Flamma Amoris escrita por Karla Vieira


Capítulo 18
Chamada


Notas iniciais do capítulo

Boa noite galera! Tudo bem com vocês? Olha só, esse capítulo está bem, bem pequeno. Mas... É necessário e eu prometo compensar com os próximos (se eu não fizesse, provavelmente, alguém me mataria). Espero que gostem.



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Marie Jean POV – Tarde de 25 de Abril.


– Eu. Vou. Ao. Baile. – Repeti pelo o que me pareceu ser a milésima vez.

– Jean, eu já disse que você não vai. – Disse Ethan.

– Você é o quê, agora? Meu pai para me proibir de ir a algum lugar? Acho que não, hein!

– Eu sou seu namorado e tento te proteger das coisas! Você sabe que o baile pode ser uma boa oportunidade para algo te acontecer!

– Se for assim, Ethan, querido, qualquer lugar é uma boa oportunidade para eu ser morta! Não fui atacada dentro de casa? Então!

– No baile eles podem se esconder e te sequestrar sem ninguém ver.

– Não adianta argumentar, amor. Eu vou ao baile e pronto. Já comprei o vestido faz tempo e vou nem que seja sozinha!

Coloquei o livro na estante com violência e virei de costas para ele.

– Te deixar sozinha? Para o Holmes colocar suas asas de fora? Nunca!

– Agora o problema é o Harry?! – Exclamei, levantando os braços e me virando de frente parta ele. – Não me meta no meio dos seus problemas com ele, Ethan!

– Mas...

– Não tem “mas”! Eu simplesmente cansei desse seu ciúme exagerado e essa implicância com o Harry! Cansei de tudo isso, sabe? Agora não posso nem aproveitar a minha vida por causa da sua preocupação demasiada com uma possibilidade! Se for assim como você quer, vou passar o resto da minha vida trancada naquele porão de casa lendo aqueles livros! Chega, Ethan!

Ele não disse mais nada, só ficou me olhando com seus olhos azuis arregalados ali em pé no meio da biblioteca. Girei nos calcanhares e fui andando embora, farta desta discussão com Ethan. Fazia alguns dias em que vínhamos discutindo sobre o baile. Ouvi alguns passos atrás de mim e não dei importância. Um braço segurou meu cotovelo com firmeza, fazendo-me virar. Sabia que era Ethan antes mesmo de meus olhos encontrarem os dele um segundo antes de seus lábios encontrarem os meus. Eu não consegui resistir; talvez porque eu não queria resistir. Larguei minha mochila no chão, fazendo um barulho que ecoou pela biblioteca, e passei meus braços pelo seu pescoço, com as mãos brincando com seus cabelos como tanto eu sabia que ele gostava. Suas mãos foram até a minha cintura, puxando-me contra ele, colando nossos corpos no intuito de não deixar nenhum espaço entre nós. E, para infelicidade de nós dois, o ar se fez necessário. Distanciamo-nos brevemente.

Ethan olhou nos meus olhos, com arrependimento presente neles. Levou sua mão até meus cabelos, tirando uma mecha insistente do meu rosto e colocando-a atrás de minha orelha.

– Me perdoa? – Perguntou, com voz doce e olhando-me de um jeito arrependido, chateado.

Eu nunca conseguiria resistir àquele olhar.

– Sim. – Eu disse. Ethan sorriu. – Entretanto, não faça mais isso.

Ele riu levemente, assentindo, e me beijou novamente.


Ethan Williams POV – Entardecer de 30 de Abril.


Desisti de discutir com Marie faz muito tempo. Impossível discutir com aquela garota teimosa. E de certa forma, ela tinha razão. E de outra forma, eu tinha razão. Complicado.

Todavia, cá estava eu, sentado no sofá da casa dela suportando o irmão olhar fixamente para mim, me avaliando. Uma das irmãs fazia o mesmo, sentada ao lado dele, enquanto a tia estava na cozinha, sem dar a mínima para mim. Minhas mãos suavam e eu tentava não sacudir a perna de nervoso, nem tremer. Irônico. Já passei por várias situações muito piores do que essa e não senti nada. Mas ao ter dois seres me olhando e me avaliando enquanto eu espero a minha namorada (gosto de dizer isso) eu fico desse jeito.

Quando achei que não podia mais suportar aquilo, ela apareceu e o meu queixo foi juntar-se a poeira no chão. Marie estava belíssima. Belíssima não, maravilhosa. Usava um vestido longo creme, com o busto cheio de brilho, que vinha descendo pelo tronco e espalhava-se ao chegar na cintura e abaixo; os saltos deixavam-na mais alta (tomara que não mais alta que eu, pois então seria constrangedor) e seus cabelos estavam mais encaracolados, caindo livremente pelos seus ombros e costas. Marie Jean parecia um anjo. Estava tão grandiosa que me senti pequeno perto dela.

