“Lembro-me de pensar, garoto você está sonhando; Então segure firme, aguente firme antes que tudo se vá...; E eu me lembre de pensar...;(...)Mostre-me como parece...; Fora da sua janela no crepúsculo...” – Twilight, Thriving Ivory.

Tempo, o destino. Ele realmente não sabia. Tão pouco tempo e tanto já se passado. Era incrível como era impossível apenas parar e refletir, mas não negava, gostava daquilo. Loki estava melancólico, nostálgico. Talvez nunca havia visto a família Odinson como via agora.

Nunca quisera ser filho de Odin, mas talvez ele seria de uma forma ou de outra, chamaria o velho Deus de Pai algum dia, com orgulho, quando Thor pegasse em sua mão finalmente para uma eternidade juntos. Para desfilarem juntos como completos amantes, amantes da eternidade...

Aquele eram apenas pensamentos aturdidos do moreno, não precisava de um casamento ou qualquer outra coisa para já pertencer à Thor, o coração era e sempre seria dele.

— No que está pensando mano? — Perguntou o garoto sentado ao seu lado, que também lia um livro.

— Não ouse ler minha mente. — Loki sorriu, sabia que o irmão agora conseguia muito bem controlar seu poder. Talvez depois de tanto usá-lo por ‘acidente’ acabou aprendendo.

— Ah, eu não preciso ler mentes para saber que está pensando no nosso irmão... — Hugo também sorriu, sem tirar os olhos do livro, ele agora tinha um temperamento em equilíbrio entre Thor e Loki. Talvez mais parecido com Loki.

— Sim.

— Sim o quê?

— Eu estou pensando nele...

— Sabia! — O garoto largou o livro. — Eu sei que quando você pensa nele seus olhos brilham...

— E você está mais lendo o livro ou olhando para mim?

— Ham... Eles estão demorando, não é? — Hugo não era nada discreto, trocou logo de assunto.

— Sim, faz quatro dias que saíram para esta reunião, era hoje que deveriam voltar, para então...

— Não diga... Eu não quero me sentir... Triste... — Respondeu o menor. — O sentimento da saudade é terrível, e sentir em mim mesmo é pior ainda...

O mais velho abraçou o mais novo, dando um beijo na testa. Loki não queria deixar o menor naquele mundo hostil, havia criado um elo tal de mãe e filho com Hugo. Embora naqueles dias Steve estava provando ser mais responsável do que nunca, então ficaria mais tranquilo.

— Sentirei saudades, não nego. — Confessou Loki. — Nossos laços são profundos... Eu nunca pensei em Thor como irmão, mas você... É diferente...

— Eu sei, eu também vou sentir saudades. — Respondeu o garoto, triste. — Mas talvez seja melhor assim, logo irei a Asgard, eu preciso de um tempo sozinho... Para aprender... Sabe, a me virar sozinho... Algo assim.

— Entendo. — Respondeu o Deus da Trapaça. — Mas, se algo te acontecer, por favor, não hesite em chamar a mim e à Thor. Estaremos sempre lá para você... Nem que eu precise destruir outro mundo!

— Eu sei, eu sei. Mas não será necessário destruir outro mundo, tudo bem...? Sem destruir mundos desta vez! — O mais novo deu uma elegante piscada, em um tom de ironia.

— Vou pensar nisto... — Riu-se o mais velho, dando uma outra piscada elegante ao menor. Loki se afastou do irmão, voltando a mesma posição na cama.

— Comer... — Gemeu Hugo, no dia passado ele havia se matado de comer pizza, sentindo o peso da comida-lixo ainda em seu estômago.

— Sim... — Sorriu Loki. — Pizza, que tal? — Brincou.

— Não fale este nome...! — Falou o menor, dando um tapa no ombro do maior. — Aliás, cadê o Thor? Não era para já ter voltado? Estou preocupado. — Trocou rapidamente de assunto.

— Esperto... Aprendendo comigo, claro... — Loki sorriu de canto. — Mas não, ele não voltou ainda, estou preocupado, disse que estava resolvendo os últimos detalhes, logo iriamos voltar à Asgard... — A expressão do irmão mais velho voltou a ficar melancólica.

— Por favor, não fique assim. — Resmungou Hugo, se sentindo triste pela face do outro. — Me deixa arrependido.

