They Belong Together escrita por Victor Stark


Capítulo 13
Capítulo 12: I Won't Give Up


Notas iniciais do capítulo

Aqui está! =D
Espero que gostem ^^
Sei que o final será um pouco frustrante... Como foi o chap passado... ;)
E um obrigado a minha querida amiga Kalina Bogard, que deixou uma maravilhosa recomendação! Uma caixa de bolachas para você sua linda! Que eu sei que você gosta! ^^



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“Não desistirei de nós; Ainda que os céus fiquem violentos; Estou te dando todo o meu amor; Ainda olho para cima; (...)Esperarei pacientemente; Para ver o que você descobrirá.” – I Won’t  Give Up, Jason Mraz.

Ele estava sentado, silenciosamente, os olhos esverdeados abaixados, encarando o nada. O cabelo rebelde, que mesmo que ele tentasse, nunca conseguiria arrumá-lo naquela situação em que se encontrava.

O moreno se sentia horrível estando preso e tão próximo de Thor. Ele poderia talvez conseguir sair daquela jaula de vidro que o prendia, correr até o irmão, chorar, desesperado, e pedir ajuda. Mas, aquele não seria ele, ele nunca se rebaixaria, não mesmo, nem mesmo se tudo desse errado, se o próprio Odin viesse puni-lo.

Loki tinha princípios, e o maior principio era que ele deveria proteger a quem amasse, era isto que o próprio Odin o ensinara. Mas, como tudo, ele o modificou, esquecendo a parte em que dizia “mas nunca mate alguém por isto...”, algo assim.

Era estranho pensar em como ele havia se visto no pequeno Hugo. O garoto era inteligente, e tinha perspicácia... Mas também via muito de Thor nele, tal como a inocência profunda, que apenas o grande Deus do Trovão tinha. Mesmo depois de saber que era filho de quem era, mesmo depois de ter feito tudo o que tinha feito, ainda se sentia filho de Odin. Mas, ele não queria se sentir irmão de Thor...

A escotilha que dava acesso à sua cela se abriu, com um audível som, que o fez erguer brevemente o olhar, e depois novamente abaixá-lo, quando soube quem havia ido visitá-lo.

— Por que você faz isto para si mesmo? — Perguntou Thor, impaciente, tentando atrair o olhar do outro.

Loki segurou o choro, só o timbre de voz do outro o fazia tremer, querê-lo mais perto. Para que ambos pudessem conversar como iguais. Mas, ele sentia, que nunca poderiam ser iguais. Ele nunca seria como Thor. Talvez nem mesmo quando estivessem ambos em Valhalla, ele sempre estaria no lada mais escuro e menos notado. Era melancólico.

— Por que você não olha para mim quando eu falo com você? — Pediu o mais velho, tentando não ser rude, mas o timbre de sua voz já era.

Loki ergueu o olhar, e se levantou, estava em um lugar mais alto que Thor, o olhou com elegância. Realmente o loiro não esperava aquilo, mas manteve seu olhar azul o mais fixo possível no outro.

— Está bem agora? — Disse Loki, a voz em um tom quase morto, mas o suficiente para que o outro o ouvisse.

— Irmão... — Falou o loiro triste. — Por que você ainda faz isto...? Você não acha que não basta desta loucura?... Por favor, pare! Peça perdão...

— Não, eu sei o que eu faço. — Respondeu Loki, rude, ainda olhando fixamente os olhos desesperados do loiro. — Por favor, Thor, apenas me deixe... Eu nunca fui seu irmão, no final das contas... — As últimas palavras, fizeram a garganta de Loki queimar. E o coração de Thor se apertou.

— Por que você insiste nisso?... — Thor deu dois passos a frente, mantendo o olhar fixo no moreno. — Por que você apenas não desiste disto que está fazendo... E... Vem comigo para Asgard? Eu prometo, se você pedir perdão... E se arrepender, eu te levo comigo... Eu te protegerei... — Os olhos azuis suplicavam.

Como Loki queria isto, apenas desistir e apenas fugir com o irmão... Como ele queria apenas abraçá-lo, sentir o carinho que ele lhe passava, mesmo que fraternal.

