O medo estava corroendo minhas entranhas e se espalhando por cada gota do meu sangue.

Eu e Leth havíamos aparatado há alguns minutos e quanto a Sirius, ficou em casa para avisar e explicar a James o que havia acontecido. Se eu conhecia James, tinha certeza que ele iria surtar com isso.

Mas voltando para a situação atual. Nós duas não conseguimos aparatar perto da lojinha que enconbria o St. Mungus. Então, tivemos que andar um bom pedaço, lentamente, devido ao fato de eu estar curvada com a dor no meu baixo ventre.

“Vamos, Lily. Aguenta. Pelo bebê. Pelo Harry.” Leth sussurrou para mim.

Eu até tentei responder, mas estava sem forças.

Consegui apenas manear minha cabeça.

Caminhamos mais um pouco e finalmente chegamos ao nosso objetivo. Nós entramos em seguida. Leth entrou devastada e quase berrou com a mulher que atendia.

“Deusculpa, mas minha cunhada está perdendo um bebê! Será que poderia me ajudar?"

A mulher nos olhou com desdém, entregou-nos uma ficha, disse que a preenchessemos e que esperassemos por mais alguns minutos.

Leth, novamente, quase berrou argumentando que era grave e que eu precisava de atendimento rápido. Mas, ela repetiu o discurso. Permissão para matar essa mulher? Agora além de medo, eu estava com raiva.

Bufamos irritadas e juntas caminhamos para sala de espera. Mas, antes que completassemos o nosso percurso, James irrompeu pelo hospital bruxo transtornado.

“Você poderia me informar sobre a Srta. Lily Evans?”

Ela parecia mais interessada no fato do meu namorado estar seminu à sua frente do que em procurar pelo meu nome nos prontuários recentes.

“Hum... Srta. Lily Evans? Não tem nenhuma Lily Evans aqui, sinto muito.” Leth se irritou ao ouvi-la falar isso e caminhou, me arrastando, até lá.

“Claro que não está! Você nem sequer nos atendeu!” Disse contida, mas demonstrando a raiva que sentia por esse desleixo.

“Vocês ousaram não atender a minha esposa?” James gritou ainda mais irritado. Eu fiquei assustada com o seu grito e estarrecida por ele ter utilizado o termo "esposa". Mas, sabe-se lá o que se passa na mente de James. “Vocês fazem mínima ideia de quem eu sou? James Potter! Com apenas um estalar de dedos, faço esse hospital ser desativado!"

James berrava ensadecido. Eu estava vendo uma face dele que nunca havia visto antes e estava ficando assustada, até interviria, mas a dor constante na minha barriga não me permitia.

"Por favor sr. Potter, descupe-me pela minha negligência." Murmurou, de cabeça baixa. "Já vão atendê-la."

Um minuto e meio depois, surgiram curandeiros de todas as partes para me atender. Encaminharam-me para uma sala e pelo que eu entendi, eu precisaria ser sedada para executarem os procedimentos.

Eles me espetaram com algo semelhante à uma agulha, se não fosse a mesma, e senti meus olhos pesarem, ficando muito complicado para mantê-los aberto.

Não demorei a cair em estado de sono pronfundo.

~x~x~x~

Não abri os meus olhos de pronto, sentindo-os ainda pesados por causa da medicação. Mas, quando finalmente o fiz, me arrependi; O quarto estava com uma luz muito clara, quase mortal para os meus olhos. Pisquei diversas vezes até eles se acostumarem com a claridade.

James estava sentado ao lado da minha cama, vestido apenas o shorts que estava na noite passada.

“Como você está se sentindo?” James perguntou, pegando a minha mão.

“Não sei... Um pouco tonta.” respondi, procurando me sentar, inutilmente.

James estava muito mais tranquilo do que ontém à noite. Então, repentinamente, me lembrei do que eu estava fazendo ali e instâneamente coloquei minhas mãos sobre a minha barriga. Esperei que essa tranquilidade dele significasse que o nosso bebê estava bem e saudável.

Ele me ajudou a sentar e continuou com uma mão colada na minha.

Podia sentir meu estômago dando voltas e mais voltas tamanho grande o meu nervosismo estava.

"O..." hesitei, mordendo o lábio. “Nosso bebê, como ele... está?”

Seu sorriso foi sincero e feliz, mesmo assim ele hesitou antes de falar. Argh! Vou matá-lo por me deixar ficar tão nervosa, não se faz isso com uma pessoa grávida.