— Desculpe. Mas é estranho, eu queria tanto ficar com você. Talvez você seja o único Asgardiano que realmente me entenda. E talvez o único que disse que se eu seguisse os meus sentimentos... Tudo estaria bem.

— Ei, eu sempre vou ser seu irmão. — O menor sorriu. — Talvez alguns anos longe do Asgard me faça crescer. Sabe, amadurecer. E, eu estou com quem amo, então acho que não terá tanto problema assim... Mas, acho que tão breve vocês poderão voltar, quão difícil será reconstruir a ponte?

— Claro. Mas será muito difícil... — Sorriu Loki, tentando não manter-se triste mais. Talvez fosse um pouco de exagero da parte dele. Tinha que deixar o outro ser livre. Amar, ou talvez seria como ele até então: Vivido uma eternidade, sem nunca se aventurar em um amor verdadeiro.

Um som de porta abrindo se fez, Loki se levantou instantaneamente, Hugo fez o mesmo, acompanhando o moreno até a sala, aonde provavelmente estaria Thor.

O mais velho estava sorridente, ou pelo menos em partes. A volta para Asgard estava marcada, para o dia dele naquele planeta. Quinta-Feira. “Thursday”. Isso o deixava feliz, tinha saudades do pai, mas teria de abandonar por um tempo o mais novo. Embora sabia que alguma hora ele realmente cairia na real e voltaria para o berço, ninguém jamais esquece Asgard.

— Mano! — Correu o mais novo para abraçá-lo, andava realmente emotivo naqueles dias. O maior afagou o pequeno, olhando para Loki com um sorriso bobo no rosto.

— Oi Pequeno. — Falou docemente, não parecendo nenhum pouco um grande Deus, mas sim um adolescente, ou talvez uma criança. Talvez Loki fosse o único adulto entre aquelas duas criançonas.

— Aonde você estava? — Inquiriu o mais novo, Loki tinha a mesma vontade de saber a demora do outro.

— Eu fui me despedir... — Começou, os sentimentos gritaram alto, involuntariamente o mais novo descobriu o que o mais velho havia feito.

— Steve está lá fora? — Perguntou o mais novo, para apenas ter de sair do campo de guerra.

— Não, ele não está. — Mentiu o mais velho, bravo pelo mais novo preferir estar com o outro do que com ele.

— Eu sei que ele está. — Sorriu, então o loiro percebeu que Hugo havia lido seus pensamentos.

— Seu pivetinho... — Murmurou Thor sorrindo ao ver o moreninho sair do ambiente e deixá-lo a sós com Loki.

— Agora... — Começou Loki, se sentando no confortável sofá. — Com quem você estava? Você foi se despedir de quem?

— Bem... — Disse Thor, sentando-se do lado do mais novo, agarrando-lhe a mão e dando-o um beijo, talvez aquilo o fosse acalmar.

— Eu te conheço Thor Odinson... — Respirou profundamente o mais novo depois do complexo beijo. — Agora diga-me, ou terei que extorquir do nosso irmão?

— Não será necessário. — Respondeu o mais velho, soltando um forte suspiro e se estirando no sofá. — Eu fui me despedir da Jane. — Disse calmamente.

— Está brincando, não é? — Loki sorriu, pensando que era apenas uma brincadeira. Mas o mais velho não sorriu, apenas se manteve sério. — Não, não está brincando... — O moreno ficou sério. — Por que você fez isto? Por que você apenas não me falou antes de fazer isto... Eu te amo, mas... Não poderia suportar te perder para uma humana! — Os olhos dele se umedeceram, lágrimas pareciam vir.

— Por favor, não pense isto. — Thor sorriu, um sorriso carinhoso. As grandes mãos pesaram sobre o rosto do outro. Os olhos azuis fitaram os olhos verde. O trovão conseguiu quebrar a magia apenas com o olhar. — Eu nunca amarei ninguém mais, só você. — Jurou. — Eu prometo, eu juro. Que minha honra caia em desgraça se minha promessa eu quebrar... Que Asgard caia em pedaços... — O mais velho agarrou contra si o outro, entre seus braços fortes tratava o outro como uma frágil porcelana. — Preciso jurar mais algo?