— Desculpe Thor. — Loki voltou a onde estava sentado, e novamente abaixou o olhar, talvez daquele modo o loiro o esquecesse, desta forma seria melhor. Sem deixar que o outro notasse, os olhos se umedeceram, em um choro não desejado, e logo parado.

A única pergunta que lutava nos pensamentos de Loki era “Por que eu tenho de ser posto tão a prova?”. Ele apenas não conseguia entender, não entendia o por que de ninguém nunca confiar plenamente nele, e todos sempre quererem mais do que o esperado dele. Pelo menos era isto que ele pensava do pai, que sempre o testava.

Ele não havia notado que Thor ainda o observava, mesmo em um silencio que era estranho de se notar do grande loiro. Mas, Thor insistiu.

— Loki? — Falou, a voz com um timbre de voz. — Eu preciso falar com você...

O moreno sorriu, um sorriso perverso. Então se levantou novamente, e foi olhar novamente ao outro.

— Você não consegue ver, Thor? Eu não quero falar com você. Nós não somos mais crianças. Aqui, eu sou o vilão e você é mocinho. — Loki dramatizou, ele era bom naquilo.

— Só me responda uma coisa... — Perguntou Thor, e a resposta foi um olhar um pouco mais compreensivo por parte do moreno. — Quem é o garoto do qual o colar que está com o Steve pertencia?

As pupilas de Loki dilataram, era como se ele visse uma luz forte, longínqua, e ele apenas pudesse ver ela. Aquele era ele quando pensava rápido demais, e a resposta veio rápida para Thor.

— É o dono do colar.

— E quem é ele... Eu o vi com o pai... — Perguntou Thor, confuso.

— Eu não sei quem é, ele apenas me deu o colar, para aonde eu havia ido...

— E, aonde você estava...

— Você tinha dito uma pergunta, nós vamos pela terceira. Eu não vou mais te responder nada, “Irmão”. — Loki novamente voltou ao lugar aonde estava sentado ao princípio, fechou os olhos, apenas para não ter que encarar mais o irmão, apenas para não se forçar olhar para ele. Se continuasse olhando nele, desistiria de tudo, e o irmão mais novo estaria perdido, e seria tudo culpa dele.

— Eu não desistirei de você... — Comentou o Deus do Trovão, em um murmuro, mas foi o suficiente para que o coração do Deus das mentiras desse um salto, e uma pequena lágrima escorresse. — Eu te amo. — Thor sussurrou, tão inaudível que quase ele mesmo não escutou.

O grande homem saiu daquele lugar, não gostava de ver o irmão tão distante de si, tão diferente, odiava sentir que algo ruim aconteceria com ele, e que ele - que havia jurado que sempre o protegeria - não poderia fazer nada.

— Você sente algo por ele, não é? — Uma voz o cortou, ele se surpreendeu, pois saindo das sombras viu uma mulher.

— Nossa, você me assustou! — Falou Deus, a voz grossa, carregada de tristeza.

— Desculpe. — A mulher sorriu, era Natacha. — Mas, me responda. Você sente algo por ele, não é?...

— Ele é meu irmão, se supõe que sim...

— Não, não estou falando disso. Você tem medo que os outros descubram... Tem medo de encarar os fatos... Não vai me dizer que você se sente menos homem só por...

— Não, não é por isso. — Thor a cortou, sendo bastante rude. — Eu apenas... Tenho medo.

— Medo de que? Rejeição?

— Sim...

— Pobre criança... — A mulher riu-se, abanando a cabeça. — Aquele garoto, lá naquele vidro deve bradar seu nome nos sonhos todas as noites... Ele pode ser uma pessoa má. Mas, quando ele olha para você, é como se ele desistisse de tudo, e quisesse apenas se entregar...

— Não é bem assim, você não conhece Loki. Ele é diferente, ele é descontrolado...

— Querido, eu sei o que é ser bipolar, e, acredite em mim, ele não é. Ele está fingindo. Eu conheço o jogo dele. Ele quer que você corra atrás dele.

— E não é isso que eu estou fazendo?!

— Não o suficiente...

— Você é louca... — Murmurou Thor, voltando o seu caminho para se encontrar com o homem de um só olho.

