Marcado escrita por Reira chan


Capítulo 1
Capítulo 1 - Missão


Notas iniciais do capítulo

A ideia foi baseada em um headcanon que eu tenho. Por algum motivo, eu acho que a cicatriz surgiu desse jeito, porque ela tem a forma de um raio, e eu acho isso coincidência demais '-'
Itálico = flashback, acho que vocês sabem disso, mas just in case



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O mago loiro observava-se no espelho sem narcisismo, na verdade sem mesmo interesse, apenas por hábito mesmo. Seus cabelos como sempre estavam arrumados para trás, de forma que evidenciassem muito bem a sua testa e rosto. Era mesmo um belo rosto, apesar de ele não o considerar, nem dar a mínima para isso. No entanto, o fato de seu cabelo estar para trás, de forma que seu rosto ficasse visível, era proposital.

Involuntariamente, levou sua mão direita ao olho de lado equivalente, sorrindo ao fazê-lo e acompanhando com o dedo a fina cicatriz em forma de raio que ali se instalava.

Sorriu, um sorriso não macabro nem sádico, apenas um sorriso. Era ela que ele queria mostrar.

Observando sua versão espelhada, começou a devanear, lembrando-se de como a obtivera; fora realmente uma difícil experiência.

Makarov permanecia sentado de pernas cruzadas, impassível em suas roupas laranjas, com o semblante sério de quem dá uma ordem.

O tipo de semblante que três dos quatro magos à sua frente detestavam.

– Isso é ridículo! - protestou Erza Scarlet, a maga de cabelos tão escarlates quanto o nome dizia - posso fazer a missão sozinha! Não preciso da ajuda desta... - ela rosnou, olhando para a "esta" em questão ferozmente - DELA. - completou.

A maga que ela observava permaneceu impassível ao seu comentário, de braços cruzados, mas seu tom de voz era claramente irritado.

– Oh, por favor! - ela disse cheia de deboche, balançando a cabeça de forma que seus cabelos brancos balançassem junto, de uma forma que seria realmente atraente se seu rosto não estampasse tanta fúria - Você não conseguiria nem que quisesse, Scarlet! E não fale como se fosse ideia minha. Como se eu fosse querer fazer uma missão com você!

Laxus, ao lado desta, suspirou, cruzando os braços e franzindo o cenho. Não achava que era necessário um trabalho em equipe, mas aquilo não o deixava tão irritado. O que o irritava, era a atitude infantil das garotas, que continuaram trocando farpas. Tão infantis. Até que ele, por fim, decidiu tomar uma atitude, um pouco grossa.

– CALEM A BOCA, AS DUAS! - despencou um soco na parede - Vamos parar com essa palhaçada! Do jeito que vocês duas são crianças, eu duvido que qualquer das duas conseguisse fazer isso!

A raiva das duas subitamente se redirecionou em uma curva fechada em direção a ele

– Quem você pensa que é? - rosnaram no mesmo tom demoníaco.

Laxus apenas suspirou. Eram tão parecidas, não entendia porque não se davam bem.

O único deles que permanecia calado e impassível, indiferente à tudo incluindo as brigas, era Mystogan, que apesar de manter o rosto coberto pela máscara, era óbvio que sua expressão era neutra e entediada. Aquele homem era misterioso; mas mesmo assim gostavam dele.

Makarov, finalmente, perdeu a paciência.

– Calados, vocês todos! - ele disse colocando a mão na testa, parecendo realmente cansado e irritado com aquilo - Fairy Tail é uma família! Vocês não podem recusar uns aos outros! Essa é uma missão importante que o Conselho deu à nós, e exclusivamente a nós. Precisamos cumpri-la com êxito. O mago em questão é sádico e absurdamente poderoso. É urgente que nós o peguemos; e por isso estou enviando vocês, os magos Classe-S da Fairy Tail, que teoricamente teriam poder, capacidade e maturidade– a palavra maturidade foi absurdamente destacada - suficientes para fazer isso. Então, vão fazer!

As duas garotas do grupo rosnaram irritadas com o modo como ele falava; eram magas Classe-S! Não precisavam de ajuda, pois eram Classe-S! E como ele ousava lhes dar ordens desse jeito? Nunca antes um grupo fora formado por obrigação; Fairy Tail era um lugar livre. A Titânia tentou apresentar-lhe esse argumento, mas foi amplamente rejeitado por Makarov, que dessa vez estava irredutível.

– Não, Scarlet! - ela se assustou, ele nunca chamava ninguém pelo sobrenome. Também escondeu certa tristeza; preferia esquecer aquele sobrenome - Eu sinto muito, mas essa não é uma missão comum. E missões incomuns exigem regras incomuns. Vocês vão e acabou!