"Bem, você perdeu bastante sangue, é verdade. " ele disse, mantendo o maldito suspence. Irei matá-lo, matá-lo! "Porém, felizmente, o bebê está bem. Por pouquíssimo, o curandeiro disse que se você tivesse esperado mais um pouquinho iria ser impossível salvá-lo."

Senti um sorriso largo se espalhar pelo meu rosto. Eu estava tão feliz que poderia sair dançando hula-hula pelo hospital inteiro. (?) James notou essa felicidade e sorriu de volta para mim.

“James...”

A minha frase foi interrompida por duas batidinhas sem graça na porta.

"Vou ver quem é, você espera um pouquinho, querida?"

Eu assenti levemente, concordando que esperaria e ele poderia ir. Meu corpo reclamou, pois ainda estava meio entorpecido por causa dos sedativos que eram muito mais fortes do que os usados normalmente em hospitais de trouxas.

Ouvi James conversar com alguém, que não indentifiquei a voz, então ele se afastou da porta e permitiu que Remus entrasse no meu quarto, mais do que sem graça, do hospital.

Espere! O que diabos Remus está fazendo aqui?

Ele parou para que os dois conversassem por mais alguns segundos, então James deixou a sala, com um sorrisinho nos lábios. Remus se aproximou da cama onde eu estava prostrada.

Me senti inúltil.

“Como está se sentindo, Lily?” ele indagou, me olhando terno.

“Bem melhor depois de saber que o meu bebê está bem.”

Ele sorriu. Eu sorri em seguida. Nós ficamos em silêncio. Não acho que nenhuma palavra seria agradável no momento, então ficamos assim mesmo. Finalmente, ele voltou a falar.

"Eu realmente fiquei preocupado quando recebi a carta de James."

“Merlim, ele não tem jeito mesmo!”

“Por quê?” Ele indagou, franzindo a testa ligeiramente.

“Incomodar você!”

“Vocês!” murmurou rindo. “Dorcas, Alice e Frank vieram também.”

“Oh, céus, vou matar James!” retorqui, rindo junto com ele.

Nós conversamos mais um bocado, então ele beijou minha testa e deixou a sala. Dorcas entrou na sala logo depois com um sorriso tímido. Mas, ao perceber que eu estava me sentindo bem, começou uma conversa animada colocando-me a par de suas investidas para conquistar Remus.

Eu ria, assentia e fazia pequenos comentários. Quando ela terminou de contar, me deu um beijo e saiu da sala, com a desculpa de ir beber água.

Eu tinha certeza absoluta que ela iria "dar mais uma investida" em Remus.

Gargalhei sozinha.

Alice e Frank entraram juntos. Esses dois não se desgrudavam e sabia que aquilo um dia terminaria em um belo casamento. A conversa não durou muito tempo, eu ainda estava meio abobalhada.

“Lily, você está acordada?” ouvi Leth sussurrar.

Meus olhos estavam cerrados, eu estava tentando descansar um pouco. Mas, pelo que me parece, isso iria ser "missão impossível", então tratei de abrir os meus olhos e encarar a figura sorridente de Lethícia a minha frente.

“Estou.”

“Sai dançando com todas as pessoas do hospital quando os medi-bruxos disseram que você não tinha perdido o Harry.”

“Hey, nós nem sabemos se vai ser um menino!” Eu disse, gargalhando diante da expressão que ela fez.

"Então você quer apostar comigo?" Leth sorriu marota para mim.

“Deixe-me ver. Como seria essa aposta?"

“Hm, deixe-me ver... Se for menino, você presenteia ele com a madrinha mais 'foda' que ele poderia arranjar, se menina, bem, infelizmente ela não terá a mesma sorte e você escolhe uma pessoa sem sal para tomar o meu lugar."

“Ah, mas eu vou escolher ninguém 'sem sal'! Talvez a Dorcas...”

“Hey!” exclamou indignada. "Este é o momento em que você me diz que, independente da aposta, eu vou ser a madrinha do neném!"

"Então a aposta não teria sentido, Honey."

Ela bufou e eu tornei a gargalhar.

“Er... Será que eu atrapalho a conversa?”

“É claro que não, Jamie!” Ela ainda sorria. “Ela estava justamente te esperando.”

Lethícia escapuliu do quarto, com a desculpa de ir tomar uma xícara de café, mas, tanto eu quanto James sabíamos perfeitamente que ela odiava café.

Nós rimos juntos com o fato.

Seu semblante se mostrava tão aliviado quanto o meu. Eu e ele sabíamos que, mesmo que não estivesse com tantos meses assim, daríamos nossa vida para que esse bebê vivesse. Não importa o que acontecesse.