A conversa com Natacha agora ficaria rebatendo em sua cabeça, e se realmente Loki o amasse, a idéia era absurda, o outro jamais demonstrara qualquer afeto além do fraternal. Sempre foram abraços amigáveis... Nunca Loki olhou nos olhos dele com alguma intenção diferente.

Uma coisa que sempre desmentia Loki eram seus olhos, por isso Thor havia passado anos observando o moreno, cada reação, cada sentimento que ele conseguia passar, cada olhar diferente, ele nunca escreveu um livro sobre isto, pois nunca foi o cara que escreve livros, Loki era, mas tudo estava em sua cabeça, sabia todas as reações da pupila do moreno. Nunca chegaria perto de conhecê-lo por completo, o loiro sabia disto. E isto era o que mais gostava nele, o mistério, de ser um livro difícil de ser lido ou manipulado. De um sorriso as vezes ser uma tristeza imensa.

Como quando, tantos anos antes, quando eram apenas garotos, uma tempestade cósmica derivada de duas galáxias em colisão atingiu Asgard, Loki tinha um medo profundo de tempestades, a maioria causada por estrelas próximas demais que explodiam enviando o ‘Pó’ cósmico a Asgard, mas daquela vez foi terrível, e Thor era um adolescente, enquanto Loki estava entrando na mesma etapa.

Naquela época, ele sabia que era errado, mas sempre tinha bons sonhos quando o irmão se deitava ao seu lado, com um medo profundo. O loiro falava “Está Tudo Bem”, tentando fazer a voz grossa da mudança de hormônios, “Aliás, eu sou o Deus das Tempestades...”, continuava, “Está só garoando, perto do que eu posso fazer...”.

Loki sorria, um sorriso puro, sem malícia, ele ainda não ligava para jogos de poder, mas ainda sim continuava com o mesmo olhar de assustado. Como sempre, o olhar lhe estragava. Era a maior fraqueza do Deus da mentira, o olhar. E Thor sabia muito bem disto.

Novamente, aquilo deixava Thor terrivelmente pensativo, não havia conseguido olhar diretamente nos olhos de Loki, havia algo pairando sobre eles, como uma nuvem negra, como um tempestade entre duas Anãs Negras se chocando ao lado de Asgard, lançando um pó tóxico e melancólico sobre tudo. Omitindo qualquer demonstração de perigo.

— Por quê?! Loki!? — Gemeu, socando um dos pilares de ferro da nave, fazendo-o se amassar, contornando o modelo do punho do Deus.

oOo

Loki estava com sono, estava cansado e com fome. Mais do que tudo cansado. Algo o puxava para o terrível mundo dos sonhos, mas ele não queria se entregar, coisas ruins estavam acontecendo quando dormia. Ele tinha medo de fechar os olhos e ser levado aquelas ruinas escuras do outro lado do universo. Aonde aquele Ser desprezível, novamente jogaria com ele.

Mas, era como um feitiço, os olhos, novamente se cerraram e o doce país dos sonhos chegou e novamente ele foi puxado para aonde ele menos queria chegar.

— Já era hora, meu feitiço estava demorando... — A criatura sorriu maleficamente, os dentes retorcidos, nojentos, o rosto deforme daquela espécie que deveria ter sido já extinta.

— O que você quer? — Perguntou Loki, temendo mais um pedido impossível.

— Tudo está a caminho, Loki? — Perguntou a criatura.

— Sim.

— Ótimo, tão quão você terminar isto, terá seu irmãozinho de volta.

— Ele está bem?

— Sim.

— Quero vê-lo.

— Eu esperava por isso. — A criatura estalou os dedos, dois guardas trouxeram o garoto, que tinha uma aparência esquelética, algo que poderia ser facilmente quebrado se simplesmente caísse no chão.

— ISSO É ESTAR BEM!? — Gritou Loki, ao ver o irmão naquela situação.

— Ele se recusa a comer nossa comida. — Falou a criatura, com uma simplicidade apavorante.

— L-o-k-i... — Murmurou o garoto, ao ver o irmão, um sorriso vitorioso se fez em seu rosto.

