tinha sorte de ter Thalia. Mas eu ainda tinha medo do que acontecia dentro de mim.

.................................................................

Percy:

- Cara, você não está nada bem. – ouvi Grover dizendo.

Eu me virei distraidamente para ele?

- O que?

- Está vendo? Você nem está me escutando!

- Cara, aconteceu alguma coisa? – perguntou Luke.

- Não. Porque estão perguntando?

- Porque você não está aqui. Literalmente.  – respondeu Grover, irritado. – Ou tem alguma coisa rolando, ou você está drogado.

- Não estou drogado – me defendi.

- Então está escondendo algo.

Eu fiquei calado. Eles me conheciam a vida toda, sabiam como eu era, como me comportava. E eu estava longe de me comportar como antes.

Luke continuava me encarando, como se esperasse achar a resposta em algum movimento meu. E achou, quando, inconscientemente, meu olhos vagaram para a mesa onde estava Annabeth.

Olhei novamente para Luke, que agora me olhava com uma sobrancelha erguida. Então ele havia entendido...

- É, acho que não há nada de errado mesmo com você – ele disse.

- O que? Como assim? – Grover perguntou sem entender.

O sino bateu e Luke se levantou.

- Está tudo certo. Vamos para a sala.

Eu não pude deixar de olhar com gratidão para o meu amigo. Grover continuava nos encarando sem entender.

As últimas aulas foram tão torturantes quanto as primeiras. Nem sabia dizer sobre o que eram, porque sinceramente não prestei atenção. Era difícil me concentrar em algo tão chato quando a garota que explodiu o seu cérebro está sentada algumas cadeiras atrás de você.

Era isso; ela era o foco da minha atenção.

Annabeth, tão bonita, tão confiante, agora parecia um anjo aos meus olhos. Um anjo com cabelos dourados...

Pisquei. Não podia me perder mais nesses devaneios estranhos.

Quando a aula acabou eu corri para fora. Não esperei os meninos nem ninguém. Só queria sair dali. Quando cheguei em casa minha mãe não estava lá. Ela deixou apenas um bilhete na geladeira avisando que foi ao mercado, o que significa que a casa era toda minha.

Subi para o meu quarto e me joguei na cama, analisando o meu dia.

Então, aquela manhã havia sido a prova do que eu mais temia.

Estava apaixonado por Annabeth Chase.


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Notas finais do capítulo

Olha aê, gostaraaaam?
p.s.: queria mandar muuitos beijos para a JuhChagas, Júhjackson, Primrose17 e para a AryCullenJackson, que seempre comentam nos capítulos, e estão lendo desde o começo. Obrigado meninaaaas!!!
Até a próxima!