— É suficiente. — Respondeu o mais novo, sorrindo pela declaração. Thor nunca havia sido tão sincero. Uma jura como aquela nunca deveria ser quebrada. Nunca iria ser quebrada. — Eu te amo... — Resmungou Loki, sentindo o mais velho apertá-lo contra si.

— Eu também te amo... — Sussurrou Thor, soltando-o do abraço apertado. — Devemos aproveitar os últimos dias com nosso irmão. Partiremos logo. — Avisou o mais velho. — Depois disto não sei quanto tempo levaremos para poder ter um contato físico com o Midgard novamente...

— Entendo. — O moreno meneou a cabeça lentamente. — Eu vou aproveitar esses dias.

oOo

Realmente a lei do aproveitamento valia até mesmo a Deuses. Eles não aproveitaram quase nada, para eles faltaram momentos e coisas a fazer. O Midgard possuía lindos lugares que se podia conhecer, eles foram a várias desses lugares.

Os irmãos Loki e Hugo voaram ao redor do mundo juntos, em um dia, deixando para trás os amores de ambos, que preferiam tomar uma bebida alcoólica e ver esportes.

Viveram uma semana praticamente acordados. Dormiram pouco, para tentar aproveitar o máximo os últimos dias. Mas o tempo não parava. O tempo era mau. Ele não se importava com sentimentos ou coisas humanas, naquele caso Asgardianas.

O dia de Thor chegou, era quinta-feira, acabaria ali. A tarde, ao crepúsculo. A emocionante odisséia que havia começado tanto tempo atrás finalmente acabaria, para quem sabe uma nova começar.

A melancolia enchia o peito dos três irmãos filhos de Odin. Havia sido uma agradável manhã e uma agradável tarde de quinta-feira.

Os Vingadores haviam se reunido na casa que ficaria para Hugo, e quem sabe Steve, morarem juntos. Apesar de que Tony Stark não estivesse gostando da idéia de confraternizar com o inimigo, não se importou.

Natasha desde então havia se tornado uma boa amiga do Asgardiano mais novo, e também de Loki. Ela era uma boa pessoa, e não culpava de maneira alguma o Asgardiano de olhos verdes, ele apenas havia protegido o irmão, da maneira dele.

— Sentirei sua falta. — Confessou o menor para Loki, no andar de cima da casa, em uma pequena sacada. Observavam as casas dos vizinhos, que as vezes saiam para ver os estranhos moradores daquela casa. — Sério, sua e de Thor. Mas não se sinta assim, isto me agoniza.

— Desculpe... — Lamentou-se Loki, o sentimento de tristeza em sua boca, em seu corpo, em todo seu ser. — Eu apenas não consigo não ficar triste... E...

— Melancólico. — Respondeu Hugo pelo mais velho. — Não, eu não li seus pensamentos. Nem seus sentimentos. — O mais novo sorriu discretamente, apertando as grades negras da sacada. — É assim que eu me sinto...

— Você tem até o crepúsculo para se decidir... Você poderia...

— Não. — Cortou o mais novo. Sério. — Eu já tomei minha decisão, irmão. — Naquele momento, Hugo parecia realmente a Thor. Aquele que se mantem firme até o último suspiro — Não é nem pela promessa que fiz a Steve. Eu realmente o amo, quero ficar com ele.

— Entendo. Eu nunca irei te impedir. — Respondeu o Asgardiano mais velho, sorrindo. — Nem ninguém nunca deverá. Asgardianos não se rebaixam, se lembra? Sempre siga seu coração. Nunca deixe que alguém o corrompa... — Sussurrou.

— Nunca. — O menor sorriu. — Nunca deixarei.

— O que tanto conversam? — Interrompeu Thor, se aproximando por trás dos dois irmãos. Colocando a pesada mão sobre o ombro de ambos.

— Estou dando umas dicas para ele. — Respondeu Loki, em certo tom de brincadeira. — Sabe, de como se vingar dos humanos, e algo mais...

— Engraçadinho. — Falou o mais velho.

— Hora da foto! — Gritou uma voz feminina, era a única mulher no lugar.

Os três irmãos Asgardianos se viraram para a porta da sacada. Natasha tinha a câmera. Se colocaram em posição. O mais novo com um sorriso bobo, Thor idem, apenas Loki com um sorriso mais apático.

