Amor e orgulho escrita por Karmen Bennett


Capítulo 15
Capítulo 15: A guerra


Notas iniciais do capítulo

Oi! Então anunciei que a fic tava na reta final no cap 10 e vcs ainda não se livraram de mi, não é?? Mas deixa eu explicar eu estendi dois cap: A carta e o que procede esse q é tipo um bônus especial. Ai depois vem o ultimo e o epilogo!! E tbm gosto de anunciar com bastante antecedência...rsrs Mais uma vez obrigada a todo mundo que ta acompanhando! Nesse cap, bem leiam e nos vemos la em baixo!! O titulo vcs entendem lendo!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/224036/chapter/15

Em frente ao espelho, Sam via uma nova mulher. Livre de magoas, de culpas e principalmente de pesos. Decidiu se desligar da empresa de uma vez, não aos poucos. Aquilo havia feito ela se sentir dez anos mais jovem. A decisão foi tomada após ela ter lido a carta de Freddie. Desistir de seus sonhos para ir atrás de outra pessoa só lhe trouxe prejuízo e sua obcessão em ser sempre a melhor para poder esfregar em sua cara depois não foi diferente.

Mas gora as coisas estavam mudando. E ela sentia que para melhor. Haveriam muitas perdas, claro mas valia a pena.

Juntamente com essa decisão de sair da sua área de atuação veio a decisão de perdoar Freddie. Primeiramente por que o amava de mais, e em segundo por que aquilo atrasava a sua vida, agora poderia seguir adiante. E também por ele ter revelado que nunca teve a intenção de magoa-la de fato, e assim como ela apenas deixou o orgulho se sobrepor ao amor que sentia.

Estava sentada na sala lembrando da tarde agradável que passou ao lado de seu velho/novo grande amigo em sua chácara. O passeio de jipe pela cachoeira, o jantar com sua divertida família e o abraço carinhoso que ele lhe dera quando ela foi embora.

A única coisa que lhe incomodava era a corrente elétrica que ela sentia percorrer pelo seu corpo cada vez que ele lhe tocava. Era desconfortável. Por mais que ela negasse, o desejo que sentia em possuí-lo de outra forma alem da amizade era maior. Mas estava destinada a passar por cima disso. Ele acreditava que ele só a queria como amiga, e que ela sempre confundiu as coisas e quase pondo tudo a perder.

Outro inconveniente eram as divergências de opiniões. Quando crianças, considerariam essas rusgas como briga. Mas assim como as competições evoluíram para coisa de adultos, as implicâncias involuíram para coisas de criança pelas quais podiam passar por cima. Como na cachoeira, quando Freddie atacava de nerd biólogo.

Aqui há uma grande variedade de peixes que durante o verão, migram para a bacia de Seattle e...

–E que com certeza dariam uma ótima fritada acredito eu.

–Você não pensa em outra coisa que não seja devorar qualquer coisa que se mexa?

–Não, e se eu fosse você tomava cuidado com o que diz pra não sobrar também! É a cadeia alimentar querido, uns produzem, outros consumem.

A frustração de Freddie em não poder falar sobre a beleza do cardume e suas características aquáticas foi substituída pelo divertimento causado pela gula da loira que trocou o passeio pela pesca se mostrando muito mais astuta que Freddie.

Depois durante o jantar com a família,. Freddie inventou de falar de investimentos e outras chatices com o avô que embora fingisse estar atento em respeito a Sam, tinha os olhos pesados de sono. Sam o cortou um tanto grosseira e se pôs a contar piadas. O velho despertou animado e começou a rir com gosto. Outra coisa com que Freddie parecia se aborrecer era a forma com que Sam roubava a atenção com seu jeito desligado. Depois do olhar de fúria ela o pegou encarando-a meio perdido. Parecia hipnotizado. Ela atribuiu ao vinho.

Hoje o veria novamente depois de quatro semanas se comunicando por telefone. Ele sempre ligava , mas ela achava que era por estar tentando retomar a amizade deles de uma maneira rápida. Não se importava se estivesse dormindo, no banho ou comendo sempre era um prazer falar com ele. As vezes discutiam pelo telefone.

–Então você resolveu continuar trabalhando em sua técnica em 3D sem óculos especiais...

–Foi. A principio me intimidei, mas depois levei a diante. E consegui.

–Eu disse que não ia conseguir se não tentasse. É um tapado mesmo...

–Hei, veja como fala!

–Se não o que?

–Queria saber se você nunca vai mudar.

–Não. Mas alguma duvida?