Os guardas soltaram o garoto, Loki se materializou no lugar, sua alma agora era apalpável, apesar de seu corpo estar tão longe. O garoto correu até ele, e o abraçou. Loki, que não estava aguentando ver o garoto naquela situação deplorável, apenas tentou abraçá-lo, o contato era estranho, era algo próximo, mas se sentia distante. Como se estivesse apenas recebendo o eco do abraço do irmão.

Loki se sentia triste de ver o garoto naquela situação. Já deveria ter seus dezesseis anos Asgardianos, novamente o tempo de um Deus era confuso de se analisar. O garoto estava perdendo rapidamente sua adolescência, depois disso apenas mais duzentos anos separaria o garoto da idade dele. Mas do que tudo se sentia culpado pela demora. Ele não sabia como o tempo naquele lugar era. Talvez um dia terrestre poderia ser uma semana naquele lugar, ou quem sabe até mesmo um mês. O tempo flui diferente no cosmos.

— Eu te salvarei. — Sussurrou Loki, baixo o suficiente para que apenas o garoto ouvisse. — Nem que isto custe minha vida.

— Não desista...

— Eu não irei.

— Eu não estou falando de mim. — O garoto gemeu, sentia-se fraco demais até para conversar, se apoiava no falso corpo de Loki. — Estou falando de Thor, não desista dele.

— O quê?! Não é hora para isto...

— Você não está com o meu coração. — Falou o garoto, triste.

— O que?... — Loki havia esquecido daquilo. — Droga! Eu o perdi... Está com outra pessoa... Desculpe...

— Loki, você está fazendo algo mau... — Choramingou o garoto. — Não faço isso, esqueça de mim. Fique com Thor. — Falou. — Ou melhor, fale para Thor...

— Ele iria estragar tudo. — Falou Loki. — Ele iria fazer com que esses dementes te matasse.

— ...

— Aquele coração, o que tem ele? — Perguntou Loki, ele conhecia de magia, mas nunca havia visto algo como aquilo.

— É apenas um colar... — Confessou o garoto. — O que importa é quem está com ele. Com uma pessoa normal, ele é apenas um colar, com a pessoa certa, pode ser qualquer coisa.

— Você deveria ter me dito isto antes... — Falou Loki. — Agora está com um idiota.

— Não, está com alguém que precisa dele. — Hugo contradiz. — O coração busca sentimentos. Este ‘idiota’ deve ter algo.

— De qualquer maneira, devo ir. Agora. Ouça-me! Prometa-me que irá comer, nem que seja a coisa mais horrível do universo!

— ...

— Prometa-me, Hugo Odison! — Loki falou com ele como se fosse a própria Frigga.

— Tudo bem! — Respondeu Hugo, gemendo por não ter força o bastante para um simples gesto de afeto.

— Já basta. — Falou a criatura, e tão logo os guardas estava levando Hugo para dentro daquele estranho lugar. — Agora, Loki, apenas faço o que eu mando. Fará tudo mais fácil...

— Esta deve ser a última vez que nos encontramos. Faremos assim para a entrega do garoto: Assim que o portal estiver aberto, ele deve ser trazido pelo primeiro ser, com uma bandeira branca, e ser colocado na torre mais alta.

— Eu farei minha parte.

— Pois faça. — Respondeu rudemente Loki, logo se esvaecendo, e voltando para o outro inferno.

Ele despertou como quem desperta de um pesadelo, se levantou, rapidamente, aflito, havia uma mulher do outro lado do vidro, ele não a conhecia, mas ela tinha uma aparência de quem sofria eternamente.

— Temos que conversar. — Ela sorriu, de uma maneira perspicaz. Naquele momento ele viu que aquela mulher era tão inteligente quanto ele.

— Temos. — Loki respondeu, dando um sorriso tão falso quanto ela. Ele nunca deixaria uma mera mortal passar-lhe a perna.


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Notas finais do capítulo

Bem... E então? ^^
Acho que esta conversa será um pouco 'rentável' não é? ^^
Espero vocês no próximo domingo!
Minhas férias acabaram! T..T
Kisses a todos vocês! Até domingo que vem! =D