— Anda Loki, um sorrisinho melhor... — Pediu a mulher, tomando o retrato, enquanto o do meio esforçava um sorriso.

A fotografia saiu instantânea, haviam três cópias, não iguais, mas batidas em sequencia, com pequenas modificações de posições e graus de sorriso de Loki, que ia do normal ao exagerado.

— Uma para cada um... — Falou a mulher, entregando o retrato para cada um, Hugo gostou do sorriso natural de Loki, então ficou com aquele.

Thor guardou seu retrato sorridente dentro do peito, ali nada estragaria aquela foto, era um bolso mágico dentro da armadura encantada. Loki pelo contrário guardou a sua com magia, para que quando chegasse em Asgard colocasse aquela foto em um porta retrato em seu quarto.

O mais novo saiu para dentro da casa, carregando seu retrato, iria colocar na sala em que todos estavam, para expor a todos os irmãos. Enquanto no andar de cima, Natasha tirava outra foto do casal e entregava ao mesmo.

— Obrigado Natasha. — Falou Thor, sorridente, pegando a foto dele e de Loki e guardando no peito, juntamente ao outro retrato.

— Thor? Pode pegar um copo de água para mim por favor? — Pediu Loki.

— Claro, claro. — Respondeu o mais velho, saindo. Natasha obviamente notou que Loki queria conversar com ela.

— Sim? — Ela perguntou, como em um ato automático.

— Eu precisava falar com você... — Ele disse, se voltando para a vizinhança, de costas para a mulher. — Preciso te pedir uma coisa, mas tenho vergonha.

— O quê? Por quê?

— Depois de tudo que lhe fiz... — Sussurrou o moreno, sentindo desgosto de seus atos.

— Eu já lhe perdoei... — Respondeu a outra, se aproximando da grade da sacada, se apoiando nela também. — Isto é assunto passado, já lhe disse. Lembrar disso só trará mais dor.

— Obrigado. — Agradeceu Loki, olhando para ela. — Agora, ao pedido... — Sorriu. — Só queria saber se as vezes você pudesse dar umas olhadas no meu irmão... Claro, não que eu não confie no soldado, mas, não sei, preciso que alguém mais esteja cuidando dele.

— Pode deixar... — Ela sorriu. — Eu vou olhar ele para você. Sei como você está preocupado. Eu também estaria se fosse meu irmão.

— Obrigado. — Agradeceu novamente o moreno. — Isso me trará mais paz...

— Aqui tem a água. — Falou a voz grave atrás deles, os assustando. Loki sorriu e pegou o copo da mão do loiro. — Nenhum agradecimento? — Pediu o maior, sorrindo bobamente.

— Você gosta de pedir, hum? — Sorriu Loki, dando um rápido selo no outro, com vergonha da presença de Natasha.

— É hora pessoal. — Falou uma voz indo até a sacada, era Bruce, olhando no relógio.

— É hora... — Natasha também olhou, concordando tristemente com o outro.

— Sabem que outra oportunidade como esta será difícil... — Continuou Bruce, vendo os outros ficarem tristes. — Apenas umas três vezes ao ano há uma oportunidade cósmica como esta.

— Nós sabemos. — Respondeu Loki, com um sorriso desapontado. — Aonde iremos partir?

— Fica a cinco milhas daqui. Não é tão distante assim. — Respondeu a mulher.

— Ótimo, vamos partir.

— Uma última voada juntos? — Falou uma voz atrás de todos os que estavam na pequena sacada. Era o mais novo dos três Asgardianos.

— Claro. — Respondeu Loki, as brilhantes asas se abrindo, tal como as do garoto. Antes que qualquer um falasse eles já estavam a metros da casa.

— Nós lhe seguiremos. — Gritou o menor, já um pouco distante, indo brincar com o mais velho no céu.

Todos tiveram que parar a curta comemoração e começarem a ir ao grande carro que os levaria aonde seria a volta à Asgard dos dois irmãos. Tudo se seguiu tranquilo.

Loki e Hugo davam giros e piruetas no ar, um correndo atrás do outro, como se brincassem ou algo do tipo, ambos voltando a ser crianças. Estavam se divertindo, até que finalmente chegaram ao lugar de encontro, então tiveram que descer, estavam molhados pela condensação das nuvens sobre eles. O cabelo de Loki caído sobre o rosto, e o do outro bagunçado como um ninho de passarinho.