Levantei-me e andei até ela, que sorria. Olhei-a de cima abaixo e ela corou levemente. Eu ainda estava mais alto do que ela, mesmo que por poucos centímetros. “Minha baixinha” pensei. Peguei-me sorrindo bobamente, olhando-a. Segurei sua mão e fiz com que ela desse um semi giro diante de mim, e o vestido girou, com a luz refletindo nos pontinhos brilhosos no tecido. Marie parou virada para mim.

– Você está linda. – Foi tudo o que eu consegui dizer.

– Obrigada. – Marie sorriu lindamente. – Você também está. Mas precisa aprender a como dar um nó em uma gravata!

Ela riu levemente, divertida, enquanto eu sorri sem graça. Maria desfrouxou o péssimo nó que eu havia dado em minha gravata e o refez, ajeitando-o no meu pescoço e alisando o meu terno quando terminou.

– Parecem marido e mulher. – Sussurrou o irmão dela. – Estou me sentindo um intruso.

Marie riu gostosamente, segurando minha mão.

– Tchau, gente. Mais tarde a gente se vê.

– Juízo, crianças! – Disse Denise.

– Não vão fazer outra criança! Não estou pronto para ser tio! – Exclamou o irmão dela.

Nenhum de nós dois disse nada. Estávamos constrangidos demais para tal. Entramos no carro, onde Andrew e Fred esperavam.

– Aleluia! – Exclamaram em uníssono.

– Achamos que tinham morrido lá dentro! – Disse Andrew.

– Bem que o irmão dela queria ter me matado. – Eu disse, e os três riram. Liguei o carro e fomos até o baile.

– Vocês dois não vão levar ninguém? – Perguntou Marie.

– Não. – Disse Fred. – Não quero ter que aguentar nenhuma garota no pé do meu ouvido a noite toda. Qualquer coisa acho alguma por lá. Sem ofensas, Marie.

– Não fiquei ofendida. – Disse ela. - E você Andrew?

– Ah. Não vou levar ninguém não. Se eu quiser alguém, estralo os dedos e aquela Jasmin cai de joelhos na minha frente.

– Convencido. – Resmungou Fred.

– É verdade. Aquela garota vem se insinuando para mim faz tempo. Só que ela é muito oferecida para o meu gosto. Se ofereceu pro Fred e pro Holmes também.

– Que vadia! – Exclamou Marie Jean. – Mas disso eu já sabia.

Rimos bastante. Fomos conversando dentro do carro até chegarmos ao local da festa, entrando no salão que estava decorado com rosa e branco.

– Sério. Quem é que decorou esse lugar?

– Adivinha? – Perguntou Marie. – Srta. Oferecida. Atende pelo nome de Jasmin, também.

– Credo. Puta mau gosto dessa garota. – Resmungou Andrew. – Pelo menos a música é boa.

Realmente, a música que estava tocando era boa. A decoração não. Escolhemos uma mesa se sentamos ali, conversando (praticamente gritando) com aquela música alta. Um ponto rosa escuro brilhante passou por nós e identificamos como Jasmin, puxando um ser grandalhão e desengonçado junto com ela, usando uma jaqueta varsity azul marinho.

– Hey, Andrew. Alguém parece imitar você. – Disse Fred, zombando de Andrew, referindo-se ao grandalhão de jaqueta azul marinho e com um topete arrumado semelhantemente ao de Andrew.

– Gente sem criatividade. – Disse ele. Jasmin começou a dançar com o rapaz, que era capitão do time de futebol americano, Bryan. Dançando era uma maneira errada de dizer. Em segundos os dois estavam praticamente fazendo sexo dentro do ginásio, e Jasmin abria os olhos e olhava para Andrew de vez em quando. Patética.

– Alguém está tentando colocar ciúmes em você, Andrew. – Comentei. Nós rimos.

– Onde estão Peter e Lisa? Estão demorando demais. – Comentou Marie.

– Relaxe. Logo eles devem estar aí.

– Não sei, acho estranho.

O telefone de Marie tocou dentro de sua bolsa e ela atendeu. Ficou pálida e se levantou, fazendo sinal para que nós a seguíssemos até a rua. Fomos atrás dela, nos entreolhando em silêncio, curiosos. Chegando na rua, onde estava tudo mais silencioso, ela pôs no viva voz.

– Vou deixar uma pergunta para você, Marie Jean. – Disse uma voz do outro lado da linha. Eu paralisei. – A sua vida vale mais do que a dos seus amigos? Você tem uma hora.

E a chamada foi encerrada.

Fletcher.



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Notas finais do capítulo

E aí, o que estão pensando sobre isso? O que será que vai acontecer? Qual será a resposta de Marie? Quem realmente será o Tomlinson? Ai, ai, ai... Não morram de curiosidade, por favor.