As duas rosnaram uma para a outra, inconformadas. Laxus suspirou entediado, feliz que aquilo havia acabado. E Mystogan, bem, se alguém pudesse vê-lo através da máscara, perceberia o quão óbvio era o riso que ele estava tentando reprimir.

Já no dia seguinte, a nova equipe mais forte - e barulhenta - da Fairy Tail partiu em sua primeira e última missão, com a hostilidade e tédio presentes de sempre. Mirajane e Erza no fundo gostavam uma da outra, mas gostavam ainda mais de se irritar. E, não obstante, também eram muito orgulhosas para simplesmente se tratarem como iguais quando rivalizavam tão obviamente. Laxus, que nunca tivera capacidade de ler as pessoas ou paciência para fazê-lo, pensava que elas simplesmente se odiavam e achava seu comportamento extremamente infantil, o que o entediava. Já Mystogan, tinha seus próprios motivos para não relacionar-se muito. Mas naquela curta viagem de trem, os quatro deixaram tudo isso fora, em Magnólia, e foram obrigados a conversar por motivos meramente profissionais. Mystogan, como sempre, era o que mais tinha informações.

– Seu nome é Hibiya - ele disse, colocando os cotovelos sobre os joelhos e unindo suas mãos, naquela sua típica posição séria, um pouco inclinado - ele é um ex-mago de Dark Guild. Ex, porque ele fazia coisas tão absurdas que seus companheiros o deixaram para trás.

Isso foi uma surpresa. Estavam falando de um cara realmente maluco, portanto.

Erza, que era muito profissional quando queria, foi a primeira a se manifestar.

– Mas como? Eles simplesmente abandonaram o cara? Quer dizer... Ele não era apenas maluco, mas também forte. Como simplesmente se livraram dele sem matá-lo? Aliás, se livrar de alguém sem um assassinato envolvido não é do feitio da maior parte das Dark Guilds.

Mystogan sorriu, mas é claro que aquilo não era visível por debaixo da máscara.

– Perspicaz, Erza. Não tenho muitas informações a respeito. O que eu sei era que o temiam e não queriam enfrentá-lo, por isso se livraram dele. Não sei como; mas sei que ele ficou furioso e para se vingar, matou o líder.

Nesse momento, Mirajane interrompeu, sem pedir desculpas, como sempre.

– Disso eu sei. Foi um caso famoso; e pelo jeito ele estava realmente puto. Torturou o cara com óleo quente e, depois de arregaçar o coitado, o matou de uma vez.

Laxus revirou os olhos. Que belo vocabulário. Foi a sua primeira manifestação.

– E depois disso a Dark Guild não quis vingança? E não pegaram o cara? Mirajane, é falta de educação interromper os outros - disse, com o puro intuito de irritá-la. Ela lhe deu um soco no braço, furiosa.

– NÃO SOU MIRAJANE! - ela disse com um olhar que fuzilava seu interior - Sou Mira. E você não pode dizer o que eu devo fazer ou não, Dreyar.

Foi a vez dele de se irritar. Deu um soco na mesa, algumas veias pulsando visivelmente em sua testa.

– DREYAR O CACETE! Não sou um Dreyar, sou Laxus! Pare de me tratar por esse sobrenome escroto!

Mira sorriu, vitoriosa.

– O que foi, Dreyar? Não gosta de compartilhar o mesmo nome com que chamam o mestre? - disse rindo sarcástica.

Ele a agarrou pela gola da blusa, o encarando irritado. Mas ao mesmo tempo, ficava surpreso. Como ela adivinhara? Toda a sua vida, as pessoas pensaram que ele simplesmente não gostava do nome. Como ela sabia que era por causa do velho? Ela permaneceu indiferente ao seu ataque e continuou a caçoar.

– O que? Acha que só por que tem o mesmo sobrenome vai sempre viver na sombra dele? Não seja ridículo, Laxus... Não sabia que se importava tanto com o que pensavam. Então até você tem complexo de inferioridade e quer ser reconhecido?

Ele rosnou, irritado. Mais por ela saber do que por tentar provocá-lo. Mystogan interferiu, colocando a mão entre os dois que se encaravam furiosamente.

– Parem com isso, vocês dois. Mira, como Laxus se sente não é da sua conta. Laxus, você vive dizendo que a mania delas de brigar por besteira é infantil; honre suas palavras. Estamos aqui a trabalho, vamos nos ater a isso, tá legal?

Relutantes, os dois se soltaram e Laxus voltou a sentar-se, cruzando as pernas.

Mystogan continuou seu relato, contando sobre as habilidades do mago e as últimas vezes em que fora visto a uma Erza atenta. Já Mira e Laxus, permaneceram calados e entediados.



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Notas finais do capítulo

Final do primeiro capítulo idiota. Era pra ser uma oneshot, mas eu vi que tava com 21 páginas, então tive que diminuir né e-e
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