Sam saiu de seus devaneios com o sinal de que havia chegado um email. Sorriu ao ver mais um convite para o lançamento. O lançamento do projeto de Freddie seria dali a duas horas e ela mal podia esperar. Queria vê-lo novamente e ver de perto seu sucesso. Agora sem competições. Ou quem sabe...

Vestiu um vestido longo, bege e se maquiou moderadamente. Prendeu o cabelo em um coque elegante e deixou a franja de lado. Saiu de casa e se dirigiu ao evento no próprio carro.

O local já estava movimentado, cheio de executivos, diretores acionistas e outros diversos funcionários de alto cargo. Havia também outros funcionários, como assistentes, gerentes e programadores se divertindo pelo evento.

O salão era gigante, dividido em pista de dança, área vip, bar e outras inutilidades. Sam cumprimentou todos por quem passou, muitos que nem conhecia mesmo assim faziam questão de falar com ela. Havia alguns repórteres e fotógrafos na entrada que não deixaram de parar a polemica Puckett:

–Senhorita Puckett, é verdade que a senhorita tem um romance com o senhor Benson?

–Senhorita Puckett, até que ponto o sucesso do senhor Benson essa noite deve-se a senhorita?

Ela apenas sorria e passava gentilmente quando na verdade sua vontade era esgana-los. Viu o senhor Gregori na área vip ao lado de Freddie e outra turma de homens de preto. Não, eles não eram da MIb, apenas estavam trajando preto.

Sam se aproximou sorridente e os cumprimentou gentilmente. Já estava ficando farta de sorrir. O senhor Gregori deu um sorriso falso e a ignorou durante toda a sua permanência no evento. Ela não o culpava. Estava triste por sua decisão em se desligar da empresa de vez. Só havia comunicado a ele, mas em alguns dias anunciaria a todos.

Quando conseguiu se aproximar de Sam o suficiente, Freddie lhe cochichou no ouvido:

–Pode parar de rir sei que você odeia gente e odeia simpatia.

–Ta me chamando de grossa?

–Não, to te chamando de Sam. E não de Samantha ou de senhorita Puckett, quem são essas?

Sam reprimiu um riso e se afastou. Tinha outras pessoas para quem bancar a simpática... Definitivamente precisava sair daquela área. Passou quase duas horas rindo, brindando, e sendo alguém que ela não era. Como aguentou tantos anos disso? Definitivamente o amargo em sua vida não era culpa só de Freddie. Exceto pelo fato de que escolheu aquilo por ele. Não importava, o fato é que sairia dali o mais rápido possível.

Na hora da inauguração, um telão que tomava quase uma parede inteira, exibiu um vídeo de cinco minutos. Silencio.

No vídeo, foi apresentado o inovador videogame que dava suporte a jogos em 3D sem uso de óculos especiais e funcionava sem controle, tudo sensorial. No vídeo, um garotinho de cabelos pretos se divertia jogando em uma esteira onde cada vez que ele andava, o avatar do jogo também caminhava. Se ele corria, a mesma coisa. Se o garoto queria mudar de direção, bastava um simples movimento com os braços, que eram envolto por luvas magnéticas que iam até os cotovelos. Os movimentos também serviam para dar golpes e pegar objetos. O garoto estava jogando em busca da princesa P.

Sam assistiu até o fim perto da escada de saída e sentia que agora as coisas estavam como deviam ser. Aquele era o ambiente de Freddie, não o dela.

Ao fim da exposição, muitos aplausos e apertos de mãos ao sorridente programador da noite. Outros projetos também foram apresentados, mas todos de menor importância, a estrela da noite era Fredward Benson.

Ele estava radiante, os olhos brilhavam com força. Tinha no rosto um sorriso que ia de orelha a orelha.

A estrela dele brilhava forte, mas a de Sam se apagava. Ela sentia que estava devolvendo a Freddie algo que ela havia lhe roubado a anos atrás. Sua carreira, sua verdadeira vida. Aquele era o mundo dele, ela era a forasteira ali.

Saiu a francesa e voltou para seu apartamento. A última coisa que viu na festa foi uma filha de um dos acionistas jogando charme para ele. Era Sophie, linda delicada e inteligente. Vinte e quatro anos, formada em artes visuais, provavelmente teria sido a desenvolvedora do vídeo. Certamente ela ou outra se adequaria melhor a realidade de Freddie.

Sam tomou um banho gelado as onze da noite. Vestiu uma camisola velha que mais parecia uma blusa gigante e se esticou na cama. Sentia que aquele era o recomeço. E todo recomeço é um fim e vice versa. Sem Freddie, sem a Apple, recomeçar do zero. Literalmente do zero.