— Temos que repetir mais disto quando voltar a Asgard. — Falou alegremente Loki, rindo.

— Sim, temos. — Respondeu o menor, também rindo. Deixavam a todos sem entender o que tanto fizeram durante um curto voo.

Havia uma pequena peça em formato de cubo, com quatro lados e cabos para se agarrar, o cubo deveria estar ali dentro, pois brilhava em um tom azulado, tal como uma luz de neon.

Respiraram os três irmãos profundamente, Hugo não queria, dissimular seus próprios sentimentos deveria ser fácil, principalmente para ele, o Deus dos Sentimentos, mas era tarefa mais árdua que ele poderia ter. Não aguentou, as lágrimas caíram, e ele abraçou Loki com uma imensa força, fora de si, deixando o outro quase sem fôlego.

— É mesmo irmão de Thor. — Respondeu o maior, abraçando o mais novo. As lágrimas em seus olhos de esmeralda brilharam, como pérolas, para então cair silenciosamente sobre a cabeça do outro. — Mas principalmente... — Sussurrou. — Meu irmão.

Thor se emocionou com a cena, raras vezes Loki o chamava de irmão com tanta sinceridade, e tão raras vezes o via chorando. Talvez até mesmo as lágrimas do Deus da Mentira tivesse algum poder especial, de tão raras que eram.

— Eu te amo... — Sussurrou o menor, fazendo o abraço ficar mais apertado ainda. As pessoas próximas se comoveram, tentando dar uma distancia um pouco maior. — Obrigado por me salvar.

— Eu não te salvei. — Respondeu o maior com sinceridade.

— É claro que você me salvou, irmão. — O menor desatou o abraço. — Você é um herói, meu eterno herói. Eu te amo, sério.

— Tudo bem. — Loki assentiu, sentindo um abraço atrás de si vindo de Thor, que o acalentava com as mãos ásperas de tanto treinar com o Mjölnir.

Hugo abraçou o mais velho também, o loiro não se importava pelo abraço apertado do menor, o abraçava na mesma forma, fazendo-o se sentir quase sem fôlego.

— Mande um abraço ao papai. — O garoto sorriu, as lágrimas ainda rolando no rosto sorridente. — E cuide do nosso irmãozinho. — Thor sorriu.

— Pode deixar, eu cuidarei irmãozinho. — Respondeu o grandão, tirando um sorriso do rosto melancólico de Loki. — Sempre irei cuidar dele, confie em mim...

— E não se casem sem mim. — Hugo falou sorridente, tirando uma gargalhada de Loki.

— Pode deixar, eu não irei, esqueceu que você entrará com Loki no altar? — O grandão piscou elegantemente.

— Sim, entrarei. — O menor respondeu em uma risada.

— É hora de irem. — Avisou o físico responsável do lugar, que analisava o céu e o computador, ao mesmo tempo em que o Tesseract ganhava um brilho mais forte.

— Te amamos. — Responderam Thor e Loki ao mesmo tempo, sem delongas dando as mãos, olhando para o menor que chorava agora tristemente, enquanto Steve o abraçava para dar apoio.

Os irmãos Asgardianos pegaram em duas alças conectadas no cubo, e tão logo uma espécie de fogo azulado caiu sobre eles como uma aurora boreal que cobria toda região, os dois foram sugados, vendo a imagem do irmão mais novo se transformar em um borrão e logo a escuridão em misto de um azul vivo tomou conta de tudo.

A nitidez voltou, e a escuridão reinava em todos os lados, estavam em uma ponte colorida, mas destruída, ao longe um castelo dourado brilhava. Loki tinha a roupa que sempre usava em Asgard, enquanto Thor utilizava a roupa que também sempre utilizava quando estava em público na grande cidade de deuses nórdicos.

— Bem vindo a casa. — Falou o mais velho, sorrindo, olhando o mais novo, que tinha um olhar cabisbaixo.

— “Bem vindo...” — Respondeu Loki com uma voz irônica.