"Será que ocorre a chance de você me perdoar por ter trazido todas essas pessoas?" James murmurou, se escondendo atrás de um pedaço de lençol.

“Eu devia te esfolar vivo por ter preocupado todos eles!”

James gargalhou.

Atirei um dos travesseiros nele, fazendo o cretino rir mais ainda.

Já citei que quero matá-lo?

Enquanto ele ainda ria de mim, um medi bruxo adentrou ao meu quarto e junto com ele vinham minha alta e, de quebra, recomendações e mais recomendações.

Porque eles sempre fazem isso?

“Lily, por favor, não faça nenhum tipo de extravagância, ok?"

Ele lançou um olhar significativo para James, o que me fez entender de cara de que tipo de "extravagância" ele estava falando e esse fato o deixou bem chateado.

“Nem pensar!”

“Nessa primeira semana, repouso absoluto.”

“O quê?” Disse elevando minha voz algumas oitavas “Eu não posso ficar deitada durante tanto tempo!”

“Então quer perder o bebê?” O medi bruxo, eu vi em seu crachá, que se chamava Lawrence, disse com certa irritação.

“Não! Mas...”

"Então nada de "mas". " retrucou me reprimindo. "Tente se alimentar corretamente e ingerir bastante líquido."

“Certo.”

Ele assentiu por uma última vez e saiu da sala, deixando James e a mim sozinhos. Após me ajudar a levantar, fiquei de costas para ele e tirei aquela roupa horrível de hospital e troquei por uma das minhas que Leth havia trazido mais cedo.

“Ei, nós vamos de carro, certo?”

“Por mim tudo bem.” Dei de ombros.

A viagem foi bastante silênciosa.

James estava um bocado diferente desde que descobriu que iria ser papai. Estava afetando senso dele. Eu gostava de seu lado presunçoso, mas, por favor, não conte para ele. Ele ficará ainda pior.

"Pensando em quê?”

“Em como você mudou.” Disse simplesmente.

“Isso é um elogio?”

“Não sei.” expressei, novamente, sem reação. “Você me fazia rir.”

“Você, por acaso, não está insinuando que gostava de mim antigamente, está?”

“Não mesmo!”

“Não entendo você, Lily!” exclamou entre gargalhandas enquanto fazia uma curva na estrada.

“Não quero que me entenda mesmo! Como é que você vai me entender, se nem eu mesma me entendo? (n/a - ai, filosofou)

As gargalhadas à parte, o carro parou de fronte à uma casa. Aliás, a palavra "casa" não se equivalia a grandeza que aquela casa possuía.

“Onde nós estamos?”

“Gostou dessa casa?” desconversou, apontando para a mesma.

“A-hã, é uma casa linda!” expus com entusiasmo.

“Ótimo, Lily, porque esta vai ser a nossa casa!"

Olhei para ele, o encarando cética.

“O quê?” perguntou, fingindo-se de desentendido. “Comprei para nós dois."

“James, não brinque com essas coisas.”

“Ué, não estou brincando.”

Tornei a grudar meus olhos naquela imensa casa. E ela era toda minha. Não resisti nem esperei, pulei para fora do carro e corri para a mesma, completamente pronta para inspecionar cada cômodo.

“Ei, maluca, você não pode correr!”

“Que se foda!” berrei-lhe em resposta.

A porta da frente estava destrancada, ele provavelmente já deveria ter estado ali mais cedo, e a adentrei sem sequer esperar por James. Ele vinha correndo atrás de mim.

Andamos por todos os cômodos e eu me maravilhei ao imaginar que teria de decorar toda aquela casa. Certamente seria uma grande diversão, diante do tamanho da casa... Eu adoro fazer esse tipo de coisa!

Com algum sacrifício, ele finalmente conseguiu me tirar de lá.

Porém, ele não se dirigiu ao carro e apenas pegou minha mão, me lançando um olhar intenso.

"Quer saber de uma coisa? Não me imagino mais sem você, ruiva. Sem os seus sorrisos ou seus olhos verdes. Sua pele rosada e seus cabelos ruivos. Não consigo mais ficar sem ter a tua mão juntinha da minha, aquecendo-a."

Meus olhos começaram a marejar com aquela declaraçãozinha fofa que James começou a fazer. Mordi meu lábio inferior e deixei que um sorrisinho bobo invadisse meus lábios.

Ele se ajoelhou diante de mim.

"James... Não... Você não vai fazer isso, não é?"

James sorriu para mim.

"Will you marry me, Lily Evans?*"