Já estava quase pegando no sono quando ouviu a campainha tocar. Esbravejou, pensou em deixar tocar, mas a pessoa já driblara a portaria sabe-se Deus como, não iria sair dali. Olhou pelo olho mágico e estarreceu.

–O que esta fazendo aqui? –Falou abrindo a porta.- Ficou louco abandonou a pró...

Não teve tempo de terminar. Freddie a beijou e entrou dentro do apartamento apertando-a contra si e fechando a porta usando o corpo de Sam preso em seus braços. Sam a principio pensou em ser racional e afasta-lo, mas desejava tanto por aquilo quanto ele parecia desejar. Ele a imprensou na porta gelada que poderia ter sido carbonizada tamanho era o fogo entre eles. Sam envolveu os braços em torno de seu pescoço afagando com ânsia seus cabelos castanhos. Mas logo voltou a razão.

–Para! –Disse afastando-se e dirigindo-se ao centro da sala.- Ta pensando o que por que é o novo queridinho do mercado eletronico muda alguma coisa? Pra mim é o mesmo nerd imbecil!

–Eu sei. Sei que não faz diferença pra você. Mas pra aquelas pessoas que ficaram la faz. Mais um motivo de não consegui ficar la sem você.

Sam não sabia se estava entendendo bem onde ele queria chegar.

–Do que você ta falando? –Ela sentou-se no sofá tentando demonstrar tédio. -Eu tava quase dormindo...

–To falando que se tive ou tenho sucesso não foi fazendo as coisas por mera ambição, mas por amor.

–Que bom pra você. –Definitivamente não conseguia mais encara-lo. -Agora sai e volta quando o efeito do champanhe passar, ok?

–Eu não bebi. Só to dizendo que não faz diferença dinheiro, fama ou qualquer outra coisa passageiro e artificial se eu não tiver em minha vida o que é eterno e verdadeiro.

Ele já estava muito próximo novamente. Sam o encarou incrédula. Não aparentava estar bêbado. Seja la o que fosse não queria mais falar disso. Da forma que estavam era mais saudável, Freddie provavelmente se sentia grato por ela ter contribuído ainda que involuntariamente em seu trabalho.

–Olha, Freddie só por que...

–Por que o que, Sam? –Perguntou impaciente. -Já chega de ficar remoendo coisas que passaram vamos seguir em frente, o que mais importa se estivermos juntos?

–Pra você é fácil falar. –Disse alterando a voz. -Mas não é fácil pra mim saber que você atribui minhas atitudes a meras provocações. Isso vai durar a nossa vida toda e nos tornar inimigos cada vez que ficarmos próximos de mais.

Ele sentou pegando carinhosamente em sua mão buscando seus olhos azuis que fugiam pra alem de onde ele estava.

–Se não fosse suas provocações certamente eu não conseguiria ter ido tão longe. Não é isso que me incomoda, Sam é a sua indiferença. Me odeie se não puder me amar, mas não me despreze, por favor.

Sam sentiu uma forte pontada no coração. Seu maior prazer em despertar o ódio nele era exatamente por acreditar em sua total indiferença em relação a ela. O ódio que brotava em suas veias cada vez que o via se insinuando para Carly a fazia querer que ele provasse desse sentimento tão amargo.

–Eu não te desprezo. –Ela puxou a mão com aspereza. -E você sabe e disso.

–E então?

–Freddie eu só acho que...

–Até quando, Sam? –Perguntou impaciente.- Até quando vai se deixar levar pela droga do seu orgulho?

–Seu orgulho.

–Nosso orgulho!

Silêncio.

Orgulhosa, a dificuldade em admitir seus sentimentos frente a possibilidade da rejeição a tornava alguém covarde e insegura. Não era diferente com Freddie, mas o amor por Sam parecia ter vencido o orgulho dele.

–Faz o seguinte, Freddie. Vai pra casa e volta depois. Não quero conversar agora.

Freddie se levantou lentamente e se afastou do sofá a encarando de certa distancia.

–Sam. Eu tenho que ir pra França na semana que vem. Se você não se decidir nesse intervalo de tempo, não espere que eu regresse. Não espere me ver nunca mais. Estou cansado de viver assim.

Ela sabia que ele falava a verdade. E não necessariamente em uma semana. Provavelmente se saísse por aquela porta naquele momento ela não o teria nunca mais. Sentiu um medo incontrolável de esta perdendo pra sempre, mas não maior que o medo de tudo aquilo ser efeito do álcool, da euforia do lançamento do projeto.

Freddie se afastou diante do silencio dela que parecia dilacera-lo por dentro e se dirigiu até a porta.