Eles caminhavam, Loki sempre temeroso e esperto, por sua sorte era noite, então tudo estaria fechado, com exceção à taberna, fez Thor passar reto dela, os amigos dele provavelmente estariam lá se embebedando, então seria uma péssima idéia deixar o loiro ir até lá.

Finalmente ambos estavam à grande porta de ouro maciço, reluzente às tochas na entrada do palácio de Odin, Thor sentia-se triunfante ao abrir a porta, enquanto Loki apenas se arrastava atrás do maior, se sentindo cada vez mais deprimido.

O lugar como sempre estava impecável. O granito branco que forrava o piso do palácio de ouro brilhava, um bonito tapete vermelho se estendia ao longo da porta até o trono, aonde Odin repousava de uma maneira displicente, cochilando, ele já esperava os filhos, mas talvez fosse tempo demais de espera para um velho Deus.

Os dois se aproximaram do pai, caminhando de maneira rápida pelo grande salão, Loki observava tudo atentamente, lembrando-se de cada canto daquele lugar que algum dia chamou de lar, mas que agora se sentia distante e desconexo, depois de tanto tempo longe...

— Meu pai... — Falou grosso Thor, tirando os pensamentos do moreno e fazendo-o olhar ao pai-de-todos.

O Deus acordou, se endireitando rapidamente no trono, vendo ambos filhos diante de si. O velho Deus abriu um belo sorriso, olhando de maneira terna os dois filhos maiores, abanando a cabeça ao ver que realmente o mais novo não havia os seguido.

— Sejam bem vindos meus filhos... — Falou o Deus, vendo que a esposa tinha um sorriso estático em uma das portas, ela correu até eles e os abraçou em conjunto.

O abraço dela não conseguia contorná-los totalmente, mas foi o suficiente para dar um beijo no rosto de cada um.

— E como foi tudo? Vocês devem me contar tudo o que aconteceu desde então... — Inquiriu a mãe, olhando-os de maneira afetuosa. — Mas teremos tempo para isto depois, talvez devessem dormir...

— Sim. — Murmurou Loki, sentindo-se mais feliz por ter aquele amor terno perto de si, Frigga sempre seria a mãe que ele nunca teve.

— Mas antes... Me contem... Como está o Hugo? — Ela sorriu, aliviada depois do estresse de saber que o filho que havia sido capturado por uma raça que ninguém sabia existir estava bem.

— Ele está bem, Loki o salvou. — Respondeu Thor, sorrindo bobamente ao ver Loki corar de orgulho.

— Fico feliz... — Ela falou com desânimo, mas mesmo assim, era a opção dele, logo voltaria ao ninho... Era o que ela mais queria.

— Vocês estão cansados. — Anunciou o pai-de-todos. — Principalmente você, Loki, meu filho... As camas de vocês já estão aquecidas, e os lenções com suas essências favoritas.

— Obrigado, Pai. — Falou Thor com um lindo sorriso, enquanto Loki fez uma vênia silenciosa. — Vamos Loki?

— Vamos... — Respondeu o mais novo, sorrindo, mas antes andando rapidamente até o pai, dando um abraço agradecido. — Desculpe... — Choramingou, não evitando as lágrimas descontroladas.

— Está tudo bem meu filho... Desculpe-me a mim... Por não te ter contado o que eu deveria... Mas saiba que eu te amo, tal como meu filho...

— Eu sei... Eu sei... — Respondeu o moreno, saindo do abraço do pai com um sorriso imerso em lágrimas. — Vou ir dormir, tão logo conto tudo, junto a Thor.

— Então vão, eu e Frigga também dormiremos, estávamos apenas esperando vocês...

Thor puxou Loki em direção aos quartos, o moreno insistiu que gostaria de dormir em seu próprio quarto, em partes por vergonha, não havia nenhuma declaração formal aos pais que eles agora namoravam, que eles eram um casal. Conformado Thor aceitou, mas no meio da noite foi ao quarto de Loki, e deitou-se ao seu lado, o menor nada falara, já que durante a gélida noite de Asgard o corpo cálido do loiro era formidável.

Ambos se entrelaçaram como um casal de filme romântico, que ao final de uma tremenda tempestade dormiam abraçados e felizes. Um pertencia ao outro, um ou dois beijos noturnos foram dados, do mais, só se ouvia o ronco feliz do grande Deus dos Trovões.