“Não o deixe ir”

–Freddie... –Começou.

Ele se virou com uma expressão vazia mas ela baixou o rosto esperando que ele fosse. Freddie abriu a porta, mas a fechou na mesma hora e se aproximou da loira novamente.

–Sam, você quer que eu me ajoelhe?

–NÃO! –Ela teve que segura-lo pelos ombros para evitar a humilhação.

–Então me diz o que, por favor, o que te impede de ficar comigo, o que eu faço pra você ser menos fria comigo o que eu faço pra provar que te amo?

O sofrimento em seus olhos era real. Ela o queria, muito, mas como afugentar os fantasmas do passado que a dizia que a qualquer momento ele iria abandona-la por que eram diferentes, voltar a sonhar com mulheres exemplares como Carly? Que a qualquer momento ele poderia voltar a odia-la por suas atitudes agressivas e contrarias a maioria? Olhando aqueles olhos que lhe lembravam mel, chocolate, almôndegas e diversas outras coisas que ela amava muito menos que os lábios logo abaixo, sofria em uma luta interior que pareceu durar uma eternidade, enquanto seu coração lhe dizia o que ela se negou a ouvir durante anos.

“Eu te amo você Freddie”

“Não vou mais te deixar embora”

“Vou lutar cada vez que correr o risco te perder”

“Enquanto você me amar eu nunca vou desistir de você”

“Somos diferentes, somos diferentes peças de um quebra-cabeça”

“Nosso amor vai ser forte o bastante pra vencer qualquer desafio”

A telepatia ainda não foi comprovada mas quem nunca pensou em uma musica e em seguida outra pessoa começou a a cantar? Sam encarava Freddie e tinha a certeza de que ela a ouvia e de que a suplica em seu olhar se tratava de uma confirmação a tudo aquilo.

Sem conseguir mais suportar, se atirou nos braços de Freddie quase o derrubando.

–Me desculpa. Eu te amo muito nunca mais pense o contrario!

Freddie apenas a fitou com uma expressão de quem tinha acabado de voltar de uma guerra. Aliviado pelo fim depois de tantas batalhas perdidas e tomado de uma infinita alegria pela vitória. Mas cansado, abatido e com as velhas questões na cabeça: “Pra que tanto sofrimento em vão?” “Pra que fizemos essa idiotice toda?” “Só ouve dor e perdas, nada mais”.

–Tem ideia do quanto eu te odeio? –Perguntou com a voz embargada apertando-a forte contra si.

Sam desfez um pouco o abraço para encara-lo com um sorriso ainda confuso, mas cheio de emoção. Seus olhos estavam marejados e algumas lagrimas teimosas rolavam pela sua face alva.

–Então por que não me solta?

–Dizem que temos que manter quem amamos por perto. E a quem odiamos ainda mais.

–Ah é? Eu concordo plenamente.

– Eu não vou mais te deixar longe de mim foi a coisa mais idiota e perigosa que u fiz podia ter te perdido pra sempre.

–Não podia não. –Disse voltando a abraça-lo de forma desesperada.

Freddie retribuiu o gesto e logo depois a afastou delicadamente encerrando a conversa com um beijo. A principio uma leve sucção nos lábios da loira. Depois uma dança frenética entre línguas precedida de um perfeito encaixe entre seus lábios.

Sam estava certa, ele não poderia perde-la, e ele fez questão de deixar claro que ela também nunca deixaria de ser o único amor de sua vida ao beija-la como se fosse a primeira vez. De maneira suave e apaixonada, introduziu a língua na boca dela começando com movimentos suaves e intensos aprofundando cada vez mais parando apenas quando o ar lhes faltou.

A guerra não tinha acabado, nunca acabaria. A diferença é que agora alem de lutarem um pelo outro, lutariam um ao lado do outro, a cada dia, vencendo o que quer que viesse a atribular a relação dos dois. Muitas coisas podem abalar e até destruir uma relação, mas nem o tempo, a distancia, ou muito menos um sentimento estúpido, vazio e arrogante como o orgulho pode destruir um amor verdadeiro.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então???? Espero que não tenha ruim!!! No prox cap vai rolar um hot (logo avisando pra quem não curte, heim) , e outras coisas, como eu disse é tipo um bônus eles brigaram de mais acho que um cap com romance é mais que necessário. Ai depois vem o ultimo e o epilogo!! Vou sentir tanta falta de vcs... Espero que o titulo não tenha feito vcs desistirem de ler... rsrsrs Mas em fim pfv comentem e bjos, até mais!!!
Bjos!!